Impossível não repercutir este texto brilhantemente escrito. Sugiro que, da próxima vez, coloque mais desenhos e menos letrinhas, porque os que dormem não compreendem o que leem, ainda mais um texto mais longo do que duas linhas. Pinçam uma palavra ou outra, e se o resumo for "contra" dom Fellay... saem ao galope, gritando: "Crucifica-o!". Não fazem uso da razão. Enfim, eu não perco a esperança e por isso rezo e... desenho!
Onde está a reação?
Já
se tornou costume: quando alguém da resistência faz uma crítica bem
fundamentada contra Dom Fellay, logo os capachos de plantão se colocam a
defender o chefe. As críticas são feitas com todas as provas, muitas
vezes baseadas nas palavras escritas ou pronunciadas pelo próprio Dom
Fellay. Mas, os guarda-costas lançam aquele ar de escândalo: "estão
mentindo!", "estão caluniando!". Pretendem que a propaganda encubra a
verdade.
Engraçado
que, quando as autoridades vaticanas dizem coisas que realmente depõem
contra Dom Fellay, o silêncio é total. Eles temem desagradar as
autoridades com as quais se deseja fazer o acordo prático. Vejamos o que
disse recentemente o cardeal Cañizares:
"Mesmo
aqueles que seguem a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, quando
participam de uma missa celebrada corretamente, afirmou ainda o alto
prelado, eles dizem que não haveria a necessidade desta separação com a
Igreja Católica se ela [a missa] fosse assim em todos os lugares". O
Cardeal Cañizares, em seguida, esclareceu que, segundo o testemunho de
Dom Bernard Fellay, atual superior da Fraternidade, Dom Lefebvre
obviamente não desejaria a ruptura se a missa fosse celebrada por todos
segundo "a forma mais estrita" do novo Missal de Paulo VI (1963-1978).
O
fato é muito grave. A nossa recusa da missa de Paulo VI não se baseia
em qualquer abuso que ela possa ter sofrido. O novo rito é mau em si.
Antes mesmo que fosse posto em prática, o cardeal Ottaviani já havia
denunciado todos os erros e problemas deste rito. E dizer que Dom
Lefebvre teria aceitado a "forma mais estrita" da missa nova é um grande
absurdo, uma deturpação do pensamento deste santo bispo.
Visto que o cardeal atribuiu tal afirmação a dom Fellay, temos apenas duas saídas:
-
se Dom Fellay não disse isto, ele deveria reagir publicamente e
denunciar a mentira do cardeal. Os capachos deveriam se indignar e
publicar seus comunicados da mesma forma como fazem contra os membros da
resistência (com a diferença de que, agora, eles teriam razão de
protestar);
- se Dom Fellay disse isto, seria mais uma prova da grande mudança de rumo que ele está operando na FSSPX.
De uma forma ou de outra, isto só demonstra o grave perigo do acordismo.
Outra
notícia que demonstra o perigo que se corre pela falta de reação, é a
carta enviada por Dom Di Noia a cada um dos padres da FSSPX. Pelo
pouco que se pode ler na reportagem, já se pode perceber o quanto a
carta se constitui como uma armadilha para os incautos. Nada diferente
do que poderíamos esperar da comissão Ecclesia Dei. Mas, o que mostra o
nível a que chegamos na neo-FSSPX, é que esta carta teria sido enviada
para a sede da FSSPX em Menzingen com o intuito de ser distribuída a
cada um de seus padres.
A
única atitude correta das lideranças da FSSPX seria não encaminhar a
carta aos padres e ainda refutar publicamente cada uma das insidias
pelas quais se tenta cooptar os incautos.
Mas…
A notícia diz, não sabemos se é verdade, que os padres receberam a tal
carta. Se isto realmente chegou a acontecer, é mais uma prova da traição
cometida contra a obra de Dom Lefebvre.
Vejamos alguns pontos inadmissíveis da carta citados na reportagem:
Ele
[Dom di Noia] solicita a ambas as partes a proceder, cada qual em sua
parte, a um exame de consciência focado na humildade, docilidade,
paciência e caridade.
Ora,
os modernistas perseguiram a tradição, despojaram-nos de tudo o que era
de nosso direito, e vem falar em caridade? Antes de mais nada, devolvam
o que roubaram! Além disso, dizer que a FSSPX precisa fazer um exame de
consciência, implica em acusá-la de ter culpa, o que não é verdade. Mas
prossigamos:
(…)
a contínua degradação da situação da Fé Católica é um convite premente
[à FSSPX] para deixar o seu grandioso isolamento, e se unir às equipes
de salvamento no próprio lugar do acidente.
Grandioso
isolamento? A FSSPX está afastada dos hereges e traidores, e não do
povo fiel que necessita do apoio espiritual que os "plena comunhão" nos
negam. Isolar-se daqueles que estão infectados de heresia é a garantia
de sobrevivência para a nossa Fé. Isto não quer dizer que a FSSPX não
esteja participando do salvamento. Ela sim o está fazendo. Aquelas
equipes às quais Dom Di Noia se refere, as "oficiais", estas estão
matando o acidentado através de indiferentismos, ecumenismos, reuniões
de Assis, visitas a igrejas luteranas, negação de dogmas, nomeação de
hereges para altos cargos no Vaticano, etc.
O
desejo de silenciar a crítica ao Latrocínio Vaticano II também é
evidente, pois Dom di Noia pede que a FSSPX que "se abstenha, por uma
questão de princípio, de fazê-lo [criticar o CV II] nos meios de
comunicação de massa".
Criticar
o Vaticano II apenas em privado? De que adiantaria acender a lâmpada
escondida dentro de uma caixa? Todos os católicos têm o direito de
conhecer as mazelas do conciliábulo.
Dom
di Noia também pede que a FSSPX "fundamente todas as suas análises em
bases teológicas profundas e amplas". E não foi isto que a FSSPX sempre
fez? E que resposta as autoridades modernistas deram? Nenhuma. Deixaram
no silêncio, por que não tem resposta para dar, por exemplo, para a
"Sinopse dos erros imputados ao Concílio Vaticano II", a "Candeia
debaixo do alqueire", o "Prometo – a religião do homem", o "Catecismo
católico da crise na Igreja" ou o "Problema da reforma litúrgica". Quem
conhece a FSSPX sabe que não faltam trabalhos sérios, muito bem
fundamentados e que provam com todo rigor os erros do Vaticano II e da
missa nova.
Finalmente, o bispo afirma que:
o
"carisma" próprio de Dom Lefebvre e da obra que ele fundou, que é a
"formação sacerdotal" e não a "retórica áspera e contraproducente" ou "a
de se arrogar a missão de julgar e corrigir a teologia", ou ainda "de
corrigir publicamente os outros na Igreja". (…)
essas
"objeções" teológicas devem ser expressas internamente, e não em praça
pública, para "estimular o magistério" a formular melhor o seu ensino. E
não sob a forma de um "magistério paralelo".
Como
pode a liderança da FSSPX ficar quieta diante de tantas acusações
falsas? Quando foi que a FSSPX utilizou de retórica? Quando se arrogou a
missão de julgar e corrigir a "teologia"? A teologia católica é
ensinada pela FSSPX. O que é condenada é "nova teologia", herética,
defendida pelas autoridades modernistas. Esta nova teologia, e os
"outros" que a defendem, é que são publicamente corrigidos. E isto é
ótimo que aconteça, para que as pessoas conheçam os lobos em pele de
ovelha. Mas, como isto incomoda muito as autoridades modernistas, Dom di
Noia quer que a FSSPX se cale. E ainda lança a acusação de um
"magistério paralelo". Onde estão as lideranças da FSSPX para protestar
contra tamanha mentira? Será que eles somente protestam contra as
verdades ditas contra o chefe?
Se
Don di Noia convida tanto a FSSPX para uma colaboração leal, dócil,
paciente, pautada pela caridade, então ele também deve estar muito
aberto para receber a contribuição dos tradicionalistas, certo? Somente
quem não conhece o jogo sujo da Ecclesia Dei poderia acreditar nisto. Pois
este Don di Noia já admitiu, em outra oportunidade, que o objetivo é
converter a FSSPX ao pensamento conciliar, ainda que isto leve tempo.
Esta
mesma estratégia insidiosa é demonstrada na recente carta. Depois de
tudo o que já dissemos, resta-nos deplorar o quanto Don di Noia manipula
a memória de Dom Lefebvre. Pois ele teve a ousadia de invocar o
"carisma" próprio do grande Arcebispo e de sua obra reduzindo-a, porém, à
formação sacerdotal. A boa formação dos sacerdotes é uma marca da
FSSPX, sem dúvida. Mas não é a única. Combater os erros da igreja
conciliar é outra tarefa imprescindível nos dias de hoje. E isto é o que
Dom di Noia quer impedir. Elogiar algum "carisma" de Dom Lefebvre ao
mesmo tempo em que se quer silenciar o combate da FSSPX é uma prova da
absoluta imoralidade a que se presta a Ecclesia Dei. O elogio deles é o
mesmo do tentador, quer apenas a nossa ruína.
Quem
é que não consegue enxergar que qualquer acordo com estas pessoas
significa trair a obra de Dom Lefebvre e toda a resistência católica
contra o modernismo? Dom di Noia coloca expressamente seus desejos de
silenciar o combate da FSSPX e ainda tem gente que não enxerga o intuito
dos lobos? Onde está a reação? Acordem!
Fonte: Pacientes na tribulação