Fiquei apenas com uma dúvida: que tradicionalista concordaria com a canonização de uma filocomunista? Ou da religiosa de Calcutá? Penso que o blogueiro se refira aos mais conservadores entre os modernistas...
Uma proposta equivocada
Uma proposta equivocada
Mesmo
entre católicos que se dizem tradicionalistas encontrei quem considera
justa a canonização de católicos com extrema simpatia pelo comunismo,
apenas porque ajudaram os pobres. Caso em tela, a proposta de
canonização da uma americana filocomunista, Dorothy Day, pela socialista
USCCB. Ela acreditava nesta contradição em termos chamada por ela de
"comunismo católico"; e dizia que o ideal comunista era o ideal do bem
comum, o ideal de São Tomás More, de Santo Tomás de Aquino e dos
primeiros Cristãos. Não se discute a fé - o que é bastante estranho
entre tradicionalistas, para dizer o mínimo - ou em que realmente
acreditavam esses supostos canonizáveis. Não; tudo se resume a analisar o
que fizeram essas pessoas para minorar o sofrimento dos outros. É esta
vida que importa, não a eterna; é o homem que importa, não Deus. Madre
Teresa de Calcutá é o modelo dessa gente. Foi um apostolado realmente
frutuoso, esse de Madre Teresa, que não pretendia converter ninguém e
gabava-se de não tê-lo feito; sintoma de uma fé já minada pelo
naturalismo. Há uma caridade na Igreja, mas essa caridade se funda na
verdade católica; está portanto subordinada a um valor maior e não visa à
construção de um paraíso na terra, ideal de que todo católico deveria
desconfiar ou até mesmo se afastar. A função da Igreja não é
primordialmente ajudar os pobres, mas santificar as pessoas, ajudá-las a
chegar ao Céu; assim como o Comunismo não é simplesmente uma "opção
pelos pobres", como se propaga para enganar e atrair os católicos mal
catequizados, mas ateísmo/naturalismo organizado, ódio militante a Deus
travestido de filosofia política, uma pseudo-religião secular, com a
qual não é possível realizar nenhuma síntese. Assim é que Dietrich von
Hildebrand está certo ao dizer que aquele que se preocupa mais com as
prosperidades terrenas da humanidade que com a sua santificação perdeu a
visão cristã do universo; e que qualquer santo glorifica mais a Deus do
que todos os melhoramentos de bem-estar terrestres.
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