15 de janeiro
São Macários do Egito, abade
Século IV
São Macários do Egito, dito o Grande – chamado assim para diferenciá-lo do outro, São Macários de Alexandria – nasceu por volta do princípio do quarto século de uma família pobre e obscura, de tal forma que em sua primeira juventude foi destinado a cuidar de gado. Um dia, encontrando-se com outros meninos, seus companheiros, roubou alguns figos, ainda que ele tivesse comido só um; mas teve tanta dor por essa ação, quando entendeu quanto seja uma má coisa o ofender a Deus, ainda que levemente, que a lamentou por toda a sua vida. Determinou-se, portanto, em logo abandonar o seu ofício, e se retirou a uma pequena cela próxima a uma terra, onde atendia ao divino serviço e à obra de sua eterna saúde. E com tanto fervor de espírito procurava avançar na perfeição que o perfume de suas virtudes, tendo-se esparramado em breve tempo, fez com que ele fosse tirado de seu retiro e destinado a servir à Igreja daquela terra, recebendo a ordenação clerical. Ele, contudo, não conseguiu resolver-se a continuar naquele emprego e, portanto, fugiu para outro lugar, onde continuou a levar a sua vida retirada, ocupando-se na oração, na mortificação e no trabalho manual, fazendo cestos, os quais dava a um bom secular que lhe dava os mantimentos. Depois, se retirou a um horrível deserto do Egito, chamado “Scete” [em grego “os ascetas”, atual Wadi El Natrun, ou Deserto da Nítria]; estava com trinta anos de idade. Lá o seu exemplo levou muitos a segui-lo e a colocar-se sob sua direção, de tal forma que, dez anos depois, aos 40 anos, foi obrigado a exercer as funções eclesiásticas, para que essa multidão de solitários não fosse privada da palavra de Deus e dos outros socorros que dependem do ministério sacerdotal.