Na Inglaterra o boom do latim
Na Inglaterra explode o interesse pelo latim. O número dos estudantes que no começo deste ano [2011] escolheram como matéria a língua de Cícero conheceu um incremento impressionante.
O ministro da Educação Gove se atreveu a declarar que "o que estamos assistindo é o maior revival do latim desde os tempos da conquista de Júlio Giulio Cesar".
Entre os mais entusiastas promotores do ensino das línguas clássicas está o excêntrico e popularíssimo prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson, que constituiu um grupo de sessenta voluntários com o encargo específico de ensinar o latim nas escolas primárias estatais.
Haveria muito que dizer sobre este fenômeno. Mas há uma observação que eu gostaria muito de fazer. O latim foi, até a revolução do final dos anos sessenta (uso o termo revolução propositalmente), a língua da liturgia católica. Paolo VI achou por bem abandoná-lo para aproximar a Igreja ao mundo moderno, para favorecer "a participação do povo, deste povo moderno cheio de palavra clara, inteligível, traduzível em sua conversação profana" (Alocução na audiência geral dos fieis, em 26 de Novembro de 1969).
Hoje, Anno Domini 2011, frotas de adolescentes na moderna e secularizada sociedade britânica fazem fila para inscrever-se às lições de latim. Nisso, Paolo VI não foi certamente profeta.
Giorgio Roversi - 09/11/11