Como prometido, publico a excelente conferência do Rev. Pe. Rioult
em capítulos, para seres melhor refletidos e considerados, sobretudo
por aqueles que tem preguiça de ler texto longo, ou textos mais
complexos. Meus comentários iniciais não são imprescindíveis e,
portanto, ficarão no texto completo. Os números em rosa são as notas de tradução; em verde, os comentários da tradutora.
CAPÍTULO IV
O Editor-Chefe do blog Osservatore Vaticano, Vini Ganimara, publicou um artigo: “Forces et faiblesses de la diplomatie de Mons. Fellay” [Força e fraqueza da diplomacia de Mons. Fellay], onde se lê:“Mons. Fellay soube adotar gradualmente uma linguagem medida, que faz esquecer suas declarações anteriores que tinha um sentido completamente diferente, assim como os discursos agressivos dos outros bispos da FSSPX, (...) Este terceiro ponto – decisivo, porque não há negociação sem “do ut des”[31] – demonstra suas habilidades diplomáticas e, também, a fraqueza da sua margem de manobra. Aqui está um exemplo: após a remissão das excomunhões, ele enviou, por fax, a todos os priorados do mundo, uma “Carta aos fiéis” (24 de Janeiro de 2009)[32] que continha a citação de sua carta ao cardeal Castrillon (15 de dezembro de 2008), que havia permitido a remoção das censuras: ‘nós estamos prontos a escrever o Credo com o nosso sangue, a firmar o juramento anti-modernista, a profissão de fé de Pio IV, nós aceitamos e fazemos nossos todos os concílios até o Vaticano II, sobre o qual expressamos algumas reservas’. (...).Esta formulação causou tal clamor que alguns dias depois uma nova versão desta carta de 24 de Janeiro citava assim a carta ao cardeal: ‘nós aceitamos e fazemos nossos todos os concílios até o Vaticano I. Mas não podemos deixar de manifestar algumas reservas em relação ao Concílio Vaticano II, um concílio que quis ser diferente dos outros’. (...) Que fique claro que é a primeira versão a que recebeu o Cardeal Castrillon, enquanto a segunda versão não é um falso, mas uma tradução para uso da opinião pública da FSSPX”. (29 de outubro de 2009.)Na época, Mons. Fellay dizia aos Priores que havia sido um erro do Secretário-geral, que, tendo trabalhado a noite toda, havia cometido um erro[33].
Manipulam-se os textos, adaptam-se ao público: tanto à direita quanto à esquerda, tanto “sim” quanto “não”. Uma vez “cor-de-rosa”, outra, “preto”.
Esta confusão por parte de um superior é insuportável e inaceitável.
Este mesmo esquema se repete há vários anos, e continua:
- Em Roma, as coisas mudaram, mas a situação permanece quase inalterada[34].- Nós não temos procurado um acordo prático, mas nós não recusamos a priori a oferta do Papa[35].
- Eu tenho a intenção de continuar a envidar todos os meus esforços para prosseguir nesse caminho... mas está fora de questão aventurar-se em direção a uma normalização canônica, enquanto a parte doutrinal não for ajustada. [36]- Roma aceita colocar os seus erros no mesmo nível de uma opinião, mas Roma, consagrando a pessoa de João Paulo II, consagra o Concílio.[37]- O princípio de 2006 (nenhum acordo prático enquanto Roma não se converter) é claro, mas não está claro o que nós entendemos por “conversão de Roma”.- O Papa nos escreve em caráter oficial, mas, de fato, o que deseja é o que não escreveu, porque não pode escrevê-lo.- Em março de 2013, à Fraternidade: “não é absolutamente o caso de um acordo com a Roma modernista”[38]; mas, em outubro de 2012, em Bruxelas, a alguns padres diocesanos, acerca de haveria um acordo entre Roma e a Fraternidade: “será em breve”[39].
Proposições flutuantes, ambíguas, até mesmo contraditórias, de tal forma em cima do muro que podemos perder a cabeça.
Continua... CAPÍTULO V
Fonte: Non Possumus.
Tradução (do Italiano): Giulia d'Amore di Ugento.
Sem revisão final.
Tradução (do Italiano): Giulia d'Amore di Ugento.
Sem revisão final.
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NOTAS (ORIGINAIS)
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NOTAS DE TRADUÇÃO
[31] “Dou para que dês”. Ou seja “toma lá dá cá”. Leia mais aqui.
[32] Aqui em Português, no Pale Ideas e em PDF, just in case again.
[33] Sic. Professora, meu cachorro comeu minha tarefa... por isso não fiz o trabalho!
[34] Carta aos Amigos e Benfeitores n º 80 (vide nota).
[35] DICI 256. Vide nota n. 8.
[36] Carta de Mons. Fellay a Bento XVI, de 17 de junho de 2012. Vide nota n. 68.
[37] Entrevista de Mons. Fellay ao Distrito Norte-Americano. 2 de fevereiro de 2011. Vide nota n 18.
[38] Carta aos Amigos e Benfeitores n. 80. Vide nota n. 7.
[39] Carta a Mons. Fellay por 37 sacerdotes franceses. Vide aqui.
- PALE IDEAS: CRISE NA FSSPX - CAPÍTULO IV. Junho 2013.
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