A excessiva familiaridade é uma das causas dos divórcios, hoje em dia. Os católicos não se divorciam, mas a excessiva familiaridade causa danos às vezes irreparáveis no matrimônio, que é uma fonte de santificação e vem a se transformar, por causa dessa desregrada intimidade, em uma fonte de desgostos e até mesmo de perda do Céu.
Mas... não deve haver intimidade no matrimônio? Certamente, mas todo excesso é um mal.
Antigamente, o casal se chamava de "senhor" e senhora". Lembro de um casal de tios que se chamava assim. E isso criava um ambiente encantador até mesmo para os estranhos à relação que conviviam com eles. Fomentava no imaginário das pessoas a saudade de um tempo que foi se perdendo.
Esta formalidade cria um natural respeito, pois dificilmente quem se chama assim vai tomar a liberdade de ser grosseiro ou, pior, de agredir a outra parte dessa relação sacramental.
Essa “formalidade” é uma virtude, e como toda virtude deve ser praticada sinceramente, com reta intenção, porque, se não, passa a ser uma mera representação teatral.
O excesso de intimidade é a ruína não só do matrimônio, mas de qualquer tipo de relação, pois, quando não há limites preestabelecidos, fica difícil auto-gerenciar-se, respeitar aquela “marca no chão” intransponível e que nos faz sermos civilizados: a individualidade corretamente entendida; o respeito corretamente entendido. E daí vemos vizinhos que brigam por uma folha que cai no jardim do outro, ou pelo som alto, ou pelas sujeiras do cão... E daí vemos patrões e empregados que não cumprem seus respectivos deveres e faltam com a necessária caridade, um para com o outro... Ou a patroa que abusa dos serviços da empregada, ou a empregada que abusa da confiança da patroa... E daí vemos jovens casais de namorados (sic! Nem “casal” são...) discutindo e se agredindo verbalmente e até mesmo indo às vias de fato! Ou... tomando liberdades que não lhes fazem jus, pois, como sabemos, até o matrimônio eles não se pertencem, eles não têm “direitos” um sobre a outra, e vice-versa. Nem mesmo no noivado. São dois completos estranhos, sem parentesco algum. E, se não são capazes de respeitar aquela “marca no chão” antes de casar... o que será depois?
Giulia d'Amore
Mas... não deve haver intimidade no matrimônio? Certamente, mas todo excesso é um mal.
Antigamente, o casal se chamava de "senhor" e senhora". Lembro de um casal de tios que se chamava assim. E isso criava um ambiente encantador até mesmo para os estranhos à relação que conviviam com eles. Fomentava no imaginário das pessoas a saudade de um tempo que foi se perdendo.
Esta formalidade cria um natural respeito, pois dificilmente quem se chama assim vai tomar a liberdade de ser grosseiro ou, pior, de agredir a outra parte dessa relação sacramental.
Essa “formalidade” é uma virtude, e como toda virtude deve ser praticada sinceramente, com reta intenção, porque, se não, passa a ser uma mera representação teatral.
O excesso de intimidade é a ruína não só do matrimônio, mas de qualquer tipo de relação, pois, quando não há limites preestabelecidos, fica difícil auto-gerenciar-se, respeitar aquela “marca no chão” intransponível e que nos faz sermos civilizados: a individualidade corretamente entendida; o respeito corretamente entendido. E daí vemos vizinhos que brigam por uma folha que cai no jardim do outro, ou pelo som alto, ou pelas sujeiras do cão... E daí vemos patrões e empregados que não cumprem seus respectivos deveres e faltam com a necessária caridade, um para com o outro... Ou a patroa que abusa dos serviços da empregada, ou a empregada que abusa da confiança da patroa... E daí vemos jovens casais de namorados (sic! Nem “casal” são...) discutindo e se agredindo verbalmente e até mesmo indo às vias de fato! Ou... tomando liberdades que não lhes fazem jus, pois, como sabemos, até o matrimônio eles não se pertencem, eles não têm “direitos” um sobre a outra, e vice-versa. Nem mesmo no noivado. São dois completos estranhos, sem parentesco algum. E, se não são capazes de respeitar aquela “marca no chão” antes de casar... o que será depois?
Giulia d'Amore
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Como se deve evitar a excessiva familiaridade
Não abras teu coração a qualquer homem (Eclo 8,22); mas trata de teus negócios com o sábio e temente a Deus. Com moços e estranhos conversa pouco. Não lisonjeies os ricos, nem busques aparecer muito na presença dos potentados. Busca a companhia dos humildes e simples, dos devotos e morigerados, e trata com eles de assuntos edificantes. Não tenhas familiaridade com mulher alguma [e vice-versa, para as mulheres: "Não tenhas familiaridade com homem algum"]; mas, em geral, encomenda a Deus todas as que são virtuosas. Procura intimidade com Deus apenas, e seus Anjos, e foge de seres conhecidos dos homens.
Caridade se deve ter para com todos; mas não convém ter com todos a familiaridade. Sucede, frequentemente, gozar de boa reputação pessoa desconhecida que, na sua presença, desagrada aos olhos dos que a veem. Julgamos, às vezes, agradar aos outros com a nossa intimidade, mas antes os aborrecemos com os defeitos que em nós vão descobrindo.
Imitação de Cristo - Livro I - Capítulo VIII
Por Tomás de Kempis - 1390-1471
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