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domingo, 7 de setembro de 2014

Assistência à Missa Tridentina do Motu Proprio

Para quem se pergunta se é possível assistir às missas tridentinas do Motu Próprio, uma resposta segura, à luz da Doutrina Católica. Tão segura que poderia desafiar alguém a contra-argumentar. E, para poupar teclado a alguns afoitos, já esclareço que doutrina pós-conciliar NÃO É Doutrina Católica. Links e grifos, nossos.




Assistência à Missa Tridentina do Motu Proprio


Convém esclarecer os critérios a considerar em relação à assistência às missas tridentinas celebradas pelo clero oficial:


Recordemos primeiro os princípios que regem a missa nova:

A missa nova é má. Dizia Monsenhor Lefebvre: “a missa nova, mesmo dita com piedade e respeito às normas litúrgicas (...) está impregnada de espírito protestante. Leva em si um veneno nocivo à Fé”[1] . “É verdadeiramente uma missa envenenada porque não afirma mais a verdade católica, e aos poucos a Fé nessas verdades desaparece”[2], “Um católico que deseja conservar sua Fé e agradar a Deus não pode assistir à missa nova”[3].

Por ser uma missa que põe em perigo a Fé, equipara-se às missas (válidas) dos cismáticos e dos hereges. A respeito disso, diz o Magistério que “o católico deve abster-se de assistir à Missa válida, mas ilícita, do sacerdote herético ou cismático, ainda que haja a obrigação de ouvir Missa por ser dia de preceito e tenha de ficar sem esta ao agir assim”[4].

Portanto, ninguém é obrigado a assistir à missa nova, nem mesmo com o único propósito de cumprir a obrigação de assistência à missa em dia de preceito. Não há obrigação de assistir, mas – pelo contrário – há obrigação de não assistir. Se mesmo assim se assiste, não se cumpre o preceito e se peca contra a Fé.

No caso de sermos obrigados a assistir à missa nova por ocasião de casamentos, funerais, por inevitáveis compromissos familiares ou profissionais etc., nunca devemos participar ativamente nela. Participa-se ativamente comungando, dando as respostas ou dizendo as orações em voz alta, cantando, dando a saudação da paz, recolhendo a coleta, dando esmolas, lendo as Escrituras ou falando do púlpito etc. A atitude deve ser passiva. Recomenda-se permanecer rezando o Rosário.


Princípios relativos à Missa antiga ou Tridentina celebrada por Sacerdotes submetidos a Roma:


Disse Monsenhor Lefebvre: “A objeção mais comum é a seguinte: a missa segundo o rito antigo é boa, então por que não tomar parte nela com a intenção de cumprir a obrigação dominical?”. A resposta de Monsenhor: “a missa é um ato de culto, e participar nela é professar a fé e a religião desse culto. Naqueles que aderiram a Roma, mesmo que as aparências sejam idênticas, a fé e a religião mudaram. A Fé deu lugar a um sentimento, e sua religião entrou no pluralismo, falso princípio que admite a coexistência pacífica de diferentes opiniões e diferentes religiões”[5].

Sentimentalismo e pluralismo: o Motu Proprio[*] do Papa Bento XVI, de julho de 2007, diz: “o Concílio Vaticano II expressou o desejo de que a devida e respeitosa reverência em relação ao culto divino se renovasse outra vez e se adaptasse às necessidades de nossa época... Em algumas regiões, contudo, não poucos fiéis aderiram e seguem aderindo com muito amor e afeição às anteriores formas litúrgicas”. Ou seja, de acordo com Roma, não é a fé que nos move a conservar a missa antiga e a rechaçar a nova, mas certos sentimentos. Aí está o sentimentalismo de que falava Mons. Lefebvre. E, impiamente, o motu proprio diz também que ambas as missas são a forma ordinária e a forma extraordinária do mesmo rito romano. Este é o falso princípio do pluralismo liberal.

Disse também Mons. Lefebvre: “Não se deve ir a essas missas porque é perigoso afirmar que a missa nova é tão válida quanto a tradicional”[6]. E, de fato, aqueles que a assistem são induzidos a aceitar o valor doutrinal e jurídico do Novus Ordo, explícita ou implicitamente, como sucede, por exemplo, quando o sacerdote é bi-ritualista, quando os sermões são de inspiração modernista, quando a missa é celebrada em templos onde se diz também a missa nova, quando se dá a comunhão de um cálice que foi consagrado em uma missa nova etc.

Há de se ter em mente que essas missas surgiram como uma “tática para afastar da FSSPX os fieis; por isso, muitos Bispos a permitem somente onde há centros de missa da Fraternidade... Esse contexto (mau)... leva a se juntar às fileiras dos que destroem a Igreja. E isso não se pode fazer”[7].

Participar, então, de maneira ativa na missa tridentina celebrada sob tais condições é aderir à fé sentimental e ao pluralismo próprios do liberalismo e do modernismo. Não se pode admitir. A missa assim celebrada não pode ser um ato de culto agradável a Deus.

Resumindo: não se deve assistir à missa nova porque o rito é mau em si. Tampouco se deve assistir à missa tridentina celebrada por Sacerdotes sujeitos a Roma, não porque seja má em si, mas porque o contexto é mau, perigoso para a Fé.

Portanto, como no caso da missa nova, nunca se pode participar ativamente dessas missas [tridentinas, rezadas por Sacerdotes submetidos a autoridade modernista], nem mesmo para cumprir o preceito.  




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Tradução: Giulia d'Amore, da versão em espanhol “Asistencia Misa Tridentina Motu Próprio”.  



Notas do original, com acréscimos nossos: 
1  “Carta aberta aos Católicos Perplexos”, cap. IV, pág. 51: PDF ou online.
2  Conferencia espiritual em Ecône em 24 de junho de 1981.
3  Conferencia espiritual em Ecône em 25 de junho de 1981.
4  Decreto do Santo Ofício de 7 de agosto de 1704, in “Enciclopedia Cattolica”, verbete “comunicazione nelle cose sacre”, col. 113.
5  “Roma e os Ralliés”, parte VII.
6  “Communicantes” n° 19, agosto de 1985. Entrevista de Monsenhor. Lefebvre, cf. aqui.
7  “Breviário sobre a FSSPX”, cf. PDF

* Motu Proprio Summorum Pontificum.



Vide também: 
http://farfalline.blogspot.com.br/2013/11/por-que-nao-ir-missa-do-motu-proprio.html
http://farfalline.blogspot.com.br/2013/08/igreja-conciliar-tradutor-traidor.html



   
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