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sábado, 11 de outubro de 2014

Festa da Maternidade da Santíssima Virgem Maria

11 de Outubro 

Festa da Maternidade da Santíssima Virgem Maria



"Maria é a árvore da vida, pois gerou em seu ventre o Autor da vida. Que essa árvore lance suas raízes em nossa alma e gere aí seu fruto bendito: Jesus".

http://sacragaleria.blogspot.com/2014/09/maternidade-da-santissima-virgem.html
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Aviso: O Concílio de Trento condenou
as imagens em que aparece a Virgem
com o Menino no ventre: seja
como bebê ou como luz.
Também condenou as imagens
em que Ela aparece amamentando
A Festa da Maternidade da Santíssima Virgem Maria é uma festa de segunda classe que se celebra hoje. Apesar da estranheza de se celebrar a festa tão longe do Natal, há motivações históricas para isso. Foi no dia 11 de outubro de 431, durante o I Concílio de Éfeso, que foi definido o primeiro dos quatro Dogmas Marianos: o Dogma da Divina Maternidade de Maria. Papa Pio XI, em 1931, por causa do 15º Centenário do Concílio, instituiu a Festa litúrgica. 


O título de Mãe de Deus, entre todos os que são atribuídos à Virgem, é o mais glorioso. Ser a Mãe de Deus é, para Maria, sua razão de ser, o motivo de todos os seus privilégios e de suas graças. 

Para nós, esse título encerra todo o Mistério da Encarnação, e nada mais vemos que seja, mais do que este, uma fonte de louvores para Maria e de alegria para nós.  

Santo Efrém pensava justamente que ,crer e afirmar que a Santíssima Virgem Maria é Mãe de Deus, é dar uma prova segura de nossa Fé. A Igreja, por isso, não celebra nenhuma festa de Maria sem louvá-la por esse privilégio. E, assim, saúda a Beata Mãe de Deus na Imaculada Concepção, na Natividade, na Assunção; e nós, na reza frequentíssima da Ave Maria, fazemos o mesmo.  




A heresia nestoriana. 

Theotókos, Mãe de Deus, é o nome com o qual, nos séculos, tem sido designada Maria Santíssima. Fazer a história do Dogma da Maternidade Divina é fazer a história de todo o Cristianismo, porque o Nome havia entrado tão profundamente no coração dos fiéis que, quando Nestório, Patriarca de Constantinopla, ousou afirmar que Maria era apenas a mãe de um homem porque era impossível que Deus nascesse de uma mulher, o povo protestou escandalizado. Nestório defendia que Cristo não seria uma pessoa única, mas que Nele haveria uma natureza humana e outra divina, distintas uma da outra, e, por consequência, negava o ensinamento tradicional de que a Virgem Maria pudesse ser a "Mãe de Deus" (em grego Theotokos), portanto Ela seria somente a "Mãe de Cristo" (em grego Cristokos), para restringir o Seu papel como mãe apenas da natureza humana de Cristo e não da sua natureza divina. Era Patriarca de Alexandria, à época, São Cirilo, o homem suscitado por Deus para defender a honra da Mãe de Seu Filho. Cirilo dizia estupefacto: "Me maravilha saber que há pessoas que pensam que a Santa Virgem não deva ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor é Deus, Maria, que o pôs no mundo, não é a Mãe de Deus? Mas esta é a Fé que nos transmitiram os Apóstolos, mesmo que não tenham usado estes termos; e é a Doutrina que aprendemos dos Santos Padres".  

O Concílio de Éfeso.  

Nestório, contudo, não mudou seu pensamento, e o Imperador Teodósio II convocou a pedido dele um Concílio, que foi aberto em Éfeso no dia 24 de junho de 431, sob a direção de São Cirilo, legado do Papa Celestino I, que já o havia autorizado a depor e excomungar Nestório. Estavam presentes cerca de 200 Bispos. O Concílio denunciou logo no começo os ensinamentos Nestório como errôneos, e decretou que Jesus é uma só Pessoa, e não duas pessoas distintas, Deus completo e homem completo, e declarou como Dogma que a Virgem Maria devia ser chamada de Theotokos, porque Ela concebeu e deu à luz Deus como um homem. Os Bispos proclamaram que "a Pessoa de Cristo é Una e Divina, e que a Santíssima Virgem deve ser reconhecida e venerada por todos na qualidade de Verdadeira Mãe de Deus", condenando o nestorianismo como heresia. E a condenação de suas heresias foi reafirmada novamente no Concílio de Calcedônia em 451 d.C.

O Cânon 1-5 condenou Nestório e seus seguidores como hereges: "Quem não confessar que o Emanuel é Deus e que a Santa Virgem é Mãe de Deus por essa razão seja anátema!"

Diante da decisão do Concílio, os cristãos em Éfeso entoaram cantos de triunfo, iluminaram a cidade e reconduziram a suas casas, com tochas acesas, os Bispos "vindos" - gritavam eles - "para nos devolver a Mãe de Deus e ratificar com sua santa autoridade o que estava escrito em todos os corações".  

Os esforços de Satanás tinham conseguido, como sempre, o único resultado de preparar o Triunfo à Virgem, e os Padres do Concílio, para perpetuar a lembrança do acontecido, acrescentaram ao Ave Maria, segundo nos diz a Tradição, as palavras: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte".   

Milhões de pessoas recitam todos os dias esta oração, e reconhecem a Maria a glória de Mãe de Deus, que um herético pretendera negar.   


Maria, Verdadeira Mãe de Deus. 
 
Reconhecer que Maria é Verdadeira Mãe de Deus é coisa fácil. "Se o Filho da Santa Virgem é Deus", escreve Papa Pio XI na Encíclica Lux Veritatis, "Aquela que O gerou merece ser chamada Mãe de Deus; se a Pessoa de Jesus Cristo é Una e Divina, todos, sem dúvida, devem chamar Maria de Mãe de Deus, e não somente de Cristo Homem. Como as outras mulheres são chamadas, e são realmente mães, porque formaram em seus ventres a nossa substância mortal, e não porque criaram a Alma humana, assim Maria adquiriu a Maternidade Divina por ter gerado a Única Pessoa do Seu Filho".   



Maria e Jesus.
 

A Maternidade Divina une Maria ao Filho com um liame mais forte do que aquele que há entre as outras mães e seus filhos. Estas não obram por si só a geração, e a Santa Virgem ao contrário, gerou o Filho, o Homem-Deus, com a Sua substância; e Jesus é prêmio de Sua virgindade e pertence a Maria pela geração e pelo nascimento no tempo, pela amamentação com a qual O nutriu, pela educação que Lhe deu, pela autoridade materna exercitada sobre Ele. 


Maria e o Pai.


A Maternidade Divina une de modo inefável Maria ao Pai. Maria, de fato, tem por Filho o próprio Filho de Deus. Imita e reproduz no tempo a geração misteriosa com a qual o Pai gerou o Filho na Eternidade, restando assim associada ao Pai em Sua paternidade. "Se o Pai nos manifestou uma afeição tão sincera, dando-nos Seu FIlho como Mestre e Redentor", dizia Bossuet, "o Amor que tinha por Vós, ó Maria, Lhe fez conceber bem outros desígnios a Vosso respeito, e estabeleceu que Jesus fosse Vosso como é dEle, e para realizar conVosco uma Sociedade Eterna, quis que Vós fósseis a Mãe de Seu único Filho, e quis ser o Pai de Vosso Filho" (Discurso acerca da Devoção à Santa Virgem). 



Maria e o Espírito Santo.
  

A Maternidade Divina une Maria ao Espírito Santo, porque, por obra do Espírito Santo, concebeu em Seu ventre o Verbo. Nesse sentido, Papa Leão XIII chama a Maria de Esposa do Espírito Santo (Enc. Divinum Munus, in fine; 9 de Maio de 1897), e Maria é do Espírito  Santo o Santuário Privilegiado, pelas inauditas maravilhas que operou nEla.  

"Se Deus é com todos os santos", afirma São Bernardo, "é com Maria de um modo todo especial porque entre Deus e Maria o acordo é assim total que Deus não só se  uniu a Sua vontade, mas a Sua Carne, e com a Sua substância e aquela da Virgem fez um só Cristo; e Cristo, se não deriva todo inteiro de Deus e todo inteiro de Maria, todavia é todo inteiro Deus e todo inteiro de Maria, porque não há dois Filhos, mas um só Filho, que é Filho de Deus e da Virgem. O Anjo diz: 'Te saúdo, o chei ade grça, o Senhor é contigo. É contigo não apenas o Senhor Filho, que revestiste de tua carne, mas o Senhor Espírito Santo do qual concebeste, e o Senhor Pai, que a gerado Aquele que tu concebeste. É contigo o Pai que faz com que o Filho seja teu Filho/ é contigo o Filho que, para realizar o Adorável Mistério, abre o teu seio miraculosamente e respeita o Sigilo de tua Virgindade; é contigo o Espírito Santo, que, com o Pai e o com o Filho, santifica o teu seio. Sim, o Senhor é contigo".  (3ª Homilia Super Missus Est.)  

Maria Nossa Mãe. 

Saudando-Vos, hoje, com o belo título de Mãe de Deus, não esquecemos que "tendo dado a vida ao Redentor do Gênero Humano, por isso mesmo Vos tornastes Mãe Nossa Dulcíssima, e que Cristo nos quis por irmãos. Escolhendo-Vos por Mãe de Seu Filho, Deus Vos inculcou sentimentos completamente maternos, que respiram apenas Amor e Perdão" (Pio XI Enc. Lux Veritatis - em italiano, traduziremos assim que possível).  


Desde a Glória do Céu, onde estais, lembrai-Vos de nós que Vos rogamos com tanta alegria e confiança. "O Onipotente é em Vós, e Vós sois onipotente com Ele, Onipotente por causa dEle, Onipotente depois dEle", como diz São Boaventura. Vós podeis Vos apresentar diante de Deus, não tanto para rogar, quanto para comandar, Vós sabeis que Deus atende infalivelmente a Vossos desejos. Nós somos, sem dúvida, pecadores, mas Vós Vos tornais Mãe de Deus por nossa causa, e "nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro fosse por Vós desamparado. Assim, animados com igual confiança, a Vós ó Virgem entre todas singular, como a Mãe recorremos, de Vós nos valemos, gemendo sob o peso de nossos pecados nos prostramos a Vossos pés. Não desprezeis as nossas súplicas, ó Mãe do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de nos alcançar o que Vos rogamos" (San Bernardo).

A festa do dia onze de Outubro.
  

Em 1931 celebrava-se o 15° Centenário do Concílio de Éfeso, e Papa Pio XI pensou que seria "coisa útil e agradável aos fiéis meditar e refletir sobre um Dogma tão importante" como o da Maternidade Divina, e, para deixar um testemunho perpétuo de sua devoção à Virgem, escreveu a Encíclica "Lux Veritatis", restaurou a Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e instituiu uma Festa Litúrgica que "iria contribuir para desenvolver no Clero e nos fiéis a devoção para com a Grande Mãe de Deus, apresentando às famílias, como modelos, Maria e a Sagrada Família de Nazareth", para que sejam sempre mais respeitadas a santidade do matrimônio e a educação da juventude.  

Fontes:  
http://www.santiebeati.it/dettaglio/95314.   
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_%C3%89feso.
Tradução e edição: Giulia d'Amore.  
  
 
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