26 de abril
São Marcelino
O Martirológio Romano lembra São Marcelino (em latim: Marcellinus) , além de 26 de abril também em 25 de outubro, comemorando “o natal de são Marcelino, papa e mártir, o qual sob Maximiano, juntamente com Cláudio, Cirino e Antonino, pela fé em Cristo foi decapitado…”. A qualificação do Martírio foi reconhecida a São Marcelino também por finalidades apologéticas, pois, no século V difundia-se uma lenda de origem donatista que caluniava a sua memória, dizendo que ele teria cedido à perseguição, “entregando” os Livros Sagrados, e tinha sido por isso “traidor”. Esta acusação foi combatida e refutada por santo Agostinho, o qual afirmava que nenhuma prova existia que corroborasse uma tal acusação. Beneficamente, se o fato fosse verdadeiro, se Marcelino tivesse renegado a sua Fé e incensado os deuses romanos, não faltariam provas, não só verbais, mas também escritas, provas que jamais existiram. O que é certo é que o túmulo do Papa Marcelino se tornou, para os Cristãos de então, um lugar de peregrinação e de recolhimento.
Nada mais sabemos ao certo, nem de sua morte, nem de sua vida, senão que seu Pontificado estendeu-se de 30 de junho de 296 a 1 de abril de 304, coincidindo com a perseguição de Diocleciano. Os motivos exatos desta perseguição que começou em 295 — um ano após a chegada do Papa Marcelino ao Sumo Pontificado —, continuam obscuros, e nada parecia anunciar que o grande reformador do Império Romano, zeloso pela unidade deste, enveredasse por este trágico caminho: perseguir e martirizar os Cristãos, como se estes fossem culpados dos problemas políticos que agora começavam a aparecer. Deus assim o permitiu, para que “o sangue das vítimas fosse semente de cristãos”.
Segundo o Liber Pontificalis, Marcelino foi sepultado em 26 de abril de 304, na Catacumba de Priscila, na Via Salária, 25 dias após o seu martírio, perto do Mártir Crescêncio. O Catálogo liberiano diz que o sepultamento foi na realidade em 25 de outubro, mas isso pouco importa, visto que o principal é saber onde se encontram os seus restos mortais de maneira que os cristãos os possam venerar. Após um intervalo de tempo considerável, ele foi sucedido pelo Papa São Marcelo I.
Papa e Santo da Igreja Católica (296-304) nascido em Roma, sucessor de São Caio (283-296; memória 22/04), durante o seu pontificado, teve de enfrentar a perseguição de Diocleciano. Sob o seu Pontificado, surgiu o primeiro país cristão, a Armênia.
Um “homem grande, magro, de nobre estatura e de olhar penetrante”, mas “impassível e que cultivava e mesmo dissimulava um temperamento violento, sujeito a contradições frequentes”, “um dos três imperadores que a história permite então de admirar”, escreve o historiador da Igreja, Daniel Rops.
Após cinco anos de paz, teve que se esconder nas catacumbas, onde confortava os Cristãos, para fugir à perseguição de Diocleciano, que condenara à morte toda pessoa que professasse a Religião Cristã. O seu nome, porém, é recordado na famosa inscrição do Diácono Severo, que se encontra nas Catacumbas de São Calisto, na Via Ápia. Em hexâmetros latinos, Severo descreveu a construção de um cubículo com arcossólios como tranquila morada na paz para si e seus caros, autorizado pelo seu Papa.
O termo "papa", como sinônimo do Bispo de Roma aparece pela primeira vez nessa inscrição, com a sigla abreviada PP, usada ainda hoje pelos Papas em suas assinaturas.
O 29º Papa morreu em Verona, Itália, durante a perseguição de Diocleciano, e foi sepultado na Catacumba de Priscila. Foi sucedido por São Marcelo I (308-309; memória 16/01), quatro anos depois.
No século V, os donatistas africanos julgaram-no traidor da Fé, mas foi reabilitado em consequência da perseguição a que foi submetido pelo Imperador que, no clímax da violência, incendiou igrejas e queimou textos sagrados e deixou entre suas vítimas, mártires como Santa Lúcia, Santa Inês, Santa Bibiana, São Sebastião e São Luciano.
Segundo o Liber Pontificalis, Marcelino era um romano, filho de um certo Præjectus. O Catálogo Liberiano, por sua vez, reporta que ele foi sagrado Bispo de Roma em 30 de junho de 296. Tais dados, aceitos pelo autor de Liber Pontificalis, foram verificados por aquela antiga fonte.
Dos seus 8 anos de Pontificado, nada é descrito. Entretanto, pelo epitáfio do sepulcro do Diácono Severo, nas Catacumbas de São Calisto, é possível deduzir que, naquele período, o cemitério principal de Roma teria sido ampliado com as novas câmaras sepulcrais. Na epígrafe, se vê: “Cubiculum duplex cum arcosoliis et luminare Iussu papæ sui Marcellini diaconus iste Severus fecit mansionen in pace quietam...” (O Diácono Severo fez este duplo cubículo com seus arcossólios e as suas luminárias por ordem do seu Papa Marcelino, como silente mansão da paz). Isto teria acontecido antes do início da grande perseguição de Diocleciano contra os Cristãos no Império Romano, durante a qual as Catacumbas de São Calisto, como os outros locais de culto público da comunidade Cristã de Roma, foram brutalmente confiscados. Giovanni Battista de Rossi afirmava que os Cristãos, neste período, bloquearam as galerias principais das catacumbas, para proteger da profanação as numerosas tumbas dos Mártires que ali repousam.
O César Galério, genro de Diocleciano, levou os pagãos ao confronto contra a Cristandade em 302, de modo que, no ano sucessivo, conseguiu convencer Diocleciano do perigo que os Cristãos representavam para o Estado. Com um procedimento de neroniana memória, dois incêndios no palácio real – ainda que existam dúvidas sobre a eventual responsabilidade do próprio Galério – levaram o Imperador, inicialmente relutante, a emitir um primeiro édito de perseguição.
Os soldados Cristãos tiveram de deixar o Exército, as propriedades da Igreja foram confiscadas e os Livros Sagrados foram destruídos, tendo sido proibidas as funções religiosas. Além disso, os Cristãos eram obrigados a renunciar à própria Fé, sob pena de serem condenados à morte.
A própria esposa de Diocleciano, Santa Prisca (ou Alexandra, memória 21 de abril, ou Priscila), e a sua filha Santa Valéria Galeria, ambas Cristãs, foram forçadas a adorar as divindades pagãs, durante as perseguições de 303. Sofreram o Martírio junto com São Jorge. Prisca morreu no dia 21 de abril de 303, mas a memória é no dia 23 de abril, junto com São Jorge, Anatólio, Protoleão e 630 outros que foram martirizados por terem professado sua Fé ao testemunharem o sacrifício de Jorge. Santa Valéria era casada com o Imperador Galério. Ambas, mãe e filha, foram posteriormente canonizadas pela Igreja. Diocleciano teve outra mulher antes de Prisca, é Santa Serena de Roma (memória 16 de agosto).
A perseguição de Diocleciano, cujos severos éditos contra os Cristãos foram impostos por Maximiano, provocou sérias desordens na Igreja de Roma depois de 303. Marcelino morreu no segundo ano da perseguição, segundo relatos, decapitado, embora a falta de documentos contemporâneos faz com que alguns historiadores acreditem ter o Papa morrido de causas naturais. Por outro lado, sua tumba já era venerada como tumba de um Papa Mártir desde o século V, corroborando a primeira versão.
Pesquisa com base nestas fontes:
- http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/PPMarci1.html.
- http://fraternidadesaogilberto.blogspot.com.br/2013/04/sao-marcelino-papa-e-martir.html.
- https://www.rs21.com.br/calendario-liturgico/calendario-liturgico-santo-do-dia/santos-do-dia-santo-anacleto-e-sao-marcelino.
- http://morroporcristo.blogspot.com.br/2014/08/29-papa-sao-marcelino-ano-296-304.html.
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Prisca_%28imperatriz%29.
- https://it.wikipedia.org/wiki/Serena_di_Roma.
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Gal%C3%A9ria_Val%C3%A9ria.
Tradução: Giulia d'Amore.
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