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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Uma análise sobre Bergoglio e suas declarações

Eu realmente estou assoberbada para ter um tempinho para analisar a JMJ Rio 2013, que não fiz questão de acompanhar, mas que fez questão de me cair diante dos olhos algumas vezes. Por isso, publicarei todos os textos que os bons católicos se deram ao trabalho de escrever. Eu tive tempo, apenas, de colecionar tudo o que ele disse durante esse evento ecumênico e anticatólico, que culminou com ultrajes e blasfêmias diante dos "católicos" que assistiram calados, "dando exemplo de civilidade e respeito à opinião alheia, fazendo com que a opinião pública se colocasse contra as vadias" (sic! eu li algo assim, na net!!!). Esta "coleção" foi publicada no Pale, mas percebe-se que há diferença entre os textos apresentados pela mídia (que os transcreveu dos discursos ao vivo que gravaram) e os que foram publicados pelo Vaticano. Não li todos, nem os comparei, apenas registro o que observei em alguns textos. Veja aqui.



Francisco I contra Pio XI

“Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?” (São João XVIII,23)






Prezados amigos,

Salve Maria!

Assistimos estarrecidos a visita do Papa Francisco ao Brasil, suas declarações midiáticas, controversas e divorciadas do catolicismo. A dita Jornada Mundial da Juventude, que todos nós sabemos ser um evento não-católico, só deixou desolação na Terra de Santa Cruz, aos católicos, e muita euforia e festa aos dissidentes do catolicismo.


Muito bem. A cada declaração de Francisco, dever-se-ia tapar os ouvidos e, quando não, os olhos. Não temos e nunca tivemos tempo de acompanhar cada frase do Bispo de Roma (sic!), entretanto, ouvimos, após dada entrevista no Programa Fantástico, na TV Rede Globo de Televisão em 28 de julho do ano corrente, o vídeo do Sumo Pontífice em que era entrevistado por um jornalista.

Foram feitas algumas perguntas à Francisco e, muito claudicante, responde algumas perguntas às evasivas: “Não sei”, “não conheço as causas” e etc...

Uma das perguntas que lhe fora dirigida é sobre o êxodo de católicos ao protestantismo, nos últimos anos. Francisco diz, sinceramente, não saber a causa do êxodo de católicos para o protestantismo. Ora! Esta causa é tão clara, tão evidente e tão elementar que qualquer um saberia responder, entretanto, o Sumo Pontífice (sic!) diz não saber a causa desta aberração.

Pois bem! Se o Papa não arriscou um palpite, lá vamos nós:

Como é do conhecimento de todos os leitores deste singelo blog, na década de 60, houve o II Concílio no Vaticano quando foi inaugurada uma nova religião, onde o homem se fez deus em detrimento do Deus que se fez Homem. O humanismo proposto pelo Concílio Vaticano II que desembocou no antropoteísmo pode ser visto claramente no “Discurso do Papa Paulo VI na última sessão pública do Concílio Vaticano II” onde o aludido Papa deixa clara a finalidade do famigerado Concílio:

“Vós, humanistas do nosso tempo, que negais as verdades transcendentes, dai ao Concílio ao menos este louvor e reconhecei este nosso humanismo novo: também nós —  e nós mais do que ninguém somos cultores do homem.” (grifos nossos)

A receita está dada: O homem tomou o lugar de Deus e o Criador ficou esquecido pelo homem e as conseqüências disso foram – e estão sendo – trágicas! O homem agora é o centro do Universo. É ele quem deve ser cultuado e por estas e outras que agora, a missa tem de ser rezada “na língua do povo”, “de frente para o povo”, “explicada para o povo”. É por isso que para haver missa nas paróquias, hoje, é preciso ter quorum.

Muito bem. Como agora o homem é o centro do Universo, o homem tem de se sentir bem, independentemente que isso cause dano à sua alma ou mesmo ofenda ao seu Criador. O sentimentalismo e o subjetivismo tomou conta da Igreja e agora, não interessa mais o que se dizia aos seus avós e seus pais. O que interessa agora é o que o homem sente. Se ele se sente bem no paganismo, ótimo! Se ele se sente bem no Catolicismo, ótimo também! O que interessa é que o homem se sinta bem.

Dito isso, agora o homem pode escolher livremente a sua religião (vide Dignitatis Humanae) como um direito natural do homem, o que não é verdade. Agora não existe mais combate ou apologética contra as outras religiões. A Nostra Aetate diz que :

A Igreja católica nada rejeita do que nessas religiões [hinduísmo e budismo] existe de verdadeiro e santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia, refletem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens.

 Então, vejamos: para que combater o erro? Para que fazer missões? Para que catequizar os homens? Para que batizar e receber os sacramentos? Este “ecumenismo” às avessas simplesmente minou qualquer tipo de missão na Igreja desde 1.970 e é por isso que, conforme narra o Papa Francisco no vídeo abaixo que “um lugar ficou mais de 20 anos sem que um sacerdote fizesse visitas regulares” (11:54min). Para que levar sacramentos ao povo se se pode encontrar elementos de santificação em outras religiões?

Francisco nos conta um caso em que, uma senhora se queixava porque não recebia a visita de um sacerdote por quase vinte anos e que, entretanto, conservou a fé católica expressa numa imagem da Virgem que ela guardava escondida em um armário.

Observando o estado de calamidade em que a Igreja se encontra hoje, chegamos à conclusão de que esta senhora somente guardou a fé justamente porque não tinha nenhum sacerdote por perto.

Nosso Senhor, que não era nada ecumênico, é muito claro ao dizer que: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”. (São Marcos XVI,16). Essa verdade, os ecumenistas do Concílio não pode apagar das Escrituras!

Voltemos ao tema do êxodo de católicos ao protestantismo: É cediço que o protestantismo é uma religião que trabalha com o emocional e com os sentimentos dos seus sequazes. Com isso, já que vivemos no mundo do sentimento e não da razão, o que vale agora é o que o homem sente. Se ele sente no seu coração a vontade de ofender a Deus, ótimo! Se ele sente vontade no seu coração de ser fiel ao seu batismo, ótimo também!

O subjetivismo imperou na nova religião inaugurada em 1962. Não interessa ao “católico” o que diz a Igreja. Agora interessa o que ele pensa a respeito do que a Igreja ensina. Mas a culpa geral não é dos católicos e sim daqueles que enxertaram nas mentes daqueles as inverdades a respeito da Religião e/ou daqueles que não tiraram estes espinhos.

Os padres já não ensinam mais a Doutrina de sempre, visto que a doutrina que se ensina hoje está maculada pelo Modernismo que é a síntese de todas as heresias. Hoje, nota-se padres negando Dogmas de Fé e os bispos não movem uma palha para puni-los no rigor da Lei Eclesiástica. Hoje vê-se bispos negando Dogmas de Fé e o Papa não os repreende. Hoje vê-se altos prelados da Cúria Romana negando Dogmas de Fé e fica tudo isso por isso mesmo. É preciso resistir a isso tudo!

Santa Catarina de Sena explica, Santo Padre, o porquê do êxodo de católicos ao protestantismo. A Santa nos diz que: “Por causa dos maus pastores, maus são os súditos”. Se existem maus católicos que se debandam ao protestantismo a culpa não é nada mais, nada menos que dos pastores.

Com a mudança do conceito de Missa (agora Missa é puramente banquete, reunião de irmãos, encontro de amigos, festa, celebração festiva) e com a mudança do conceito de Padre (agora padre é o animador, presidente da celebração, e etc), não se vê muito claro a diferença entre um culto protestante e uma Missa (Nova). Isso sem falar nos elementos protestantes que os carismáticos injetaram na missa. Não há que se estranhar que um católico hoje não perceba a diferença entre a Missa fabricada por Paulo VI e um culto protestante luterano porque se formos olhar a fundo, esta diferença se existe, é mínima.

O Papa diz sobre o êxodo de católicos ao protestantismo: “Não conheço as causas e tampouco conheço as porcentagens” (10:15 do vídeo). Pois bem. Apresentamos bem aleatoriamente ao Papa Francisco algumas possíveis causas e agora apresentaremos as estatísticas.

Segundo o IBGE, em 1.872 o número de católicos no Brasil era de 99,7%, contra 0,3 de outras religiões. Na década de 1.950, éramos 93,1 contra 4% de protestantes, enquanto que em 2.010 o número de católicos reduziu para 64,6% e o número de protestantes aumentou para 22,2% e os “sem religião” aparece como 8% dos entrevistados (vejam outras estatísticas aqui).

Ai estão as estatísticas!

Fonte do quadro: Terra

Mas, o tema deste artigo não é a migração de católicos ao protestantismo e sim a contradição de Francisco com Pio XI, isso para não dizer a negação da Tradição Católica em face do subjetivismo e do humanismo praticado nos últimos tempos. O que queremos destacar neste artigo é a última pergunta do repórter ao Papa Francisco que pode ser acompanhada a partir do 26:30 minuto da entrevista:

“- O que o senhor falaria para os brasileiros católicos, mas também para os brasileiros que não são católicos – ou seja, de outras religiões”.
“-Creio que é preciso estimular uma cultura do encontro em todo o mundo. No mundo todo. De modo que cada um sinta a necessidade de dar à humanidade os valores éticos de que a humanidade necessita. E defender esta realidade humana. Nesse aspecto, acho que é importante que todos trabalhemos pelos outros, podar o egoísmo. Um trabalho pelos outros segundo os valores da sua fé. Cada religião tem as suas crenças. Mas dentro dos valores de sua própria fé, trabalhar pelo próximo. E nos encontrarmos todos para trabalhar pelos outros. Se há uma criança que tem fome, que não tem educação o que deve nos mobilizar é que deixe de ter fome e que tenha educação. Se essa educação virá dos católicos, dos protestantes, dos ortodoxos ou dos judeus, não importa. O que importa é que o eduquem e saciem a sua fome. Temos que chegar a um acordo quanto a isso. Hoje a urgência é de tal ordem que não podemos brigar entre nós, à custa do sofrimento alheio. Primeiro trabalhar pelo próximo, depois conversar entre nós com muita grandeza, levando em conta a fé de cada um buscando nos entender. Mas, sobretudo, hoje em dia urge a proximidade. Sair de si mesmo para solucionar os tremendos problemas mundiais que existem. Acredito que as religiões, as diversas confissões, não podem dormir tranqüilas enquanto exista uma única criança que morra de fome, uma só criança sem educação. Um só jovem ou idoso sem atendimento médico. Mas o trabalho das religiões, das confissões não é beneficência. É verdade. Mas, pelo menos na nossa fé católica e em outras fés cristãs vamos ser julgados por estas obras de misericórdia.”

É isso mesmo que os senhores leram! Vamos por parte porque é muita informação ao mesmo tempo. Francisco inicia a resposta dizendo: “Creio que é preciso estimular uma cultura do encontro em todo o mundo. No mundo todo. De modo que cada um sinta a necessidade de dar à humanidade os valores éticos de que a humanidade necessita.”. Ora! Só quem pode dar à humanidade os valores éticos que a humanidade precisa é a Igreja Católica Apostólica Romana! É Ela quem detém o Depósito da Fé, “coluna e sustentáculo da verdade”. (I Timóteo III,15). Não é necessário miscelânea de religiões para que o tal encontro dê os valores éticos à humanidade. Basta que se abram os catecismos e está tudo lá!

Foi a Igreja quem civilizou todo o Ocidente sem precisar se unir a várias religiões. A Igreja catequizou toda a América, África, e os demais continentes, sem a ajuda de outras religiões.

Foi a Igreja quem criou os hospitais, os orfanatos, as universidades, as escolas, a moral. Muitos ordenamentos jurídicos de muitos países surgiram do Código de Direito Canônico e de outras Leis da Igreja. A Igreja foi a grande construtora da civilização. Tudo o que temos hoje, devemos à Ela e não à outras religiões. É uma ingratidão sem limites, sem precedentes, descomunal, dizer que precisamos nos unir à outras religiões para “dar à humanidade os valores éticos de que a humanidade necessita”. Isso já foi dado, basta colocar em prática!

O Papa continua: “Um trabalho pelos outros segundo os valores da sua fé. Cada religião tem as suas crenças. Mas dentro dos valores de sua própria fé, trabalhar pelo próximo”.

Francisco, ao contrário de Nosso Senhor, não chama ninguém à conversão. Antes o contrário: Protesta para que cada um permaneça na sua crença, na sua fé, contanto que se trabalhe pelo próximo. O primeiro mandamento da Lei de Deus diz: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Em outra parte Nosso Senhor diz: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu próximo como a ti mesmo”. (São Lucas X,27). É o que se aprende nos catecismos. Primeiro deve-se amar a Deus e, por amor à Deus, amar o nosso próximo. Como eu digo que amo a Deus se não quero o triunfo da Sua Santa Religião? Como eu digo que amo o meu próximo se não faço nada para que ele vá para o céu? Porque o verdadeiro amor, o amor dos Evangelhos, a verdadeira caridade consiste em fazer de tudo para que o meu próximo vá para o céu.

Prossegue o Papa: “Cada religião tem as suas crenças. Mas dentro dos valores de sua própria fé, trabalhar pelo próximo. E nos encontrarmos todos para trabalhar pelos outros”. Muito obrigado pelo convite, Santo Padre, mas o Papa Pio XI, na Carta Encíclica Mortalium Animos, nos proíbe terminantemente de misturar a nossa fé com a fé alheia, seja para qual finalidade for, excetuando, é claro, se for para a conversão dos não-católicos.

Francisco continua com a sua natural, horizontal, dizendo que: “Se há uma criança que tem fome, que não tem educação o que deve nos mobilizar é que deixe de ter fome e que tenha educação. Se essa educação virá dos católicos, dos protestantes, dos ortodoxos ou dos judeus, não importa. O que importa é que o eduquem e saciem a sua fome”. Nosso Senhor, ao contrário de Francisco, nos diz que “pobres vós tereis sempre convosco” (São Mateus XXVI,11). Esta igualdade quimérica, condenada por São Pio X fica patente nas palavras de Francisco.

O Sumo Pontífice Pio XI, na Carta Encíclica Mortalium Animos, nos adverte que

Por isto costumam realizar por si mesmos convenções, assembléias e pregações, com não medíocre freqüência de ouvintes e para elas convocam, para debates, promiscuamente, a todos: pagãos de todas as espécies, fiéis de Cristo, os que infelizmente se afastaram de Cristo e os que obstinada e pertinazmente contradizem à sua natureza divina e à sua missão.
3. Os Católicos não podem aprová-lo
Sem dúvida, estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.
Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na e gradualmente inclinam-se para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada.

As Escrituras nos alertam: “Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más.” (II São João I,10,11).

Santo Agostinho já dizia: “Um homem cristão é católico enquanto vive no Corpo; decepado deste torna-se um herege. O Espírito não segue um membro amputado.”

São Tomás de Aquino nos diz:

Por duas razões não se deve manter relações com os hereges. Primeiramente, por causa da excomunhão, pois, sendo excomungados, não se deve ter relações com eles, da mesma maneira que com os outros excomungados. A segunda razão é a heresia. – Em primeiro lugar, por causa do perigo, para que as relações com eles não venham a corromper os outros, segundo aquilo da primeira epístola aos Coríntios (15, 33): ‘As más conversações corrompem os costumes’. E em segundo lugar para que não pareça se prestar algum assentimento às suas doutrinas perversas. Daí dizer-se na segunda epístola canônica de S. João (v. 10): ‘Se alguém vier a vós e não trouxer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis, pois o que o saúda toma parte em suas más obras’. E aqui a Glosa comenta: ‘Já que para isso foi instituída, a palavra demonstra comunhão com esse tal: de outro modo não seria senão simulação, que não deve existir entre cristãos’. Em terceiro e último lugar, para que nossa familiaridade [com eles] não dê aos outros ocasião de errar. Por isso, outra Glosa comenta a respeito dessa passagem da Escritura: ‘E se acaso vós mesmos não vos deixais enganar, outros todavia, vendo vossa familiaridade [com os hereges], podem enganar-se, acreditando que esses tais vos são agradáveis, e assim crer neles. E uma terceira Glosa acrescenta: ‘Os Apóstolos e seus discípulos usavam de tanta cautela em matéria religiosa, que não sofriam sequer a troca de palavras com os que se haviam afastado da verdade’. Entende-se, porém: excetuado o caso de alguém que trata com outro a respeito da salvação, com intuito de salvá-lo”. Quaestiones quodlibetales, quodlibeto 10, q. 7, a. 1 (15), c.

Francisco insiste em colocar o homem como centro e acima de todas as coisas afirmando que: “Hoje a urgência é de tal ordem que não podemos brigar entre nós, à custa do sofrimento alheio. Primeiro trabalhar pelo próximo, depois conversar entre nós com muita grandeza, levando em conta a fé de cada um buscando nos entender.”. Veja como é linear e horizontal o seu pensamento: Primeiro trabalhar pelo próximo, depois à Deus, se tivermos tempo. Ficou invertido o primeiro Mandamento da Lei de Deus e o imperativo de São Lucas X,27. Em tudo o Homem tem de vir primeiro, depois, Deus. Em nome do Homem, jogamos por terra toda a Escritura, todos os ensinamentos dos Santos e dos Papas a respeito da salvação só sendo possível na Igreja, anulamos os Dogmas Católicos e derrogamos os Mandamentos da Lei de Deus.

O Papa Pio IX, a respeito da caridade para com os não-católicos, nos diz que: “Longe esteja de todos os filhos da Igreja hostilizar a quem não for ligado conosco pelos laços de fé e da caridade. Com caridade de cristãos socorram os acatólicos em sua pobreza, em suas doenças e necessidades. Mas, antes de tudo, façam o possível para arrancá-los de seus erros, e reconduzi-los à verdade católica e à carinhosa Madre Igreja” (Denzinger, 1678) apud Pe. Johannes Peter Junglas, A Igreja, Vozes, 1934, p.48.

Em apenas dois minutos (isso sem falar nos minutos antecedentes), Francisco destruiu o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo igualando as religiões ao Catolicismo. A Carta Encíclica Quas Primas do Papa Pio XI foi simplesmente anatematizada por Francisco com este discurso relativista.

Nosso Senhor disse: “Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (São Mateus, IV,4). É preciso nutrir a alma das crianças com a Palavra que sai da boca de Deus. É preciso solidificar a fé nas famílias. É preciso combater o divórcio, o aborto, a imoralidade, e tantas outras coisas. É disto que os brasileiros estão sedentos! De combate! É preciso batizar as crianças, educá-las na fé católica para elas irem para o céu. É preciso levar os Sacramentos aos necessitados, aos enfermos, aos encarcerados, aos distantes, sem proselitismo político, é disso que o povo precisa.

Por fim, Francisco termina a entrevista dizendo: “na nossa fé católica e em outras fés cristãs vamos ser julgados por estas obras de misericórdia.” Vamos lá! Então, primeiro, vamos falar sobre as Obras de Misericórdia, porque muita gente não sabe o que é isso. O Catecismo de São Pio X nos diz:

Quais são as boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo?
As boas obras de que se pedirá conta particular no dia do Juízo são as obras de misericórdia.
Que se entende por obra de misericórdia?
Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas necessidades corporais ou espirituais.
Quantas são as obras de misericórdia?
As obras de misericórdia são catorze: sete corporais e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as necessidades que se socorrem.

Quais são as obras de misericórdia corporais?
As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.

Quais são as obras de misericórdia espirituais?
As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2º Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.

Então, vejamos: faz parte das obras de misericórdia corporais dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus e etc... Isso é verdade. Mas, deve-se fazer tudo isso por amor a Deus e não por amor ao Homem, senão, a Igreja vira (se é que já não virou) uma entidade filantrópica onde o Homem é o centro do Universo e Deus, um mero acessório. Agora, vejamos, seremos também julgados pelas obras de misericórdia espirituais: dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos. E, por falar em Obras de Misericórdia, a que mais temos exercitado ultimamente com relação ao Papa Francisco é “sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo”.

Pois bem, meus amigos, o que devemos fazer agora? Resistir! Não há outra ordem para esta batalha. Mas resistir ao Papa? Sim! Muitos santos, para permanecer santos, assim o fizeram: resistiram aos maus papas.

No artigo A Missa Nova, um caso de consciência, a União Pia dos Padres Tradicionalistas de Campos/RJ, sob a direção de Dom Antônio de Castro Mayer, elenca vários exemplos de resistência de fiéis e de prelados aos maus papas. Tomamos a liberdade de reproduzir abaixo os exemplos citados pelo bispo:

Papa Inocêncio III: “Somente pelo pecado que cometesse em matéria de fé, poderia eu ser julgado pela Igreja” (“Sermo IV in cons . Pont.” P.L 217, 670).

“Decretum” de Graciano: “o Papa (...) por ninguém deve ser julgado, a menos que se afaste da fé” (Pars I, dist. 40 cap VI, Cânon “Si Papa”).

Papa São Leão II: “Anatematizamos (...) Honório (Papa), que não ilustrou esta Igreja apostólica com a doutrina da tradição apostólica, mas permitiu, por uma traição sacrílega, que fosse maculada a fé imaculada” (...) e “não extinguiu, como convinha à sua autoridade apostólica, a chama incipiente
da heresia, mas a fomentou por sua negligência” (Denz.-Sch. 563 e 561).

Papa Adriano II: “Honório foi anatematizado pelos orientais, mas deve-se recordar que ele foi acusado de heresia, único crime que torna legítima a resistência dos inferiores aos superiores, bem como a rejeição de suas doutrinas perniciosas” (grifos nossos)

Conforme podemos verificar, o Papa Francisco não contrariou apenas o Papa Pio XI, como sugere o título deste artigo. Aqui não entramos em questões de alto nível teológico, apenas constatamos algumas impropriedades na entrevista do Papa Francisco concedida a Rede Globo de Televisão.

Como distinguir a Verdade Católica do erro? É preciso que saibamos o Catecismo de cor, a fim de que, ao ouvir qualquer coisa da boca dos prelados e até mesmo do Papa, saibamos distinguir se o que dizem é católico ou não. É preciso ensinar as nossas crianças o Catecismo, batizá-las, educá-las na fé católica que as salvará.

Não esgotamos o tema e não foi esta a nossa intenção. Isso foi apenas uma breve e bem superficial análise dos últimos dois minutos da entrevista do Papa Francisco. Muita coisa se tem a dizer. O tempo é curto, o espaço é curto, as linhas são poucas e a nossa inteligência mais ainda.

Fiquem com Deus. Que a Virgem Auxiliadora dos Cristãos nos ajude nesta batalha. É preciso resistir, se quisermos chegar ao céu (São Lucas, XVI, 16).

Abaixo, o vídeo para quem ainda não assistiu...

“…é dever do rebanho, primeiro, defender-se. Normalmente, a doutrina flui dos Bispos para o povo fiel, e os súditos não devem julgar os seus chefes. Mas, no tesouro da Revelação, existem certos pontos que cada Cristão necessariamente conhece, e deve obrigatoriamente defender” (D. Prosper Gueranger, L’année liturgique – Le temps de la septuagesime, Tours: Maison Mame, 1932, pp. 340-341).
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2 comentários:

  1. Prezados amigos,

    Salve Maria!

    Obrigado por publicar o nosso singelo texto em V. blog.

    No Coração da Virgem!

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    Respostas
    1. Caríssimos, nós é que agradecemos pelo material que proporcionam e que "roubamos" de bom grado!!!

      Juntos em oração e Fé!

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