Vamos ouvir (ou ler) o sermão do Rev. Pe. Cardozo, no dia 04/01/2015, dia de Santo André Corsini, sobre Pilatos e os hodiernos liberais, entre os quais alguns nossos conhecidos que preferiram as Trevas à Luz, agradar a Cesar a defender a Verdade. É público e notório que, ultimamente, as visitas de prelados modernistas a instalações felleianas são cada vez mais frequentes e até anunciadas. E posteriormente noticiadas com grande alegria. E tais visitas são graciosamente retribuídas, como a de Pe. Stefan Frey, superior do distrito da Áustria, o qual foi assistir à missa juramentada de Mons. Burke, não escapando do sermão sobre as virtudes heroicas do "Santo" João Paulo II, o Grande, como o estão chamando... Sem falar nos livros modernistas "dignos" do Index que andam abastecendo as prateleiras e as mentes nos Seminários de Fellay!!! E como não mencionar a entrevista do eterno número 2 da Neo-FSSPX (ou ex-FSSPX, como a chama mais exatamente Monsenhor Williamson), Pe. Niklaus Pfluger, na qual se vê distintamente um Pilatos em ação, só faltou pedir um pouco d'água no final para fazer o mesmo gesto chancelatório de seu antepassado moral. Mas sobre isso falarei em um outro post, que publicarei em seguida. Aguardem... Voltando ao tema, certamente, ouvir o sermão de Pe. Cardozo é muito melhor do que ler, porque a paixão com que ele fala de Cristo, da Verdade, do sofrimento dEle... nenhum escritor saberia por no papel com fidelidade e maestria.
Ao sermão.
Missão Sagrada Família - Betim/MG: http://missaosagradafamilia.blogspot.com.br/2015/02/sermao-do-pe-cardozo-na-missa-de-santo.html.
Ao sermão.
Hoje eu queria tocar num tema, e a razão vou falar no fim do sermão: porque vou tocar neste tema.
Eu não sei se algum de vocês já se pôs a pensar por que no Credo da Missa mencionamos a Pilatos: “Foi crucificado no tempo de Pôncio Pilatos”. Se lembram?
Por que a Igreja põe Pilatos no Credo da Missa, e não põe Anás, não põe Caifás, não põe Judas, não põe Herodes? Por que Pilatos?
Porque - alguns dirão - é que, um dos motivos é que a Igreja, ao mencionar “Pôncio Pilatos”, está mencionando o momento histórico em que a Paixão de Cristo acontece; ou seja, é porque Cristo não foi um personagem de lenda, foi um personagem real, existiu. E, então, ao colocar “Pôncio Pilatos”, se situa [Cristo] no momento histórico, uma data histórica determinada, e pronto!
Sim! É certo, por uma questão histórica, mas... por que não coloca “Caifás”?
Por que Pilatos, quando, neste diálogo estupendo que faz com Cristo... em um momento Cristo lhe diz que “Aquele que me entregou a ti tem um maior pecado”. E quem o entregou a Pilatos? Os sumos sacerdotes dos Judeus. E por que não estão Caifás e Anás ai [no Credo]? Por que?
A [resposta a esta] pergunta está [a encontramos] se contemplamos, se consideramos este diálogo de Cristo com Pilatos, no momento em que levaram Cristo ante o tribunal de Pilatos.
Por um lado, quando trazem Cristo ante Pilatos, Pilatos pergunta: “Porque me trazem este Homem?”, e os Judeus dizem: “não te traríamos se não fosse causa de morte”. Ou seja, Cristo já estava condenado à morte pelo Sinédrio. Cristo já estava sentenciado quando O levaram até Pilatos.
E de novo a pergunta: Por que Pilatos no Credo?
Pilatos diz: “julguem vocês!”.
– “Nós não temos capacidade de aplicar a pena de morte”, dizem os Judeus.
Ou seja, a sentença não era uma sentença qualquer. Era uma sentença de morte. Então, Pilatos se dá conta de que lhe trazem um réu que já está julgado, sentenciado e com pena de morte!
Então, Pilatos faz Cristo entrar, e os Judeus, para não se contaminarem, ficam do lado de fora. E começa este diálogo maravilhoso que faz com Cristo.
E Pilatos se assombra, porque Cristo, diante das acusações, não fala nada. “Não está ouvindo do que estão Te acusando e não falas nada?”. E Cristo nada diz.
E, em um [outro] momento, Cristo lhe diz: “Todo aquele que é da Verdade escuta a minha voz”. E o tonto de Pilatos, que seguramente, dentre tantas outras coisas, era muito orgulhoso, Lhe diz: “E o que é a Verdade?”. Poderia ter ouvido a melhor definição do mundo acerca da Verdade, e Pilatos, antes de escutar esta definição, se vai embora. Porque é um cético. É uma pessoa que pouco lhe importa a Verdade. E tinha a Verdade na frente dele.
Então, [Pilatos] sai ao povo e diz: “Eu não vejo neste Homem causa de pena de morte”. PRIMEIRA DECLARAÇÃO DE INOCÊNCIA!
Então, dizem os Judeus: “Não! Este Homem esteve agitando as pessoas e veio da Galileia, chateando e tumultuando, dizendo que não se pague tributo a César”. E quando dizem "Ele é da Galileia", Pilatos diz: “Pronto! Se é galileu, mande-o a Herodes; eu não quero resolver este problema”. O mandam a Herodes.
Interessante a situação de Cristo com Herodes, porque, se analisarmos, Cristo tentou salvar Judas, tentou tocar no coração de Judas, quando disse: “Judas, com um beijo entregas o Filho do Homem?”. Falou com Anás, falou com Caifás, falou com Pilatos, mas não fala com Herodes. Mas, por que? O que tem Herodes? Herodes tinha sobre a sua consciência a morte de São João Batista [um Justo!, e primo de Jesus], e tinha sobre a sua consciência também o pecado público de estar vivendo com a mulher do seu irmão, Herodíades, que, por isso, era um libertino.
Cristo, a própria Pureza, nem sequer olha para este homem. Vejam que o desprezo que tem deste homem é manifesto! A Misericórdia é infinita!... Mas vejam como atuam a Misericórdia e a Justiça Divina.
Então, diante de Herodes, nem sequer o olha, nem uma palavra lhe diz; e Herodes, incomodado, lhe faz por uma túnica branca - que lembra a túnica que o sacerdote usa - para fazê-lo passar por louco e Lhe diz: “Ah! É um homem doido, vá-se embora, já o tenho sentenciado”. E o mandam a Pilatos.
Pilatos o recebe de volta e diz ao povo: “Nem eu e nem Herodes vemos causa para condenar este Homem à morte, vou soltá-lo”.
E os sacerdotes começam a temer que se vai a escapar a Vítima. Começam a fazer pressão. E o que fazem? Começam a gritar coisas, o voto popular. Ai vemos a origem da demonocracia. Vemos que torcida é a demonocracia.
E, então, Pilatos comete o PRIMEIRO ERRO. Diz: “Vou fazer açoitá-lO para tratar de tranquilizar o povo. Vou fazer açoitá-lO e depois vou liberá-lO”. Ele comete o primeiro erro porque comete a INJUSTIÇA. Ele reconhece duas vezes a inocência deste Homem e... o manda açoitar. Açoitar um homem... um açoite feito pelos romanos era uma coisa prévia da morte. Quando alguém não ia à pena de morte, mas tinha que levar um bom castigo, o faziam açoitar. E muitos réus morriam durante a flagelação. Por isso que os Judeus mandavam que os réus de flagelação somente poderiam ter no máximo 39 chibatadas.
Mas aqui quem está são os romanos a dar as chibatadas, e os romanos não fazem caso da Lei de Moisés. E, no decorrer da Semana Santa, Cristo sofre mais de 150 chibatadas. Mais de 150 chibatadas!...
Então, se produz toda esta chacota que se faz com Nosso Senhor, os soldados romanos começam a dizer: “Ah este é o Rei dos Judeus. Ponhamos uma coroa”. E pegam uma cana [vara] para que se enterre a coroa à cabeça, colocam-Lhe um manto vermelho, fazem chacota dEle. Todo este escárnio.
E Pilatos manda trazer o Réu, e diz aquela famosa frase: “Ecce Homo!”. Por que diz “Ecce Homo!”? É uma ironia, porque o que está aqui não é um homem, é um despojo de homem. É o estado em que ficou Nosso Senhor após a flagelação.
Mas, Pilatos já havia cedido, já havia sido injusto, já tinha mandado sofrer semelhante escárnio a um Homem que ele reconhecia que era Justo. E ele era a autoridade!...
E voltemos: Porque Pilatos no Credo? Não foi, acaso, o povo Judeu quem pediu a crucifixão? E por que não está o povo Judeu, e sim Pilatos? Por que?
E ai Pilatos, ante à gritaria dos Judeus, faz outra concessão ao inimigo, outra quebra [erro]. Pilatos diz: “Vou soltar a um réu. E vocês elegem qual réu. Aquele réu ou a este que se diz Rei dos Judeus”. E traz Barrabás. E comete OUTRA GRANDE INJUSTIÇA. Qual é? A de igualar Barrabás a Cristo. O Erro com a Verdade. Um criminoso com a Suma Justiça, a Suma Pureza. Isso é um juiz? Isso é uma miséria de juiz!... E este juiz põe Barrabás e Cristo no mesmo nível.
Bem, e o que gritaram [os Judeus]? “Barrabás! Barrabás!”. “E o que faço com o Cristo?” – “Crucifica-O! Crucifica-O!”.
E já cedeu uma vez, a segunda – põe Barrabás com Cristo –, a terceira, a definitiva: os Judeus, vendo que Pilatos duvidava do que fazer... os Judeus sabiam qual é o ponto fraco de qualquer pessoa que tem poder. O ponto fraco de uma pessoa que tem poder é perder o poder. Então disseram: “Cuidado! Se tu soltas a este, não és amigo de César”. E ai, claro, Pilatos disse: “Como? Eu perder o meu posto por conta deste Senhor? Não! Não! Tudo bem, Ele é Justo, mas eu perder o meu posto por conta deste Homem? Não!”.
Vejam como os Hebreus – que seguramente tinham uma comunidade forte em Roma, e, quiçá, os Hebreus prestariam algum dinheirinho a César, como hoje se faz em todas as partes – o que lhes recorre lembrar de César, [é] porque eles tinham algum poder sobre César. Então, se eles não tivessem poder sobre César, Pilatos não teria cedido a esta ameaça. Eles tinham poder sobre César! E é por isso que, aqui, Pilatos já disse: “Não! Já não posso mais”.
E cede a TERCEIRA vez, e manda trazerem-lhe água, e lava as mãos. “Eu sou livre do sangue deste Justo”.
Confirma a inocência deste Homem e O manda matar. Vejam que juiz! Magnífico juiz! [ironia] E se lava as mãos...
Bem, por que toda esta história? Por que lembrar de toda esta história? Por que dizer Pilatos no Credo?
Queridos fiéis, Pilatos é o elemento acabado e perfeito de um católico liberal. Ele reconhece a Cristo como a Verdade, reconhece a Cristo como Filho de Deus, a inocência, mas... não se brinca com isso! Não se vai perder o posto por conta de um inocente... Não! [ironia]
Estamos fartos de liberais! Estamos “por aqui” de liberais!
E por que a Igreja põe Pilatos no Credo e não põe Anás, Caifás, Judas?
Porque Anás, Caifás, Judas são inimigos declarados e pronto!
Pilatos é o exemplo do qual devemos tomar cuidado. É o católico liberal, aquele que reconhece a inocência do justo, mas lava as mãos... e que se arranje!
Ou não são católicos liberais os senhores que estão num Senado e votam uma lei iníqua – como a lei do divórcio, a lei do aborto – porque o partido o exige. E quantos desses senhores já foram batizados? E quantos desses senhores se dizem católicos? Mas o partido manda que tenham que votar uma lei iníqua. Mas é claro que não vão perder o seu posto de senadores, por favor!, por um inocente [ironia]. Não! São homens do mundo!!!...
Então os liberais começam a transitar entre a Verdade e o Erro. Começam a colocar a Verdade e o Erro no mesmo nível, e, claro, sempre perde a Verdade.
Então, por que mencionar Pilatos? Repito: porque é o inimigo do qual nós temos que nos cuidar. É o pior inimigo, porque de um Judeu, de um maçom, de um comunista: estes, eu sei que são inimigos! Estes, eu sei que atuam como inimigo e pronto!
Mas um católico liberal, que está mostrando, inclusive, uma batina bem arranjada, inclusive bispos com botõezinhos vermelhos, bonitos... Mas o que falam? [Estão] dizendo que o Vaticano II é 95% bom, quando o Vaticano II diz, dentre outras barbaridades, diz que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica. Ou seja, a Igreja de Cristo não é a Igreja Católica, é apenas um pedacinho. “Subsiste”. Só por isso, já é para jogar no lixo o Concílio Vaticano II!!!
Então, quando vemos homens defendendo o Concílio Vaticano II, mesmo que falem de Cristo [de modo] bonito, [que] falem bem de Cristo, que é Filho de Deus... sim... sim... mas, depois, mencionam o Concílio... Isso não presta para nada!
Estes são os novos Pilatos. Estes são aqueles que não entenderam quando Cristo disse: “Quem não está comigo, está contra mim. Quem não recolhe comigo, espalha”.
Não há três bandeiras! Há apenas uma bandeira de Cristo e outra, do Anticristo. Mas o católico liberal está sempre buscando uma terceira bandeira. Mas, claro, ao buscar uma terceira bandeira sempre se inclina pela bandeira do Anticristo, e sempre termina traindo a Cristo!
E porque trago agora isto?
Alguns dias atrás, e eu me lamentei já, fiquei com uma indignação terrível. O personagem que diz ser o chefe do movimento da Tradição, um tal de Mons. Fellay, resulta que convida um bispo [Athanasius] Schneider, um conservador. Este bispo – que é conservador, “gosta” de celebrar a Missa Tridentina, diz coisas bonitas... – foi ao Seminário de Flavigny, da [Neo-]Fraternidade, na França, e pregou aos seminaristas que recentemente entravam. Coitados dos meninos! Aos seminaristas, pregou, é claro, que o Concílio Vaticano II é uma coisa boa. Que é preciso interpretá-lo bem... que tem atraído muitas coisas boas à Igreja e etc.
Como é possível? Como é possível que sejam tão bandidos? Tão traidores?
Seminaristas que recém começam seus trabalhos, seus estudos, e já estão recebendo os venenos de que o Concílio Vaticano II é bom, que está tudo bem, que é 95% bom...
Senhores! Ou estamos com a Igreja de Sempre e todos os Concílios Dogmáticos ou estamos com esta igreja nova e este concílio novo, o Vaticano II. Não existe outra coisa! Não podemos estar com a Igreja de antes do Concílio e esta, pós-conciliar. Não! São duas coisas que se opõem!
Então, queridos fiéis... somos um pouco Pilatos. Todos nós, alguma vez, já traímos a Cristo. Todos nós, já [temos] reconhecido a Cristo, e dizemos ser católicos, mas, depois, no falar, no fazer, no vestir, enfim, traímos a Cristo. E por quê? Porque, desgraçadamente, estamos vivendo numa época de liberalismo puro e duro. Temos mamado liberalismo desde o berço. Por isso, devemos ter um cuidado especial com o liberalismo, e, especialmente, no que fazem [os liberais] à Doutrina, porque é isso que faz direcionar a nossa vida. Se somos liberais na Doutrina, não vamos alcançar o fim, que é a salvação da noss’alma, e isso é certo!
Então, por que a Igreja põe Pilatos no Credo? É para que tenhamos atenção àqueles inimigos que temos que nos cuidar. Aqueles que crucificam a Cristo diariamente, os que mandam crucificar a Cristo diariamente, os que mandam crucificar a Cristo diariamente. Os que parecem homens justos. Que parecem homens que põem em jogo o direito, mas fazem do direito o que querem.
Então, queridos fiéis, peçamos a Santíssima Virgem, que... Celebramos a Festa das Candeias, segunda feira. Celebramos e entramos [na capela] com as velas acesas, como símbolo de Cristo: a Luz do mundo. Que nós devemos ser a luz do mundo, e não sombra mais! Devemos iluminar e dizer as coisas como são. Que ser liberal é pecado, como diz o querido Sarda y Salvany, no famoso livro, que a todos recomendo, “O liberalismo é pecado” (PDF). Não podemos ser liberais e ser católicos [ao mesmo tempo].
Há um famoso sacerdote, um apóstata, que dizia que um católico liberal é um “maçom sem bandeira”. E está muito bem dito! O católico liberal é um maçom sem bandeira. Não é necessário que entre na Maçonaria. Ao ser liberal, já está fazendo o trabalho dos maçons, os inimigos da Igreja.
Cuidado sobre estas coisas. Alertai-vos sobre estas coisas. “Que o vosso falar seja, sim, sim, não, não”, disse Cristo. Não disse Cristo: “Que o vosso falar seja 95% bem [bom] e os outros mais ou menos”... Não! Não! Por Deus!
Estas coisas têm que acender a luz de alarme. E vemos 500 sacerdotes adormecidos frente a estas coisas... ante estas luzes de alarme, que já são tão evidentes. Então, claro... repito: não podemos ser católicos e ser liberais!!!
Peçamos à Santíssima Virgem, Ela que é a Mãe da Sabedoria, que Ela nos dê a sabedoria e a fortaleza para que, distinguindo o ERRO, abracemos a VERDADE e combatamos o ERRO, e, assim, um dia, alcançaremos o Prêmio eterno, que é o Céu e a bem-aventurança. Ave Maria Puríssima!
Missão Sagrada Família - Betim/MG: http://missaosagradafamilia.blogspot.com.br/2015/02/sermao-do-pe-cardozo-na-missa-de-santo.html.
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