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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Santa Ursula e suas companheiras, Mártires

21 de outubro 

Santa Ursula e suas companheiras

Mártires


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Uma "Passio" do século X narra a história de uma jovem de excepcional beleza, Úrsula, filha de um soberano bretão - Dionotus - que se havia consagrado secretamente a Deus, mas foi pedida em casamento pelo príncipe pagão Ereo. A recusa dela provocaria uma guerra e também por isso, aconselhada por um anjo, em uma visão que teve em sonho, pedi para esperar por três anos uma resposta, para melhor compreender a vontade do Senhor e na esperança que o prometido esposo se convertesse ao Cristianismo e mudasse de ideia. Vencido o prazo, ainda exortada por um mensageiro divino, Úrsula tomou consigo onze mil companheiras e enfrentou a viagem de navio. Algumas versões dizem que o noivo estava com elas. A comitiva atravessou o mar da Inglaterra até o continente, em uma frota de onze navios, depois, por causa de uma tempestade, acabou subindo pelo Rio Reno até Colônia (Alemanha) e sucessivamente Basileia (Suíça), de onde seguiram a pé em uma devota e multicolorida procissão até Roma. 

Ainda segundo essa "Passio", em Roma, Úrsula e suas companheiras foram acolhidas pelo Papa "Siríaco", um personagem ainda não individualizado. O noivo, que nesse meio termo havia se convertido, também foi a Roma. Um ano depois, voltando à pátria, passaram novamente por Colônia, que, nesse meio termo, havia sido tomada por Átila, o rei dos Hunos. Aqui as onze mil virgens, exortadas por Úrsula, foram imediatamente trucidadas pela fúria dos bárbaros, em um só dia, enquanto o famigerado rei, encantado com a beleza de Úrsula, a poupou para casar-se com ela em troca de sua vida. Úrsula recusou e Atila mandou matá-la com flechas. Com ela, segundo uma versão tardia, teria perecido também o Papa Siríaco, que a teria acompanhado em sua viagem de volta à Inglaterra.


Úrsula, cujo nome deriva do latim, significa "pequena ursa", foi venerada em toda a Europa, e já no século VIII se tem notícias das onze mil virgens. A história de Santa Úrsula encontra comprovação por causa de algumas relíquias encontradas em uma igreja em Colônia, acompanhadas por uma antiga inscrição na qual certo Clematius afirmava ter construído o edifício sagrado sobre o local em que virgens haviam sido martirizadas por causa da Fé, um martírio ocorrido provavelmente sob Diocleciano, segundo uma versão. A inscrição traz o nome de algumas daquelas antigas mártires: Úrsula, Aurélia, Córdola, Cunera, Pinnosa, Cunegonda, Odiália de Brittania (Inglaterra) e outras tantas. Uma versão não muito crida dá conta que Cunera teria escapado do martírio, graças ao Rei de Frísia, mas acabou mártir na Holanda.

Alguns historiadores, por achar inverossímil a matança de onze mil pessoas ao mesmo tempo, creem que tenha havia um erro de transcrição onde era indicado o "martírio de Úrsula e de suas companheiras ad undecim milia (ou ad undecim miliarium)", ou seja, em um lugar a onze milhas da cidade de Colônia.

A história de Santa Úrsula e das onze mil virgens, por séculos amada e repetida, teve uma extraordinária difusão na Idade Média, e inspirou inúmeras composições literárias e obras de arte, entre as quais, celebérrimas, as de Hans Memling em Bruges e o ciclo pictórico de Vittore Carpaccio, conservado nas Gallerie dell'Accademia di Venezia.

Úrsula se tornou a protetora dos educadores e das universidades, dos mercadores de tecidos e das crianças enfermas.

Entre 1200 e 1500 difundiram-se algumas confrarias chamadas "navicelle di sant'Orsola" (barquinhos de Santa Úrsula), entre as quais, provavelmente, o primeiro núcleo daquela que será a "Misericordia di Pisa". Os membros se empenhavam a cumprir boas obras, participavam das Missas e das orações, na esperança de cumprir felizmente, com estes méritos e com a proteção de Santa Úrsula, a viagem para o Paraíso. Em 1535, Santa Ângela de Merici fundou em Brescia a Ordem das Ursulinas, que se dedica à instrução das meninas, por isso Santa Úrsula também é a patrona das professoras. Considerada a condescendência do noivo, a Santa também é invocada pelos noivos para obter um bom matrimônio.

Na arte, Úrsula é representada em vários momentos da vida: o sonho, o encontro com o Papa Siríaco, a viagem, o martírio. É representada como uma princesa, em vestes reais, geralmente com uma coroa na cabeça; entre seus atributos, a palma do martírio, a flecha que a matou, uma bandeira branca com uma cruz vermelha, como sinal de vitória sobre a morte por meio do martírio, um barco. Muitas vezes, é representada como Maria Mãe da Misericórdia: sob a proteção de seus braços abertos e de um amplo manto aparecem primeiro as companheiras depois outros personagens da legenda e, por fim, também os membros das confrarias. Uma insólita representação de Santa Úrsula como intercessora está em Pisa, no "Museo Nazionale di San Matteo": trata-se de uma pintura de escola pisana de 1375 na qual a Santa, com a coroa na cabeça e a bandeira do Povo de Pisa na mão esquerda, oferece a direita a uma personificação da cidade (reconhecível pela veste bordada com a águia imperial), ajudando-a a emergir das águas, clara referência à inundação do Rio Arno, quando a Santa impediu ou reparou os danos.

A "Misericordia di Pisa" possui quatro representações de Santa Úrsula: uma estátua de madeira que a representa em oração, com a coroa na cabeça e a palma na mão. Outra é uma tela do final de 600 que a representa a meio busto, com a coroa na cabeça, com a bandeira com a cruz e uma flecha trespassa sua garganta. Há, ainda, uma representação sobre ardósia, de época incerta, que a representa como "Maria, Mãe da Misericórdia", e sob seu manto aberto encontram abrigo as companheiras mártires. Por fim, um pequeno quadro, também do 600, do rosto da Santa com a coroa, a bandeira e flecha na garganta.

Em Vigo di Cadore, na igreja que lhe é dedicada, há um ciclo de pinturas bem conservado da metade do 300 e uma sua relíquia (fragmento ósseo) proveniente de Colônia.

Colônia, que também cultiva deste 1162 um grande culto aos Reis Magos, a tem como Patrona, junto com Santo Cuniberto, bispo do século VII.

Fonte: http://www.santiebeati.it/dettaglio/74550.

Tradução: Giulia d'Amore.   

 
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