MENSAGEM DE ENCERRAMENTO DO SÍNODO DOS BISPOS CONCILIARES
Uma mensagem de comunhão que reflete uma Igreja viva, pronta para enfrentar os desafios e problemas do nosso tempo[1]. Assim, o Cardeal Giuseppe Betori, arcebispo de Florença, apresentou na Santa Sé, a mensagem final do Sínodo sobre a Nova Evangelização, com o arcebispo de Manila, Mons. Luis Antonio Tagle, recentemente nomeado cardeal pelo Papa, e o arcebispo de Montpellier, secretário-geral do Sínodo, o arcebispo Pierre Marie Carré.
O documento, disse Betori, é o resultado[2] de um processo de comunhão entre todos os 262 bispos presentes da assembleia sinodal, que não prevê, portanto, qualquer dialética, ou divisão. “Os procedimentos democráticos se dividem criando uma maioria e uma minoria – disse – a Igreja segue procedimentos de comunhão que não causam rupturas, mas dão voz a todos”.
O texto foi elaborado nos últimos dias por uma comissão presidida pelo cardeal, assessorado pelo vice-presidente Dom Tagle e Dom Carré, que estavam juntos na conferência de imprensa de hoje, respondendo a perguntas de jornalistas, que abordaram a eficácia e o comprimento da mensagem.
Um jornalista, de fato, comentou durante a conferência que o Nuntius (nome em latim para o texto da reunião) é muito longo[3] para realmente ser lido pelo “povo de Deus” a quem se dirige. Betori respondeu revelando que, inicialmente, tinha proposto um documento de 3 ou 4 páginas. No entanto, o número e a preciosidade das intervenções, bem como o argumento “que fala sobre a missão da Igreja como tal”, obrigou a comissão a estender a sua redação.
Em relação à linguagem utilizada, o arcebispo destacou que é mais uma “linguagem bíblica do que teológica”. Algumas questões, como a “salvação da alma” ou a “piedade popular”, que parecem[4] não mencionadas no texto, estão sendo abordadas através de expressões equivalentes[5], e, portanto, estão presentes.
Em particular, o cardeal Betori apontou que o aspecto que emerge da mensagem é que “a Igreja está viva”. Amplamente demonstrado pelas intervenções dos bispos e, de forma mais concreta pelos auditores[6], por isso a frase “não por acaso foi adicionada entre a primeira e segunda versão da mensagem final do Sínodo”.
“Não devemos aceitar uma visão catastrófica[7] da Igreja”, insistiu o arcebispo de Florença. Na verdade, com “esta consciência de uma Igreja viva, que tem grandes experiências que devem ser mais comunicadas, mais partilhadas”, reiteramos o seu otimismo para o futuro.
“Existem desafios, problemas diante de nós – afirmou – mas estes são oportunidades para a Igreja, para evangelizar. Este foi um refrão constante nas intervenções dos bispos, eu diria que, quanto mais difíceis as situações apresentadas pelos bispos, mais encorajador era o olhar com que se colocavam diante do futuro da Igreja”.
Para aqueles que perguntaram se a mensagem não excedeu em otimismo[8], especialmente depois de escândalos como o abuso sexual, o cardeal respondeu que na passagem dedicada à “fraqueza dos discípulos de Jesus” e à necessidade de conversão, estes problemas são “claramente indicados”.
Nesta linha, um jornalista perguntou por que o documento não foi um apelo aos cristãos que deixaram a Igreja por causa dos escândalos. Betori respondeu que o problema do abandono estava bem presente para os Padres sinodais, mas este pode ter várias motivações, “inércia”, “comodismo” ou “contestação”[9]. “Não fizemos uma distinção – disse o cardeal – embora talvez pudesse ser útil”.
Dom Tagle afirmou que a mensagem de “otimismo não é despropositada”. “Não houve cegueira[10] no Sínodo, ninguém fingiu não existir problemas”, disse o futuro cardeal, “nós cremos, o otimismo nunca nos abandonou, nos dá uma sensação de serenidade, nos encoraja a encontrar a maneira de enfrentar até mesmo os escândalos que atingiram a Igreja”.
Outra questão mencionada foi a progressiva diminuição do número de católicos. Um problema que fez “sorrir”, o arcebispo de Manila, que alegou ter “recebido com espanto as observações sobre o medo do declínio, sobre o número de praticantes, a influência real”[11]. “Eu venho da Ásia – disse – e nós nunca fomos a maioria, é normal ser uma minoria. Mas nesta fé expressamos alegria: para nós a Igreja está viva, mesmo que sendo uma minoria”.
Cardeal Betori explicou aos jornalistas que: “O Sínodo não termina aqui, mas ainda haverá as propositiones finais e a Exortação Apostólica do Papa”, por isso a mensagem apresentada hoje é “mais um incentivo” para as Igrejas do mundo, enquanto as propostas concretas incidirão na lista de proposições apresentadas ao Papa, e será anunciada amanhã.
Os dois últimos temas levantados durante a conferência de imprensa foram o “acompanhamento” da Igreja aos divorciados e o papel das mulheres após a publicação da mensagem.
Quanto ao primeiro ponto, o cardeal Betori explicou que “a definição do problema” na mensagem final “é a mesma que tivemos a alegria de ouvir no Encontro das Famílias, em Milão, por parte do Papa”. O documento fala da necessidade de acompanhar esta realidade, e “a forma de acompanhamento – disse – concretamente deve ser encontrado, mas reafirmando a disciplina do acesso aos sacramentos”.[12]
Para as mulheres, o cardeal ressaltou que o texto reafirma o seu papel fundamental na família e na evangelização e que “na edição final ressuscitam também os pais!”; no esboço decidiu-se lembrar do papel da mãe e do pai.
Concluída a conferência, à pergunta de ZENIT sobre a humildade da Igreja, e como esse aspecto pode torná-la mais “atraente” para os jovens e para a sociedade, Dom Tagle respondeu: “Para a Igreja, a humildade não é uma estratégia: é a maneira de ser de Jesus, o modo em que Deus se revelou a nós em Jesus”. Então, ele advertiu: “Não acho que temos outra escolha a não ser a humildade”.
(Trad.MEM)
Fonte: Zenit
Notas do Blog
[1] O Evangelho não basta? Ele é atemporal e fruto da Perfeição.
[2] Esqueceu-se de mencionar a presença de hereges no grupo.
[3] Como todos os enfadonhos documentos conciliares e pós-conciliares que falam, falam e não dizem nada.
[4] Parecem? Realmente não o são!
[5] Quais?
[6] Os não-católicos com direito de influenciar um documento da Igreja.
[7] Típico de quem não quer ver que o moribundo está nas últimas. É melhor “pensar positivo” que tudo fica bem.
[8] Otimismo é a música de fundo dos progressistas.
[9] Claro, a culpa é de quem se escandaliza! (Mt 18:6).
[10] Sic.
[11] Ele vive em sua bolha filipina? E o resto do mundo?
[12] Mais uma vez, falou, falou e não disse nada!