Pesquisar este blog

segunda-feira, 30 de abril de 2012

VASSULA RYDEN

Considerando que há muitos católicos caindo neste 'golpe' (e em outro), levados em parte por boa fé, em parte por negligência espiritual e em que pese se tratar de documento da Igreja do CVII, a verdade não muda: Vassula Ryden é uma herege (ao final dados pessoais e links) - publico aqui esta declaração da

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

NOTIFICAÇÃO SOBRE OS ESCRITOS E AS OBRAS DA SENHORA VASSULA RYDEN *


Muitos bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos se dirigem a esta Congregação para ter um juízo autorizado sobre a atividade da Senhora Vassula Ryden, greco-ortodoxa, residente na Suíça, que está a difundir nos ambientes católicos do mundo inteiro, com a sua palavra e com os seus escritos, mensagens atribuídas a presumíveis revelações celestes.

Um exame atento e sereno da inteira questão, realizado por esta Congregação em ordem a «pôr à prova as inspirações para verificar se provêm verdadeiramente de Deus» (cf. 1 Jo. 4, 1), fez notar – ao lado de aspectos positivos – um conjunto de elementos fundamentais, que devem ser considerados negativos à luz da doutrina católica.

Além de evidenciar o carácter suspeito das modalidades com que acontecem essas presumíveis revelações, é imperioso ressaltar alguns erros doutrinais nelas contidos.

Entre outras coisas, com uma linguagem ambígua fala-se da Pessoa da Santíssima Trindade, até confundir os específicos nomes e funções das Pessoas Divinas. Preanuncia-se nessas presumíveis revelações um iminente período de predomínio do Anticristo no seio da Igreja. Profetiza-se em chave milenarista uma intervenção resolutiva e gloriosa de Deus, que estaria para instaurar sobre a terra, antes ainda da vinda definitiva de Cristo, uma era de paz e de bem-estar universal Anuncia-se, além disso, o futuro próximo de uma Igreja que seria uma espécie de comunidade pancristã, em contraste com a doutrina católica.

O fato de nos escritos posteriores da Senhora Ryden os mencionados erros já não aparecerem é sinal de que as presumíveis «mensagens celestes» são apenas fruto de meditações privadas.

Além disso, a Senhora Ryden, participando habitualmente nos sacramentos da Igreja católica, embora seja greco-ortodoxa, suscita em diversos ambientes da Igreja católica não pouca admiração, parece pôr-se acima de qualquer jurisdição eclesiástica e de todas as regras canónicas e cria, de fato, uma desordem ecuménica, que irrita não poucas autoridades, ministros e fiéis da sua própria Igreja, colocando-se fora da disciplina eclesiástica da mesma.

Considerando que, não obstante alguns aspectos positivos, o efeito das atividades exercidas por Vassula Ryden é negativo, esta Congregação solicita a intervenção dos Bispos, a fim de que informem adequadamente os seus fiéis, e não seja concedido nenhum espaço no âmbito das próprias dioceses à difusão das suas ideias. Convida, por fim, todos os fiéis a não considerarem como sobrenaturais os escritos e as intervenções da Senhora Vassula Ryden, e a conservarem a pureza dá fé que o Senhor confiou à Igreja.

Cidade do Vaticano, 6 de Outubro de 1995.
 
Joseph Card. Ratzinger
Prefeito



Tarcisio Bertone, S.D.B.
Arcebispo Emérito de Vercelli
Secretário



* L’Osservatore Romano, Edição semanal, N. 43, 28 de Outubro de 1995, Pág. 12 (528) = AAS 88 (1996) 956-957. 


Dados pessoais de Vassula Ryden: 
Estado civil: Casada na Igreja Ortodoxa. Divorciada e “re-casada” em segundas núpcias com um protestante luterano
Filhos: 2 filhos do primeiro casamento. O segundo casamento foi seco.
Estado do Processo Canônico: Condenada 2 vezes pela Congregação da Doutrina da Fé, em 1995 e 2007. Também foi condenada pela Igreja Ortodoxa. 
Principais Objetivos: Divulgar falsas doutrinas + Criar divisão entre os católicos + Promover um falso ecumenismo + Falsas profecias + Falsos ensinamentos + Falsas devoções + Criar o cansaço quanto à espera das profecias sobre os Novos Céus e Nova Terra + Minar a credulidade nas profecias verdadeiras sobre os Novos Céus e Nova Terra.
 
Vide mais detalhadamente: http://www.amen-etm.org/FichadaVassula.htm

Outro link a respeito dela e das heresias dela: 
https://gloria.tv/article/dYnpxPLzzEsP1TLaxk9MyKf8U FALSA VIDENTE VASSULA RYDEN. FALSO VIDENTE ORTODOXA.

*

sábado, 28 de abril de 2012

Pequena história da minha longa História: S.E.R. Mons.Marcel Lefebvre



Mudei o layout de meus blogs, para dar mais ênfase aos textos do que ao resto. E acrescentei, neste, uma página em homenagem ao S.E.R. Monsenhor Marcel Lefebvre, deixando que ele mesmo se apresente, através de sua Pequena história da sua longa História.

Basta clicar na aba superior!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A vocação e as santas almas: Carla Ronci


A Ação Católica Italiana¹ foi celeiro de muitos modelos de santidade e de reparação pela santificação do clero. Alguns já foram canonizados, outros estão a caminho disso. É polêmica a questão dessas numerosas beatificações/canonizações relâmpago executadas, sobretudo, pelo Papa João Paulo II: são os Neosantos, os Neobeatos da Neoigreja Conciliar, vinda à luz com o Concílio Vaticano II. Mas há de separar o joio do trigo, pois nem todos os novos modelos de heroísmo cristão são "farinha do mesmo saco". Esta, por exemplo, é uma pérola que descobri pesquisando sobre a modéstia feminina. Na nota sobre a Ação Católica, lá no final, listei outros, e uma homônima surpresa.

Devo, pois, apressar-me em minha santificação, antes que a canonizem primeiro...


Carla Ronci

por Giulia d'Amore


“Somente os santos deixam rastros, os outros fazem barulho”. 

Torre Pedrera (Rimini), 11 de abril de 1936 - Rimini, 2 de abril de 1970. 

Após mais de trinta anos de sua morte, a frase anotada por Carla Ronci em seu diário soa quase como uma profecia.

Proclamada Venerável pelo Papa João Paulo II, em 1997, a sua causa de beatificação corre rapidamente, no rastro de uma devoção popular iniciada logo após a sua morte - tanta era a fama de santidade - e com um rico corolário de testemunhos e publicações a ela dedicadas, sinal de que a jovem apóstola de Rimini de rastros deixou muitos.

Carla Ronci nasceu em Torre Pedrera, perto de Rimini (Itália), no dia 11 de abril de 1936, primeira de três filhos. Os pais tinham um negócio de frutas e verduras. Depois das escolas elementares (ensino básico), foi trabalhar com os pais na loja deles e aprendeu o ofício de corte e costura. Até os catorze anos era uma garota como tantas outras, uma adolescente que gostava da companhia dos amigos e de seu ofício de costureira. Um disco de música, um bailinho, um filme eram a sua alegria. Lia gibis, fotonovelas, romances policiais. Tinha uma vivacidade interior explosiva, sempre pronta a correr para onde havia diversão.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Senhora de Shkodër-Genezzano

Nossa Senhora do Bom Conselho

Comemoração litúrgica: 26 de abril.



por Giulia d'Amore di Ugento


(para ver melhor as imagens, clique nelas)

imagem original
A devoção que comemoramos hoje remonta à Igreja Primitiva, de forma que não temos dados precisos sobre sua origem. Sabemos, contudo, que, entre os anos de 432 e 440, o Papa Xisto III mandou construir uma Igreja dedicada à Nossa Senhora do Bom Conselho na cidade de Genezzano, Itália, ao lado de um convento fundado por Santo Agostinho. Esta cidade havia sido doada à Igreja com o advento dos imperadores cristãos, sucessores do Imperador Constantino, que, convertido, decretara o fim da perseguição aos cristãos e da crucifixão (ano 312). Genezzano iria ser agraciada, cerca de mil anos depois, com um presente milagroso de Nossa Senhora, como veremos a seguir.

A Belíssima Imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, também chamada de Santa Maria de Shkodër, era, desde o século XIII, venerada pelo povo Albanês. No Século XIV, este povo buscava Nela refúgio e proteção contra a invasão dos Turcos e Otomanos que naquela época assolavam seu País. Sem contarem com forte exército, o povo albanês recorria a Santíssima Virgem nesta sua Bela imagem para que desse a eles um defensor. Deus ouviu suas orações e suscitou este defensor na pessoa do Rei Jorge Castriota Skanderbegh (Gjergj Kastrioti Skanderbegh, chamado de o Atleta de Cristo e Defensor da Fé). Homem devotíssimo da Santíssima Virgem, Skanderbegh lutava incansavelmente para defender a Glória da Mãe de Deus e de seu País. Entre uma batalha e outra, Skanderbegh ajoelhava-se junto com seus soldados aos pés da Virgem de Shkodër para lhe consagrarem a vida, rogarem por proteção e valimento nas batalhas. A Santíssima Virgem, por Sua vez, os retribuía com favores, graças e vitórias. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

A Selva - O fim do Sacerdócio

 Santo Afonso Maria de Ligório
(27/09/1696 - 02/08/1787)
Bispo de Santa Àgata
Confessor
Doutor Zelosíssimo da Igreja
Fundador dos Missionários Redentoristas

A Selva



PRIMEIRA PARTE - MATERIAIS PARA OS SERMÕES


O fim do Sacerdócio


I - O Sacerdócio, aos olhos dos santos, é um encargo terrível

 Dizia S. Clemente de Alexandria que os que estavam verdadeiramente animados do Espírito de Deus, se encontravam possuídos de temor ao receberem o sacerdócio, como um homem que treme à vista dum fardo enorme, que lhe vão lançar sobre os ombros, com perigo de ele ficar esmagado 72.
 Santo Efrém nos diz que não encontrava ninguém que quisesse ser ordenado de presbítero ( Ep. ad Joan. hieros.). Um concílio de Cartago decretou que os que fossem julgados dignos do sacerdócio e o recusassem, podiam ser obrigados a deixar-se ordenar. “Ninguém, dizia S. Gregório de Nazianzo, recebe de boa vontade o sacerdócio” 73. Refere o diácono Pôncio que S. Cipriano, ao saber que o queriam ordenar sacerdote, correra a esconder-se por humildade:Humiliter secessit (Vita S. Cypr.). O mesmo fez, por igual motivo, S.Fulgêncio. Prevendo que ia ser eleito, correu a esconder-se num lugar desconhecido 74.
 Refere Sozomeno que também Sto.Atanásio fugira para não ser elevado ao sacerdócio. Santo Ambrósio fez grandes resistências, como ele próprio afirma 75. S.Gregório procurou disfarçar-se em trajo de negociante para escapar à ordenação, apesar de Deus ter mostrado por milagres que o chamava à ordenação.
 Para não ser ordenado, Sto. Efrém se apresentou como insensato e S.Marco cortou o dedo polegar. O mesmo motivo levou Sto. Amon a cortar as orelhas e o nariz; e, como apesar disso o povo insistia em o fazer ordenar, fez-lhe a ameaça de cortar também a língua; então cessaram de o perseguir.É sabido que S.Francisco, ordenado diácono, não quis receber o presbiterato, porque uma visão lhe tinha revelado que a alma do padre deve ser pura como a água, que lhe fora mostrada num vaso de cristal. Do mesmo modo o abade Teodoro não era senão diácono, e todavia nunca quis exercer as funções da sua Ordem, porque um dia ao fazer a oração viu uma coluna de fogo e foi-lhe dito: “Se tens o coração inflamado como esta chama, então exerce a tua Ordem”. O abade Motuès era sacerdote, mas não quis celebrar, porque se julgava indigno disso.
 Antigamente, entre os monges, cuja vida era tão austera, poucos se encontravam que fossem sacerdotes. Aos olhos deles, aspirar ao sacerdócio era presunção. Por isso S. Basílio, querendo experimentar a obediência dum monge, mandou-lhe que pedisse publicamente o presbiterato; o que foi olhado como um ato de obediência; porque, fazendo um tal pedido, o religioso expunha-se a passar por um grande orgulhoso.
 Mas, enquanto os santos, que só vivem para Deus, têm tanta repugnância em receber as Ordens e se crêem indignos delas, — como é que tantos correm às cegas para o sacerdócio e não descansam até que lá cheguem, por caminhos direitos ou tortos? Ai, exclama S. Bernardo, esses são para lamentar; porque, para eles, o estarem no número dos sacerdotes será o mesmo que estarem inscritos na lista dos condenados!
 Porquê? Porque de todos esses padres apenas haverá algum que tenha sido chamado por Deus. O que os impediu para o santuário foi o interesse, a ambição, a influência dos pais, e assim não se ordenam para o fim que o sacerdote deve ter em vista, mas para os fins perversos do mundo. Por isso os povos permanecem ao abandono e a Igreja desonrada. Tantas almas se perdem, ao mesmo tempo que tais padres se afundam na ignomínia!

II - O fim do sacerdócio

 Quer Deus que todos os homens cheguem a salvar-se, mas nem todos pelos mesmos caminhos: assim como no Céu há diversos graus de glória, também na terra há diversos estados, que assinalam outros tantos caminhos diferentes para ir para o Céu. Entre esses estados, o mais nobre, o mais sublime, que se pode chamar o estado por excelência, é o estado sacerdotal, em razão dos fins altíssimos para que foi estabelecido.
 Quais esses fins? Só celebrar missa, recitar o ofício, e viver depois como os seculares? Não, por certo; o fim que Deus se propôs foi estabelecer na terra pessoas públicas, encarregadas de tudo quanto respeita à honra da sua divina majestade e à salvação das almas 76: Porque todo o Pontífice, escolhido dentre os homens, é estabelecido o favor dos homens, para exercer as funções do culto para com Deus, e oferecer dons e sacrifícios pelos pecados; deve saber compadecer-se dos que pecam por ignorância 77. Assim fala S. Paulo, e o Sábio diz de Aarão que ele fora escolhido, para desempenhar funções sacerdotais e louvor ao nome de Deus 78. Foi assim que o cardeal Hugues aplicou as palavras: Habere laudem. E Cornélio A-Lápide ajunta: Assim como o ofício dos anjos é louvar incessantemente a Deus no Céu, assim o dos sacerdotes é louvá-lo constantemente na terra 79.
 Estabeleceu Jesus Cristo os padres como cooperadores seus para glória de seu eterno Pai e salvação das almas; por isso ao subir ao Céu declarou que os deixava em seu lugar, para continuarem a obra da redenção, que tinha empreendido e consumado. Conforme a expressão de Sto. Ambrósio 80, assim que os constituiu delegados do seu amor. O Salvador disse a seus discípulos: Conforme meu Pai me enviou, assim Eu vos envio a vós 81; deixo-vos, para que façais o que eu próprio vim fazer à terra, isto é, para que manifesteis aos homens o nome de meu Pai.
 Dirigindo-se a seu Padre eterno, tinha Ele dito: Glorifiquei-vos na terra; a minha obra está consumada... fiz conhecer o vosso nome aos homens 82.
 Depois tinha orado pelos seus sacerdotes nestes termos: Confiei-lhes a vossa palavra... Santificai-os na verdade!... Assim como vós me enviastes ao mundo, assim Eu os enviei 83. Portanto os padres estão colocados neste mundo para fazerem conhecer a Deus: as suas perfeições, a sua justiça, a sua misericórdia, os seus preceitos, e para lhe conciliarem o respeito, obediência e amor que lhe são devidos. Estão encarregados de procurar as ovelhas desgarradas, e dar a vida por elas, se necessário for. Tal o fim para que Jesus Cristo veio à terra, e instituiu os sacerdotes 84.

III - Principais deveres do padre

 O próprio Jesus Cristo diz que viera ao mundo para acender o fogo do amor divino 85. Eis ao que o padre deve consagrar toda a sua vida e todas as suas forças. Não tem que trabalhar em adquirir tesouros, honras e bens terrenos, mas unicamente em ver a Deus amado de todos os homens. Somos chamadas por Jesus Cristo, diz o autor da Obra imperfeita, não a procurar os nossos próprios interesses, mas a glória de Deus... O amor verdadeiro não se procura a si próprio; deseja em tudo andar à vontade do amado 86. Na antiga Lei disse o Senhor: Separei vos de todos os povos, para que fôsseis meus 87. Considerai estas palavras como dirigidas aos padres: Para que sejais meus, inteiramente aplicados aos meus louvores, ao meu serviço e ao meu amor; e, segundo S. Pedro Damião, para que sejais os cooperadores e dispensadores dos meus sacramentos 88; e segundo Sto Ambrósio: Para serdes os guias e pastores do rebanho de Jesus Cristo 89. Acrescenta o santo Doutor que o ministro dos altares não é mais seu mas de Deus 90. O próprio Senhor diz que separa dos outros homens os padres, para os ter inteiramente unidos a si 91.
 O divino Mestre disse: Se alguém me está associado, que me siga; = Si quis mihi ministrat, me sequatur (Jo. 12, 26). Para seguir a Jesus Cristo, deve o padre fugir do mundo, socorrer as almas, fazer amar a Deus, declarar guerra ao pecado. Deve olhar como feitas a si as injúrias contra Deus: Caíram sobre mim os ultrajes dos que vos ofendem 92. Entregues aos negócios do mundo, não podem os leigos render a Deus o tributo de homenagem e reconhecimento que lhe é devido; por isso, diz um sábio autor, o Pe. Frassen, é necessário escolher dentre os outros homens alguns que, pelo seu próprio estado, sejam obrigados a prestar ao Senhor a honra que lhe pertence 93.
 Em todas as cortes dos soberanos, há ministros encarregados de fazer observar as leis, remover os escândalos, reprimir os sediciosos e defender a honra do rei. Foi para os mesmos fins que o Senhor estabeleceu os sacerdotes: são oficiais da sua corte. Isto fez dizer a S. Paulo: Mostremo-nos verdadeiros ministros de Deus 94. Estão os ministros sempre atentos a conciliar ao seu soberano o respeito que lhe é devido, e engrandecer a sua glória. Falam dele com veneração; se alguém o censura, logo o defendem com zelo; procuram adivinhar-lhe os desejos, e até expõem a vida para lhe agradar.
 É assim que procedem os padres para com Deus? Não há dúvida que são ministros seus; é pelas suas mãos que passam e são tratados os negócios que interessam à sua glória. É por intermédio deles que devem ser tirados do mundo os pecados, — fim para que Jesus Cristo quis morrer, diz S. Paulo 95. Mas, no dia do juízo, como serão reconhecidos por verdadeiros ministros de Jesus Cristo esses padres que, longe de impedirem os pecados dos outros, eles próprios são os primeiros a conjurar-se contra Jesus Cristo?Que se diria dum ministro que se recusasse a vigiar pelos interesses do seu rei, e se afastasse quando ele reclamasse o seu serviço? É que se diria se este ministro falasse até contra o rei, e conspirasse para o destronar, coligando-se com os seus inimigos?
 Segundo o Apóstolo, são os sacerdotes embaixadores de Deus 96; são os cooperadores de Deus na salvação das almas 97. Deu-lhes Jesus Cristo o Espírito Santo, para que possam salvar as almas, absolvendo-as dos pecados 98.
 Donde conclui o teólogo Habert que o espírito sacerdotal consiste essencialmente num zelo ardente, primeiro pela glória de Deus, e depois pela salvação das almas 99.
 Não tem pois o padre que se ocupar das coisas do mundo, mas unicamente dos interesses de Deus: = Constituitur in iis quae sunt ad Deum ( Hebr.5, 1). Por esta razão, quis S. Silvestre que, para os eclesiásticos, os dias da semana tivessem o nome de Férias, que quer dizer dias feriados, em que não se cuida dos trabalhos ordinários 100. Assim nos adverte que nós os padres nos devemos empregar exclusivamente em servir a Deus e ganhar-lhe almas, ocupação que S. Dionísio Areopagita chama o mais divino dos ministérios:“Será perfeito o sacerdote se imitar a Deus, se se fizer cooperador de Deus, que é a mais divina de todas as ocupações” 101.
 Segundo Sto. Antonino 102, sacerdos significa sacra docens; e segundo Honório d’Autun 103, presbyter significa praebens iter. Assim, Sto. Ambrósio dá aos padres o título de guias e pastores do rebanho de Jesus Cristo 104. Por S.Pedro é chamado o clero um sacerdócio real, uma nação santa, um povo de conquista 105, povo destinado a conquistar, — o quê? Almas e não riquezas, conforme a reflexão de Sto. Ambrósio. Os próprios pagãos não queriam que os seus sacerdotes se ocupassem senão do culto dos seus deuses; por isso lhes era vedado o exercício de qualquer magistratura 106.
 Este pensamento fazia gemer S. Gregório, que dizia, falando dos padres: “Devemos pôr de parte todos os negócios da terra, para só nos darmos à causa de Deus; mas procedemos ao contrário: deixamos a causa de Deus e só vivemos para os interesses terrenos” 107. Moisés, estabelecido por Deus para só cuidar das coisas da sua glória, aplicava-se a decidir pleitos, mas Jetro advertiu-o e disse-lhe: Estás a gastar-te loucamente; deixa esse trabalho para cuidares do povo e das coisas relativas a Deus 108.
 Que diria Jetro se visse os nossos padres feitos negociantes, servos dos seculares, medianeiros de casamentos, e sem se importarem das obras de Deus? Se os tivesse visto, como observa S. Próspero, empenhados em se fazerem ricos, mas não melhores; em adquirirem mais honras, mas não mais santidade? 109
 Ó, exclamava a este respeito o venerável João de Ávila, que abuso subordinaro Céu à terra! Que miséria, ajunta S. Gregório, ver tantos padres que procuram adquirir, não os merecimentos duma vida virtuosa, mas as vantagens da vida presente! 110 É porque, nas funções do seu ministério, não intentam a glória de Deus, mas somente o lucro que auferem delas, diz Sto.Isodoro de Pelusa 111.


Notas:
72. Omnes sanctos reperio divini ministerii ingentem veluti molem formidantes (De Fest.pasch. hom. 1).
73. Nemo laeto animo creatur sacerdos.
74. Vota eligentium velociori praeveniens fuga, latebris incertis absconditur (Vit. S. Fulg. c. 16).
75. Quam resistebam, ne ordinarer! (Ep. 82).
76. Não se estranhe que os mesmos textos sejam repetidos em diversos lugares.
77. Omnis namque Pontifex, ex hominibus assumptus, pro hominibus constituitur in iis quae sunt ad Deum, ut offerat dona et sacrificia pro peccatis; qui condolere possit iis qui ignorant et errant (Hebr. 5, 1).
78. Fungi sacerdotio et habere laudem (Eccli. 45, 19).
79. Sicut angelorum est perpetim laudare Deum in coelis, sic sacerdotum officium est eumdem jugiter laudare in terris.
80. Amoris sui velut vicarium (Petrum) relinquebat (In L. 1. 10, c. ult.).
81. Sicut misit me Pater, et ego mitto vos (Jo. 20, 21).
82. Ego te clarificavi super terram; opus consummavi... Manifestavi nomen tuum hominibus (Jo. 17, 4).
83. Ego dedi eis sermonem tuum... Sanctifica eos in veritate... Sicut tu me misisti in mundum, et ego misi eos.
84. Sicut misit me Pater, et ego mitto vos.
85. Ignem veni mittere in terram; et quid volo, nisi ut accendaur (Luc. 12, 49).
86. Ideo vocati sumus a Christo, non ut operemur, quae ad nostrum pertinent usum, sed quae ad gloriam Dei... Verus amor non quaerit quae sua sunt, sed ad libitum amati cuncta desiderat perficere (Hom. 34).
87. Separavi vos a coeteris populis, ut essetis mei (Levit. 20, 26).
88. Sacramentorum Dei cooperatores et dispensatores (Opusc. 27, c. 3).
89. Duces et rectores gregis Christi (De dignit. sac. c. 2).
90. Verus minister altaris Deo, non sibi, natus est (In. Ps. 118, s. 8).
91. Separavit vos Deus Israël ab omni populo, et junxit sibi (Num. 16, 9).
92. Opprobria exprobantium tibi ceciderunt super me (Ps. 68, 10).
93. Fuit necessarium aliquos e populo selegi ac destinari, qui ad impendendum debitum Deo cultum, et sui status obligatione et institutione, intenderent (Scotus acad. De Ord. d. 1, a. 1, q. 1).
94. Exhibeamus nosmetipsos sicut Dei ministros (2. Cor. 6, 4).
95. Crucifixus est, ut destruatur corpus peccati (Rom. 6, 6).
96. Pro Christo legatione fungimur (2. Cor. 5, 20).
97. Dei enim sumus adjutores (1. Cor. 3,9).
98. Insufflavit, et dixit eis: Accipite Spiritum S... (Jo. 20, 22).
99. Ingenium sacerdotale essentialiter consistit in ardenti studio promovendi gloriam Dei et salutem proximi (De Ord. p. 3, c. 5, q. 3).
100. Quo significaretur quotidie clericos, abjecta caeterarum rerum cura, uni Deo prorsus vacare debere (Breviar. 31 dec.).
101. In hoc sita est sacerdotis perfectio, ut ad divinam promoveatur imitationem, quodque divinius est omnium, ipsius etiam Dei cooperatur existat (De Coelest. Hierarch. c. 3).
102. Summ. p. 3, tr. 14, c. 7, § 1.
103. Gemma an. l. 1, c. 181.
104. Duces et Rectores gregis Christi (De Dignit. sac. c. 2).
105. Regale sacerdotium, Gens sancta, Populus acquisitionis (1. Petr. 2, 9).
106. Officium quaestus, non pecuniarum, sed animarum (Serm. 78).
107. Dei causam relinquimus, et ad terrena negotia vacamus (In Evang. hom. 17).
108. Stulto labore consumeris... Esto tu populo in his quae ad Deum pertinent (Exod. 18, 18).
109. Non ut meliores, sed ut ditiores fiant, non ut sanctiores, sed ut honoratiores sint! (De Vita cont. 1. 1, c. 21).
110. Non virtutum merita, sed subsidia vitae praesentis exquirunt! (Mor 1. 23, c. 26).
111. Ad stipendia dumtaxat oculos habent (Epist. 1. 1, e. 447)
.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

O manual de instruções do ser humano

Constanza Miriano é uma católica italiana, 41 anos, casada, mãe de quatro filhos (dois de cada tipo, como ela diz), autora do livro Case-se e seja submissa, formada em Letras Clássicas, mas é jornalista da RAI (tg3 nazionale) e colabora com Avvenire e Il Timone. Em suas próprias palavras: "É católica fervorosa e, convencida de que o Céu se alcança apenas por Q.I. [quem indica], procura sempre canais preferenciais para chegar ao Chefe Supremo. Particularmente, acredita que a Missa e o terço sejam os canais que melhor funcionam". Ela costuma ir à Missa todos os dias, sem ser, contudo, 'alinhada com a Tradição'. Os textos dela são leves, mas há certa profundidade, que, para mim, ela mais 'intui' do que 'sabe': como todo contemporâneo que se apercebe que há algo errado, mas não liga o nome à pessoa. Este texto, lido com o devido cuidado e reserva, prova justamente o que eu digo. Lendo-o, cheguei a ficar animada e esperei por um gran finale... que não veio. A conclusão lógica está ali, pronta para desabrochar das premissas quase que pressentidas, mas... ficou a desejar. Acabou de forma 'conciliar'. Nem é culpa dela. A percepção das coisas é também uma graça.



O manual de instruções do ser humano (replay)


por Costanza Miriano

As leituras da Missa eu as compreendo em parcelas, como nas piadas do meu amigo Paulo: eu sempre rio depois. E ainda bem que eu tenho o missal, porque, de manhã, ou chego tarde ou durmo; depois releio. 

O Evangelho de ontem, no início, não me pareceu tão perigoso. Há passagens que te incomodam – Lázaro que está no inferno[1], as bem-aventuranças, apartai-vos de mim ó malditos[2], e muitos outros – mas este parecia, afinal, inofensivo. Particularmente, tenho a minha playlist de páginas evangélicas preferidas, ouço com alegria as que me dão menos trabalho. As outras as ignoro com elegante negligência. Dou uma de João sem braços. 

No entanto, o Evangelho de ontem dizia: "até que passem o céu e a terra, não passará um só iota, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja cumprido"[3]

Suspiro de alívio, posso ir tranquilamente ao trabalho, aliás, voltar a vagar com a mente (não há nada melhor para fazer lembrar de todas as coisas atrasadas por fazer do que sentar em um desconfortável banco de madeira pela manhã: a mente voa como um foguete em direção às listas de compras a fazer, amigos a visitar, telefonemas a dar, transferências bancárias e contas atrasadas de todo tipo). 

Depois, porém, começo a pensar que, se nem mesmo um iota será mudado, não posso ignorar tantas páginas antipáticas. O iota é um sinalzinho minúsculo, que na época de Jesus nem se usava, porque o texto, em hebraico, não tinha vogal. E, se nem mesmo algo que nem está escrito pode ser mudado, estamos bem arranjados!

E se alguém se ativer à lógica da lei, estaremos mesmo encrencados! Mas uma solução nos é dada pela primeira leitura, o Deuteronômio, que diz: "esta grande nação é o único povo sábio e inteligente"[4].

Afinal, a Bíblia não é uma lista de prescrições, mas sabedoria e inteligência: o manual de instruções do ser humano. Quem procura segui-las não é melhor ou mais santo, apenas funciona melhor. 

Romano Amerio[5], um grande estudioso católico do século XX – autor do Iota unum, que é uma crítica "tradicionalista" de alguns aspectos da Igreja contemporânea – diz que a Igreja não deve trair o seu mandato de anunciar a Verdade inteira, exatamente sem mudar uma vírgula sequer, e diz, também (sempre se eu entendi direito, entre uma lista de compras e uma escapadela), que este dever vem antes ainda do amor. Em Deus vem antes a inteligência, depois o amor: não sou eu quem o diz, e nem Romano Amerio, mas o Evangelho e São Paulo e Santo Agostinho.

Atualmente, apelar para um amor universal e geral e indistinto está na moda, mas a Verdade deve vir antes.

Vem antes porque da Verdade deriva tudo, inclusive o amor, a fraternidade entre nós e as obras. Muitas vezes, as paroquias são autênticas agências de animação social, e se esquecem do anúncio.

A Verdade nos diz quem nós realmente somos – filhos amadíssimos do Todo Poderoso (prefiro em espanhol[6]) – e qual é a nossa verdadeira felicidade. 

Nós, contemporâneos, somos agora, de fato, intolerantes a qualquer tipo de gaiola, de restrição, de limite à nossa determinação totalmente arbitrária. 

Se quisermos conquistar alguém para Deus, devemos lhe falar não da lei, mas de felicidade, de alegria, de sucesso. De como somos feitos nós, todos nós, dAquilo pelo qual nosso coração inquieto é feito.


[1] Na verdade, Lázaro está no seio de Abrão e o rico está no inferno (Lucas, 16.19).
[2] "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos"(Mateus 25,41).
[3] Mateus 5,17-19.
[4] Deuteronômio, 4,6.
[5] Romano Amerio (1905-1997) foi o mais renomado teólogo, filólogo e filósofo suíço-italiano (Lugano). As suas posições fortemente críticas sobre os desenvolvimentos pós-conciliares na liturgia e na eclesiologia católica o levaram, em vida, a um longo período de isolamento e de ostracismo cultural, sobretudo por causa da questão lefebvriana, que colocou em lados opostos o Arcebispo tradicionalista da Fraternidade São Pio X, Mons. Marcel Lefebvre, e o Papa João Paulo II, fazendo com que sua obra fosse, em grande parte, ignorada ou esquecida. No Concílio Vaticano II, ele foi um dos peritos e foi também consulente do Card. Siri. Em seus escritos, Amerio individua três documentos do Magistério que foram, implícita e intelectualmente, negados nos trabalhos conciliares: a encíclica ‘Quanta cura’ de Papa Pio IX; o decreto ‘Lamentabili Sane Exitu’ de Papa Pio X; e a encíclica ‘Humani Generis’ de Papa Pio XII. Amerio criticou também a nova criatividade litúrgica pós-conciliar, por ele estar mais alinhado com o pensamento da Encíclica ‘Mediator Dei’ de Papa Pio XII. Nas modificações institucionais do Santo Ofício, defendeu que o abandono formal do termo ‘heresia’ nas investigações oficiais e nos procedimentos levaria a consequências dramáticas, tanto na vida da Igreja quanto nos estudos acadêmicos cristãos. Promotor da apologética, ele continuou fortemente ligado à tradição tomística e agostiniana, desaprovando profundamente o corriqueiro recorrer, por parte dos intelectuais católicos, ao kantismo, ao hegelianismo e ao espinozismo. Traduzida em seis línguas, a sua obra é reconhecida como o contributo maior à individuação da crise da Igreja no último século e à conservação da grade tradição filosófica tomista. Foi um dos sócios fundadores da primeira associação de católicos tradicionalistas: Una Voce (Foederatio Internationalis Una Voce). Durante o pontificado de Bento XVI, começou uma lenta obra de revalorização e de parcial reabilitação do teólogo suíço. Diz-se que foi ele o secreto (e involuntário) inspirador da Encíclica ‘Caritas in Veritate’. E, por causa da publicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, o pensamento de Amerio foi surpreendentemente redescoberto, em 2007, pela revista dos Jesuítas, La Civiltà Cattolica
[6] A autora preferiu escrever Todo Poderoso (Espanhol) do que Onnipotente (Italiano). 

sábado, 21 de abril de 2012

Altares Católicos II - Brasil

Seguimos publicando fotos de altares católicos dignos da Divindade de Nosso Senhor. Desta vez, em terras brasileiras. Desculpe a qualidade de algumas fotos, foram encontradas na web, e é uma pesquisa árdua, porque não há muitas fotos boas, às vezes nem há foto de altar-mor verdadeiramente católico. Algumas destas fotos abaixo retratam igrejas com altares 'novos'. Se houver alguma informação incorreta, por gentileza, nos comunique. Desde já agradecemos.


clique nas imagens para ampliá-las


Igreja Nossa Senhora do Carmo
Rio de Janeiro, RJ


Altar-mor da igreja do Rosário e São Benedito
Cuiabá, MT
Em estilo barroco-rococó, ao centro está a imagem de Nossa Senhora do Rosário. À direita, São José de Botas, e à esquerda, São Francisco de Paula


Igreja de São Francisco
Salvador, Bahia
Clique e veja:
Igreja e Convento de São Francisco em Salvador-BA - A Igreja mais bonita do Brasil


Capela Menino Jesus de Praga e Santa Lucia
São Paulo, SP


Mosteiro de São Bento
São Paulo,SP


Catedral - Altar-Mor
Caxias do Sul, RS
A Catedral de Caxias começou a ser construída em 1895, inspirada na Basílica de Santo Antônio de Bolonha, Itália. O interior do templo guarda os reflexos multicoloridos de 18 vitrais confeccionados na Alemanha. O altar-mor, feito em madeira pelo escultor Francisco Meneguzzo, completa a magnitude da matriz. Do lado de fora, as grandes escadarias do templo e a Casa Canônica, edificada em 1918, formam um belo conjunto arquitetônico. A catedral integra o cenário não menos elaborado da Praça Dante Alighieri, com seus monumentos e pisos desenhados na forma de grandes cachos de uva.

Paróquia Nossa Senhora do Carmo - Antiga Sé
Rio de Janeiro, RJ


Altar mor da Igreja do Mosteiro de S. Bento
Olinda, PE
Sua construção teve início no século XVI. É o segundo mosteiro beneditino em terras brasileiras. Foi incendiado pelos holandeses em 1631. A partir de 1654, a sua restauração foi iniciada, passando por diversas épocas e estilos. Sua Igreja Abacial tem frontispício sóbrio do melhor estilo barroco, apresentando o brasão da Ordem beneditina e apenas uma torre sineira, com o mais sonoro carrilhão das Igrejas de Olinda. Destaque para a sacristia e altar-mor da igreja, verdadeiras obras primas do barroco brasileiro. O Mosteiro Beneditino abrigou durante 24 anos a primeira Escola de Direito do Brasil. 


Igreja da Sé
Belém, PA
Aqui, podem ver mais fotos.


Nossa Senhora do Carmo
Rio de Janeiro, RJ



Basílica de Nossa Senhora do Carmo
Recife, PE
A basílica foi construída em 1687 e possui traços barrocos. No altar dourado, a imagem da padroeira Nossa Senhora do Carmo, em tamanho natural, se destaca. O altar principal abriga valiosas coroas de ouro e pedras preciosas. Foi neste convento que Frei Caneca ordenou-se sacerdote.


Capela Dourada
Recife, PE
A Capela Dourada, onde funciona o Museu Franciscano de Arte Sacra, que foi fundada entre os séculos XVII e XVIII, está localizada dentro do complexo de edifícios do Convento e Igreja de Santo Antônio. Considerada a expressão máxima da arte sacra barroca no Recife, seu forro é coberto de elaboradas pinturas. Possui altar e talhas folheadas a ouro bem como pinturas nas paredes e no teto. Na parte inferior, há inúmeros painéis de azulejos portugueses recuperados com cenas campestres e de caçadas. O altar dourado possui imagens do século XVIII. Dois grandes mártires franciscanos estão representados em painéis nas paredes laterais da igreja.


Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Ouro Preto, MG

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto (MG) reúne entalhes das três fases do barroco mineiro e está entre as capelas com maior quantidade de ouro do Brasil (mais 400 kg). O Museu de Arte Sacra, no subsolo da sacristia, exibe imagens de N.S. do Pilar, Santa Bárbara e N.S. da Conceição.


Igreja Nossa Sra da Boa Viagem
Itabirito, MG
A Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem é uma construção barroca, construída entre 1710 e 1720. Passou por diversas intervenções, mas origina-se de uma capela iniciada em 1709. É a edificação mais antiga de Itabirito e uma das principais referências religiosas, patrimoniais e culturais dos habitantes da cidade. Em seu interior é possível encontrar belíssimos altares entalhados e folheados a ouro no estilo Rococó. Além das expressivas pinturas, possui uma sequência de quadros no forro da nave principal, representando as frases da Ave-Maria - possivelmente o único exemplar no mundo. No altar principal, observa-se a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira de Itabirito, trazida pelos portugueses no início da colonização de Minas Gerais. Os pináculos das torres em talhe piramidal são esculpidos em granito, uma obra-prima da cantaria portuguesa.


Igreja Madre de Deus
Recife, PE
A igreja, em estilo colonial, data do século XVIII e carrega no altar um oratório com a imagem do padroeiro da paróquia. Em 1971, a Madre de Deus foi danificada por um incêndio, mas ainda é possível encontrar em seu interior pinturas sacras, mobiliário em jacarandá e a imagem do Senhor do Bom Jesus dos Passos.


Igreja de Santo Antônio do Carmo
Olinda, PE
A Igreja de Santo Antonio do Carmo é a mais antiga igreja da Ordem Carmelita em terras do Brasil, datando de 1580. Restaurada em 1720, apresenta uma magnífica fachada em estilo colonial renascentista. Está situada no topo de uma colina e seu acesso se dá através de uma escadaria lateral. O Convento foi demolido no começo deste século. 


Igreja Matriz
São José da Lagoa, MG
Construção do século XVIII, teve seu tombamento assegurado pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1953. A pintura do teto, em estilo rococó, registra a transição dos séculos XVIII para XIX.


Santuário de Nossa Senhora do Livramento
Parazinho, Granja – Ceará


Santuario de Nossa Senhora da Piedade
Serra da Piedade - Caeté, MG


*
*
*
Em breve, mais...
Aceitam-se sugestões!




+
Informe aqui o seu e-mail para receber as publicações do PALE IDEAS: Delivered by FeedBurner

sexta-feira, 20 de abril de 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

História: Decreto de Excomunhão Dominus Marcellus Lefebvre

Não encontrei o decreto de excomunhão no site do Vaticano, ou em versão em língua portuguesa em qualquer outro lugar na web. Portanto, resolvi traduzi-lo, porque faz parte de nossa história. Na sequência o decreto de remoção da excomunhão.

Operação Sobrevivência e seus mártires:
(da direita para a esquerda)
Mons. Alfonso De Galarreta, Mons. Bernard Tissier de Mallerais, Mons. Antônio de Castro Mayer
Mons. Marcel Lefebvre, Mons. Richard Williamson e Mons. Bernard Fellay

DECRETO DE EXCOMUNHÃO

"Dominus Marcellus Lefebvre"


Da Sede da
Congregação para os Bispos
01 de julho de 1988


Monsenhor Marcel Lefebvre, Arcebispo-Bispo Emérito de Tulle, não obstante a advertência canônica formal de 17 de Junho último e os repetidos apelos para que renuncie a sua intenção, realizou um ato cismático através da consagração episcopal de quatro sacerdotes, sem mandato pontifício e contra a vontade do Sumo Pontífice, e, portanto, incorreu na pena prevista pelo Cânone 1364, § 1, e pelo Cânone 1382 do Código de Direito Canônico.

Tendo em conta todos os efeitos jurídicos, eu declaro que o acima mencionado Monsenhor Marcel Lefebvre, e Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta incorreram ipso facto em excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica.

Além disso, eu declaro que Monsenhor Antonio de Castro Mayer, Bispo Emérito de Campos, já que ele participou diretamente da celebração litúrgica como co-consagrador e aderiu publicamente ao ato cismático, incorreu em excomunhão latae sententiae, prevista pelo Cânone 1364, §1.

Os sacerdotes e fiéis são advertidos para não apoiar o cisma de Monsenhor Lefebvre, caso contrário, incorrerão, ipso facto, na gravíssima pena de excomunhão.

Da Sede da Congregação para os Bispos, 1 de Julho de 1988.


+ BERNARDINUS Card. GANTIN
Prefeito da Congregação para os Bispos

Tradução: Giulia d'Amore di Ugento



CONGREGAÇÃO PARA OS BISPOS


REMOVIDA A EXCOMUNHÃO A QUATRO BISPOS
 DA FRATERNIDADE SÃO PIO X


DECRETO


Na sua carta de 15 de Dezembro de 2008, dirigida a Sua Eminência o Senhor Cardeal Dario Castrillón Hoyos, Presidente da Pontifícia Comissão «Ecclesia Dei», D. Bernard Fellay solicitava de novo, em nome próprio e dos outros três Bispos consagrados no dia 30 de Junho de 1988, a remoção da excomunhão latae sententiae declarada formalmente através de um Decreto do Prefeito desta Congregação para os Bispos com data de 1 de Julho de 1988. Na mencionada carta, entre outras coisas, afirma D. Fellay: «Continuamos firmemente determinados na nossa vontade de permanecer católicos e de colocar todas as nossas forças ao serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica romana. Com espírito filial, aceitamos os seus ensinamentos. Acreditamos firmemente no Primado de Pedro e nas suas prerrogativas, e por isso nos causa tanto sofrimento a situação actual».

Sua Santidade Bento XVI – paternamente sensível ao mal-estar espiritual revelado pelos interessados por causa da sanção de excomunhão e confiado no empenho expresso na referida carta de que não poupariam qualquer esforço para aprofundar, nos colóquios que fossem necessários com as Autoridades da Santa Sé, as questões ainda abertas, a fim de se poder chegar depressa a uma solução plena e satisfatória do problema que está na sua origem – decidiu reconsiderar a situação canónica dos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta, que se criou com a sua consagração episcopal.

Com este acto, deseja-se consolidar as recíprocas relações de confiança e intensificar e dar estabilidade à ligação da Fraternidade São Pio X com esta Sé Apostólica. Este dom de paz, no termo das celebrações natalícias, pretende também ser um sinal para se promover a unidade na caridade da Igreja universal e chegar à eliminação do escândalo da divisão.

Espera-se que este passo seja seguido pela solícita realização da plena comunhão com a Igreja de toda a Fraternidade São Pio X, dando assim testemunho de verdadeira fidelidade e de verdadeiro reconhecimento do Magistério e da autoridade do Papa com a prova da unidade visível.

Com base nas faculdades que me foram expressamente concedidas pelo Santo Padre Bento XVI, em virtude do presente Decreto removo aos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação no dia 1 de Julho de 1988, enquanto declaro desprovido de efeitos jurídicos, a partir da data de hoje, o Decreto então emanado. 

Roma - Congregação para os Bispos, 21 de Janeiro de 2009.

Card. Giovanni Battista Re
Prefeito da Congregação para os Bispos

Fonte

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A primeira novena: Pentecostes

Novena de Pentecostes





A "Novena de Pentecostes" é a "mãe" de todas as novenas. Por ordem de Jesus (Atos 1:14), a rezou a Virgem Maria em união com os Apóstolos, como preparação à vinda do Espírito Santo Consolador. 

O Papa Leão XIII a instituiu oficialmente através de um DECRETO PAPAL inserido na Encíclica Divinum Illud Múnus em 9 de maio de 1897. 

Declaração de 1974

Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem mesmo a mais alta na Hierarquia, pode nos forçar a abandonar ou diminuir nossa Fé Católica, tão claramente expressada e professada pelo Magistério da Igreja por dezenove séculos.

‘Se ocorresse – disse São Paulo – que eu mesmo ou um anjo do céu vos ensinasse outra coisa distinta do que eu vos ensinei, seja anátema’ (Gal. 1, 8).

Não é isto o que nos repete hoje o Santo Padre? E se se manifesta uma certa contradição nas suas palavras e nos seus atos, assim como nos atos dos dicastérios, então elegeremos o que sempre foi ensinado e seremos surdos ante as novidades destruidoras da Igreja.

Não se pode modificar profundamente a lex orandi (lei da oração, liturgia) sem modificar a lex credendi (lei da Fé, doutrina, magistério). À Missa nova corresponde catecismo novo, sacerdócio novo, seminários novos, universidades novas, uma Igreja carismática e pentecostalista, coisas todas opostas à ortodoxia e ao magistério de sempre.

Esta Reforma, por ter surgido do liberalismo e do modernismo, está completamente empeçonhada, surge da heresia e acaba na heresia, ainda que todos os seus atos não sejam formalmente heréticos. É, pois, impossível para todo o católico consciente e fiel adotar esta reforma e submeter-se a ela de qualquer modo que seja.

A única atitude de fidelidade à Igreja e à doutrina católica, para bem da nossa salvação, é uma negativa categórica à aceitação da Reforma.

E por isso, sem nenhuma rebelião, sem amargura alguma e sem nenhum ressentimento, prosseguimos a nossa obra de formação sacerdotal à luz do magistério de sempre, convencidos de que não podemos prestar maior serviço à Santa Igreja Católica, ao Soberano Pontífice e às gerações futuras.

Por isso, cingimo-nos com firmeza a tudo o que foi crido e praticado na fé, costumes, culto, ensino do catecismo, formação do sacerdote e instituição da Igreja, pela Igreja de sempre, e codificado nos livros publicados antes da influência modernista do Concílio, à espera de que a verdadeira luz da Tradição dissipe as trevas que obscurecem o céu da Roma eterna.

Fazendo assim, com a graça de Deus, o socorro da Virgem Maria, de São José e de São Pio X, estamos convictos de permanecer fiéis à Igreja Católica e Romana e a todos os sucessores de Pedro, e de ser os ‘fideles dispensatores mysteriorum Domini Nostri Jesu Christi in Spiritu Sancto’. Amem. (cf. I Cor. 4, 1 e ss.)”

+ Marcel Lefebvre 21 de novembro de 1974

Leitores