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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Vaticano e a TL

O ESTRANHO CASO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO REVALORIZADA NO VATICANO


Paolo Rodari
Segundo Paolo Rodari, de Palazzo Apostolico, a possível candidatura de Gerhard Ludwig Müller, Bispo de Ratisbonne, para a Congregação para a Doutrina da Fé, no lugar de Mons. Levada, não é uma boa notícia para o mundo católico, tendo em vista suas perigosas ligações com o fundador da teologia da libertação, Gustavo Gutiérrez. Segundo afirma Rodari, até o Osservatore Romano dá agora espaço e ênfase a esta figura, ao publicar, em dezembro ainda, um artigo sobre Müller, que cuidou da Opera omnia do futuro Papa Bento XVI e que esclarece que será republicado o volume dedicado à Escatologia, onde há dois textos do teólogo Ratzinger que, além de desfazer os ‘perigos’ ínsitos no famigerado movimento teológico, mostra os 'princípios positivos' da TL... Com esse artigo parece estar claro que a Santa Sé pretendia revalorizar o curriculum de Müller, mas, também, reavaliar (e valorizar) a teologia herética que sempre foi criticada, especialmente - segundo Rodari - por João Paulo II, que, em 1979, no México, declarou que “a concepção de Cristo como político, revolucionário, como o subversivo de Nazareth, não se alinha com a catequese da Igreja”. O Papa Bento XVI, então prefeito da Congregação pela Doutrina da Fé, compartilhava a visão de João Paulo II, mas também, como alega o próprio Müller, escreveu documentos, quando por sua passagem pela Congregação (Libertatis nuntius, 1984, e Libertatis conscientiae, 1986), que não continham apenas críticas, mas preparavam a estrada para uma “verdadeira teologia da libertação que é estritamente ligada à doutrina social da Igreja e que no mundo de hoje deve levar a própria voz...”. 

A teologia da libertação ainda vive. O próprio fundador o declarou recentemente. 

Como se isso não bastasse, em Roma há outro prefeito de Congregação (a Congregação dos religiosos), o Arcebispo brasileiro João Braz de Aviz, que, ao chegar a Roma em fevereiro passado, disse em uma entrevista que a TL não apenas é útil, mas necessária, porque permitiu à Igreja descobrir a opção preferencial pelos pobres, que é uma “opção evangélica”. (sic)
As escolhas dos novos prefeitos são preocupantes. Todas elas. Que Roma estão a construir? 

Giulia d'Amore di Ugento

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