Tempo de Advento
Fonte: ScuolaEcclesia Mater
27/11/11
A finalidade do Advento é preparar os fieis para o
grande acontecimento do Nascimento do Salvador.
Liturgicamente, além da memória do nascimento histórico
de Jesus Cristo, o Advento significa outra dúplice vinda dEle: seu nascimento
em nossas almas mediante a graça e sua vinda na consumação dos tempos para
julgar toda a humanidade. Assim considerado, o Advento representa os tempos
pré-messiânicos, durante os quais o povo de Deus esperava a sua libertação pelo
Redentor vindouro; representa a misteriosa ação da graça que forma a nossa alma
à imagem e semelhança de Cristo, inserindo-nos vitalmente nEle, como os membros
do mesmo corpo à cabeça; e representa, finalmente, os séculos que devem passar
até quando o Cristo virá em todo Seu poder para julgar os vivos e os mortos.
Os sentimentos que devem inspirar nossa piedade durante
o Advento são:
1° Penitência,
porque, segundo a pregação de João Batista, é necessário neste tempo sagrado
que produzamos “frutos de verdadeira penitência (...)toda árvore que não produzir
bons frutos será cortada e lançada ao fogo”[1].
2° Recolhimento interior, porque há “uma voz
que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor”[2]:
oras, para ouvir os acentos salutares desta voz, é necessário que, voltados à
séria consideração de nossa vida, fechemos o ouvido ao barulho do mundo e, no
silêncio da erudição, nas solenidades do culto, recolhamos os frutos do
Espírito que nos fala das profundezas da alma;
3° Desejo ardente do Senhor, porque Ele é o “Sol nascente que resplandecerá
do alto para (...) iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e guiar
nossos passos no caminho da paz”[3].
A Igreja nos dá o exemplo: em sua liturgia se ouve
um brado contínuo, intenso e crescente que invoca o Cristo, a Sabedoria do Altíssimo,
que deve vir para ensinar o caminho da santidade; o Líder de Israel, que deve
vir para libertar o seu povo; o Filho de Jessé, que deve abrir o cárcere tenebroso
do pecado; o Rei das gentes, que deve fundar o Reino universal da caridade; o
Emanuel, o Deus conosco, que deve vir a habitar com seus irmãos para elevá-los
à dignidade de filhinhos de Deus, com a efusão de seu amor.
(Extraído de Abade Emanuele Caronti O.S.B., O Messale festivo per i
fedeli, ed. L.I.C.E., Torino 1932, pp. 73-74).