Je suis algérienne, née en Algérie. Faut-il y voir un signe du destin ? Moi, alors musulmane, je vins au monde dans une maternité tenue par les Soeurs Blanches encore présentes en Algérie à cette époque – peu après l'indépendance. (1)
Naïma-Christine Benammar: uma cabila (2) muçulmana
convertida ao Catolicismo
Meninas cabilas - Argélia |
No entanto, eu não me esqueci daqueles anos e mantive os
laços com minha família.
Durante este período da minha vida, não sentia nenhum
interesse pela religião. Meu pai não era muito praticante, e não me lembro de tê-lo
visto rezar. Vivíamos o Islã como uma soma de tradições, de relevância social
apenas. Observávamos o jejum do Ramadã, celebrávamos as festas, mas não havia
uma particular devoção. Claro, eu acreditava em Deus, mas o Deus do Islã me
parecia duro.
Quando era criança, na França, havia notado que alguns dos
meus colegas franceses iam ao catecismo. A coisa me deixava curiosa, mas não
passou disto. Eu fazia a meu pai perguntas sobre Jesus, mas ele me respondia simplesmente:
"Os cristãos erram, eles estão
enganados".
Uma amizade benéfica
Meu contato real com o Cristianismo começou em 2000, ao
alvorecer do novo milênio. Eu conheci um homem com quem fiz amizade. O acaso,
ou melhor, a Providência, fez com que ele fosse um católico praticante. Foi uma
daquelas amizades com as quais se pode falar abertamente sobre tudo: de
religião, mas também de política, da monarquia, da república, ou outras coisas.
Essas conversas, no início, eram para mim um pouco difíceis. Sob certos
aspectos, eu estava perplexa, porque não estava preparada para isso.
Curiosamente, notei que sobre o Islã o meu amigo sabia mais do que eu.
Meu amigo mostrava grande paciência, e com o tempo comecei a
refletir. Aconteceu-me, no início, de não ficar feliz, mas ofendida, quando meu
amigo criticava, às vezes duramente, o Islã. Em várias ocasiões, me vi defendendo
a religião da minha família.
Infelizmente, nossas diferenças levaram a um ruptura que durou
bem dois anos. Enquanto isso, continuei refletindo e me interessei cada vez mais
pelo Cristianismo. Eu li e me documentei. Procurei entender os Evangelhos. Fui à
biblioteca da cidade onde morava e encontrei um livro do professor Barbet (3) sobre
o Santo Sudário que me chamou a atenção.
Pouco a pouco, foi nascendo em mim o desejo de pedir o
batismo. Eu queria, então, falar com quem havia guiado meus primeiros passos em
matéria religiosa. Nossa amizade foi retomada quando eu lhe disse, por carta, que
queria ser batizada.
Ele constatou que eu havia feito grandes progressos, e mais
tarde me confidenciou que havia esquecido nossas diferenças passadas.
Naturalmente, foi ele o meu padrinho de batismo. Foram momentos
de alegria indescritível e de grande emoção. Eu havia feito meu caminho sozinha
e havia atingido apenas um pequeno cume. Eu estava descobrindo a mensagem de
amor de Cristo, o conceito de sacrifício, me sentia leve e os anjos do céu me sustentavam.
A família e a conversão
Eu ainda morava com minha família, na casa de uma irmã. A minha
conversão havia me mudado, e isso era visível. No início, ninguém me levou a
sério, depois houve reações. Uma de minhas irmãs reagia com vaias bastante
benignas, a outra parecia bastante indiferente.
Meu cunhado, o marido de minha irmã, muçulmano muito observante,
não gostou nada. Considerava-me impura, e proibia a sua filha de três anos,
minha sobrinha, de chegar perto de mim.
Começou a me perseguir: destruía e jogava fora meus terços e
até me agrediu fisicamente. Eu, no entanto, não me deixava intimidar e, um dia,
por reação, joguei fora o seu Corão. Desnecessário dizer que o ambiente era
muito tenso.
Eu segui as lições de catequese na minha paróquia suburbana
por dois anos. Quando recebi o batismo, no entanto, eu já ia, há quatro ou
cinco meses, a Missa em Saint-Nicolas-du-Chardonnet (4). O meu padrinho a
frequentava regularmente e um dia quis me fazer descobrir a Missa de São Pio V. "Quem sabe o que você dirá dela!",
havia dito. Quanto a mim, eu queria ver mais de perto aqueles que são chamados de
‘fundamentalistas’. Mas não vi nenhum barbudo com um kami (5). Fiquei
particularmente impressionada pela beleza da liturgia. A música me fascinou imediatamente
e fiquei particularmente tocada pela graça dos paramentos e pelo esplendor da Missa
dominical. Notei também a devoção dos numerosos fiéis que vêm de todas as raças
e de todas os ambientes.
Em comparação, a minha igreja suburbana, com sua liturgia
simplificada, parecia muito chata. A assembleias dos fiéis, assim como a
prática religiosa, pareciam demais com pequenas reuniões de família, sem
horizonte, sem grandeza. Além disso, meu padrinho fora negativamente tocado
pelas palavras do sacerdote, que pareciam pouco conformes com a doutrina
católica, como quando, um dia, me disse: “enquanto
não é batizada, você não é pecadora". Isso me pareceu estranho e até
mesmo chocante.
Por isso agora eu vou a Saint-Nicolas, porque as pessoas
que, como eu, passaram por experiências dolorosas, precisam ouvir e
experimentar palavras fortes. Quem faz o grande passo de mudar de religião não
gosta de tibieza. Em Saint-Nicolas, as homilias são claras e diretas, sem
ambiguidades e fazem uma boa impressão. Então, quando chegou a hora de fazer a Crisma,
escolhi naturalmente a igreja onde a Tradição é viva e resplandece em toda sua
glória. Agora vou à Missa, participo das procissões, faço a peregrinação aChartres (6), vou a Lourdes (7). Eu vivo a minha Fé na alegria e no recolhimento.
Eu sou católica.
Fonte: Je me suisconvertie à Saint-Nicolas du Chardonnet – ed. Clovis 2009
Fontes: FSSPX/Italia e La Porte Latine
Tradução: Giulia d'Amore di Ugento
Notas:
1. NdTª.: "Sou argelina, nascida na Argélia. Terá sido um sinal do destino? Eu, então muçulmana, nasci em uma maternidade dirigida pelas Soeurs Blanches, ainda está presente na Argélia à época - logo após a independência".
1. NdTª.: "Sou argelina, nascida na Argélia. Terá sido um sinal do destino? Eu, então muçulmana, nasci em uma maternidade dirigida pelas Soeurs Blanches, ainda está presente na Argélia à época - logo após a independência".
2. Povo berbere que vive na
Argélia.
3. NdTª.: Pierre Barbet, físico, cirurgião e
escritor francês, por vinte anos fez uma série de estudos e pesquisa sobre o Santo
Sudário, escrevendo ‘Doctor at Calvary: The
Passion of Our Lord Jesus Christ As Described by a Surgeon’ (Médico no Calvário: A Paixão de Nosso Senhor
Jesus Cristo, como descrito por um cirurgião). 1936. Nova Iorque.
4. A igreja, em Paris, da Fraternidade
São Pio X.
5. Túnica branca que os
muçulmanos usam para ir à mesquita e que alguns, por fanatismo, usam permanente.
6. NdTª.: Chartres é uma cidade francesa do
departamento de Eure-et-Loir. A cidade é famosa pela Catedral, a Abadia de São Pedro,
que é considerada a mais bela catedral gótica da França.
7. NdTª.: Lourdes é uma
cidade francesa situada no departamento dos Altos Pirenéus. Em Lourdes, numa
pequena gruta junto ao riacho Gave de Pau,
a Virgem Maria apareceu algumas vezes a uma menina de nome Bernadette Soubirous. O rio Gave
de Pau é um rio alimentado por várias fontes, e a nascente de Lourdes é considerada
miraculosa.
As Sœurs Blanches - Argélia
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Muito interessante.
ResponderExcluirEntão, aguarde, dia 21 publico outra história de conversão tão bela e interessane quanto esta. Mas supreendente pelo sujeito. Seja benvindo!
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