16 de setembro
São Cornélio
Papa e Mártir
O pontificado de São Cornélio teve início somente no ano de 251. Um ano e quatro meses antes, o Papa São Fabiano, seu predecessor, havia sido martirizado por decapitação por ordem do Imperador Décio.
A perseguição contra a Igreja de Cristo havia apresentado constantes requintes de violência e crueldade, de forma que, desde a morte de São Fabiano (ano 250), tornou-se impossível congregar os fiéis para a eleição do novo Papa. Só após a revolução de Julio Valente, conseguiu reunir-se o clero, que elegeu por 21º Papa da Igreja a Cornélio, que era presbítero da Igreja em Roma. Assim, desde a morte de São Fabiano até a eleição de São Cornélio, permaneceu a sede pontifical de Roma vacante por um ano e quatro meses.
Cornélio era reconhecido por suas grandes virtudes e eminente sabedoria, principalmente pelo grande testemunho que empreendera na luta contra a heresia. Por sua personalidade firme e ao mesmo tempo piedosa, era já conhecido por seu elevado grau de santidade. Sua caridade e extrema doçura, fizeram com que merecesse o título de "Pai dos Pobres".
Tão logo tomou posse, o Papa Cornélio deparou-se com sérios obstáculos. A chama da perseguição aos cristãos novamente erguera-se. Aproveitando-se da aparente instabilidade, um sacerdote de nome Novato passou a semear discórdias internas, empreendendo articulações malignas para dividir o rebanho de Cristo. Oriundo de Cartago, onde São Cipriano já havia identificado sua personalidade maledicente, chegou como refugiado em Roma, onde achou terreno propício para difundir seus erros. Contestando a legitimidade da sucessão papal, maquinou um cisma e, num jogo de influências e interesses, acabou proclamando-se Papa. Por este motivo, ainda no mesmo ano da posse, São Cornélio convocou um Concílio em Roma, quando Novato foi excomungado e declarado anti-papa, sendo proscritos seus erros e condenados todos os seus sequazes.
A paz na Igreja, porém, duraria pouco tempo. O governo do Imperador Décio estava no final e seu sucessor, Galo, retomou a perseguição com tanta intensidade que o acabou Papa sendo banido de Roma. São Cipriano, como Bispo de Cartago (norte da África), garantiu grande apoio ao Supremo Pontífice por ocasião do levante novaciano. Ao saber do exílio do Papa, de quem era amigo pessoal, escreveu-lhe carta com mensagem de perseverança e fé, já prevendo os sofrimentos com que ele iria glorificar a Cristo.
São Cornélio, que já havia sido submetido a intensos tormentos, fadigas e penúrias no exílio, acabou sendo decapitado, após sentença dos juízes imperiais, no dia 14 de setembro de 253. Foi sucedido por São Lúcio I, Mártir.
Cinco anos após a morte de São Cornélio (258), São Cipriano, que há alguns anos permanecera exilado em Curubis, foi conduzido à presença do pré-cônsul Máximo, que queria obrigá-lo a abjurar a Fé. Declarando firme testemunho cristão e negando-se a adorar outros deuses, São Cipriano foi imediatamente decapitado por ordem de Máximo.
Por serem contemporâneos, amigos, e pela estreita relação na luta das causas da Igreja, juntos aparecem Cornélio e Cipriano no Cânon tradicional da Missa, cuja celebração festiva ocorre no mesmo dia.
As relíquias de São Cornélio encontram repouso junto à Cripta de Lucina (Bem-Aventurada Lucina, que foi quem recolheu os restos do Papa Cornélio e os depôs numa cripta escavada em uma propriedade sua, no Cemitério de Calixto, onde encontra-se até hoje).
Fonte: http://www.paginaoriente.com/santos/cornelio1609papa.htm.
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