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Boletins da Confraria da Sagrada Família A. II
BOLETIM MENSAL
DA
Confraria
da
Sagrada Família
Sagrada Família
Capela
Nossa
Senhora
da
Conceição
– Niterói/RJ
Ano
II
– N.
17
– Novembro de
2011
Morte e canonização de São Pio X
Neste mês de novembro, quando meditamos
especialmente sobre a morte, meditaremos sobre a morte do São Pio X, sobre quem
nos dedicamos ao longo deste ano, com sua consequente canonização.
A I Guerra
Mundial
Em 1912, ao estalar a guerra na Líbia e, depois,
nos Estados Balcânicos, o Papa São Pio X percebeu que aqueles eram os inícios
de uma guerra desapiedada que logo começaria, a qual ele costumava chamar "il
guerrone". Foi a 1ª Guerra Mundial. Falava a respeito com grande
tristeza, manifestou-a veladamente a alguns, em especial ao Secretário de
Estado, e profetizava que seu início seria em 1914. Em maio daquele ano, um
embaixador americano foi chamado de volta ao seu país e, antes de regressar à
sua pátria, foi recebido em audiência de despedida pelo Pontífice, que lhe
disse: "Feliz de vós que não presenciareis a guerra que em breve há de
estalar". E infelizmente sucedeu o que ele previa. Com um incidente
ocorrido contra um nobre austríaco se acendeu a faísca do incêndio mundial.
São Pio X se afligia com o pensamento da cruel
carnificina por causa dos novos recursos de guerra. Com seu profundo olhar via
que também outras nações, inclusive a Itália, se lançariam à luta fratricida.
Via sacerdotes e seminaristas sobre o campo de batalha, expostos a mil perigos.
Via os povos abandonados e sem pastor, e com grande mágoa exclamava: "Pobres
filhos meus, esta é a última prova que o Senhor me envia! De bom grado
sacrificaria a minha vida para conjurar este tremendo açoite!" Sua dor
foi em aumento quando recebeu os seminaristas dos Colégios Estrangeiros de Roma
antes de partirem para suas respectivas nações chamados por seus países para
servirem como soldados na guerra, pensando que aqueles jovens clérigos,
arrancados da vida eclesiástica, do recíproco amor fraterno, empunhariam as
armas para talvez matar-se uns aos outros.
Passava o dia e as noites em oração, triste e
choroso. Imediatamente divulgou-se, com um relâmpago, em Roma e em todo o
mundo, a triste notícia de que São Pio X estava gravemente enfermo, quase no
fim de sua vida. Cardeais acudiam continuamente ao seu leito, onde,
inteiramente resignado com a vontade de Deus, abençoava os assistentes,
persignava-se frequentemente, até que o permitiam suas forças, e dirigia devotas
jaculatórias a Jesus, à Mãe Celestial e aos Santos, oferecendo ao Senhor seus
sofrimentos e sua existência.
Entretanto o estado de saúde do Papa agravava-se
sempre mais, porém jamais saía de seus lábios o menor lamento. Foram-lhe
administrados os últimos Sacramentos pelo Bispo Sacristão do Vaticano, e os
recebeu com admirável piedade e devoção. Tinha já perdido a fala, mas
conservara a lucidez da inteligência, compreendia tudo, apertando com grande
afeto a mão daqueles que a beijavam e pediam benção apostólica, dirigindo-lhes
afáveis sorrisos.
Os poucos membros da Corte Pontifícia que tiveram
a ocasião de estar à cabeceira de Pio X agonizante lembram o supremo instante
em que o Papa, tomando entre as suas, as mãos do Secretário de Estado, Cardeal
Merry del Val, e apertando-as fortemente, pregou nele o seu olhar durante
alguns instantes. Naquele quarto reinava o mais profundo silêncio, interrompido
apenas pelo sacerdote que recitava as preces dos moribundos e o soluço dos
demais circunstantes. Às 1:15 da manhã do dia 20 de agosto de 1914, Pio X
entregava a sua santa alma a Deus.
O testamento de Pio X é o de um santo. Começa com
uma invocação à Santíssima Trindade, seguindo-lhe um ato de confiança na Divina
Misericórdia. Depois pede à Santa Sé que assegure, com uma pobre pensão, o
sustento das suas irmãs, que o acompanharam por toda a vida.
Dá também disposições sobre os seus funerais, que
manda sejam o mais simples que o rito consinta; quer que seu corpo não seja
embalsamado e seja sepultado nos subterrâneos da Basílica Vaticana.
A imprensa, mesmo inimiga, elogiou a simplicidade,
o espírito de humildade e a santidade que emanam desse testamento. Escrevia um
periódico liberal: "Este é verdadeiramente um documento humano de suma
importância; jamais se viu maior simplicidade em um ato Pontifício de tal
natureza. Para encontrar algo semelhante é preciso retroceder até os primeiros
séculos do cristianismo, quando o diácono Lourenço, convidado a entregar os
tesouros da Igreja, indicava os mendigos que pediam nos umbrais da porta do
templo. Nem mesmo os Pontífices mais humildes e modestos jamais sonharam com
tal austeridade de vida para os seus parentes, jamais chegaram a limitar de tal
forma as doações e liberalidades para sua família. O que Pio X deixa para as
suas irmãs representa apenas o alimento e o agasalho, e isto não só é concedido
em forma dubitativa, mas também fica subordinado à aprovação de seu Sucessor,
com reconhecimento explícito e absoluto de que pertence inteiramente à Igreja,
que ele de nada pode dispor, nem sequer daquilo que havia recebido para a sua
família; também para isso pede o consentimento da Santa Sé".
Desde o falecimento de São Pio X, a devoção e
afluência ao seu sepulcro é sempre crescente e contínua. Todos os dias, ao
redor daquele modesto sepulcro, sacerdotes de todas as nações celebram a Santa
Missa. No dia 20 de cada mês, o Cardeal Merry del Val celebrava a Missa naquela
gruta e distribuía a Comunhão a uma multidão de devotos de São Pio X.
Os milagres
e a canonização de São Pio X
Não basta à Igreja, para a canonização, que se
tenha a fama de santidade entre o povo; é preciso a confirmação dessa santidade
com sinais exteriores — milagres — que manifestem a intervenção divina, e estes
não faltaram a São Pio X em vida nem depois da sua morte. Entre muitos, vejamos
dois milagres obrados pelo nosso santo. O primeiro milagre que consideramos foi
obrado ainda em vida. O cônsul belga, Carlos Dubois, sofria imensamente e havia
muito tempo de uma grave doença sanguínea. Tinha recorrido a muitos médicos e
remédios, sem alcançar o mínimo resultado. Em 1912, a sua esposa, senhora
Dubois, não sabendo já o que fazer, decide acudir a São Pio X. O Papa levanta
os olhos ao céu, reza brevemente e depois diz à senhora: "Sereis ouvida
naquilo que pedistes; confiança, confiança, sempre confiança em Deus",
e lhe deu a benção. Voltando para casa cheia de esperanças, ela se prepara para
medicar o seu marido, mas encontrou-o completamente e instantaneamente curado.
O segundo milagre que narramos consta do se
processo de canonização. O advogado Francisco Balsani, de 69 anos, domiciliado
em Nápoles, tinha recebido o diagnóstico da sua doença: um câncer no pulmão
direito, já em estado terminal. No dia 7 de julho de 1951 começa o seu
tratamento, o qual não apresenta sinais de melhora. A começo de agosto, sua
febre alcançava os 40o C, anunciando de uma situação fatal. Três
médicos se reúnem para discutir os meios a tomar uma vez que os remédios já não
surtiam efeito, e decidem tentar uma operação. Mas dada a grave debilidade e a
extrema prostração do enfermo, já não era possível.
Na noite de 23 de agosto, o pobre Balsani teve uma
crise de febre, de tosse e de afogamento tão violenta que se sentiu em imediato
perigo de morrer. Com um supremo impulso, dirigiu-se ao Beato Pio X, do qual
tinha uma imagem junto à sua cabeceira. E então deu-se algo surpreendente: viu
sentado junto ao leito ao Santo Papa Pio X, o qual dando-lhe uma pequeno tapa
com a mão, disse-lhe: "Amanhã de manhã estarás curado". À
primeira hora da manhã seguinte, Balsani estava perfeitamente curado.
Afirmava Balsani mais tarde: "Estou
convencido de ter sido curado por milagre atribuído à intercessão do Beato Pio
X".
O Papa Pio XII beatificou Pio X em 1951 e no dia
24 de maio de 1954 proferiu solenemente as palavras da canonização de São Pio
X, o Papa da restauração de todas as coisas em Cristo.
DATAS A LEMBRAR:
Terça 01 - Festa de Todos os Santos
Quarta 02 - Comemoração dos fiéis defuntos
Sexta 04 - 1ª Sexta-feira do mês: Sagrado
Coração de Jesus
Sábado 05 - 1º Sábado do mês: Imaculado Coração de
Maria
Sábado 19 - Palestra de Dom Galarreta sobre nossa
fé diante de Roma (RJ)
Domingo 20 - XXIII Domingo depois de Pentecostes
Crismas e aniversário da benção da Igreja e
Consagração do Altar (RJ)
Domingo 27 - I Domingo do Advento
1ª Comunhão das crianças do Catecismo (RJ)
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