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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Cátedra de São Pedro

22 de fevereiro
 

CÁTEDRA  DE SÃO PEDRO


"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela." 
(Mt 16,18)

"Em Antioquía, a Cadeira [Cátedra] de São Pedro Apóstolo, onde os Discípulos se começarão a chamar Christãos" (Martirológio Romano, 1748, pág. 109).



Como já foi comemorado no dia 18 de janeiro, festejar a Cadeira de São Pedro é festejar a Primazia do Príncipe dos Apóstolos como cabeça da Igreja Universal.  

Temos atualmente duas festas da Cadeira de São Pedro, ambas com o mesmo objetivo. A de hoje, que é anterior, como geralmente cai durante a Quaresma, começou-se muito cedo a ser celebrada também aos 18 de janeiro, daí a conservação de duas festas da Cátedra de Pedro no calendário, a primeira (22 de Fevereiro) aplicada a Antioquia, e a segunda, a Roma (18 de Janeiro). Veremos melhor logo adiante.

A festa da Cátedra de São Pedro é uma celebração antiga na História da Igreja, que data de 354 d.C., quando os festejos foram elencados na Chronographia Romana, um calendário antigo de observâncias cívicas e religiosas. Enquanto inicialmente a festa celebrava o início do Episcopado de São Pedro, com foco no Primado do Papa, ao longo dos séculos a festa passou a enfocar o serviço do Papa como chefe da Igreja unificada.  


 
Mostrado na obra de Bernini, Cristo está entregando as chaves a São Pedro de um lado da cadeira, enquanto o outro lado é equilibrado com a imagem de Cristo lavando os pés dos doze. Há também uma inscrição, datada de 370 - portanto, há mais de 1.600 anos - atribuída ao Papa São Dâmaso, falando de uma cadeira portátil, dentro do Vaticano, e que é considerada a "cátedra" do Apóstolo Pedro.

Sabemos pela Tradição da Igreja que S. Pedro residiu durante algum tempo em Antioquia, a cidade onde os Discípulos começaram a chamar-se Cristão. Nela, pregou o Evangelho e, a seguir, retornou a Jerusalém, onde algum tempo depois se desencadeou uma sangrenta perseguição: o rei Herodes mandou degolar S. Tiago e, vendo que isso agradava aos Judeus, mandou também prender S. Pedro.


Libertado por intervenção de um anjo, Pedro abandonou a Palestina, indo para outro lugar. Os Atos dos Apóstolos não nos dizem para onde foi, mas sabemos pela Tradição que se dirigiu para a Roma, a Cidade Eterna.

São Jerônimo afirma que S. Pedro chegou a Roma no segundo ano do reinado de Cláudio – que corresponde ao ano 43 d.C. – e que ali permaneceu durante vinte e cinco anos, até a morte. Alguns falam de duas viagens a Roma: a primeira, depois de partir de Jerusalém; a segunda, por volta do ano 49, data em que participou do Concílio de Jerusalém para logo depois retornar a Roma e empreender algumas viagens missionárias.

S. Pedro chegou a Roma, centro do mundo naquele tempo, "para que a luz da verdade, revelada para a salvação de todas as nações, se derramasse mais eficazmente da cabeça para todo o corpo do mundo", afirma São Leão Magno. "Pois, de que raça não havia então homens naquela cidade? Ou que povos podiam ignorar o que Roma ensinasse? Era o lugar apropriado para refutar as teorias da falsa filosofia, para desfazer as loucuras da sabedoria terrena, para destruir a impiedade dos sacrifícios; ali, com suma diligência, tinha-se ido reunindo tudo o que os diferentes erros tinham inventado".

O pescador da Galileia converteu-se, assim, em alicerce e rocha da Igreja e estabeleceu a sua sede na Cidade Eterna. Dali, anunciou o seu Mestre, como tinha feito na Judeia e na Samaria, na Galileia e em Antioquia. Da Cátedra de Roma governou toda a Igreja, instruiu todos os Cristãos e, confirmando a sua pregação, derramou o seu sangue a exemplo do seu Mestre.

O túmulo do Príncipe dos Apóstolos situa-se debaixo do altar da Confissão, na Basílica vaticana – conforme afirma unanimemente a Tradição, ratificada pelas descobertas arqueológicas –, dando assim a entender, também de um modo material e visível, que Simão Pedro é, por expressa vontade divina, a rocha firme, segura e inamovível, que sustém o edifício da Igreja através dos séculos. No seu magistério e no dos seus Sucessores, ressoa de modo infalível a voz de Cristo e, isso, a nossa Fé, está firmemente alicerçada.

Hoje, 110 velas serão acesas na Basílica de São Pedro, nos rituais anuais que envolvem a celebração, pela Igreja, da Festa da Cátedra de São Pedro.  



A festa de hoje, no entanto, não é uma festa em honra de uma peça de mobiliário - uma cadeira. Não. A festa de hoje celebra o Primado do Papa como chefe da unificada e católica Igreja, e o papel da Igreja como o serva da comunhão de toda a Igreja.



O Trono

Como símbolo de que Pedro tinha estabelecido a sua sede em Roma, o povo romano tinha grande apreço por uma verdadeira cadeira de madeira, portátil, onde, conforme uma Tradição imemorial, o Príncipe dos Apóstolos se tinha sentado.

São Dâmaso, no Século IV, mandou colocá-la no batistério do Vaticano, construído por ele. Durante muitos séculos esteve bem visível e foi venerada pelos peregrinos de toda a Cristandade que iam a Roma. Quando se construiu a atual Basílica de São Pedro, foi guardada como relíquia. Hoje, pode ser vista no fundo da abside, como imagem principal, a chamada "glória de Bernini", um grande relicário onde se conserva a cadeira do Apóstolo coberta de bronze e ouro; sobre ela, o Espírito Santo irradia a sua assistência. Hoje, dessa cadeira restam apenas algumas relíquias de madeira, conservadas e honradas no lugar onde o grande Gian Lorenzo Bernini levantou um monumento grandioso, em honra do primeiro Papa, a Basílica de São Pedro, no auge do Século XVII. A "Cátedra de São Pedro" é uma cadeira que é encaixada dentro de um relicário magnífico de bronze dourado, esculpido por  Bernini. Como muitos relicários medievais, a escultura de Bernini toma a forma da coisa que ele encerra. Embora durante anos se pensou que a cadeira encaixada na escultura de Bernini era, na verdade, uma cadeira usada por São Pedro, estudos realizados a pedido de Paulo VI, em 1967, mostraram que a cadeira parece ser do século IX em diante. O guia de turismo do Vaticano para a Basílica de São Pedro, relata agora que a cadeira foi dada como um presente por Carlos, o Calvo ao Papa no ano 875.
  



CATEDRA DE SÃO PEDRO


A cátedra é o assento reservado ao bispo quando ele preside uma assembléia. Pouco importa sabermos se houve, alguma vez, em Roma, uma cátedra vista como a verdadeira cátedra de São Pedro, mas é preciso ressaltar que se deu tamanha importância ao Magistério supremo de Pedro que, desde o Século IV, celebra-se uma festa em particular, a Natale Petri de Cathedra, fixada no dia 22 de Fevereiro, hoje.

Os antigos Romanos, como testemunham os vestígios do Cœmeterium Maius, escavavam bancos nas rochas vulcânicas que, nos banquetes funerários (refrigeria), simbolizavam a presença do defunto, e sobre os quais eles depositavam a comida. Até o Século V, os Cristãos, com uma intenção diferente, seguiam estes costumes e distribuíam a comida arrecadada aos pobres. Esta celebração pelos defuntos acontecia em 22 de Fevereiro; os antigos galicanos, que recusavam toda festividade durante a Quaresma que, às vezes, já havia começado em 22 de Fevereiro, transferiram-na para 18 de Janeiro, o que explica as duas festas da Cátedra de São Pedro, que um pobre escriba da Diocese de Auxerre transformou, erroneamente, em festa da Cátedra de São Pedro em Antioquia.

Escavações feitas por cientistas de diversas nações provam que os restos mortais de São Pedro se encontram debaixo do Vaticano, símbolo de unidade da Igreja. Mas, acima de tudo, o Evangelho nos une a Pedro e também a todos os apóstolos e membros da Igreja. Consequentemente, a festa da Cátedra de São Pedro tem o significado e o apelo à unidade dos Cristãos, sob a guia do Papa, representante visível de Cristo.Estas antigas festas da Cátedra de São Pedro foram resgatadas pelo Papa Paulo IV, em 1547, que decretou, através da bula Ineffabilis, que doravante se celebraria a Cátedra de São Pedro em Roma no dia 18 de Fevereiro e a de Antioquia em 22 do mesmo mês. A reforma do calendário por Paulo VI manteve apenas uma festa da Cátedra de São Pedro, que abrange todas duas. Mas isso é outra história.


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