São João Eudes |
O maior sinal da ira de Deus sobre um povo e a mais
terrível punição que sobre ele pode descarregar neste mundo é permitir que, em
castigo dos seus crimes, venha a cair nas mãos de pastores que mais o são de
nome do que de fato, que mais exercitam contra ele a crueldade de lobos
famintos que a caridade de solícitos pastores, e que, em lugar de o alimentar
cuidadosamente, o dilacera e devora com crueldade; que, em vez de levar o povo
a Deus, o vende a Satanás; que em lugar de o encaminhar para o Céu, o arrasta
com eles para o inferno; e, em vez de serem o sal da terra e a luz do mundo,
são o seu veneno e as suas trevas.
Porque nós, sacerdotes e pastores, disse São Gregório,
o grande, seremos condenados diante de Deus como "assassinos
das almas que, todos os dias, vão para a morte eterna pelo nosso silêncio e nossa
negligência". Diz também este mesmo Santo: “Nada há que
tanto ultraje a Nosso Senhor (e,
por conseguinte,
que mais provoque a Sua ira e atraia mais maldições sobre os pastores e
sobre o rebanho, sobre os sacerdotes e sobre o povo) como os
exemplos de uma vida depravada dados por quem Ele estabeleceu para correção dos
demais; quando pecam os que devem reprimir pecados"; quando
os sacerdotes não cuidam da salvação das almas, quando não se preocupam mais do
que em satisfazer as suas inclinações, quando todas as suas afeições terminam
em coisas da terra; quando se alimentam com avidez da vã estima dos homens;
quando para satisfazerem as suas ambições abandonam os trabalhos de Deus para
se entregarem aos do mundo; quando, ocupando um lugar de santidade, se ocupam
de questões terrenas e profanas e não mais pregam a verdadeira fé, a única que
indica O Caminho, A Verdade e A Vida.
Quando Deus permite que isto suceda é prova muito
certa de que está encolerizado contra o seu povo, sendo este o maior castigo
que lhe pode enviar neste mundo.1
Por isso Nosso Senhor diz incessantemente a todos os católicos:
"Convertei-vos a Mim e dar-vos-ei pastores segundo o Meu Coração". Daqui resulta
muito claramente que o desregramento da vida dos pastores é um castigo pelos
pecados do povo; e que, pelo contrário, pela imensa maioria do clero mundial, a começar pela
reforma litúrgica que subverteu com dano incomensurável o Santo Sacrifício da
Missa?... (N. do T.) o maior efeito da misericórdia de Deus dirigido ao Seu
povo e a mais preciosa graça que pode outorgar-lhe é dar-lhe sacerdotes segundo
o Seu Coração, que não buscam mais do que a Sua glória e a eterna salvação das
almas.
São João de Eudes
Fonte: Revista “Semper” – Priorado da FSSPX em Lisboa,
Portugal.
[1] Porém,
este castigo torna-se ainda mais
severo quando o povo anestesiado pelo Príncipe das Trevas já não consegue
entender que os pastores, sejam eles sacerdotes ou cardeais, em vez de o
conduzir para Deus, o está arrastando para a condenação eterna. O tempo actual
é prova irrefutável deste estado de coisas. Quantos são os católicos que se
aperceberam de que até o próprio João Paulo II foi proferindo muitas e
gravíssimas heresias completamente contrárias à imutável doutrina instituída
por Nosso Senhor Jesus Cristo - e
destes, quantos são os que recusam aceitar todas as novas (e falsas) doutrinas
propagadas
Muito bom!
ResponderExcluirDivulgarei e citarei sua fonte.
Abraço!