Mais um padre deixa a Neo-FSSPX: o Prior de Lourdes, França, o Padre Mérode. Publicamos a carta que ele endereçou ao Pe. de Cacqueray, com os comentários do Pacientes na Tribulação, que assinamos embaixo. Grifos e [colchetes azuis] nossos. Apenas uma consideração: Apesar das boas intenções de querem marchar sozinho nessa caminhada, me parece temerário fazê-lo "ao relento". Ou seja, se Pe. Mérode entende mesmo que os confrades que saíram - e todos se juntaram à Resistência - estavam com a razão, seria mais prudente se juntar a eles, porque, se não, vira a casa da Mãe Joana.
Por Márcio:
A notícia não é nova, mas estou indicando porque acredito que seja a primeira tradução para o português. Como de costume, os sacerdotes que se opõem a Dom Fellay mantêm em seus discursos a lógica, a sensatez, a exposição clara e objetiva de quem se coloca do lado da verdade. Lendo as palavras sábias e serenas do padre de Mérode, podemos avaliar o quanto são falsas e cheias de ranço as acusações dos seguidores de Dom Fellay, que acusam os seus adversários de “ódio”, “revolta”, “difamação”, “calúnia”, etc. É tudo o que os fellayístas podem fazer: propaganda e mais propaganda, baseada na repetição exaustiva de seus slogans.
Um dos pontos que eu gostaria de destacar é o segundo motivo pelo qual o padre de Mérode decidiu abandonar a Neo-FSSPX, que foi, em suas palavras, “a grave injustiça moral que meus superiores atuais vem infligido em todos aqueles sacerdotes que tiveram a coragem de denunciar o perigo de se fazer um acordo de comprometimento, ou de uma busca de reconhecimento canônico sem acordo doutrinário“. A perseguição de Menzingen contra os sacerdotes e fiéis que ousaram se levantar contra o suicídio da FSSPX é um escândalo inegável. Estas injustiças exigem de nós muito mais do que silêncio. Se ficarmos quietos seremos cúmplices de Dom Fellay. Todos nós, sem exceção, temos a obrigação de fazer como o padre de Mérode e tantos outros: denunciar abertamente a traição que está sendo promovida contra a obra de Dom Lefebvre. É verdade que Dom Fellay mudou o discurso [pelo menos publicamente]. Mas, se fosse sincero, ele estaria trabalhando para reparar as injustiças cometidas. Disto não vemos o menor sinal.
Vamos à leitura:
Carta do Padre Roland de Mérode ao Padre de Caqueray
Querido Padre,
Já faz dois anos e meio que, com um crescente sentimento de mal-estar, fui aguentando o fluxo constante de textos, rios de conferências, estudos e de declarações, todas ambíguas ou até mesmo contraditórias, que são despejadas por Menzingen e Suresnes em um fluxo contínuo sobre nossas pobres cabeças.
Várias vezes tive a oportunidade de informá-lo sobre o meu mal-estar e minhas objeções, mas nunca recebi uma resposta clara de você ou de seus assistentes que pudesse acalmar os meus medos.
Existe uma resposta, no entanto, que é clara e nunca foi citada ou destacada em qualquer lugar [na Neo-FSSPX, porque na Resistência continua citada e destacada] desde 2012, pelo menos. Ela encontra-se na carta de nosso venerável fundador aos quatro futuros bispos:
"Eu vou conferir essa graça [o Episcopado] sobre vocês, com a certeza de que em breve a Sé de Pedro será ocupada por um sucessor de Pedro perfeitamente Católico, em cujas mãos vocês serão capazes de colocar a graça de seu Episcopado, para que ele as confirme."
Por quê um princípio tão simples, claro e com princípio firme de ação como este? Porque:
"A Sé de Pedro [para um bom entendedor...] e as posições de autoridade em Roma estão ocupadas por anticristos, e a destruição do Reinado de Nosso Senhor está sendo rapidamente propagada no próprio interior de seu corpo místico aqui abaixo [na terra] ..."
Por quê, então, ainda estamos buscando um acordo, ou como Dom Fellay dá a entender, um reconhecimento canônico? Seria para nos colocar sob a autoridade de anticristos e colocar-nos, assim, em perigo de perder a fé?
A fé dá a certeza, ela não leva as mentes a serem desviadas num labirinto de ambiguidades sutis [no caso de Fellay, nem são tão sutis assim, devemos reconhecê-lo!]. Portanto, a fim de libertar dessa atmosfera de embaçadas ambiguidades -- e que não está ficando melhor --, tomei a decisão de demitir-me como Prior de Lourdes a partir de amanhã, 20 de março de 2014.
A segunda razão que me leva a [me] separar do curso atual da Fraternidade é a grave injustiça moral que meus superiores atuais vem infligido a todos aqueles sacerdotes que tiveram a coragem de denunciar o perigo de se fazer um acordo de comprometimento, ou de uma busca de reconhecimento canônico sem acordo doutrinário. Eles foram forçados a sair, ou pior, eles foram submetidos a um pseudo e injusto julgamento, seguido por punições desproporcionais. Por isso, desejo trabalhar para estabelecer uma estrutura que permitirá que esses mesmos sacerdotes que foram jogados na rua, recuperarem uma vida sacerdotal normal, comum e um ministério que se reúne em seu zelo pela salvação das almas.
O simples fato de eu ter convidado o Padre Salenave, que não está sob qualquer sanção na França, para rezar a missa no dia 8 de março, em Pau, como uma ajuda e de modo a permitir que eu confessasse, levou-lhe a suprimir imediatamente meu apostolado em Pau. Eu vejo nisto a prova de que meu trabalho de reunir esses sacerdotes isolados e descontentes não será aceito pelos meus superiores. Portanto, irei me dedicar a este trabalho a partir de amanhã mesmo, fora das estruturas da FSSPX atual [leia-se neo-FSSPX].
Por favor, Padre, peço-lhe para que não tente entrar em contato comigo no momento, mas que deixe isso para o futuro, se chegar um momento em que parecer oportuno.
Reze por mim, como eu rezo por vocês,
Padre R. de Mérode.
Fonte 1: La Sapiniere / Cathinfo
Fonte 2 e tradução: Militia Jesu Christe.Fone 3 e comentário: Pacientes na Tribulação.
Ajude o apostolado do Rev. Pe. Cardozo, adquirindo alguns dos itens do Edições Cristo Rei, encomendando Missas (consulte a espórtula diretamente com o rev. Padre), ou fazendo uma doação aqui:
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