A entrevista foi feita durante a visita do Pe. Cardozo à Missão Cristo Rei de Campo Grande, agora em julho, mas, por causa da viagem dele à Argentina, publicamos somente agora, assim aproveitamos para atualizar as perguntas com os novos assuntos que surgiram nesse ínterim. Grifos nossos.
Reverendo Pe. Cardozo, aproveitando a vossa visita à Missão Cristo Rei de Campo Grande, e porque uma entrevista a um sacerdote é sempre uma oportunidade de catequese e de aprendizado, gostaria de entrevistá-lo e apresentar alguns questionamentos enviados por fiéis.
1. Rev. Padre Cardozo, está em mais uma viagem de visita às Missões Cristo Rei pelo Brasil, como estão as Missões hoje?
Resposta: As Missões hoje estão purificadas. Perdemos algumas, ganhamos outras, mas em geral, e como todas as coisas acontecem para o bem dos que amam a Deus, considero que o que se perdeu, enfim, Deus o permitiu, mas é uma maneira de trabalhar com gente que doutrinalmente está mais capacitada para o combate que levamos. Porque, primeiro, como é possível que estivéssemos trabalhando com gente que, por exemplo, considere a importância dos números sobre a verdade objetiva? Segundo, como é possível que estivéssemos trabalhando com gente que supostamente tome a hierarquia como o elemento mais importante de um católico, quando para o católico o mais importante é a Fé? Então, se, apesar dos quatro anos que estão recebendo catequese, de ter feito retiros espirituais etc., alguns não entenderam e continuam pensando com premissas liberais, é porque ou não entenderam nada ou não querem entender, ou o que seja. E, da mesma forma, quanto aos que permaneceram fiéis à doutrina, para mim é uma satisfação e uma tranquilidade trabalhar com esses fiéis, porque senão alguém sente que está semeando no mar... Com todo o trabalho que temos, não podemos perder tempo! As novas missões são algo que nos entusiasma mais do que pensar que tenho que trabalhar com gente que, todavia, não é sincera na busca da verdade, não é sincera no manifestar a sua fé, sua catolicidade. Quanto àquelas pessoas que ficaram do lado dos três bispos “impolutos”, que fiquem!... E que Deus veja com suas almas. Quanto a mim, pelo menos já sei com quem posso contar.
2. Um tema cogente: afinal, o senhor integra ou não a União Sacerdotal Marcel Lefebvre e o movimento chamado “Resistência”? Porquê?
Resposta: Primeiro, eu creio que existe uma diferença, a Resistência eventualmente segue, existe, sim. A compomos os padres que estamos combatendo sob o espírito de Mons. Lefebvre. A USML, por outro lado, é uma farsa, porque os próprios sacerdotes que a integram são traidores; eles traíram o legado de Mons. Lefebvre. Como é possível que se calem diante dos erros que têm sustentado um Mons. Faure, um Mons. Williamson, os quais são, ou melhor, foram da Fraternidade São Pio X, e esses sacerdotes não digam nada sobre os ataques à unidade da Igreja, quando aqueles dizem que nós católicos estamos... que a Igreja Católica está “misteriosamente unida” à Igreja conciliar (1), o que é um ataque à nota da Unidade da Igreja. Ou quanto à tolice de sustentar que “há milagres fora da Igreja Católica” (2), quando isto está, enfim... está rebatido no Catecismo de São Pio X, e isso atinge a nota da Santidade da Igreja. Ou seja... E os senhores da USML não dizem nada! Porquê? Porque... não iriam querer se indispor com os senhores bispos. Bom, mas por que, então, nos indispomos com os bispos da Neofrat? Se vamos aceitar erros, os erros desses bispos, Williamson e Faure, por exemplo, são piores dos que os erros sustentados pelos outros três da Neofrat, Fellay e companhia!... Então, se guerreamos contra os outros três, agora devemos aceitar os erros destes? Que eu saiba, nem Fellay, nem De Galarreta, nem Tissier nunca recomendaram a leitura de Valtorta (3), que é uma blasfema, é uma herética, uma erótica. E, até onde sei, não sei... esses outros três bispos nunca defenderam a questão dos milagres fora da Igreja... Disseram outras tolices, sim... Sustentam que a Igreja Católica é essa que estamos vendo aí na Igreja oficial, não?, a Igreja conciliar. Mas, de fato, são maiores os erros que sustentam esses bispos, Williamson, Faure e Dom Tomás, do que os erros dos bispos que seguiram com a Neofrat. Então, eu lamento muito... Quando se iniciou a USML, creio que foi em 16 de julho de 2014 (4), eu pedi para ingressar no grupo, me perguntaram e eu pedi para entrar, claro. Mas, depois das batalhas que tivemos, a partir de outubro do ano passado (5), e ao ver que não houve nenhuma atitude, nenhum tipo de apoio por parte desses sacerdotes etc., eu me disse: “que tipo de grupo é esse?”. Nem sequer quis lhes escrever, porque tenho medo de parecer até mesmo mal-educado com eles, porque me dá vontade de lhes dizer que são uma tropa de covardes... e que o pecado de omissão, nesses casos, é um pecado grave. E não podem dizer: “eu não havia me inteirado”. Como alguém que respondeu, me parece que algum padre francês (6), sustentando, entre outras coisas, que Williamson havia dito, por exemplo, sobre a missa nova, que foi um caso pontual, de alguma mulher etc. Por favor! Não foi um caso pontual! E, ainda, o que Williamson disse foi uma coisa sumamente grave. No combate pela Tradição, o tema da missa nova é fundamental. Se, agora, um dos bispos da Tradição está recomendando ir à missa nova porque “pode alimentar a nossa Fé”, isso é um total absurdo!... Bom, se me perguntam o que tem a ver o comentário desse sacerdote francês, por exemplo, como querendo desculpar a Williamson, digo que isso igualmente é uma falta por omissão, porque não completou todo o sentido do erro que mantém Williamson sobre o tema da missa nova. Ademais, esses outros dois bispos... a imoralidade que estão fazendo de apoiar um sacerdote (7) que é pederasta reconhecido e assumido, e que Williamson convive com ele. E os outros, os sacerdotes da USML, não dizem nada!!!... Além do fato de Williamson dar sacramentos a grupos heréticos como os “Feneístas” (8) nos EUA, e todos fazem silêncio !!?... Os monges de Avrillé, que supostamente são os “cães de Deus” (9), como eram chamados, agora se calam todos, e, ainda por cima, se entretém em sustentar o tema da “união misteriosa” entre a Igreja conciliar e a Igreja Católica... Um absurdo!... Então, não!, certamente que não pertenço, em absoluto, a essa USML, porque não é de Mons. Lefebvre, mas de Monsenhor, não sei... coloque aí... Faure, Williamson, o que mais lhe agrade. Mons. Lefebvre nunca sustentou os erros imensos que esses senhores estão defendendo.
3. Seria esta a minha terceira pergunta: o que o senhor pensa dos Sacerdotes católicos que, vendo três bispos “corrigindo” os Evangelhos, se calam? Sabemos que alguns, como o senhor, uma minoria, se postou pública e veementemente contra isso, às custas da paz de espírito, do conforto material, do famoso “prato cheio e cama macia”. Também sabemos que apenas um — o famoso sofista — se postou pública e veementemente a favor, até manipulando a verdade. Mas e os outros?... A grande maioria que nada diz? São mornos? E o grupo dos “não concordo com o bispo, mas...”, são eles uns mornos também?
Resposta: “Mornos” é o mais suave que se lhes pode dizer. Eu creio que a falta de definição em um campo de guerra é o pior que pode haver, porque, em um campo de guerra, sabemos que de um lado está, supostamente, nossa tropa, e do outro estão os inimigos. Mas, se há gente que está discutindo aí, que não toma partido por nenhum dos lados, enfim... Eu prefiro ter um inimigo declarado! ... Se é por “preferir”, prefiro o sofista que defende, custe o que custar, os três bispos, a ter os outros senhores em silêncio, pois já é um silêncio cúmplice... não? Porque, se alguém lhes perguntar, são capazes até de tomarem o partido de quem está perguntando, mas depois, com seus atos, continuam apoiando a esses bispos. A definição é algo que é próprio para saber defender a Verdade e combater o erro.
4. Mais uma vez se fez imperativo tomar uma posição em defesa da Verdade, como em 2012, não é? Alguns poderiam se questionar se essas divisões são necessárias, se não há “outra maneira” de continuar católico. O que pensa sobre isto?
Resposta: A única maneira de se manter católico é conservando a doutrina católica. Se alguém, seja quem for, sustenta erros contra a Unidade da Igreja, contra a Santidade da Igreja, dá sacramentos a hereges, ou afirma que se pode modificar e reinterpretar o Evangelho como cada um quiser etc. etc.... Eu lamento muito, mas a divisão não a criamos nós, a divisão foi criada pelos personagens que surgem com essas novidades. Ou seja... Eu perguntei a alguns dos fiéis, porque nos criticavam de semear a divisão, qual é a novidade que o Padre Cardozo vos ensina?... Pois que me a digam! ... Porque, até onde eu sei, continuo ensinando o catecismo de São Pio X, e nada mais. Agora, eu nunca ensinei que há “milagritos” fora da Igreja, eu nunca escrevi que Maria Valtorta é uma boa pessoa... que se deva ler sua obra, inclusive às crianças antes de dormir... Se há gente que escreveu isso, esses são os que dividiram... por mais mitra que tenham! Então, o que semeia a divisão é aquele que semeia o erro. Porque a verdade é sempre uma. Assim que eu sempre espero permanecer com a graça de Deus.
5. Os dois grupos de e-mails que o senhor coordena mudaram de nome, para deixar claro que o senhor não compactua com essa parcela de “tradicionalistas” que vão se acomodando, quase desejando uma “regularização” também. Há um nome que agora defina ou distinga a grei que dirige?
Resposta: Aos grupos que dependem de mim lhes pus o nome de “Missões”. São as Missões Católicas Cristo Rei de tal cidade, de tal outra; e em cada cidade tomam um padroeiro, como no caso da missão de Pouso Alegre, que é a “Missão São José” (10). O Padre Altamira, o Padre Benzi, o Padre Pfeiffer, eles têm outras maneiras de chamá-los. Eu as chamo de “missões”, porém, em linhas gerais, continuamos sendo “a Resistência”, ainda que eu prefira sempre usar mais a palavra “católicos”. Contudo, como alguém disse que “católicos” poderia não estar aclarando suficientemente, continuamos sendo a Resistência, mas esclareço e sublinho que não temos nada, absolutamente nada a ver com os três bispos: Faure, Williamson e Dom Tomás de Aquino.
6. Em um de seus sermões, aqui, o senhor falou sobre “viver de aparências”. A principal razão que costumo ouvir/ler para “contentar-se” com bispos que erram é: “mas é pela Missa...!”, “sou pecador e não posso ficar sem os sacramentos” ... Quais os frutos de ter sacramentos “válidos” e não buscar compreender a crise na Igreja e correr o risco de perder a fé, a catolicidade, e, principalmente, de ofender a Deus?
Resposta: Os frutos os estamos vendo. Quanta gente percebe o tema da Igreja, mas, para manter a Missa e ter os Sacramentos, neste momento, são uns perfeitos tíbios; não lhes importa absolutamente nada, por exemplo, se Fellay está fazendo acordo com Roma por debaixo dos panos, ou esses senhores padres que... Williamson lhes diz na cara... lhes diz coisas que Monsenhor Lefebvre não sustentava... e defende a missa nova, dá sacramentos a hereges, e eles não reagem. Então, os frutos disso são a tibieza, como mínimo... quando já não a heresia, quando começam a apoiar barbaridades como a de que estamos “misteriosamente unidos” com os hereges pós-conciliares... Ou a sustentar que fora da Igreja há milagres. Isso são heresias, são erros graves. Esses senhores talvez tenham missas e sacramentos, porém sustentam erros graves, e se morrem assim vão para o Inferno. De que lhes vale? Os ortodoxos também têm missas e sacramentos, e estão no cisma; em princípio, se condenam. Então, o tema não é a Missa... ou ter a Missa, ter os sacramentos, porque há muitos que os têm. O tema é ter a Fé, isso é o que me salva. Se eu não tenho a Fé, posso ter a Missa todos os dias... mas se não tenho Fé... Que fizeram os japoneses durante mais de dois séculos em que não tiveram sequer um padre? (11) Mas eles tiveram a Fé, e sobreviveram porque tinham a Fé. E quanto aos católicos ingleses na Reforma (12)?, viviam também sem os sacramentos; um padre os visitava de quando em quando; não sei se tinham algum bispo. O único bispo que permaneceu na Inglaterra, e depois o Papa Paulo III o nomeou Cardeal, em 17 de maio de 1535, e o declarou mártir, é o Bispo Fisher (13). Mas, então, os católicos ingleses como resistiram? Precisamente, por não serem fiéis à hierarquia, a qual havia perdido a Fé. Então, o centro da questão é a Fé. Se esses senhores, depois de quatro anos de pregações, de retiros, contudo não entenderam o que é a Fé... bom... que se vai fazer?
7. Duas perguntas em uma: (a) como se pode manter a Fé Católica nos dias atuais? E, mais uma vez, porque se faz necessário, (b) como santificar os Domingos e dias santos, quando não se tem a Missa CATÓLICA, pois na maioria das Missões têm uma Missa por ano e olha lá? E também porque, às vezes, até há, na cidade, Missas válidas ou lícitas, mas que não agradam a Deus, porque põem nossa fé em risco?
Resposta: Creio que a grande fórmula para se manter católico hoje em dia é a devoção ao Coração Imaculado de Maria, e, de resto, o rosário diário, e, especialmente, tratar de santificar os domingos, quando não se tem a Missa. Além disso, deve se ter fresco e repassado o catecismo, porque há um problema de ignorância religiosa que é assustador, inclusive dentro do ambiente dos tradicionalistas; há “profissionais” que dizem cada tolice que, antes, em um exame de primeira comunhão, não passariam (risos). Então, claro, podemos rezar, sem dúvida, mas devemos pedir também luzes à Virgem e ao Espírito Santo para que nos mantenham firmes na Fé. Este é o grande ponto, a grande tentação desta época à Fé. Não se valoriza a Fé. E, por isso, como não se valoriza a Fé, dizem: “vou à missa do IBP, vou à missa do Motu próprio (14), vou...”. E porquê? Porque “me interessa a missa como sacramento” etc., porém “não me importa a doutrina que vão me dar”. Então, se não importa a doutrina que vão te dar, não te assustes que Deus também um dia te diga: “bom, já que não valorizas esse tesouro que te dei no batismo, Eu te retiro ele ou te cego o entendimento e não verás”; que é o que vemos acontecer em muitos casos, não é? Como o caso de gente supostamente inteligente que está aceitando que um bispo lhe venha a dizer que leia Valtorta. Isso é um absurdo, um absurdo total! E monges que fazem ler Valtorta dentro do convento. Isso é outro absurdo! Para mim, já é uma cegueira de espírito. E, também, a isso se soma a questão do pecado contra o Espírito Santo que é o negar a Verdade conhecida; porque, que haja gente que saia, não sei, dos carismáticos ou qualquer grupo desses e leia Valtorta, bom, enfim... Mas que saia de um ambiente católico um bispo, consagrado por Monsenhor Lefebvre, e diga semelhante dislate, e insista nessa propaganda, de uma mulher que é blasfema, erótica, herética, ... Eu não posso não pensar que já é um castigo e que lhe foi cegado o entendimento.
8. Há pessoas que dizem: olha, eu sei que essa missa é apenas válida, eu estudo o catecismo em casa, então não vai acontecer nenhum problema se eu for, porque eu não vou me deixar envenenar por essa doutrina, eu “me garanto”. O que é esse comportamento? É algum tipo de pecado?
Resposta: Isso é expor a Fé. É como se eu dissesse, “bom, eu estou na Grécia, a única igreja que tenho perto é uma igreja ortodoxa, eu sei o catecismo, a Igreja me diz que não vá às igrejas ortodoxas, mas, como eu sou muito inteligente e sei meu catecismo, eu vou ir assim mesmo pois não vou contaminar minha fé” ... Bom, é um risco grave a que se está expondo aquele elemento (a Fé) que vai lhe permitir a salvação. O simples fato de se arriscar é uma falta grave, porque o que se pode perder é sumamente importante: a Fé, com maiúscula. Então, os que respondem assim tolamente se creem autossuficientes. E a Fé é um dom de Deus, não é que eu a consegui graças a meus méritos e meus estudos profundos, teológicos. Há senhores que supostamente leram muitas vezes a “Suma Teológica” e defendem os milagritos fora da Igreja (risos)... É absurdo! Ou defendem que retoquem os Evangelhos, ou que as parábolas de Cristo não são dogmáticas, como disse um famoso sofista... Não! ...
9. Sobre Williamson, o que vos inquieta? Qual é a nota que destoa?
Resposta: O tema de Williamson, há gente que o está estudando mais profundamente... Mas a primeira pergunta que me faço é por que ele modifica seu brasão episcopal? O escudo episcopal que ele tem no momento da consagração tem uma flor, que não necessariamente se deve interpretar como uma rosa, mas é uma flor, que representaria, segundo alguns, a flor nacional da Inglaterra, e, como ele é inglês, ele pôs essa florzinha, ok. Mas, depois, em um novo escudo episcopal, aparece outra flor, uma flor que tem um pentagrama (15). Então, já há uma questão que semeia uma dúvida, pelo menos. E a outra pergunta é por que ele, um bispo que supostamente tem que ser doutor na doutrina, que tem que confirmar na doutrina, se entretém, de maneira abusiva, em semear polêmica e dúvidas? Então, isso é... realmente, isso me soa até satânico porque, de um bispo, um fiel o que espera é a verdade, a certeza da verdade! Agora, se um bispo te diz que leia barbaridades, que sustente barbaridades... ele mesmo, contradizendo a Monsenhor Lefebvre, por exemplo, sobre o tema da missa nova... A mim, claro, começa a custar crer que seja somente uma questão de defeito pessoal dele; eu não sei se há ou não há doutrina agnóstica, ou o que seja, nisso... Além da questão de recomendar a um agnóstico, o famoso Eliot (16), de recomendar a leitura desse senhor. Eu não sei se no bispo não está florescendo a doutrina que pôde ter aprendido antes de sua conversão (17). Seja como for, o que eu sei, sim, e ademais o disse um famoso maçom, o canônico Roca (18), no século XIX, ele disse que “todo católico liberal é um maçom sem avental”. E o bispo Williamson se comporta perfeitamente como um maçom sem avental, porque ele não poderia estar contradizendo inclusive o Magistério da Igreja, como no tema, por exemplo, dos milagres fora da Igreja... Ou quando “retoca” os Evangelhos, como com os frutos “mais ou menos bons” (19), ou quando dá a Confirmação a Feneístas, que não são católicos, e etc. Isso é uma aberração. E não se pode dizer que ele ignore isso, pois ele teve uma boa formação em Ecône. Ele, inclusive, se comportou catolicamente durante muitos anos, e é por isso há muita gente que o segue. E atualmente o seguem porque, primeiro, creio que não se sentam para ler o que ele escreve; segundo, creio que o leem de forma tão apaixonada a favor de sua pessoa que não conseguem ver o erro que ele semeia — mas os erros estão lá. Senão... por que esta luta a partir de outubro do ano passado? Se Williamson tivesse dito coisas perfeitamente claras, doutrinalmente, se não semeasse a contradição em nenhuma coisa, estaríamos perfeitamente de acordo. Mas não! O favorecer a missa nova, o favorecer os milagritos fora da Igreja, o “retocar” os Evangelhos... Me informam, aqui (em CG), que o tema dos “frutos mais ou menos bons” ele já o sustentava em 2001. Enfim, eu não lia todos os Eleison, mas se desde 2001 (ou quando for) estava com o tema dos “frutos mais ou menos bons” é um sinal de que, desde então, ele vinha atuando como um liberal. Liberal porquê? Porque se “libera” das margens de segurança do que permite a doutrina católica. Entende? Ou seja, o homem se libera do que Deus lhe disse: “até aqui você pode ir!”, ou seja, como um limite. Como disse aos primeiros pais: “podem comer de tudo, mas a arvorezinha do bem e do mal, esta a deixais tranquila”. Claro, o homem se libera dessa obrigatoriedade e começa a fazer estupidezes. É o que ocorreu nesse caso.
10. Uma questão de catecismo: um dos pecados contra o Espírito Santo é a obstinação no pecado, no que consiste a obstinação?
Resposta: Ver no catecismo... Obstinação é permanecer no pecado, sabendo... Por exemplo, durante 40 anos aprendemos que a missa nova é um fruto do protestantismo, um fruto do CVII, do modernismo. Bem. Quarenta anos atacando, combatendo a missa nova, e agora vêm me dizer que é uma coisa boa e que a alguma pessoa pode servir etc.... Se isso não é obstinação, além de repeti-lo, sustentá-lo, e defendê-lo, se isso não é obstinação, me digam o que é...
Então, por isso é assustadora a situação desses senhores bispos, porque neles se vê a obstinação no erro. Que sejam obstinados nesse erro os padres modernistas, em razão da má preparação que tiveram, seria compreensível. Porém, em razão do que esses bispos aprenderam, do que receberam da Tradição, em sua formação no seminário, não podem atuar dessa maneira. Creio que, inclusive, até pode ser um castigo de Deus, a obstinação deles.
11. Que opina sobre a nova Congregação (20) fundada por Mons. Faure?
Resposta: A árvore má não pode dar bom fruto! ... Alguém que me diz que “a missa nova é uma missa da Igreja católica”, que defende por ação ou omissão os erros de Mons. Williamson, não pode ir muito longe. De outro lado, esses desistentes vivem em contradição!(21): ontem sustentavam que não era tempo de criar estruturas (22), que nada se pode fazer sem o Papa! ... e agora as criam... quiçá também com a permissão de Francisco???.... Eles lá e nós aqui!
12. Assunto de atualidades: foi degolado um padre na França. Era modernista; velhinho, mas modernista. Certa vez o senhor discorreu sobre alguns coptas mortos pelo Islã, que eles não eram mártires. Este que degolou o padre, presumiu que ele fosse católico, o matou por entendê-lo católico. O padre francês é ou não é mártir?
Resposta: Tomara que Deus lhe tenha dado a luz, enfim, de se arrepender de seu modernismo, porque esse sacerdote “velhinho”, a princípio, estava dando uma missa nova. Então, quisera que fosse um mártir, mas se falamos em sentido estrito, o termo “mártir” não lhe cabe.
Não seria um martírio de sangue?
Resposta: Não, não, porque ele não desejava estar na Tradição, aparentemente. E, para ser católico, se deve estar na Tradição da Igreja.
Ele estava no lugar errado, na hora errada...
Resposta: Quiçá se Deus lhe deu uma graça, lhe fez ver o fato de seu erro. Mas, claro, se chamamos de “mártir” a esse padre, então, quando matam um pastor protestante lá na Síria, eu também devo chamá-lo de “mártir”, e caímos no mesmo erro de Francisco, que está dizendo que “todo mundo é mártir”. Matam um e logo é um mártir. Não, as coisas não são assim. Quem morre deve ser católico. E deve ser morto por ódio à sua Fé. Então, se é protestante, ou modernista, se o matam, o martírio, estritamente, não se aplica a ele.
13 Até que ponto se deve respeitar a Hierarquia Conciliar, como padres e bispos?
Resposta: Creio que o respeito que devemos ter por eles é o mesmo que devemos ter por qualquer vizinho, como ser humano, enfim. A hierarquia é digna de ser respeitada enquanto e conquanto tem e defende a Fé. Cristo, quando foi levado diante dos sumos sacerdotes, não se pôs a insultá-los, mas tão pouco se comportou com eles como se fossem, realmente, uma dignidade suma e altamente respeitável. Inclusive, durante sua vida pública nunca os procurou! Se eu tivesse a graça de estar agora, por exemplo, com um Cardeal Mindszenty (23), com um Monsenhor Lefebvre, ou com um Santo Antônio Maria Claret..., claro, eles foram hierarquias católicas digníssimas, e agora estou com um bispo modernista que aceita o ecumenismo e todas aquelas questões. Para mim, eles são senhores como quaisquer outros. E, inclusive, diria até possuidores de algo desprezível em razão de que não cumprem com a missão que lhes foi dada. O tema é que, pobre gente, a mim me dá pena, em razão de que não se sabe até que grau eles são conscientes disso. Mas daí a dizer que, por sua hierarquia, por exemplo, como disseram, devemos nos manter unidos a eles... não, não! Se eles não têm a Fé... Talvez eles recebam a autoridade, porque toda autoridade vem de Deus, mas daí a dizer que... Se têm a autoridade que vem de Deus, e eles a rechaçam, ou seja, são infiéis... É como... dou um exemplo: você tem uma amiga que se casa com um senhor e sua amiga é infiel; não é o caso de apedrejá-la, mas tampouco pode tratá-la bem, em razão de sua infidelidade, certo? Esses senhores são infiéis a seu Episcopado, à graça que receberam. Então, se ensinamos, porque a Igreja Católica sempre ensinou, que nesses casos de infidelidade — no caso dos matrimônios, por exemplo – não se deve ter um maior trato com essa gente, com essa hierarquia se deve ter a mesma conduta.
14. Falando ainda dos três bispos “impolutos”, a grande queixa é a “maneira” como se tratou a coisa, que foi um desrespeito, que “eles são bispos”. Mas, sabemos bem que com a Igreja moderna devemos ter um pouco mais de compaixão porque, afinal, eles não são preparados por um Monsenhor Lefebvre, como é o caso desses bispos.
Resposta: Há uma frase de um padre da Igreja, não sei se São Jerônimo ou Santo Agostinho (24), que menciona que era normal, que se devia entender como fruto do amor à verdade e do ódio ao erro os maus-tratos que eventualmente poderíamos dar a um herege, a um apóstata. Então, se, no combate, houver uma palavra talvez altissonante que acabamos por dizer a algum desses três bispos, creio que seja o mais suave que lhes poderíamos dizer, em razão de sua apostasia, de sua traição à Tradição, porque eles traíram em um combate em que estamos já há décadas. Então, “muito forte” é o que eles fizeram. E, por outra parte, eu trato por hipócritas aqueles que se rasgam as vestes só porque tratamos um pouquinho “forte” a esses senhores bispos, mas eles próprios (nossos acusadores) não se importam em ver que os bispos trocam até as palavras do próprio Deus e... não dizem nada! Eu, de toda essa gente que por aí se escandaliza com a forma como tratamos a esses bispos etc., eu nunca ouvi que eles dissessem como esses senhores bispos se atrevem a meter a mão nos Santos Evangelhos, contradizendo o Magistério da Igreja. Não! Isso não é problema para eles! Aí se vê, como falamos em algumas oportunidades, que o grande problema, hoje em dia, desses combates, é que todo mundo ama qualquer coisa, menos a Deus. O amor a Deus está em, sei lá, em qualquer lugar, mas nunca em primeiro, porque, se estivesse em primeiro, não estariam onde estão. Simples assim.
15: Por que o Brasil? O que o fez nos escolher. É óbvio que amamos a escolha, mas qual o motivo da escolha?
Resposta: Escolhi o Brasil, primeiro, porque é um país quente, em todos os aspectos; ou seja, é quente espiritualmente: aqui há ainda interesse pelo espiritual, pela religião, a Tradição católica. E também quanto ao clima, pois eu não gosto de frio. E é quente no aspecto humano, pois os brasileiros são amáveis. E, por outra parte, a Divina Providência permitiu que minha saída da Neofrat se realizasse no Brasil, e no Brasil comecei já, digamos, meu apostolado de sobrevivência da Fé, nessas circunstâncias. Então, as circunstâncias nos proporcionaram mover-nos dentro do Brasil e no México, e algo em Argentina. Por isso o Brasil.
16: Que nos diz acerca de seu apoio ao suposto “Padre” Macários, que recentemente foi declarado, pela diocese de Santos, SP, como não católico e não ordenado sacerdote.
Resposta: É verdade!, eu o apoiei pensando que fosse em sacerdote de rito uniata (25), até que, no final de Janeiro deste ano, me apresentaram provas de graves “desordens”, as quais estão à disposição da Polícia de Santos. Isto me motivou a cortar relações com ele, pedindo-lhe inclusive que me retirasse de seus blogs. Restava ainda a dúvida acerca de sua ordenação, e, pelo que se vê no comunicado da diocese (26), não encontraram nenhum dado sobre isso. Publicamente o defendi e publicamente me retratei, como aconteceu na missão de Pouso Alegre.
Eu o visitei a primeira vez, por volta de 2010, com os Padres da FSSPX, que o consideravam diácono. Em seguida, apareceu ordenado, creio que em 2013, e se juntou à lista de Padres da Resistência (27). Alguém se opôs fundamentadamente contra esse senhor?... Até mesmo Dom Tomás o tinha como sacerdote, segundo testemunhas, ao ponto de restar designado o seu mosteiro da Santa Cruz como herdeiro dos bens da associação criada por Macários (28) ... Mas, ao que parece (29), o único que se equivocou sobre esse senhor fui eu... Sei lá! Para mim isso é um caso encerrado.
17. Para concluir, uma mensagem às Missões.
Resposta: A grande mensagem às Missões é: atenção, porque o demônio move todos os fios e usa de todas as artimanhas para nos fazer cair na Fé. Repito, todos os demais vícios, os demais pecados, enfim, não deixam de ser graves, e devemos combatê-los. Mas recordem sempre que, se guardamos a Fé, podemos nos salvar; mas, se não guardamos a Fé, estivemos perdendo tempo. Assim, pedir à Santíssima Virgem que nos dê a graça de perseverar na Fé e de crescer no amor a Deus sobre todas as coisas, acima do amor à família, acima do amor à Pátria, acima das hierarquias, enfim, do que for, porque o próprio Cristo disse “aquele que ame mais a seu pai e sua mãe seu filho (...) mais do que a mim não é digno de mim” (30). E vemos continuamente esse amor a Deus colocado em outro lugar que não o primeiro. Então, amar a Deus sobre todas as coisas e firmeza na Fé.
NOTAS DO BLOG:
1. CE n. 447 (Hospedeiro e Parasita II, 24/11/2015).
2. CE n. 436 (Novus Ordo Missae I, 21/11/2015), 437 (Novus Ordo Missae II, 28/11/2015) e 438 (Novus Ordo Missae III, 5/12/2015). Resposta de Pe. Cardozo (8/12/2015).
3. CE n. 201 (Dois Arrependimentos, 21/05/2011) e 275 (Ler em Família, de 20/10/2012; só encontrei em espanhol; e “misteriosamente” sumiu do blog mexicano, mas se pode ler no campo da URL que na página havia o tal CE). O próprio blog mexicano publicou (7/1/2016) a tradução para o espanhol de uma “crítica lúcida” dos Dominicanos de Avrillé sobre a leitura de Valtorta, os quais concluem: “Ao invés de ler esta novela na qual os erros abundam, os fiéis fariam melhor se lessem as Sagradas Escrituras...” etc. Sic.
4. Leia in USML - CERTIDÃO DE NASCIMENTO.
5. Em novembro de 2015, quando Dom Williamson escreveu o primeiro dos CE polêmicos.
6. Trata-se do padre François Pivert, que, em 22/05/2016, respondeu a um e-mail meu, no qual eu o questionava sobre os CE, em particular sobre a missa nova. Eu ainda guardo o e-mail.
7. Padre Abraham. Cf. aqui, aqui, aqui, e, principalmente, aqui.
8. Leia in Diz-me com que herege tu andas, e te direi que herege és!... (Williamson e os feneístas).
9. Por causa de seu zelo os monges da Ordem dos Pregadores foram chamados de “dominicanes”.
10. Aqui os endereços e contatos das missões.
11. São Francisco Xavier e seus padres levaram o Cristianismo ao Japão; e, após o chamado “Século Cristão do Japão” (de 1549 a 1614), começaram as perseguições do governo Tokugawa, que perduraram até 1863 (249 anos). Aqui algumas menções a esses heroicos católicos:
a. item 7, in Resposta a um Comentarista;
b. Mons. Lefebvre: “Queremos conservar a verdadeira fé, como os japoneses fizeram durante três séculos, quando eles não tinham padres”. Cf. DOM LEFEBVRE: DESSA UNIÃO ADÚLTERA SÓ PODE PROVIR BASTARDOS;
c. “Porém, os que sobreviveram na clandestinidade mantiveram a fé e a transmitiram a seus filhos durante dois séculos”. Cf. Arqueologia: O heroismo dos católicos japoneses durante séculos;
d. “Nessas capelas ‘catacumbais’, católicos japoneses cheios de Fé perseveraram durante séculos, aguardando a vinda de missionários genuinamente católicos.”. Cf. Descobertas capelas dos católicos japoneses perseguidos durante séculos;
e. “... depois de séculos de atroz perseguição religiosa no País do Sol Nascente, que executou e torturou por volta de trezentos mil católicos em séculos de proibição oficial do cristianismo em terras japonesas (*). A BASE DO MILAGRE QUE SE CONCRETIZOU: Os pais davam aos filhos sinais para que não se equivocassem, quando voltassem ao Japão os missionários da verdadeira religião… E assim foi de geração em geração por cerca de 250 anos.”. Cf. A ‘RESSURREIÇÃO’ DOS CRISTÃOS DO JAPÃO.
12. A Reforma Inglesa (ou Anglicana) foi uma série de eventos ocorridos no século XVI, pelos quais a Igreja da Inglaterra rompeu com a autoridade do Papa e a Igreja Romana. Está associada com o processo mais amplo da Reforma Protestante, um movimento político-religioso que afetou a doutrina e as práticas da Fé Cristã em todo o continente europeu. Tendo como base o desejo do rei Henrique VIII de anular seu casamento com Catarina de Aragão (negado pelo Papa Clemente em 1527), para se casar com uma cortesã, a Reforma Inglesa começou como uma disputa política mais do que teológica. O rompimento com a Igreja de Roma se deu através de uma série de atos do Parlamento aprovados entre 1532 e 1534, dentre os quais o “Ato da Supremacia”, que declarava o Henrique VIII o “Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra na Terra”. Maria I renunciou a este título em 1553, quando restaurou a jurisdição papal. Em 1559, Elizabeth I reafirmou a supremacia real sobre a Igreja ao adotar o título de “Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra”. A teologia e a liturgia da Igreja da Inglaterra se tornaram marcadamente protestantes durante o reinado de Eduardo VI, filho de Henrique, graças às regras estabelecidas pelo herege Thomas Cranmer, então arcebispo de Cantuária. Sob Maria I, o processo de reforma foi revertido, e a Igreja da Inglaterra voltou à jurisdição papal. Em seguida, Elizabeth I reintroduziu o protestantismo. A estrutura e a teologia da Igreja tornaram-se alvo de uma disputa feroz durante gerações. O último monarca católico foi Jaime II, deposto pelo Parlamento que pediu a Guilherme III e Maria II que governassem em conjunto. O legado do antigo status quo católico permanece uma questão de discussão ainda hoje. Alguns fiéis permaneceram católicos e, como forma de forçá-los a adotar o sistema britânico, a Igreja Católica permaneceu ilegal até o século XIX. Vide também aqui, aqui e aqui.
13. Foi beatificado em 29 de dezembro de 1886, pelo Papa Leão XIII, e canonizado pelo Papa Pio XI, em 19 de maio de 1935. Sua festa comemora-se no dia 22 de junho.
14. Leia in Assistência à Missa Tridentina do Motu Proprio.
15. “FIG. 1. - Blasón de Mons. Williamson de 1988: 'En azur, un leopardo de oro lampasado de gules, armado de plata, blandiendo horizontalmente en su pata diestra una espada con puño de oro, en punta, una cruz con flor, de plata, en su centro una rosa de gules flechada de oro'...". Cf. ACERCA DE MONS. WILLIAMSON: ¿DON QUIJOTE CONTRA LOS MOLINOS? ¿O LOS AGITADORES “INVESTIDOS” DE UNA MISIÓN? POR ADRIEN LOUBIER (SOUS LA BANNIERE).
16. Leia in Sobre Eliot, Wagner e outros que tais....
17. Richard Williamson é filho de um pastor anglicano e Helen, uma adepta da “Christian Science” (Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy, 1866), mais tarde doutrina oficial da sociedade secreta “Round Table” (de Cecil Rhodes, 1890), que mantinha conexão até mesmo com o clã Rothschild, e exercia grande influência no Império anglo-americano, e que perdura até hoje. Williamson estudou em Cambridge, uma escola de elite, na qual sobejavam as sociedades secretas, como dos “Apóstolos de Cambridge”, que eram parte da inteligência britânica com o propósito de se infiltrar em todas as denominações cristãs com o fim de construir a religião ecumênica da Nova Ordem Mundial judeu-maçônica-anglo-comunista conciliar. Crescido nesse ambiente familiar esotérico e protestante, converteu-se ao Catolicismo por influência de seu mentor intelectual-espiritual Malcolm Muggeridge, um comunista, agnóstico, niilista e vegetariano (enquanto ideologia), que se converteu ao “Cristianismo”, inspirado por “cristãos” que considerava excepcionalmente perfeitos, quais Tolstoj (panteísta) e Pascal (jansenista), e que tinha conexões com o movimento litúrgico belga que preparava o CVII. Williamson entrou para o seminário de Ecône em outubro 1972, sendo ordenado em 29 de junho de 1976 (Informações encontradas no Google).
18. Vide nota 32 de “Maçonaria e as Instruções da Alta Vendita, de J. Vennari (“Lew Catholicisme Liberal”, 1969).
19. CE n. 385 (Papas Viventes, 29/11/2014: “uma árvore metade boa e metade má pode produzir frutos metade bons e metade maus. No entanto, se vista como um todo, uma mistura de bem e mal é má, mas isto não significa que, ao ser vista parte por parte, as boas partes da mistura sejam más como as partes más. Um câncer no fígado me matará, mas isso não significa que eu tenha câncer nos pulmões. Ora, nenhum homem da Igreja vivente, como qualquer homem vivo, é completamente bom ou completamente mau”). A respeito, leia o pronunciamento do Pe. Cardozo (8/12/2015), na nota 2 acima.
20. Trata-se da Sociedade Sacerdotal dos Apóstolos de Jesus e Maria. Leia (em espanhol, inglês ou francês, menos em português, o que é um desprestígio aos desistentes de língua lusofônica) MONS. FAURE HA FUNDADO UNA NUEVA CONGREGACIÓN: LA "SOCIEDAD SACERDOTAL DE LOS APÓSTOLES DE JESÚS Y MARÍA".
21. E a contradição não vem de Deus.
22. Williamson, na sagração de DT (19/03/2016), in Sermão de Monsenhor Richard Williamson na Sagração de Dom Tomás de Aquino | 19/03/16: “Minuto 11:58 - E também a estrutura. A estrutura é absolutamente normal para os católicos. E os católicos naturalmente, normalmente querem uma estrutura. E quando se deram conta de que a estrutura da Fraternidade não sobreviveria, corria o risco de não sobreviver de cair, buscaram e esperavam outra estrutura, mas, queridos amigos, (12:41) O TEMPO DAS ESTRUTURA É QUASE PASSADO. O que? que? que? O tempo das estruturas era ontem. As estruturas supõem obras que têm bastante coerência, e docilidade e submissão à realidade para constituir congregações sólidas. Sem obras sólidas não haverá congregação sólida. A Fraternidade é a prova. Os homens de hoje não são sólidos. Poucos são sólidos, hoje. Então, (13:21) não esperemos FRUTOS de um tempo de homens sólidos, quando os homens não são mais sólidos. Este movimento de Resistência à (ininteligível) da Igreja e da Fraternidade é e ficará muito pequeno, e isso é normal, porque Deus trabalha, obra com o resto. E na história da Igreja, esses restos, por exemplo, no Antigo Testamento, nos tempos de Elias, esses restos são normalmente pouco numerosos. Ontem, as pessoas podiam contar, os católicos podiam contar com as estruturas e com as instituições, as pessoas podiam depender das instituições, mas hoje as instituições dependem das pessoas...” (grifos nossos). A nova versão (sete meses depois de dizer que não é tempo de estruturas porque não há “homens sólidos”), aqui.
23. József Mindszenty (1892-1975) foi um cardeal húngaro, que se opôs tenazmente ao regime comunista e em particular na Hungria. Foi preso durante a revolução comunista de Bela Kun em 1919; eleito bispo de Veszprém em 3 de março e sagrado em 25/03/1944. Caiu prisioneiro do regime nazista em 1944-1945. Foi nomeado Arcebispo metropolitano de Esztergom em 2/10/1945, cargo em que permaneceu até 18/12/1973. Foi criado cardeal em 18/02/1946, pelo Papa Pio XII. Preso pelo regime comunista em 1949, e libertado por ocasião da Revolução Húngara de 1956, obteve asilo na embaixada dos Estados Unidos até 1971. Por ocasião da sua prisão por parte das autoridades húngaras (02/01/1949) o Papa Pio XII escreveu a Carta "Acerrimo Moerore" (em italiano), de protesto, dirigida aos Arcebispos e Bispos da Hungria. Foi impedido pelo regime de participar dos conclaves de 1958 e 1963 que procederam à eleição dos papas João XXIII e Paulo VI, respectivamente. Faleceu no exílio, em Viena em 6 de maio de 1975. Em 1991 seu corpo é exumado e encontrado incorrupto, após 16 anos de sua morte.
24. Na verdade, ambos não poupavam os hereges. São Jerônimo - Doutor Máximo das Escrituras: “Jamais poupei os hereges e empreguei todo o meu zelo em fazer dos inimigos da Igreja meus inimigos pessoais”. Santo Agostinho: “Os hereges são tão insolentes, quanto impacientes em receber repreensões; muitos deles, para não sofrer correções, acusam de provocadores e agressivos aos que os increpam ... Alguns extraviados devem ser tratados com certa aspereza caridosa.” E tem, também, São Francisco de Salles: “Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa, desde que não se falte à verdade, sendo obra de caridade gritar ‘eis o lobo!’ quando está entre o rebanho ou em qualquer lugar onde seja encontrado”. Santa Catarina de Siena ensina a “ferir duramente os que erram, para salva-los”, e que “a demasiada compaixão pode ser excessiva crueldade”.
25. Uniata é relativo ao Uniatismo, que é um método de “união” próprio do passado, em busca da “plena comunhão” com Roma. Em outras palavras, é a relação de algumas Igrejas orientais com a Igreja Romana. A expressão foi cunhada no âmbito ortodoxo (cismático) com um sentido fortemente pejorativo, para descrever o resultado de uma união espúria, enganosa, desleal e provocante com Roma. A Igreja Greco-Católica Ucraniana (ucranianos) é o maior grupo de uniatas (para eles, o termo é ofensivo), com mais de cinco milhões de fiéis.
26. Leia in Falsos padres, falsos católicos... Hipócritas! Hipócritas!.
27. Leia in PADRE CHAZAL: CARTA A UN SOLDADO DESCONOCIDO DE LA RESISTENCIA INTERNA (olhei hoje, e o nome dele ainda está lá. Portanto, tecnicamente para a USLM/SSAJM, Macários ainda é padre da Desistência).
28. Leia in ASSOCIAÇÃO VEXILLA REGIS - ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS E CATÓLICA - LOCALIZADA EM SANTOS - SP.
29. Segundo as calúnias que lhe movem alguns desavisados membros do “exército de tolos de Dom Tomás” e que já tratamos de desmascarar (vide nota 26 acima).
30. Mateus 10, 37.
ENTREVISTA AO PADRE CARDOZO
Reverendo Pe. Cardozo, aproveitando a vossa visita à Missão Cristo Rei de Campo Grande, e porque uma entrevista a um sacerdote é sempre uma oportunidade de catequese e de aprendizado, gostaria de entrevistá-lo e apresentar alguns questionamentos enviados por fiéis.
1. Rev. Padre Cardozo, está em mais uma viagem de visita às Missões Cristo Rei pelo Brasil, como estão as Missões hoje?
Resposta: As Missões hoje estão purificadas. Perdemos algumas, ganhamos outras, mas em geral, e como todas as coisas acontecem para o bem dos que amam a Deus, considero que o que se perdeu, enfim, Deus o permitiu, mas é uma maneira de trabalhar com gente que doutrinalmente está mais capacitada para o combate que levamos. Porque, primeiro, como é possível que estivéssemos trabalhando com gente que, por exemplo, considere a importância dos números sobre a verdade objetiva? Segundo, como é possível que estivéssemos trabalhando com gente que supostamente tome a hierarquia como o elemento mais importante de um católico, quando para o católico o mais importante é a Fé? Então, se, apesar dos quatro anos que estão recebendo catequese, de ter feito retiros espirituais etc., alguns não entenderam e continuam pensando com premissas liberais, é porque ou não entenderam nada ou não querem entender, ou o que seja. E, da mesma forma, quanto aos que permaneceram fiéis à doutrina, para mim é uma satisfação e uma tranquilidade trabalhar com esses fiéis, porque senão alguém sente que está semeando no mar... Com todo o trabalho que temos, não podemos perder tempo! As novas missões são algo que nos entusiasma mais do que pensar que tenho que trabalhar com gente que, todavia, não é sincera na busca da verdade, não é sincera no manifestar a sua fé, sua catolicidade. Quanto àquelas pessoas que ficaram do lado dos três bispos “impolutos”, que fiquem!... E que Deus veja com suas almas. Quanto a mim, pelo menos já sei com quem posso contar.
2. Um tema cogente: afinal, o senhor integra ou não a União Sacerdotal Marcel Lefebvre e o movimento chamado “Resistência”? Porquê?
Resposta: Primeiro, eu creio que existe uma diferença, a Resistência eventualmente segue, existe, sim. A compomos os padres que estamos combatendo sob o espírito de Mons. Lefebvre. A USML, por outro lado, é uma farsa, porque os próprios sacerdotes que a integram são traidores; eles traíram o legado de Mons. Lefebvre. Como é possível que se calem diante dos erros que têm sustentado um Mons. Faure, um Mons. Williamson, os quais são, ou melhor, foram da Fraternidade São Pio X, e esses sacerdotes não digam nada sobre os ataques à unidade da Igreja, quando aqueles dizem que nós católicos estamos... que a Igreja Católica está “misteriosamente unida” à Igreja conciliar (1), o que é um ataque à nota da Unidade da Igreja. Ou quanto à tolice de sustentar que “há milagres fora da Igreja Católica” (2), quando isto está, enfim... está rebatido no Catecismo de São Pio X, e isso atinge a nota da Santidade da Igreja. Ou seja... E os senhores da USML não dizem nada! Porquê? Porque... não iriam querer se indispor com os senhores bispos. Bom, mas por que, então, nos indispomos com os bispos da Neofrat? Se vamos aceitar erros, os erros desses bispos, Williamson e Faure, por exemplo, são piores dos que os erros sustentados pelos outros três da Neofrat, Fellay e companhia!... Então, se guerreamos contra os outros três, agora devemos aceitar os erros destes? Que eu saiba, nem Fellay, nem De Galarreta, nem Tissier nunca recomendaram a leitura de Valtorta (3), que é uma blasfema, é uma herética, uma erótica. E, até onde sei, não sei... esses outros três bispos nunca defenderam a questão dos milagres fora da Igreja... Disseram outras tolices, sim... Sustentam que a Igreja Católica é essa que estamos vendo aí na Igreja oficial, não?, a Igreja conciliar. Mas, de fato, são maiores os erros que sustentam esses bispos, Williamson, Faure e Dom Tomás, do que os erros dos bispos que seguiram com a Neofrat. Então, eu lamento muito... Quando se iniciou a USML, creio que foi em 16 de julho de 2014 (4), eu pedi para ingressar no grupo, me perguntaram e eu pedi para entrar, claro. Mas, depois das batalhas que tivemos, a partir de outubro do ano passado (5), e ao ver que não houve nenhuma atitude, nenhum tipo de apoio por parte desses sacerdotes etc., eu me disse: “que tipo de grupo é esse?”. Nem sequer quis lhes escrever, porque tenho medo de parecer até mesmo mal-educado com eles, porque me dá vontade de lhes dizer que são uma tropa de covardes... e que o pecado de omissão, nesses casos, é um pecado grave. E não podem dizer: “eu não havia me inteirado”. Como alguém que respondeu, me parece que algum padre francês (6), sustentando, entre outras coisas, que Williamson havia dito, por exemplo, sobre a missa nova, que foi um caso pontual, de alguma mulher etc. Por favor! Não foi um caso pontual! E, ainda, o que Williamson disse foi uma coisa sumamente grave. No combate pela Tradição, o tema da missa nova é fundamental. Se, agora, um dos bispos da Tradição está recomendando ir à missa nova porque “pode alimentar a nossa Fé”, isso é um total absurdo!... Bom, se me perguntam o que tem a ver o comentário desse sacerdote francês, por exemplo, como querendo desculpar a Williamson, digo que isso igualmente é uma falta por omissão, porque não completou todo o sentido do erro que mantém Williamson sobre o tema da missa nova. Ademais, esses outros dois bispos... a imoralidade que estão fazendo de apoiar um sacerdote (7) que é pederasta reconhecido e assumido, e que Williamson convive com ele. E os outros, os sacerdotes da USML, não dizem nada!!!... Além do fato de Williamson dar sacramentos a grupos heréticos como os “Feneístas” (8) nos EUA, e todos fazem silêncio !!?... Os monges de Avrillé, que supostamente são os “cães de Deus” (9), como eram chamados, agora se calam todos, e, ainda por cima, se entretém em sustentar o tema da “união misteriosa” entre a Igreja conciliar e a Igreja Católica... Um absurdo!... Então, não!, certamente que não pertenço, em absoluto, a essa USML, porque não é de Mons. Lefebvre, mas de Monsenhor, não sei... coloque aí... Faure, Williamson, o que mais lhe agrade. Mons. Lefebvre nunca sustentou os erros imensos que esses senhores estão defendendo.
3. Seria esta a minha terceira pergunta: o que o senhor pensa dos Sacerdotes católicos que, vendo três bispos “corrigindo” os Evangelhos, se calam? Sabemos que alguns, como o senhor, uma minoria, se postou pública e veementemente contra isso, às custas da paz de espírito, do conforto material, do famoso “prato cheio e cama macia”. Também sabemos que apenas um — o famoso sofista — se postou pública e veementemente a favor, até manipulando a verdade. Mas e os outros?... A grande maioria que nada diz? São mornos? E o grupo dos “não concordo com o bispo, mas...”, são eles uns mornos também?
Resposta: “Mornos” é o mais suave que se lhes pode dizer. Eu creio que a falta de definição em um campo de guerra é o pior que pode haver, porque, em um campo de guerra, sabemos que de um lado está, supostamente, nossa tropa, e do outro estão os inimigos. Mas, se há gente que está discutindo aí, que não toma partido por nenhum dos lados, enfim... Eu prefiro ter um inimigo declarado! ... Se é por “preferir”, prefiro o sofista que defende, custe o que custar, os três bispos, a ter os outros senhores em silêncio, pois já é um silêncio cúmplice... não? Porque, se alguém lhes perguntar, são capazes até de tomarem o partido de quem está perguntando, mas depois, com seus atos, continuam apoiando a esses bispos. A definição é algo que é próprio para saber defender a Verdade e combater o erro.
4. Mais uma vez se fez imperativo tomar uma posição em defesa da Verdade, como em 2012, não é? Alguns poderiam se questionar se essas divisões são necessárias, se não há “outra maneira” de continuar católico. O que pensa sobre isto?
Resposta: A única maneira de se manter católico é conservando a doutrina católica. Se alguém, seja quem for, sustenta erros contra a Unidade da Igreja, contra a Santidade da Igreja, dá sacramentos a hereges, ou afirma que se pode modificar e reinterpretar o Evangelho como cada um quiser etc. etc.... Eu lamento muito, mas a divisão não a criamos nós, a divisão foi criada pelos personagens que surgem com essas novidades. Ou seja... Eu perguntei a alguns dos fiéis, porque nos criticavam de semear a divisão, qual é a novidade que o Padre Cardozo vos ensina?... Pois que me a digam! ... Porque, até onde eu sei, continuo ensinando o catecismo de São Pio X, e nada mais. Agora, eu nunca ensinei que há “milagritos” fora da Igreja, eu nunca escrevi que Maria Valtorta é uma boa pessoa... que se deva ler sua obra, inclusive às crianças antes de dormir... Se há gente que escreveu isso, esses são os que dividiram... por mais mitra que tenham! Então, o que semeia a divisão é aquele que semeia o erro. Porque a verdade é sempre uma. Assim que eu sempre espero permanecer com a graça de Deus.
5. Os dois grupos de e-mails que o senhor coordena mudaram de nome, para deixar claro que o senhor não compactua com essa parcela de “tradicionalistas” que vão se acomodando, quase desejando uma “regularização” também. Há um nome que agora defina ou distinga a grei que dirige?
Resposta: Aos grupos que dependem de mim lhes pus o nome de “Missões”. São as Missões Católicas Cristo Rei de tal cidade, de tal outra; e em cada cidade tomam um padroeiro, como no caso da missão de Pouso Alegre, que é a “Missão São José” (10). O Padre Altamira, o Padre Benzi, o Padre Pfeiffer, eles têm outras maneiras de chamá-los. Eu as chamo de “missões”, porém, em linhas gerais, continuamos sendo “a Resistência”, ainda que eu prefira sempre usar mais a palavra “católicos”. Contudo, como alguém disse que “católicos” poderia não estar aclarando suficientemente, continuamos sendo a Resistência, mas esclareço e sublinho que não temos nada, absolutamente nada a ver com os três bispos: Faure, Williamson e Dom Tomás de Aquino.
6. Em um de seus sermões, aqui, o senhor falou sobre “viver de aparências”. A principal razão que costumo ouvir/ler para “contentar-se” com bispos que erram é: “mas é pela Missa...!”, “sou pecador e não posso ficar sem os sacramentos” ... Quais os frutos de ter sacramentos “válidos” e não buscar compreender a crise na Igreja e correr o risco de perder a fé, a catolicidade, e, principalmente, de ofender a Deus?
Resposta: Os frutos os estamos vendo. Quanta gente percebe o tema da Igreja, mas, para manter a Missa e ter os Sacramentos, neste momento, são uns perfeitos tíbios; não lhes importa absolutamente nada, por exemplo, se Fellay está fazendo acordo com Roma por debaixo dos panos, ou esses senhores padres que... Williamson lhes diz na cara... lhes diz coisas que Monsenhor Lefebvre não sustentava... e defende a missa nova, dá sacramentos a hereges, e eles não reagem. Então, os frutos disso são a tibieza, como mínimo... quando já não a heresia, quando começam a apoiar barbaridades como a de que estamos “misteriosamente unidos” com os hereges pós-conciliares... Ou a sustentar que fora da Igreja há milagres. Isso são heresias, são erros graves. Esses senhores talvez tenham missas e sacramentos, porém sustentam erros graves, e se morrem assim vão para o Inferno. De que lhes vale? Os ortodoxos também têm missas e sacramentos, e estão no cisma; em princípio, se condenam. Então, o tema não é a Missa... ou ter a Missa, ter os sacramentos, porque há muitos que os têm. O tema é ter a Fé, isso é o que me salva. Se eu não tenho a Fé, posso ter a Missa todos os dias... mas se não tenho Fé... Que fizeram os japoneses durante mais de dois séculos em que não tiveram sequer um padre? (11) Mas eles tiveram a Fé, e sobreviveram porque tinham a Fé. E quanto aos católicos ingleses na Reforma (12)?, viviam também sem os sacramentos; um padre os visitava de quando em quando; não sei se tinham algum bispo. O único bispo que permaneceu na Inglaterra, e depois o Papa Paulo III o nomeou Cardeal, em 17 de maio de 1535, e o declarou mártir, é o Bispo Fisher (13). Mas, então, os católicos ingleses como resistiram? Precisamente, por não serem fiéis à hierarquia, a qual havia perdido a Fé. Então, o centro da questão é a Fé. Se esses senhores, depois de quatro anos de pregações, de retiros, contudo não entenderam o que é a Fé... bom... que se vai fazer?
7. Duas perguntas em uma: (a) como se pode manter a Fé Católica nos dias atuais? E, mais uma vez, porque se faz necessário, (b) como santificar os Domingos e dias santos, quando não se tem a Missa CATÓLICA, pois na maioria das Missões têm uma Missa por ano e olha lá? E também porque, às vezes, até há, na cidade, Missas válidas ou lícitas, mas que não agradam a Deus, porque põem nossa fé em risco?
Resposta: Creio que a grande fórmula para se manter católico hoje em dia é a devoção ao Coração Imaculado de Maria, e, de resto, o rosário diário, e, especialmente, tratar de santificar os domingos, quando não se tem a Missa. Além disso, deve se ter fresco e repassado o catecismo, porque há um problema de ignorância religiosa que é assustador, inclusive dentro do ambiente dos tradicionalistas; há “profissionais” que dizem cada tolice que, antes, em um exame de primeira comunhão, não passariam (risos). Então, claro, podemos rezar, sem dúvida, mas devemos pedir também luzes à Virgem e ao Espírito Santo para que nos mantenham firmes na Fé. Este é o grande ponto, a grande tentação desta época à Fé. Não se valoriza a Fé. E, por isso, como não se valoriza a Fé, dizem: “vou à missa do IBP, vou à missa do Motu próprio (14), vou...”. E porquê? Porque “me interessa a missa como sacramento” etc., porém “não me importa a doutrina que vão me dar”. Então, se não importa a doutrina que vão te dar, não te assustes que Deus também um dia te diga: “bom, já que não valorizas esse tesouro que te dei no batismo, Eu te retiro ele ou te cego o entendimento e não verás”; que é o que vemos acontecer em muitos casos, não é? Como o caso de gente supostamente inteligente que está aceitando que um bispo lhe venha a dizer que leia Valtorta. Isso é um absurdo, um absurdo total! E monges que fazem ler Valtorta dentro do convento. Isso é outro absurdo! Para mim, já é uma cegueira de espírito. E, também, a isso se soma a questão do pecado contra o Espírito Santo que é o negar a Verdade conhecida; porque, que haja gente que saia, não sei, dos carismáticos ou qualquer grupo desses e leia Valtorta, bom, enfim... Mas que saia de um ambiente católico um bispo, consagrado por Monsenhor Lefebvre, e diga semelhante dislate, e insista nessa propaganda, de uma mulher que é blasfema, erótica, herética, ... Eu não posso não pensar que já é um castigo e que lhe foi cegado o entendimento.
8. Há pessoas que dizem: olha, eu sei que essa missa é apenas válida, eu estudo o catecismo em casa, então não vai acontecer nenhum problema se eu for, porque eu não vou me deixar envenenar por essa doutrina, eu “me garanto”. O que é esse comportamento? É algum tipo de pecado?
Resposta: Isso é expor a Fé. É como se eu dissesse, “bom, eu estou na Grécia, a única igreja que tenho perto é uma igreja ortodoxa, eu sei o catecismo, a Igreja me diz que não vá às igrejas ortodoxas, mas, como eu sou muito inteligente e sei meu catecismo, eu vou ir assim mesmo pois não vou contaminar minha fé” ... Bom, é um risco grave a que se está expondo aquele elemento (a Fé) que vai lhe permitir a salvação. O simples fato de se arriscar é uma falta grave, porque o que se pode perder é sumamente importante: a Fé, com maiúscula. Então, os que respondem assim tolamente se creem autossuficientes. E a Fé é um dom de Deus, não é que eu a consegui graças a meus méritos e meus estudos profundos, teológicos. Há senhores que supostamente leram muitas vezes a “Suma Teológica” e defendem os milagritos fora da Igreja (risos)... É absurdo! Ou defendem que retoquem os Evangelhos, ou que as parábolas de Cristo não são dogmáticas, como disse um famoso sofista... Não! ...
9. Sobre Williamson, o que vos inquieta? Qual é a nota que destoa?
Resposta: O tema de Williamson, há gente que o está estudando mais profundamente... Mas a primeira pergunta que me faço é por que ele modifica seu brasão episcopal? O escudo episcopal que ele tem no momento da consagração tem uma flor, que não necessariamente se deve interpretar como uma rosa, mas é uma flor, que representaria, segundo alguns, a flor nacional da Inglaterra, e, como ele é inglês, ele pôs essa florzinha, ok. Mas, depois, em um novo escudo episcopal, aparece outra flor, uma flor que tem um pentagrama (15). Então, já há uma questão que semeia uma dúvida, pelo menos. E a outra pergunta é por que ele, um bispo que supostamente tem que ser doutor na doutrina, que tem que confirmar na doutrina, se entretém, de maneira abusiva, em semear polêmica e dúvidas? Então, isso é... realmente, isso me soa até satânico porque, de um bispo, um fiel o que espera é a verdade, a certeza da verdade! Agora, se um bispo te diz que leia barbaridades, que sustente barbaridades... ele mesmo, contradizendo a Monsenhor Lefebvre, por exemplo, sobre o tema da missa nova... A mim, claro, começa a custar crer que seja somente uma questão de defeito pessoal dele; eu não sei se há ou não há doutrina agnóstica, ou o que seja, nisso... Além da questão de recomendar a um agnóstico, o famoso Eliot (16), de recomendar a leitura desse senhor. Eu não sei se no bispo não está florescendo a doutrina que pôde ter aprendido antes de sua conversão (17). Seja como for, o que eu sei, sim, e ademais o disse um famoso maçom, o canônico Roca (18), no século XIX, ele disse que “todo católico liberal é um maçom sem avental”. E o bispo Williamson se comporta perfeitamente como um maçom sem avental, porque ele não poderia estar contradizendo inclusive o Magistério da Igreja, como no tema, por exemplo, dos milagres fora da Igreja... Ou quando “retoca” os Evangelhos, como com os frutos “mais ou menos bons” (19), ou quando dá a Confirmação a Feneístas, que não são católicos, e etc. Isso é uma aberração. E não se pode dizer que ele ignore isso, pois ele teve uma boa formação em Ecône. Ele, inclusive, se comportou catolicamente durante muitos anos, e é por isso há muita gente que o segue. E atualmente o seguem porque, primeiro, creio que não se sentam para ler o que ele escreve; segundo, creio que o leem de forma tão apaixonada a favor de sua pessoa que não conseguem ver o erro que ele semeia — mas os erros estão lá. Senão... por que esta luta a partir de outubro do ano passado? Se Williamson tivesse dito coisas perfeitamente claras, doutrinalmente, se não semeasse a contradição em nenhuma coisa, estaríamos perfeitamente de acordo. Mas não! O favorecer a missa nova, o favorecer os milagritos fora da Igreja, o “retocar” os Evangelhos... Me informam, aqui (em CG), que o tema dos “frutos mais ou menos bons” ele já o sustentava em 2001. Enfim, eu não lia todos os Eleison, mas se desde 2001 (ou quando for) estava com o tema dos “frutos mais ou menos bons” é um sinal de que, desde então, ele vinha atuando como um liberal. Liberal porquê? Porque se “libera” das margens de segurança do que permite a doutrina católica. Entende? Ou seja, o homem se libera do que Deus lhe disse: “até aqui você pode ir!”, ou seja, como um limite. Como disse aos primeiros pais: “podem comer de tudo, mas a arvorezinha do bem e do mal, esta a deixais tranquila”. Claro, o homem se libera dessa obrigatoriedade e começa a fazer estupidezes. É o que ocorreu nesse caso.
10. Uma questão de catecismo: um dos pecados contra o Espírito Santo é a obstinação no pecado, no que consiste a obstinação?
Resposta: Ver no catecismo... Obstinação é permanecer no pecado, sabendo... Por exemplo, durante 40 anos aprendemos que a missa nova é um fruto do protestantismo, um fruto do CVII, do modernismo. Bem. Quarenta anos atacando, combatendo a missa nova, e agora vêm me dizer que é uma coisa boa e que a alguma pessoa pode servir etc.... Se isso não é obstinação, além de repeti-lo, sustentá-lo, e defendê-lo, se isso não é obstinação, me digam o que é...
Então, por isso é assustadora a situação desses senhores bispos, porque neles se vê a obstinação no erro. Que sejam obstinados nesse erro os padres modernistas, em razão da má preparação que tiveram, seria compreensível. Porém, em razão do que esses bispos aprenderam, do que receberam da Tradição, em sua formação no seminário, não podem atuar dessa maneira. Creio que, inclusive, até pode ser um castigo de Deus, a obstinação deles.
11. Que opina sobre a nova Congregação (20) fundada por Mons. Faure?
Resposta: A árvore má não pode dar bom fruto! ... Alguém que me diz que “a missa nova é uma missa da Igreja católica”, que defende por ação ou omissão os erros de Mons. Williamson, não pode ir muito longe. De outro lado, esses desistentes vivem em contradição!(21): ontem sustentavam que não era tempo de criar estruturas (22), que nada se pode fazer sem o Papa! ... e agora as criam... quiçá também com a permissão de Francisco???.... Eles lá e nós aqui!
12. Assunto de atualidades: foi degolado um padre na França. Era modernista; velhinho, mas modernista. Certa vez o senhor discorreu sobre alguns coptas mortos pelo Islã, que eles não eram mártires. Este que degolou o padre, presumiu que ele fosse católico, o matou por entendê-lo católico. O padre francês é ou não é mártir?
Resposta: Tomara que Deus lhe tenha dado a luz, enfim, de se arrepender de seu modernismo, porque esse sacerdote “velhinho”, a princípio, estava dando uma missa nova. Então, quisera que fosse um mártir, mas se falamos em sentido estrito, o termo “mártir” não lhe cabe.
Não seria um martírio de sangue?
Resposta: Não, não, porque ele não desejava estar na Tradição, aparentemente. E, para ser católico, se deve estar na Tradição da Igreja.
Ele estava no lugar errado, na hora errada...
Resposta: Quiçá se Deus lhe deu uma graça, lhe fez ver o fato de seu erro. Mas, claro, se chamamos de “mártir” a esse padre, então, quando matam um pastor protestante lá na Síria, eu também devo chamá-lo de “mártir”, e caímos no mesmo erro de Francisco, que está dizendo que “todo mundo é mártir”. Matam um e logo é um mártir. Não, as coisas não são assim. Quem morre deve ser católico. E deve ser morto por ódio à sua Fé. Então, se é protestante, ou modernista, se o matam, o martírio, estritamente, não se aplica a ele.
13 Até que ponto se deve respeitar a Hierarquia Conciliar, como padres e bispos?
Resposta: Creio que o respeito que devemos ter por eles é o mesmo que devemos ter por qualquer vizinho, como ser humano, enfim. A hierarquia é digna de ser respeitada enquanto e conquanto tem e defende a Fé. Cristo, quando foi levado diante dos sumos sacerdotes, não se pôs a insultá-los, mas tão pouco se comportou com eles como se fossem, realmente, uma dignidade suma e altamente respeitável. Inclusive, durante sua vida pública nunca os procurou! Se eu tivesse a graça de estar agora, por exemplo, com um Cardeal Mindszenty (23), com um Monsenhor Lefebvre, ou com um Santo Antônio Maria Claret..., claro, eles foram hierarquias católicas digníssimas, e agora estou com um bispo modernista que aceita o ecumenismo e todas aquelas questões. Para mim, eles são senhores como quaisquer outros. E, inclusive, diria até possuidores de algo desprezível em razão de que não cumprem com a missão que lhes foi dada. O tema é que, pobre gente, a mim me dá pena, em razão de que não se sabe até que grau eles são conscientes disso. Mas daí a dizer que, por sua hierarquia, por exemplo, como disseram, devemos nos manter unidos a eles... não, não! Se eles não têm a Fé... Talvez eles recebam a autoridade, porque toda autoridade vem de Deus, mas daí a dizer que... Se têm a autoridade que vem de Deus, e eles a rechaçam, ou seja, são infiéis... É como... dou um exemplo: você tem uma amiga que se casa com um senhor e sua amiga é infiel; não é o caso de apedrejá-la, mas tampouco pode tratá-la bem, em razão de sua infidelidade, certo? Esses senhores são infiéis a seu Episcopado, à graça que receberam. Então, se ensinamos, porque a Igreja Católica sempre ensinou, que nesses casos de infidelidade — no caso dos matrimônios, por exemplo – não se deve ter um maior trato com essa gente, com essa hierarquia se deve ter a mesma conduta.
14. Falando ainda dos três bispos “impolutos”, a grande queixa é a “maneira” como se tratou a coisa, que foi um desrespeito, que “eles são bispos”. Mas, sabemos bem que com a Igreja moderna devemos ter um pouco mais de compaixão porque, afinal, eles não são preparados por um Monsenhor Lefebvre, como é o caso desses bispos.
Resposta: Há uma frase de um padre da Igreja, não sei se São Jerônimo ou Santo Agostinho (24), que menciona que era normal, que se devia entender como fruto do amor à verdade e do ódio ao erro os maus-tratos que eventualmente poderíamos dar a um herege, a um apóstata. Então, se, no combate, houver uma palavra talvez altissonante que acabamos por dizer a algum desses três bispos, creio que seja o mais suave que lhes poderíamos dizer, em razão de sua apostasia, de sua traição à Tradição, porque eles traíram em um combate em que estamos já há décadas. Então, “muito forte” é o que eles fizeram. E, por outra parte, eu trato por hipócritas aqueles que se rasgam as vestes só porque tratamos um pouquinho “forte” a esses senhores bispos, mas eles próprios (nossos acusadores) não se importam em ver que os bispos trocam até as palavras do próprio Deus e... não dizem nada! Eu, de toda essa gente que por aí se escandaliza com a forma como tratamos a esses bispos etc., eu nunca ouvi que eles dissessem como esses senhores bispos se atrevem a meter a mão nos Santos Evangelhos, contradizendo o Magistério da Igreja. Não! Isso não é problema para eles! Aí se vê, como falamos em algumas oportunidades, que o grande problema, hoje em dia, desses combates, é que todo mundo ama qualquer coisa, menos a Deus. O amor a Deus está em, sei lá, em qualquer lugar, mas nunca em primeiro, porque, se estivesse em primeiro, não estariam onde estão. Simples assim.
15: Por que o Brasil? O que o fez nos escolher. É óbvio que amamos a escolha, mas qual o motivo da escolha?
Resposta: Escolhi o Brasil, primeiro, porque é um país quente, em todos os aspectos; ou seja, é quente espiritualmente: aqui há ainda interesse pelo espiritual, pela religião, a Tradição católica. E também quanto ao clima, pois eu não gosto de frio. E é quente no aspecto humano, pois os brasileiros são amáveis. E, por outra parte, a Divina Providência permitiu que minha saída da Neofrat se realizasse no Brasil, e no Brasil comecei já, digamos, meu apostolado de sobrevivência da Fé, nessas circunstâncias. Então, as circunstâncias nos proporcionaram mover-nos dentro do Brasil e no México, e algo em Argentina. Por isso o Brasil.
16: Que nos diz acerca de seu apoio ao suposto “Padre” Macários, que recentemente foi declarado, pela diocese de Santos, SP, como não católico e não ordenado sacerdote.
Resposta: É verdade!, eu o apoiei pensando que fosse em sacerdote de rito uniata (25), até que, no final de Janeiro deste ano, me apresentaram provas de graves “desordens”, as quais estão à disposição da Polícia de Santos. Isto me motivou a cortar relações com ele, pedindo-lhe inclusive que me retirasse de seus blogs. Restava ainda a dúvida acerca de sua ordenação, e, pelo que se vê no comunicado da diocese (26), não encontraram nenhum dado sobre isso. Publicamente o defendi e publicamente me retratei, como aconteceu na missão de Pouso Alegre.
Eu o visitei a primeira vez, por volta de 2010, com os Padres da FSSPX, que o consideravam diácono. Em seguida, apareceu ordenado, creio que em 2013, e se juntou à lista de Padres da Resistência (27). Alguém se opôs fundamentadamente contra esse senhor?... Até mesmo Dom Tomás o tinha como sacerdote, segundo testemunhas, ao ponto de restar designado o seu mosteiro da Santa Cruz como herdeiro dos bens da associação criada por Macários (28) ... Mas, ao que parece (29), o único que se equivocou sobre esse senhor fui eu... Sei lá! Para mim isso é um caso encerrado.
17. Para concluir, uma mensagem às Missões.
Resposta: A grande mensagem às Missões é: atenção, porque o demônio move todos os fios e usa de todas as artimanhas para nos fazer cair na Fé. Repito, todos os demais vícios, os demais pecados, enfim, não deixam de ser graves, e devemos combatê-los. Mas recordem sempre que, se guardamos a Fé, podemos nos salvar; mas, se não guardamos a Fé, estivemos perdendo tempo. Assim, pedir à Santíssima Virgem que nos dê a graça de perseverar na Fé e de crescer no amor a Deus sobre todas as coisas, acima do amor à família, acima do amor à Pátria, acima das hierarquias, enfim, do que for, porque o próprio Cristo disse “aquele que ame mais a seu pai e sua mãe seu filho (...) mais do que a mim não é digno de mim” (30). E vemos continuamente esse amor a Deus colocado em outro lugar que não o primeiro. Então, amar a Deus sobre todas as coisas e firmeza na Fé.
NOTAS DO BLOG:
1. CE n. 447 (Hospedeiro e Parasita II, 24/11/2015).
2. CE n. 436 (Novus Ordo Missae I, 21/11/2015), 437 (Novus Ordo Missae II, 28/11/2015) e 438 (Novus Ordo Missae III, 5/12/2015). Resposta de Pe. Cardozo (8/12/2015).
3. CE n. 201 (Dois Arrependimentos, 21/05/2011) e 275 (Ler em Família, de 20/10/2012; só encontrei em espanhol; e “misteriosamente” sumiu do blog mexicano, mas se pode ler no campo da URL que na página havia o tal CE). O próprio blog mexicano publicou (7/1/2016) a tradução para o espanhol de uma “crítica lúcida” dos Dominicanos de Avrillé sobre a leitura de Valtorta, os quais concluem: “Ao invés de ler esta novela na qual os erros abundam, os fiéis fariam melhor se lessem as Sagradas Escrituras...” etc. Sic.
4. Leia in USML - CERTIDÃO DE NASCIMENTO.
5. Em novembro de 2015, quando Dom Williamson escreveu o primeiro dos CE polêmicos.
6. Trata-se do padre François Pivert, que, em 22/05/2016, respondeu a um e-mail meu, no qual eu o questionava sobre os CE, em particular sobre a missa nova. Eu ainda guardo o e-mail.
7. Padre Abraham. Cf. aqui, aqui, aqui, e, principalmente, aqui.
8. Leia in Diz-me com que herege tu andas, e te direi que herege és!... (Williamson e os feneístas).
9. Por causa de seu zelo os monges da Ordem dos Pregadores foram chamados de “dominicanes”.
10. Aqui os endereços e contatos das missões.
11. São Francisco Xavier e seus padres levaram o Cristianismo ao Japão; e, após o chamado “Século Cristão do Japão” (de 1549 a 1614), começaram as perseguições do governo Tokugawa, que perduraram até 1863 (249 anos). Aqui algumas menções a esses heroicos católicos:
a. item 7, in Resposta a um Comentarista;
b. Mons. Lefebvre: “Queremos conservar a verdadeira fé, como os japoneses fizeram durante três séculos, quando eles não tinham padres”. Cf. DOM LEFEBVRE: DESSA UNIÃO ADÚLTERA SÓ PODE PROVIR BASTARDOS;
c. “Porém, os que sobreviveram na clandestinidade mantiveram a fé e a transmitiram a seus filhos durante dois séculos”. Cf. Arqueologia: O heroismo dos católicos japoneses durante séculos;
d. “Nessas capelas ‘catacumbais’, católicos japoneses cheios de Fé perseveraram durante séculos, aguardando a vinda de missionários genuinamente católicos.”. Cf. Descobertas capelas dos católicos japoneses perseguidos durante séculos;
e. “... depois de séculos de atroz perseguição religiosa no País do Sol Nascente, que executou e torturou por volta de trezentos mil católicos em séculos de proibição oficial do cristianismo em terras japonesas (*). A BASE DO MILAGRE QUE SE CONCRETIZOU: Os pais davam aos filhos sinais para que não se equivocassem, quando voltassem ao Japão os missionários da verdadeira religião… E assim foi de geração em geração por cerca de 250 anos.”. Cf. A ‘RESSURREIÇÃO’ DOS CRISTÃOS DO JAPÃO.
12. A Reforma Inglesa (ou Anglicana) foi uma série de eventos ocorridos no século XVI, pelos quais a Igreja da Inglaterra rompeu com a autoridade do Papa e a Igreja Romana. Está associada com o processo mais amplo da Reforma Protestante, um movimento político-religioso que afetou a doutrina e as práticas da Fé Cristã em todo o continente europeu. Tendo como base o desejo do rei Henrique VIII de anular seu casamento com Catarina de Aragão (negado pelo Papa Clemente em 1527), para se casar com uma cortesã, a Reforma Inglesa começou como uma disputa política mais do que teológica. O rompimento com a Igreja de Roma se deu através de uma série de atos do Parlamento aprovados entre 1532 e 1534, dentre os quais o “Ato da Supremacia”, que declarava o Henrique VIII o “Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra na Terra”. Maria I renunciou a este título em 1553, quando restaurou a jurisdição papal. Em 1559, Elizabeth I reafirmou a supremacia real sobre a Igreja ao adotar o título de “Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra”. A teologia e a liturgia da Igreja da Inglaterra se tornaram marcadamente protestantes durante o reinado de Eduardo VI, filho de Henrique, graças às regras estabelecidas pelo herege Thomas Cranmer, então arcebispo de Cantuária. Sob Maria I, o processo de reforma foi revertido, e a Igreja da Inglaterra voltou à jurisdição papal. Em seguida, Elizabeth I reintroduziu o protestantismo. A estrutura e a teologia da Igreja tornaram-se alvo de uma disputa feroz durante gerações. O último monarca católico foi Jaime II, deposto pelo Parlamento que pediu a Guilherme III e Maria II que governassem em conjunto. O legado do antigo status quo católico permanece uma questão de discussão ainda hoje. Alguns fiéis permaneceram católicos e, como forma de forçá-los a adotar o sistema britânico, a Igreja Católica permaneceu ilegal até o século XIX. Vide também aqui, aqui e aqui.
13. Foi beatificado em 29 de dezembro de 1886, pelo Papa Leão XIII, e canonizado pelo Papa Pio XI, em 19 de maio de 1935. Sua festa comemora-se no dia 22 de junho.
14. Leia in Assistência à Missa Tridentina do Motu Proprio.
15. “FIG. 1. - Blasón de Mons. Williamson de 1988: 'En azur, un leopardo de oro lampasado de gules, armado de plata, blandiendo horizontalmente en su pata diestra una espada con puño de oro, en punta, una cruz con flor, de plata, en su centro una rosa de gules flechada de oro'...". Cf. ACERCA DE MONS. WILLIAMSON: ¿DON QUIJOTE CONTRA LOS MOLINOS? ¿O LOS AGITADORES “INVESTIDOS” DE UNA MISIÓN? POR ADRIEN LOUBIER (SOUS LA BANNIERE).
16. Leia in Sobre Eliot, Wagner e outros que tais....
17. Richard Williamson é filho de um pastor anglicano e Helen, uma adepta da “Christian Science” (Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy, 1866), mais tarde doutrina oficial da sociedade secreta “Round Table” (de Cecil Rhodes, 1890), que mantinha conexão até mesmo com o clã Rothschild, e exercia grande influência no Império anglo-americano, e que perdura até hoje. Williamson estudou em Cambridge, uma escola de elite, na qual sobejavam as sociedades secretas, como dos “Apóstolos de Cambridge”, que eram parte da inteligência britânica com o propósito de se infiltrar em todas as denominações cristãs com o fim de construir a religião ecumênica da Nova Ordem Mundial judeu-maçônica-anglo-comunista conciliar. Crescido nesse ambiente familiar esotérico e protestante, converteu-se ao Catolicismo por influência de seu mentor intelectual-espiritual Malcolm Muggeridge, um comunista, agnóstico, niilista e vegetariano (enquanto ideologia), que se converteu ao “Cristianismo”, inspirado por “cristãos” que considerava excepcionalmente perfeitos, quais Tolstoj (panteísta) e Pascal (jansenista), e que tinha conexões com o movimento litúrgico belga que preparava o CVII. Williamson entrou para o seminário de Ecône em outubro 1972, sendo ordenado em 29 de junho de 1976 (Informações encontradas no Google).
18. Vide nota 32 de “Maçonaria e as Instruções da Alta Vendita, de J. Vennari (“Lew Catholicisme Liberal”, 1969).
19. CE n. 385 (Papas Viventes, 29/11/2014: “uma árvore metade boa e metade má pode produzir frutos metade bons e metade maus. No entanto, se vista como um todo, uma mistura de bem e mal é má, mas isto não significa que, ao ser vista parte por parte, as boas partes da mistura sejam más como as partes más. Um câncer no fígado me matará, mas isso não significa que eu tenha câncer nos pulmões. Ora, nenhum homem da Igreja vivente, como qualquer homem vivo, é completamente bom ou completamente mau”). A respeito, leia o pronunciamento do Pe. Cardozo (8/12/2015), na nota 2 acima.
20. Trata-se da Sociedade Sacerdotal dos Apóstolos de Jesus e Maria. Leia (em espanhol, inglês ou francês, menos em português, o que é um desprestígio aos desistentes de língua lusofônica) MONS. FAURE HA FUNDADO UNA NUEVA CONGREGACIÓN: LA "SOCIEDAD SACERDOTAL DE LOS APÓSTOLES DE JESÚS Y MARÍA".
21. E a contradição não vem de Deus.
22. Williamson, na sagração de DT (19/03/2016), in Sermão de Monsenhor Richard Williamson na Sagração de Dom Tomás de Aquino | 19/03/16: “Minuto 11:58 - E também a estrutura. A estrutura é absolutamente normal para os católicos. E os católicos naturalmente, normalmente querem uma estrutura. E quando se deram conta de que a estrutura da Fraternidade não sobreviveria, corria o risco de não sobreviver de cair, buscaram e esperavam outra estrutura, mas, queridos amigos, (12:41) O TEMPO DAS ESTRUTURA É QUASE PASSADO. O que? que? que? O tempo das estruturas era ontem. As estruturas supõem obras que têm bastante coerência, e docilidade e submissão à realidade para constituir congregações sólidas. Sem obras sólidas não haverá congregação sólida. A Fraternidade é a prova. Os homens de hoje não são sólidos. Poucos são sólidos, hoje. Então, (13:21) não esperemos FRUTOS de um tempo de homens sólidos, quando os homens não são mais sólidos. Este movimento de Resistência à (ininteligível) da Igreja e da Fraternidade é e ficará muito pequeno, e isso é normal, porque Deus trabalha, obra com o resto. E na história da Igreja, esses restos, por exemplo, no Antigo Testamento, nos tempos de Elias, esses restos são normalmente pouco numerosos. Ontem, as pessoas podiam contar, os católicos podiam contar com as estruturas e com as instituições, as pessoas podiam depender das instituições, mas hoje as instituições dependem das pessoas...” (grifos nossos). A nova versão (sete meses depois de dizer que não é tempo de estruturas porque não há “homens sólidos”), aqui.
23. József Mindszenty (1892-1975) foi um cardeal húngaro, que se opôs tenazmente ao regime comunista e em particular na Hungria. Foi preso durante a revolução comunista de Bela Kun em 1919; eleito bispo de Veszprém em 3 de março e sagrado em 25/03/1944. Caiu prisioneiro do regime nazista em 1944-1945. Foi nomeado Arcebispo metropolitano de Esztergom em 2/10/1945, cargo em que permaneceu até 18/12/1973. Foi criado cardeal em 18/02/1946, pelo Papa Pio XII. Preso pelo regime comunista em 1949, e libertado por ocasião da Revolução Húngara de 1956, obteve asilo na embaixada dos Estados Unidos até 1971. Por ocasião da sua prisão por parte das autoridades húngaras (02/01/1949) o Papa Pio XII escreveu a Carta "Acerrimo Moerore" (em italiano), de protesto, dirigida aos Arcebispos e Bispos da Hungria. Foi impedido pelo regime de participar dos conclaves de 1958 e 1963 que procederam à eleição dos papas João XXIII e Paulo VI, respectivamente. Faleceu no exílio, em Viena em 6 de maio de 1975. Em 1991 seu corpo é exumado e encontrado incorrupto, após 16 anos de sua morte.
24. Na verdade, ambos não poupavam os hereges. São Jerônimo - Doutor Máximo das Escrituras: “Jamais poupei os hereges e empreguei todo o meu zelo em fazer dos inimigos da Igreja meus inimigos pessoais”. Santo Agostinho: “Os hereges são tão insolentes, quanto impacientes em receber repreensões; muitos deles, para não sofrer correções, acusam de provocadores e agressivos aos que os increpam ... Alguns extraviados devem ser tratados com certa aspereza caridosa.” E tem, também, São Francisco de Salles: “Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa, desde que não se falte à verdade, sendo obra de caridade gritar ‘eis o lobo!’ quando está entre o rebanho ou em qualquer lugar onde seja encontrado”. Santa Catarina de Siena ensina a “ferir duramente os que erram, para salva-los”, e que “a demasiada compaixão pode ser excessiva crueldade”.
25. Uniata é relativo ao Uniatismo, que é um método de “união” próprio do passado, em busca da “plena comunhão” com Roma. Em outras palavras, é a relação de algumas Igrejas orientais com a Igreja Romana. A expressão foi cunhada no âmbito ortodoxo (cismático) com um sentido fortemente pejorativo, para descrever o resultado de uma união espúria, enganosa, desleal e provocante com Roma. A Igreja Greco-Católica Ucraniana (ucranianos) é o maior grupo de uniatas (para eles, o termo é ofensivo), com mais de cinco milhões de fiéis.
26. Leia in Falsos padres, falsos católicos... Hipócritas! Hipócritas!.
27. Leia in PADRE CHAZAL: CARTA A UN SOLDADO DESCONOCIDO DE LA RESISTENCIA INTERNA (olhei hoje, e o nome dele ainda está lá. Portanto, tecnicamente para a USLM/SSAJM, Macários ainda é padre da Desistência).
28. Leia in ASSOCIAÇÃO VEXILLA REGIS - ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS E CATÓLICA - LOCALIZADA EM SANTOS - SP.
29. Segundo as calúnias que lhe movem alguns desavisados membros do “exército de tolos de Dom Tomás” e que já tratamos de desmascarar (vide nota 26 acima).
30. Mateus 10, 37.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog é CATÓLICO. Ao comentar, tenha ciência de que os editores se reservam o direito de publicar ou não.
COMENTE acima. Para outros assuntos, use o formulário no menu lateral. Gratos.