Erram profundamente aqueles que imaginam uma Nossa Senhora adepta da pastoral do Concílio Vaticano II, pastoral toda feita de conciliação com o mundo, de tolerância com o pecado e de indiferença diante da perda eterna das almas.
Bem o podemos verificar, com facilidade, analisando a aparição da Virgem em La Salette.
Como se sabe, a Revelação oficial, pública, de Deus aos homens, encerrou-se inteira e definitivamente com a morte do último dos Doze, São João Evangelista, por volta do ano 100 de nossa era. Todavia Deus pode conceder a Seus servos certas revelações privadas, que, embora nunca possam ensinar nenhuma novidade em matéria de Fé, servem para animar o combate por Deus no decorrer da história.
Somente a Igreja pode decidir sobre a credibilidade de uma suposta revelação privada, mas mesmo quando uma destas é aprovada oficialmente nunca se torna de fé obrigatória para os fiéis.
E uma das raríssimas aparições aprovadas pela Igreja é a que se deu em La Salette, na França, em 19 de setembro de 1846.
Naquela manhã de sábado, Mélanie Calvat, de 14 anos de idade, e Maximino Giraud, de 11 anos, ambos analfabetos e naturais de Corps, pequeno povoado dos Alpes Franceses, cuidavam de algumas vacas para seus patrões nos morros de La Salette, quando foram surpreendidas por um clarão "mais brilhante do que o sol", como depois diriam. Dentro desse clarão viram uma bela Senhora, sentada sobre umas pedras, chorando com o rosto nas mãos e os cotovelos apoiados nos joelhos. Vestia-se como uma camponesa local: vestido longo, um grande avental, lenço cruzado e amarrado às costas, touca de camponesa, mas trazendo também uma preciosa coroa na cabeça, um crucifixo no peito e correntes nos ombros.