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quinta-feira, 12 de março de 2015

SÃO GREGÓRIO MAGNO




12 de Março 

SÃO GREGÓRIO MAGNO

Papa, Confessor e Doutor
Pontificado: 590 a 604 



Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja, nasceu em Roma, em 540. O pai, Gordiano, era Senador e, como a mãe, Sílvia, pessoa muito religiosa. De mútuo acordo, Gordiano e Sílvia se dedicaram ao serviço de Deus, ele abraçando o estado eclesiástico e ela, retirando-se à solidão, para servir unicamente a Deus. Gordiano recebeu o diaconato e prestou grandes serviços como Cardeal-diácono.

Gregório recebeu uma educação esmerada e distinguia-se entre os companheiros pelo seu saber e pela virtude. Aos 34 anos de idade, o Imperador Justino II o nomeou Pretor (Primeiro Ministro) de Roma. Nesta elevada posição, deu altas provas de amor à justiça, de humildade e de piedade.

Depois da morte do pai, renunciou o cargo e fundou sete conventos: seis na Sicília e um em Roma. O seu palácio no Monte Célio foi transformado em mosteiro beneditino. Em 575 tomou o hábito da mesma Ordem.

Como religioso, foi modelo para todos nas virtudes da vida monástica. Em certa ocasião, viu Gregório alguns escravos que tinham vindo da Inglaterra. A triste sorte desses infelizes o comoveu profundamente e, sabendo que a Inglaterra estava ainda mergulhada nas trevas do Paganismo, pediu e obteve licença para dedicar-se à obra da missão na Inglaterra.

Não chegara ao termo da viagem, quando uma ordem do Papa Pelágio II o chamou para Roma, onde foi incorporado ao Colégio dos Sete Diáconos da Igreja. Pouco tempo depois, em missão extraordinária, foi mandado a Constantinopla, de onde voltou para atender à vontade dos companheiros de Ordem que o tinham eleito Abade.

Deus, porém, tinha-lhe reservado dignidade maior, Pelágio II morreu em 590. A voz unânime do povo e do clero, na eleição de um sucessor, indicou Gregório; eleição que foi confirmada pelo império. Se bem que tudo fizesse para fugir da grande responsabilidade de Supremo Pastor, Gregório, vendo a inutilidade dos seus esforços, afinal aceitou a nova dignidade, curvando-se perante a evidência da vontade divina.

O pontificado de Gregório traz o estigma da caridade. Caridoso para com todos, era amado como um pai. Ao lado de uma caridade sem par, vemos no caráter deste grande Papa uma firmeza admirável, na defesa da Fé e dos bons costumes cristãos. Assim se opôs energicamente às indevidas imposições do Patriarca de Constantinopla; conseguiu do imperador a revogação de um decreto que excluía funcionários públicos do estado eclesiástico e proibia aos soldados a entrada em uma Ordem religiosa.

Embora de atividade pouco comum, no meio dos negócios da Igreja não perdia de vista a santificação de sua alma.

“Eu estou pronto – assim se exprimia numa carta – para ouvir todos aqueles que me quiserem fazer a caridade de uma repreensão salutar; considero como amigos só aqueles que possuírem a generosidade de indicar-me os meios de purificar minha alma das manchas que possui”.

Amigo das ciências, procurou despertar, principalmente entre o clero, interesse pelo estudo das mesmas. Na ignorância reconhecia a fonte de muitas desordens. O nome de Gregório está intimamente ligado à reforma do Cantochão(1), a música litúrgica da Igreja, que é conhecida também sob o nome de Canto Gregoriano.

A situação geral da Igreja não era lisonjeira e requeria um papa da têmpera de Gregório. Quando tomou as rédeas do governo, a Igreja Oriental estava dividida pelos erros de Nestório e de Eutiques. Gregório reconduziu muitos hereges à Igreja-mãe. A Inglaterra estava nas trevas do Paganismo; Gregório para lá mandou os primeiros missionários. Na Espanha, o Arianismo conseguia implantar-se na alma da nação, graças ao governo dos Visigodos; Gregório restabeleceu lá a Fé Católica em toda a sua pureza. A Igreja da África foi libertada do mal dos Donatistas, e a França deve a Gregório Magno a extirpação do grande mal da Simonia.

De uma atividade admirável, Gregório Magno achou tempo ainda para escrever numerosos livros, cheios de sabedoria e santidade. Após um pontificado abençoado de 13 anos, Gregório morreu em 604, na idade de 64 anos. Com Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo é um dos quatro doutores latinos.

O Diácono Pedro, que possuía toda confiança de São Gregório, afirma ter visto muitas vezes o divino Espírito Santo, em forma de uma pomba branca, descer sobre o Santo Papa. É por este motivo que a arte cristã apresenta São Gregório Magno com uma pomba branca, pairando sobre a sua cabeça.


REFLEXÕES

1. De todos os cargos, os mais penosos são os de superior. O superior que possui, como São Gregório, humildade e caridade, considera-se o último de todos. Não tem orgulho que se impõe imperiosamente, extorquindo o tributo da obediência. Um bom superior prefere pedir a mandar; se o dever lhe impõe usar da autoridade, é com prudência que a ela recorre. Dos seus direitos só faz uso quando o requer a glória de Deus e o bem das almas. Se for necessário infligir castigo a um súdito, humilha-se em espírito, tomando o último lugar entre os seus semelhantes, imitando o exemplo dos Apóstolos, na direção daqueles que lhe são confiados. Se lhe dão o direito de mandar, com São Paulo prefere dizer: “Pela amizade que me tens, pelo coração e a mansidão de Jesus Cristo, eu te peço e conjuro, se me tens amor, que faças isso”. Se as circunstâncias exigirem uma repreensão ou um castigo, o superior nada fará sem meditar as palavras do Apóstolo: “Se alguém cair em erro, vós que estais iluminados, procurai instruí-lo no espírito de mansidão; levai antes de tudo em consideração vossa própria fraqueza, para que não vos venham tentações”. Superiores, pais e mães de família, que procederem sempre assim, deixando-se guiar pelo espírito de humildade e caridade, conquistarão os corações, destruirão o pecado e confirmarão a virtude. Os superiores, pais e mães de família que se queixam de desobediência, de falta de respeito e desregramentos dos súditos, devem antes levantar acusações contra si mesmos e examinar a si próprios. Quem não aprendeu a ganhar os corações, como Jesus Cristo os ganhava, pela bondade e caridade, e pelo contrário os repele pelo modo áspero com os trata, não deve acusar se não a si próprio. A caridade concilia, agrada, cativa; o rigor, a aspereza e arrogância vexam e irritam, indispõem. “É este o meu mandamento, diz Nosso Senhor, que vos amei”. A caridade de Cristo tinha três qualidades preciosíssimas: era meiga, benevolente e universal.

2. O nome de Gregório Magno se acha intimamente ligado ao canto sacro. Nada nos obriga a ver nele um grande compositor de músicas litúrgicas; certo é, porém, que pôs em ordem os numerosos cânticos litúrgicos então existentes: antífonas, responsórios, ofertórios, aleluias, tractus etc. É bem possível, senão muito provável, que tenha enriquecido com composições de sua lavra o grande tesouro musical que encontrara. Ao canto litúrgico foi dado subsequentemente a denominação de Canto Gregoriano, nome que lhe ficou, sendo-lhe próprio até os nossos dias.  


__________ 
Notas:
1. Cantochão é a denominação aplicada à prática monofônica de canto utilizada nas liturgias cristãs, originalmente desacompanhada. Historicamente, diversas formas de rito cristãos — como a Moçárabe; Ambrosiana ou Gregoriana – organizaram a música utilizada em repertórios, a partir daí intitulados a partir do rito do qual fizessem parte: Canto Gregoriano; Canto Moçárabe e Canto Ambrosiano, por exemplo. Formadas principalmente por intervalos próximos como segundas e terças, melodias do cantochão se desenvolvem suavemente, sendo o ritmo baseado na prosódia dos textos em latim. O cantochão é o principal fundamento da chamada música ocidental, sobre o qual toda a teoria posterior se desenvolve, ao contrário de outras artes que apontam para a época clássica da civilização greco-romana, ou até mesmo fontes anteriores. O cantochão é também a música mais antiga ainda utilizada, sendo cantada não só em Mosteiros como também por coros leigos no mundo todo. (Wikipédia).

Fonte: http://www.paginaoriente.com/santos/gregorioi1203papa.htm.

  
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