Parece tão atual... e, por isso, é tão doloroso ler este texto. Parece que a crise nunca terá fim e alguns, cansados, estão dispostos a tergiversar, a negociar com o inimigo. Este... não está certamente cansado. Pelo contrário, ele tem a faca e o queijo na mão. Ânimo, católicos! Não é hora de acordos agora, práticos ou doutrinários! Roma ainda não se converteu. Este padecimento não está passando despercebido por Quem verdadeiramente interessa e que saberá consolar-nos um dia. Ânimo!GdA
METAMORFOSE DA REVOLUÇÃO SEGUNDO BENTO XVI
A fórmula do futuro “catolicismo” seria mais ou menos esta: “tradicionalista sim, mas em privado”. Isto não nos surpreende, Mons. Lefebvre o havia predito.
PALAVRAS DO PADRE TAM EM “DOCUMENTACIÓN SOBRE LA REVOLUCIÓN EN LA IGLESIA”¹
Padre Giulio Maria Tam |
Em uma de suas
metamorfoses, a Revolução, pela boca do Cardeal Ratzinger, nos adverte que chegou
o tempo da restauração, que “já começou
na Igreja”; após os excessos de Paulo VI, deve-se dar meia volta para
evitar o maior número possível de reações e tentar que o maior número de fiéis
aceite o essencial do Concílio. Vendo a Igreja conciliar acumular, sem pressa
alguma, um excessivo número de material do tipo “Pseudo-Restauração” (teorias do
Card. Ratzinger, da Opus Dei e de alguns bispos), é lógico pensar que esse material
venha a ser utilizado, e para isso nos preparamos. Pode ser que estejamos às vésperas de uma operação de grande
envergadura, pouco inferior ao Concílio Vaticano II.
O Card. Ratzinger,
de fato, começa a distribuir as “surpresas”: em 1984, anunciava a “Restauração”
(Jesus, 1984) e nove anos depois, sem
pressa, declarava que vai haver a volta aos altares (Il Sabato, 24 de abril de 1993).
No entanto, mesmo que no futuro viesse a ocorrer a outra
surpresa, de ver restaurada obrigatoriamente, em toda a Igreja, a Missa de São
Pio V, os homens que atualmente dirigem a Igreja podem fazê-lo sem que por isso
abandonem a lógica da Revolução liberal.
Porque a doutrina
liberal, no fundo, pede à Igreja apenas uma coisa: que renuncie à Realeza social de Nosso Senhor Jesus Cristo, ao Estado Confessional,
às consequências políticas da Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, tal como ensina
o Magistério Romano tradicional. Atualmente, querem uma nova doutrina social:
será o exílio de N.S.J.C. da sociedade temporal.
E, conseguido isso, se
depois, “nas sacristias”, se celebra a Missa de São Pio V, isto já não incomoda
à Revolução liberal; esta parece ser a ideia dominante da Nova Ordem Mundial
que, em contrapartida, vê a Autoridade Romana aceitando – e ensinado – sem
discussão, o que fora condenado de modo infalível e imutável, desde a chamada
Revolução Francesa.
Nós já nos
preparamos para novas “surpresas”; no entanto, o próprio Cardeal, tranquilizando
desse modo aos amos do mundo, nos garante que, “se por Restauração se entende voltar para trás, então nenhuma Restauração
é possível”. Ele promete, de algum modo, não sair da lógica da Revolução liberal!
A fórmula do futuro “catolicismo” seria mais ou menos esta: “tradicionalista sim, mas em privado”.
Isto não nos surpreende, Mons. Lefebvre o havia predito.
Contudo, pode ser bom
se preparar e preparar para isso os fiéis. A intenção de acabar com o “caso
Lefebvre” foi declarada abertamente (cf. “Entretien
sur la Foi”, de J. Ratzinger, cap. 2: “Um
remédio contra o anacronismo”; e “30 Giorni”,
outubro de 1988: “A operação para
recuperar os tradicionalistas continua”). Mas “apesar desta agressiva ‘operação de recuperação’ bem conduzida e posta
em ação pelas autoridades vaticanas, o exército tradicionalista de Mons. Lefebvre
está longe de ser derrotado e de bater em retirada, como muitos o creem hoje”
(Il Sabato, 8 de julho de 1989).
O Card. Ratzinger nos
aponta um dos propósitos da operação em uma entrevista ao “Il Regno” (abril de 1994). Depois de reconhecer que “o fenômeno lefebvrista está em expansão...”
e que “isto torna difícil uma ação no
futuro” (pode ser uma excomunhão em bloco ou a criminalização sob o pretexto
de fundamentalismo para nos entregar nas mãos da Nova Ordem Mundial), quer colocar uma cunha
entre os que querem a liturgia
tradicional e os que querem também o Reino social de Nostro Senhor Jesus Cristo (entendendo esta atitude como um ‘endurecimento crescente dos responsáveis’). Este é o seu plano².
Portanto, preparemo-nos!
Quando a Pseudo-Restauração estiver madura e sair adornada com todos os seus
encantos – com a ajuda de forças de fora da Igreja –, teremos a oportunidade de
ouvir repetir os eternos slogans dos traidores: “aceitemos, mais vale ceder um pouco do que perder tudo”, “Não devemos lutar para não sermos vencidos,
devemos salvar o que pode ser salvo” etc. Essa não é a lógica da Fé, isso é sentimentalismo³. (Grifos do original. Ob. cit., pp. 5-7.)
(...)
Se os modernistas
aperfeiçoam sua Pseudo-Restauração nesse sentido, teremos que prever o perigo que
será para os tradicionalistas esta manobra, especialmente para aqueles que estão
menos preparados, para aqueles que têm menos conhecimentos ou carecem por completo
da doutrina da Realeza Social de Cristo e da história da Revolução.
Sem nos deixarmos
enganar pelos combates de “retaguarda”, preparemo-nos para próximas “surpresas”,
até porque a Pseudo-Restauração é desejada,
dirigida e apoiada por forças externas à própria Igreja e que conhecem perfeitamente
as regras de toda Revolução; não é apenas uma “história de padres”!
Mais uma vez, foi Mons.
Lefebvre, o homem suscitado por Deus, nesta crise da Igreja, o prelado profetizado
por Nossa Senhora do Bom Sucesso há três séculos, quem também havia previsto
esta hipótese em 1987. Aqui está uma síntese do que respondeu ao Cardeal
Ratzinger, em 14 de julho de 1987:
‘Eminência,
mesmo se Vós nos concedeis um bispo, mesmo se nos concedeis certa autonomia em
relação aos Bispos, mesmo se nos outorgasse toda a liturgia vigente até 1962 e nos
permitisse continuar a obra dos seminários da Fraternidade tal como o fazemos
atualmente, nós não poderíamos colaborar conVosco, é impossível, porque nós
trabalhamos em direções diametralmente opostas: Vós trabalhais em prol da
descristianização da sociedade, da pessoa humana e da Igreja, enquanto nossos
esforços estão dirigidos para a cristianização; não podemos, portanto, nos
entender. Para nós, N.S.J.C. representa tudo! É a nossa vida; a Igreja é N.S.J.C,
é a sua Esposa Mística; o sacerdote é outro Cristo; sua Missa é o sacrifício de
Jesus Cristo e o triunfo de Jesus Cristo através da Cruz. Em nossos seminários
se aprende a amar a Cristo, e tudo é direcionado para o Reinado de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Isso é o que somos, e Vós vos dedicais a fazer o oposto. Vós acabais de me dizer que a sociedade não
deve nem pode ser cristã, que isso seria ir contra a sua natureza. Vós acabais de tentar me
demostrar que Nosso Senhor Jesus Cristo não pode reinar nas sociedades. Vós tende
tentado demostrar que a consciência humana está livre de responsabilidade em
relação a N.S.J.C., que se deve deixá-la em liberdade e conceder-lhe, usando vossas
próprias palavras, um espaço autônomo: isso
é a descristianização.
Pois bem, nós somos partidários
da cristianização, não podemos,
portanto, nos entender’.
(Retiro sacerdotal dado em Ecône, 01/09/1987.)
Deus pôs inimizade
entre a Mulher e a serpente (Gn. 3:15), o demônio vai sempre na direção oposta
à vontade de Deus. Se o demônio tem logrado fazer-se respeitar por quase a totalidade do gênero humano, podemos
pensar, com razão, que esses mesmos homens se tornaram inúteis para o serviço
de Deus, “sicut inútiles facti sunt”,
diz o Salmo. (Grifos do original. Ob. cit., pp. 72-73.)
1 Documentação sobre a Revolução na Igreja: a Pseudo-Restauração. Pe. Giulio Maria Tam, N. 4,
1993, Baixe aqui,
em espanhol – NdTª.
2 Isto é: o plano do Cardeal Ratzinger, que hoje é o Papa Bento XVI. Teria
mudado sua visão das coisas e suas diretrizes? – NdTª.
3 Alguma semelhança com os slogans dos atuais “acordistas”? Seria mera
coincidência? – NdTª.
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