Levei horas revisando o texto, corrigindo-o, pesquisando as informações para escrever as notas (166). Foi uma tarefa dolorosa, pela demora, pelo tempo que tive que dedicar (levando junto uma reforma na casa, a alimentação dos blogs, os e-mails a responder e os preparativos de uma viagem à vista), mas principalmente pela simples leitura do texto. É uma violência à alma e dói de verdade, fisicamente. Como pode um Papa dizer o que esse senhor diz? É uma pergunta retórica. Se houvesse ainda um Index, certamente os pronunciamentos de Bergoglio estariam nele. É fato. Mas não há, porque os inimigos que tomaram de assalto a Igreja de Cristo fizeram o serviço completo, não esqueceram nenhum detalhe para garantir o sucesso da empreitada de destruir a Igreja e a Fé Católica. Somos as infelizes testemunhas de tempos maus. O mundo aplaude Bergoglio. O que leva muitos “gosto-de-pensar-que-sou-católico” a ver nele um novo Messias, um libertador, o profeta de novos tempos em que tudo é permitido e, mesmo assim, se ganha o Céu. Na melhor das hipóteses Bergoglio transformará a Igreja em mais uma igreja luterana. Eu sei, você sabe, nós sabemos que a igreja que ele comanda é outra, é a igreja conciliar. Mas ele se fantasia de Papa da Igreja Católica, habita no Vaticano, fala em nome da Igreja... a confusão é compreensível. É necessário não perder o foco. Olhar e saber enxergar que há duas Igrejas: uma Santa e Eterna e outra falsa. Quando ele foi eleito, passamos em casa maus bocados, até recuperar a serenidade. Foi um sofrimentos que se materializou. Sofríamos verdadeiramente, sentíamos náusea ao simples aceno a seu nome. Superamos isso, pela graça de Deus. Agora, a coisa se repete. Pessoas me escrevem desabafando que estão a ponto de perder a fé. Para eles tenho a mesma solução que serviu aqui em casa: “férias de notícias sobre Bergoglio”. Infelizmente, não há motivos para crer que nos próximos dias as notícias irão melhorar. Portanto, é salutar e prudente, e também uma questão de bom senso, que se evite ler notícias sobre Bergoglio, ler seus pronunciamentos, ouvir ser discursos. A tendência é a náusea passar. A dor, não. Porque a alma sabe o que está havendo no mundo e na Igreja. No mais é... rezar. De verdade, sem distrações, sem dormir. Na Transfiguração ficou claro que Jesus se aborrece quando dormimos nos momentos em que deveríamos estar despertos. Jesus não é um hippie. Ele é Deus. É Amor, mas é Justiça.
Uma nota acerca do tempo que levou a entrevista: SEIS HORAS! Pela profundidade da teologia de Bergoglio e pelo resultado da entrevista em si, meia hora teria sido o suficiente. O resto deve ter sido gasto em revisar e melhorar as respostas e sobretudo em procurar as citações em latim, que não devem fazer parte de seu dia-a-dia, uma vez que, em tudo, Bergoglio deixa claro que abomina o "passado". Ele é um homem de seu tempo, que usa e abusa da tecnologia e dos instrumentos midiáticos para alcançar o fim que deseja. É maquiavélico, sim. Como se diz por aqui, "não dá ponto sem nó". Nada é gratuito ou de improviso com ele. O "estilo" dele me lembra o da dupla Lula/Dilma e também o de Obama. Prestem atenção.
Enfim, vou publicar o texto agora, não para espalhar as heresias de Bergoglio, mas, como disse sabiamente meu diretor espiritual, para marca-las, para que todos saibam que são erros. O que é lícito.
Observação: as notas foram colocadas após cada capítulo para facilitar a leitura.
ENTREVISTA EXCLUSIVA DE BERGOGLIO ÀS REVISTAS DOS JESUÍTAS
P. Antonio Spadaro S.J. (Jesuíta italiano, diretor da revista “La Civiltá Cattolica”).
É segunda-feira, 19 de agosto. O Papa Francisco marcou encontro para as 10.00 na Casa de Santa Marta. Eu, no entanto, herdei do meu pai a necessidade de chegar sempre mais cedo. As pessoas que me acolhem instalam-me numa pequena sala. A espera dura pouco, e, depois de uns breves minutos, acompanham-me ao elevador. Nesses dois minutos tive tempo de recordar como em Lisboa, numa reunião de diretores de algumas revistas da Companhia de Jesus, surgiu a proposta de publicar conjuntamente uma entrevista ao Papa. Tinha conversado com os outros diretores, ensaiando algumas perguntas que exprimissem os interesses de todos. Saio do elevador e vejo o Papa já à porta, à minha espera. Na verdade, tive a agradável impressão de não ter atravessado portas.