DOZE DIAS APÓS O NATAL DO SENHOR
FESTA DE PRIMEIRA CLASSE
A Epifania é, após a Páscoa, uma das
solenidades cristãs mais importantes, junto com a Ascensão, o Pentecostes e o
Natal. É celebrada no dia 06 de janeiro, ou seja, doze dias após o Natal. Nos
países em que não é um feriado civil1, é celebrada no domingo entre os
dias 2 e 8 de Janeiro.
Etimologicamente,
Epifania deriva do verbo grego ἐπιφάινω, epifàino, que significa ‘me torno manifesto’: o substantivo
feminino ἐπιφάνεια, epifanèia era utilizado pelos gregos
para indicar a ação ou a manifestação de uma divindade, através de milagres,
visões, sinais etc.
No
século III2, os cristãos já comemoravam, com
o termo Epifania, as manifestações
divinas de Jesus, em particular a adoração
dos Reis Magos, o batismo de Jesus
e o milagre de Canãa. Com o tempo, e
ainda hoje, se passou a entender com esse termo unicamente a primeira
manifestação pública de Sua divindade, com a visita dos Reis Magos.
Em
algumas Igrejas ortodoxas, a visita dos Reis Magos é celebrada no próprio Natal3 e usa-se o termo para indicar a
festa que cai sempre no dia 6 de janeiro (ou treze dias mais tarde nas Igrejas
que seguem o calendário juliano), quando celebram o batismo de Jesus no rio
Jordão. Também chamam esta festa de Teofania.
A festa
da Epifania é parte do Tempo de
Natal e dá início ao Tempo da Epifania,
que é um período do calendário litúrgico tradicional:
06 de Janeiro:
Epifania do Senhor
I
domingo após a Epifania: festa da Sagrada Família
II
domingo após a Epifania: Exsultat gaudio pater justi
III
domingo após a Epifania: Omnis terra adoret te
IV
domingo após a Epifania: Adorate deum
V
domingo após a Epifania:
VI domingo após a Epifania:
A Igreja
Conciliar englobou este período no tempo ordinário.
A TEOLOGIA
O
nascimento de Jesus é retratado nos Evangelhos, mas apenas São Mateus menciona
os Magos do Oriente (μαγοι απο
ανατολων), que são chamados Reis por
influencia de Isaías4.
Narra São
Mateus (2,1-12) que os Reis Magos5, guiados até Belém6, na Judeia, por uma estrela7, levam para Jesus Menino, o “Rei
dos Judeus”8: ouro (em homenagem à sua
realeza), incenso (em homenagem à sua divindade) e mirra (antecipação de seu
futuro sofrimento redentor), e o adoram9.
QUEM E QUANTOS SÃO OS REIS MAGOS
O
Evangelista não diz quantos são nem seus nomes, mas diz a Tradição que são três
porque três foram os presentes entregues ao Santo Menino, e lhes são atribuídos
os nomes de Melchior (Melquior ou Belchior), Baltasar e Gaspar.
Ludolfo
da Saxônia10 explica que os “três reis pagãos foram chamados Magos não
porque fossem versados em artes mágicas, mas pela grande competência deles na
disciplina da astrologia11. Os que os Persas chamavam de magos, os Hebreus chamavam de escribas, os Gregos
de filósofos e os latinos de sábio”
(Vita Christi12).
Na Bíblia do Rei Tiago (King James Version), eles são chamados
de Homens Sábios, mas o mesmo termo ‘magos’, usado para indicar os três reis sábios, é usado como bruxo nos Atos dos Apóstolos13 e também identifica Simão, o
mago14. Hoje, o significado mais
profundo, o verdadeiro, foi esquecido, e, portanto, usa-se o termo de derivação
grega, Magos.
REALEZA DOS REIS MAGOS
A
realeza dos Magos não é atestada por fontes canônicas cristãs, nem pelos Padres
da Igreja, todavia os Magos se tornam Reis Magos, na tradição litúrgica cristã,
porque a festa da Epifania é ligada
ao Salmo 71,1015: “Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e
de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons”. Faz-lhe eco também o Salmo 67,30: “Pelo vosso templo em Jerusalém, ofereçam-vos
presentes os reis!”. Remete também a Isaías 60,34. Havia polêmica, mas já por volta do ano 500, os
comentadores bíblicos adotavam a versão de que se tratava de Reis, e isso perdurou inconteste até a
Reforma protestante.
ORIGENS DOS REIS MAGOS
Sobre
suas origens – Melchior (semítico,
rei dos Persas), Baltasar (jafético,
rei dos Indianos) e Gaspar (camítico,
rei dos Árabes) –, a lenda quis que eles proviessem de países longínquos,
localizados nos três continentes então conhecidos: Europa, Ásia e África, para
significar que a missão redentora de Jesus era destinada a todas as nações do
mundo. Por isso, geralmente, os três Reis são representados como um branco, um
árabe e um negro.
OS DONS
Em um
hino religioso do poeta ibérico Prudêncio (final do século IV) já se encontra a
interpretação medieval dos dons como emblemas proféticos da identidade de
Jesus, retomada em cantos populares muito mais tarde (p. ex. We Three Kings, de John Henry Hopkins,
Jr., 1857).
O
incenso, que era usado no templo, indica o sacerdócio
de Jesus; o ouro, Sua realeza; a
mirra, usada para a preparação dos corpos para a sepultura, indica a expiação dos pecados através da morte. Dos
três dons, o terceiro era, de fato, o mais importante; a mirra é uma planta
medicinal da qual se estrai uma resina gomosa que era misturada a óleos para
fins medicinais, cosméticos e, no que interessava aqui, religiosos: Cristo significa
Ungido, consagrado com um unguento
simbólico, um crisma, para ser Rei e
Messias.
LITERATURA SOBRE OS REIS MAGOS
Nos
primeiros séculos da Era Cristã foram escrito vários textos sobre os Magos: o
‘Opus imperfectum in Matthaeum’ (opera latina anterior ao século VII); ‘A Vida
de Adão e Eva’; o ‘Livro da Revelação de Adão ao filho Seth’, encontrado na
biblioteca gnóstica copta de Nag Hammadi (1945); ‘O Protocolo Etiópico de São
Tiago’; ‘A Caverna dos Tesouros’, este último um importante texto siríaco do
século V que pela primeira vez representa os Magos como Caldeus e os define
‘reis filhos de reis’. Ao redor dos Magos nasce, ainda, o culto do Fogo
sagrado, testemunhado por um manuscrito uigures16, de origem siríaca-nestoriana,
descoberto a Turfan (Turquia). Há ainda o apócrifo ‘Evangelho árabe da
Infância’ (capítulos VII-VIII); o etiópico ‘Liber Nativitatis Mariae Virginis’
(Livro da Natividade de Maria Virgem) e, ainda, ‘Il Milione’ de Marco Polo
(capítulos XXII-XXIII)17-18. Embora não mencionados no Alcorão,
o enciclopedista árabe al-Tabari (IX século) cita os dons levados pelos Magos,
atribuindo-lhes o simbolismo que é usual e citando como fonte o escritor do
século VII, Wahb ibn Munabbih.
A ESTRELA DE BELÉM
A
estrela que atravessa o céu, que a Tradição e a iconografia indicam como a Estrela de Belém e os contemporâneos
como Estrela da Profecia, é
frequentemente representada como um cometa com cauda.
Na
narração evangélica, a estrela não é único sinal a identificar a cidadezinha de
Belém como o lugar aonde viria a nascer um rei, o Messias dos Judeus,
descendente ou ‘filho’ de Davi, mas, como dissemos, também o Livro de Isaías
(60,34), que Herodes também
conhecia. O Livro de Miqueias6 (5,1)
também faz eco a esta profecia.
Os antigos
tinham ideias confusas sobre os astros; alguns achavam que fossem seres
espirituais. São Tomás acreditava que se trataria de “uma estrela criada à
parte das outras, não no céu mas na atmosfera próxima à terra, e que se movia
segundo a vontade de Deus”19. Ou, ainda, citando São João
Crisóstomo, o próprio Espírito Santo, que viria a aparecer também como uma
pomba no Batismo do Senhor. A identificação das estrelas com os anjos
transparece em muitos textos bíblicos ou na literatura judaica, o que
explicaria a razão pela qual a estrela movia-se, detinha-se, aparecia e
desaparecia de forma inusitada (Mt 2:9-11). Por isso, muitos Padres da Igreja,
entre os quais São João Crisóstomo, não viram nenhuma contradição no fato de
uma estrela – isto é um anjo – descer à terra para guiar os Magos até à manjedoura
de Jesus, segundo a narração popular e em analogia à guia dada a Israel durante
o Êxodo (14,19; 23,20; 32,34; 33,2). E, ainda, Is 14:12-14 e Ap 1:20, 12:4. Contudo,
o II Concílio de Niceia (553) excluiu completamente a ideia de que planetas ou
estrelas pudessem ter alma. Mesmo assim,
OS TÚMULOS DOS REIS MAGOS
Marco
Polo afirma ter visitado as tumbas dos Magos, na cidade de Saba20, ao sul de Teerã, por volta de
1270: “Na Pérsia está a cidade que é
chamada de Saba, da qual partiram os três reis que foram adorar a Deus quando Ele
nasceu. Naquela cidade são sepultados os três Reis Magos em um bonito túmulo, e
estão ainda todos inteiros [incorruptos]
com barba e com os cabelos: um deles teve o nome de Beltasar, o outro Gaspar, o
terceiro Melquior. O Senhor Marco perguntou várias vezes naquela cidade sobre
aqueles III reis: ninguém soube lhe dizer nada, se não que eram III reis
sepultados antigamente”21.
Aquele
de Marco Polo não é, contudo, o único testemunho da sepultura dos Magos. No
transepto da Basílica românica de Sant'Eustorgio22, em Milão, encontra-se a Capela dos Magos, onde é guardado um
colossal sarcófago de pedra, vazio, datado do período tardio do Império Romano:
a
tumba dos Magos. Segundo a tradição milanesa, a basílica foi construída
pelo Bispo Eustorgio por volta do ano 344, para ser sepultado, depois de sua
morte, ao lado dos Magos. Para tanto, mandou buscar em Constantinopla, da
Basílica de Santa Sofia, os restos reais que lá haviam sido levados por Santa
Helena, algumas décadas antes, durante sua peregrinação à Terra Santa.
Em 1162,
o imperador Frederico Barba-Ruiva mandou destruir a Basílica de Sant'Eustorgio e
se apossou das relíquias dos Magos. Em 1164, um alto dignitário da corte
imperial, o Arquichanceler Rainaldo de Dassel, Arcebispo de Colônia, subtraiu
os corpos e os transferiu, através da Lombardia, Piemonte, Borgonha e Renânia, até
o Duomo da cidade alemã de Colônia, onde até hoje estão conservados em um
precioso relicário.
Aos
milaneses restou apenas a medalha feita, ao que parece, com parte do ouro doado
pelos Magos ao Senhor, que desde então é exposta na Epifania em Sant'Eustorgio, ao lado do sarcófago vazio. Milão
sempre tentou reaver os restos mortais dos Magos, mas em vão: Ludovico o Mouro
(1494), Papa Alexandre VI, Felipe II de Espanha, Papa Pio IV, Papa Gregório
XIII e Federico Borromeo tentaram, mas não conseguiram fazer retornar as
relíquias à Itália. Apenas no século XX Milão conseguiu receber parte do que
lhe foi tirado: em 03 de janeiro de 1904, o Cardeal Ferrari, Arcebispo de
Milão, mandou recolocar na Basílica de Sant’Eustorgio, solenemente, alguns
fragmentos ósseos dos restos dos Magos (duas fíbulas, um tíbia e uma vértebra),
oferecidos pelo Arcebispo de Colônia, Fischer. Os fragmentos foram colocados em
uma urna brônzea ao lado da antiga capela vazia, com a escrita: “Sepulcrum
Trium Magorum” (tumba dos três Magos).
Muitos
lugares entre a Itália e a Alemanha alardeiam a honra de ter hospedado as
relíquias durante a transferência dos restos mortais dos Magos, de Milão até
Colônia. Em muitas igreja se encontram ainda fragmentos deixados de presente. O
testemunho dessa passagem ainda está nos hotéis e hospedarias que perduram,
como “Aos três Reis”, ou “As três coroas” e “À Estrela”.
Na
catedral de Colônia está, então, a arca que contém, segundo a Tradição, as
relíquias dos Magos, que lá foram guardadas por ordem de Barba Ruiva. É uma
arca de prata dourada, feita confeccionar pelo sucessor de Rainaldo, Felipe de Heinsberg,
e colocada na Igreja de São Pedro, que se tornou depois a Catedral Gótica de
Colônia.
Mas em
Milão o culto aos Magos permaneceu vivo. Em 1336, conta o cronista Galvano
Fiamma que se celebrava ainda uma procissão dos Magos a cavalo pela cidade. Uma
versão disso é narrada no Historia Trium
Regum (História dos três Reis) do clérigo do século XIV, Giovanni de
Hildesheim, que explica a presença em Colônia das relíquias dos sábios
orientais começando a narração pela viagem, a Jerusalém, de Santa Helena, mãe
de Constantino I, durante a qual ela recuperou a Cruz e outras relíquias:
“A rainha Helena [...] começou a pensar muito aos
corpos daqueles três reis, e acompanhada de um grande séquito, foi até à Terra
do Indo [...] e quando encontrou os corpos de Melchior, Baltasar e Gaspar, a rainha
Helena os colocou em um baú que ornou com grandes riquezas e os levou para
Constantinopla [...] e os colocou em uma igreja chamada Santa Sofia”.
CURIOSIDADE
Em 614,
a Palestina foi ocupada pelos Persas, guiados pelo rei Cosroe II, os quais
destruíram quase todas as igrejas menos a Basílica da Natividade de Belém.
Conta-se que o fizeram por que sobre a fachada da basílica havia um mosaico com
os três Magos vestidos com o habito tradicional persa.
BIBLIOGRAFIA
Giovanni de HILDESHEIM, Storia dei Re Magi - Libro delle
gesta e delle traslazioni dei tre Re, a cura di Massimo Oldoini, Francesco
Ciolfi editore, Cassino ottobre 2009.
Giuseppe SEGALLA, Una storia annunciata, Morcelliana,
Brescia, 1986.
Tradução e adaptação: Giulia d'Amore di Ugento
[1] NdTª.: Não é em todos os países cristãos que a
Epifania é reconhecida como feriado civil no dia 6 de janeiro. Isto ocorre na
Itália (a não ser entre 1978 e 1985), Áustria, Croácia, Finlândia, em alguns
Länder da Alemanha, na Grécia, na Eslováquia, Espanha, Suécia, em alguns
cantões da Suíça, na República Dominicana, na Polônia e em Porto Rico. Na
Itália, em particular, com a Lei n. 54, de 05 de Março de 1977, deixaram de ser
considerados feriados civis, além da Epifania, o dia de São José (19 de Março),
o dia da Ascensão (40 dias depois da Páscoa), o dia de Corpus Christi (lá chamado de Corpus
Domini – a primeira quinta feira sucessiva ao domingo de Pentecostes), o
dia dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de Junho). Oito anos depois, com
outra lei (D.P.R. 792/1985), era repristinado o feriado civil da Epifania e,
apenas para o município de Roma, o dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
[2] NdTª.: vide Enciclopédia Treccani, verbete Epifania.
[3] NdTª.: vide Theophany em Orthodoxwiki.org.
[4] NdTª.: “et ambulabunt gentes in lumine tuo et
reges in splendore ortus tui” (as nações andarão na tua luz, e os reis, no
esplendor de tua aurora”, Isaías 60,3.
[5] NdTª.: “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de
Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.
Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua
estrela no oriente e viemos adorá-lo.” Mt, 2,1-2.
[6] NdTª.: “Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena
entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a
governar Israel.” (Mq, 5,1).
[7] NdTª.: “Perguntaram eles: Onde está o rei dos
judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.”
Mt, 2,9-10.
[8] NdTª.: βασιλευς των ιουδαιων (Mt 2,2).
[9] NdTª.: “Perguntaram eles: Onde está o rei dos
judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.”
Mt, 2,11.
[10] NdTª.: Ludolphe le Chartreux (Alemanha, fim do
século XIII), também chamado de Ludolphe de Saxe, Ludolphus Saxonia, Rudulfus,
Landolfus, Landophe le Chartreux, Leutolphus, Lutoldus, Litoldus ; Cartusianus,
Nationoteutonicus, Allemanus e, por fim, também de Ludolf von Sachsen, foi um
religioso alemão da Ordem dos Cartuxos. É o autor de uma celebre Vita Christi,
tida como a primeira biografia de Jesus Cristo, baseada sobre os Evangelhos e
as obras dos Padres da Igreja. Iniciada talvez em 1328, foi publicada pela
primeira vez em 1472, sendo traduzida em várias línguas. Foi livro de
convalescência de Santo Inácio de Loyola que o inspirou a abandonar a carreira
militar e se tornar soldado de Cristo. há quem lhe atribua, ainda, a Imitação
de Cristo e o Speculum humanae salvationis.
[11] NdTª.: Na verdade,
astronomia.
[12] NdTª.: O Vita
Christi é um dos mais importantes incunábulos (livros impressos até 1500) e
o primeiro dos livros ilustrados impressos em Portugal (1495), uma sumptuosa
edição in-fólio que foi paga pela rainha D. Leonor.
[13] NdTª.: 13,8: “But Elymas the sorcerer…” (Mas
Élimas, o Mago...).
[14] NdTª.: 8,9: “But there was a certain man,
called Simon, which beforetime in the same city used sorcery” (Ora, havia ali
um homem, por nome Simão, que exercia magia na cidade).
[15] NdTª.: vide The New Catholic Encyclopedia, 2ª ed., vol. 9. NY, Gale, 2003, pag.
34.
[16] NdTª.: Os uigures são um povo de origem
turcomena que habita principalmente a Ásia Central.
[17] NdTª.: vide Enciclopedia delle religioni, Vallecchi, vol. 3, p. 1816-1822.
[18] NdTª.: vide Alfredo Cattabiani, Calendario, Oscar Mondadori, cap. II.
[19] NdTª.: vide Revista Arautos do Evangelho (Dez/2007, n. 72, p. 36-37).
[20] NdTª.: Não confundir com a bíblica Sabá. Franco Cardini prefere chamá-la Sawa.
[21] NdTª.: “In
Persia è la città ch'è chiamata Saba, da la quale si partiro li tre re
ch'andaro adorare Dio quando nacque. In quella città son soppeliti gli tre Magi
in una bella sepoltura, e sonvi ancora tutti interi con barba e co' capegli:
l'uno ebbe nome Beltasar, l'altro Gaspar, lo terzo Melquior. Messer Marco
dimandò più volte in quella cittade di quegli III re: niuno gliene seppe dire
nulla, se non che erano III re soppelliti anticamente.” (Il Milione, cap.
30).
[22] NdTª.: A Basílica de Sant'Eustorgio é uma
igreja católica da cidade de Milão, na Itália. Durante muito tempo foi um
destino de peregrinos, já que era considerado o local da tumba dos Reis Magos.
Foi fundada em torno do século IV, dedicada a Eustorgio I, bispo de Milão, a
quem se atribui a transferência das relíquias dos Reis Magos. Mais tarde for
reconstruída em estilo românico e, quando Milão foi saqueada por Frederico
Barba-Ruiva, as relíquias foram confiscadas e levadas para Colônia. Em 1904
alguns fragmentos delas foram devolvidos à Sant'Eustorgio. Do século XIII em
diante foi a sede milanesa dos Dominicanos, que realizaram novas obras na
construção. A fachada atual é uma reconstituição moderna. O interior tem três
naves e uma cúpula, e da estrutura românica só restam partes da abside. Do
edifício original paleocristão só se preservam os alicerces. Ao longo das naves
laterais existem diversas tumbas de famílias importantes de Milão, decoradas
com esculturas e afrescos de Ambrogio Bergognone e Giotto. Entre os monumentos
mais notáveis da basílica está a rica Capela
Portinari, o memorial fúnebre da família, com uma tumba criada por Giovanni
di Balduccio que é uma das melhores obras da Renascença lombarda.
Editado em 18/01/2012:Vale a pena ler: Manuscrito vaticano lança nova luz sobre os Reis Magos (recebido por e-mail).