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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

2 de Novembro: dia de Todos os Defuntos

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Até que o Senhor Jesus virá em glória, e destruída a morte, a Ele será submetidas todas as coisas, alguns de seus discípulos são peregrinos na terra, outros que já passaram desta vida estão se purificando, outros, em fim, gozam da glória contemplando Deus. Todos, no entanto, comunicamos na mesma caridade de Deus, A união, portanto, daqueles que estão caminhando com os irmãos mortos não é minimamente quebrada, pelo contrário, é conservada pela comunhão dos bens espirituais. A Igreja desde os primeiros tempos venerou com grande piedade a memória dos mortos e ofereceu seus sufrágios para eles. Nos ritos fúnebres, a Igreja celebra com fé o mistério pascal na certeza de que quantos se tornaram pelo Batismo membros de Cristo crucificado e ressuscitado, através da morte passam com Ele à vida sem fim. Começou-se a celebrar a comemoração de todos os fieis finados, até em Roma, a partir do sec. XIV. (Mess. Rom).
Martirológio Romano: Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, na qual a Santa Madre Igreja, já solicita em celebrar com os devidos louvores a todos os seus filhos que se alegram no céu, cuida de interceder junto a Deus pelas almas de todos aqueles que nos precederam no sinal da Fé e adormeceram na esperança da Ressurreição e por todos aqueles que, desde o início do mundo, só Deus conheceu a fé, para que, purificados de toda mancha de pecado, entrados na comunhão da vida celeste, gozem da visão da bem-aventurança eterna.


A comemoração de Finados aparece já no século IX, em continuidade com o uso monástico do século VII de consagrar um dia completo à oração para todos os mortos. Amalário[1], no século IX, já colocava a memória de todos os mortos logo após à dos santos que já estavam no céu. Apena com o abade beneditino Santo Odilon de Cluny[2], como veremos adiante, que esta data de 02 de novembro foi dedicada à comemoração de todos os fieis mortos, para os quais já Santo Agostinho louvava o costume de rezar também fora de seus aniversários, justamente para que não fossem esquecidos os que ficavam sem sufrágio. A Igreja sempre foi muito fiel à memória dos mortos. Na profissão da fé cristã, afirmamos: "Creio na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos...". Por ‘comunhão dos santos’ a Igreja intende o conjunto e a vida conjunta de todos os que creem em Cristo, tanto os que ainda estão operando sobre a terra quanto os que vivem na outra vida, no Paraíso e no Purgatório. Nesta vida conjunta, a Igreja vê e quer o fluir da graça, a troca da ajuda mútua, a unidade da fé, a realização do amor. A Igreja, aliás, em nome da mesma filiação de Deus e, portanto, da irmandade em Jesus Cristo, favorece essas relações e estabelece até momentos fortes ao longo do ano litúrgico e nos ritos religiosos diários.

O dia 2 de novembro é o dia que a Igreja dedica à comemoração dos mortos, que o povo chama simplesmente de "Festa de Finados." Mas, até mesmo na missa diária, sempre reserva um pequeno espaço, chamado de "memento, Domine…", que significa "Lembra-Te, ó Senhor...", e oferece orações universais de sufrágio às almas de todos os mortos que estão no Purgatório. A Igreja, de fato, com seus filhos é sempre uma mãe e quer senti-los todos presentes num um único abraço. Portanto, reza pelos mortos como pelos vivos, porque eles também estão vivos no Senhor. Por isso, podemos dizer que o amor materno da Igreja é mais forte que a morte. A Igreja, além disso, sabe que "não entrará nela nada de impuro". 

Ninguém pode entrar na visão e gozo de Deus se no momento da morte não atingiu a perfeição no amor. Através de práticas particulares, além disso, como as orações e as boas obras, a Igreja oferece o esplendido presente das indulgências, parciais ou plenárias, que podem ser oferecidas em sufrágio das almas do Purgatório. Uma indulgência parcial ou plenária oferece à pessoa interessada uma redução parcial ou plenária das penas devidas a seus pecados, que já foram perdoados. Tal redução pode ser fruída também pelos finados, os quais podem ser liberados de suas penas parcial ou totalmente. A comemoração dos finados teve origem na França, no início do século décimo.

No mosteiro de Cluny, vivia um santo monge, o abade Odilon, que era muito devoto das almas do Purgatório, a tal ponto que todas as suas orações, sofrimentos, penitências, mortificações e Missas eram aplicadas para sua libertação do Purgatório. Diz-se que um de seus coirmãos, retornando da Terra Santa, lhe contou de ter sido atirado, por uma tempestade, na costa da Sicília, onde encontrou um eremita que lhe disse que muitas vezes ouvira os gritos e as vozes das almas dolentes purgantes provindas de uma gruta, junto com as vozes dos demônios que gritavam contra ele, o abade Odilon. 

Ele, ao ouvir estas palavras, ordenou a todos os monges de sua Ordem cluniacense de fixar o dia 02 de novembro como dia solene para a comemoração dos finados. Era o ano 928 d.C. Desde então, a cada ano a "festa" dos Mortos é celebrada neste dia.

Autor: Dom Marcello Stanzione 







[1] NdTª.: Amalário de Metz, também conhecido como Amalrio de Metz foi um teólogo cristão do Renascimento carolíngio. Vive una França no começo do século IX. Foi discípulo de Santo Alcuíno de York.
[2] NdTª.: Santo Odilon de Cluny, foi o quinto abade de Cluny, na França, e foi proclamado Santo pela Igreja. Sua memória é no dia 1º de Janeiro. Criou a Associação de Cluny, que produziu a severa reforma cluniacense, à qual, até a sua morte, aderiram sessenta e oito conventos. O Credo de Santo Odilon resumia-se à frase: “Ter Fé em Deus”. Ele na regulamentar ordem beneditina, da qual fazia parte, decidiu deixar certa autonomia aos diferentes conventos, mas de manter a autoridade papal. Foi um homem profundamente ascético e dedicado à oração. Em 998 dispôs que em todos os conventos cluniacenses no dia 2 de novembro, depois das vésperas de Todos os Santos, se celebrasse a memória dos finados e se rezasse por eles. Sucessivamente, esta prática se estendeu a toda a Igreja ocidental, constituindo-se, por causa daquela data, o Dia de Finados.





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