A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
Pe. Scott Gardner, FSSPXFruto do Concílio Vaticano II, Semente de Destruição.
Breve História do Movimento
Raízes Protestantes
Apesar de muitos carismáticos tentarem atribuir suas chamadas “manifestações do Espírito” à ininterrupta Tradição Apostólica, eles acabam sempre por fracassar nesse intento. Alguns chegam ainda a sustentar que o fenômeno cessou por causa de uma atitude “sufocante e burocratizante” por parte da Hierarquia Católica. Apesar disso, o fato da existência desses carismas não ser conhecido depois da era Apostólica, é algo que fica claramente demonstrado por essa declaração de Santo Agostinho, feita no quarto século:
“Quem em nossos dias, espera que aqueles a quem são impostas as mãos para que recebam o Espírito Santo, devem, portanto, falar em línguas, saiba que esses sinais foram necessários para aquele tempo. Pois eles foram dados com o significado de que o Espírito seria derramado sobre os homens de todas as línguas, para demonstrar que o Evangelho de Deus seria proclamado em todas as línguas existentes sobre a Terra; portanto, o que aconteceu, aconteceu com esse significado e passou”.
Ao descartarmos a atribuição dos carismas à Tradição Apostólica, devemos, portanto, olhar para outras direções para compreendermos a origem desse fenômeno moderno. Muitos escritores atribuem o início do moderno Pentecostalismo a John Wesley, o famoso ministro ex-Anglicano e fundador do Metodismo no século 18.
O próprio Wesley, filho de um ministro Anglicano, cresceu tentando “espiritualizar” a então ainda “muito católica” religião Anglicana, ou seja, tentando livrar o Anglicanismo de todo o seu “ranço” católico. Ele enfatizava a necessidade de uma piedade pessoal extremamente emocional, um “relacionamento pessoal” com Deus. Um dia, depois de um período convalescendo de uma longa enfermidade, Wesley sentiu uma “sufocante” manifestação do “Espírito” e percebeu que todas as suas antigas obras religiosas não passavam de tolices. Assim “cheio do poder”, batizado no Espírito, tendo recebido aquilo que ele chamava de “segunda bênção”, ele foi capaz de sair e conquistar os corações de gelo das massas de denominação Anglicana dando-lhes um sentido mais profundo da presença de Deus através de seu “Método” de “Encontros de Oração”.
O paralelo entre o nascimento do Metodismo e as origens da RCC se torna ainda mais evidentes quando consideramos o segundo passo no desenvolvimento do primeiro. Wesley começou o seu movimento como uma espécie de suplemento para os serviços dominicais da Igreja Anglicana. Os encontros de oração eram realizados durante a semana, normalmente com a supervisão de algum membro do clero. Mas logo logo as autoridades Anglicanas começaram a ficar apreensivas com o rumo que os Metodistas estavam tomando e assim recusaram-se a designar mais elementos do clero para acompanhá-los. Como consequência, Wesley e seu movimento romperam com a hierarquia Anglicana, fundando sua própria igreja, sob sua própria autoridade, embora nunca tendo renunciado ao seu “sacerdócio anglicano”. O número de apóstatas Católicos, cuja apostasia_ formal ou material_ é devida à RCC sem dúvida é significante, pois qualquer um sabe que uma igreja pentecostal ou carismática é formada quase em sua totalidade por apóstatas católicos.
O Pentecostalismo propriamente dito teve início com o movimento Revivalista ou de Reavivamento, o qual desovou entre outras, a seita do reverendo Charles Parham em Topeka, Kansas por volta do ano de 1900. Os Católicos Carismáticos atribuem o início do “Derramamento do Espírito” nos tempos modernos a essa seita herética. Uma breve sinopse da história dessa seita pode ser encontrada no livro de William Whalen chamado “Minorias Religiosas na América”:
“O aparecimento da glossolalia (falar em línguas) foi registrado em 1901. Charles Parham, um pregador do movimento da Santidade, andava desanimado com sua própria aridez espiritual. Ele alugou então uma mansão que mais parecia um ‘elefante branco’ em Topeka, Kansas, e ali começou uma escola bíblica com cerca de 40 alunos. Juntos eles começaram uma espécie de curso intensivo das Escrituras e chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal de que um cristão havia recebido o batismo no Espírito Santo. Às 7 horas da tarde, numa véspera de Ano Novo, uma de suas alunas, Agnes N. Ozmen, começava a reunir o grupo para orar e quando lhe foram impostas as mãos, ela começou a orar em línguas. Dentro de poucos dias, muitos outros a seguiram na experiência”.
Pahram passou os cinco anos seguintes levando uma vida de pregador itinerante antes de abrir outra escola bíblica, desta vez em Houston no Texas. Um de seus alunos, um ministro negro chamado W. J Seymore, levou a mensagem do “evangelho pleno” a Los Angeles. Assim o movimento de Reavivamento, com apenas 3 anos de existência na Califórnia já atraía pessoas de tudo quanto é parte do país e essas pessoas se encarregaram de fundar e espalhar o Pentecostalismo na maioria das grandes cidades dos Estados Unidos, bem como em muitos países da Europa. As antigas igrejas do movimento revivalista recusavam-se a enfatizar a necessidade de se falar em línguas, mas rapidamente dezenas de denominações pentecostais independentes se organizaram, dando origem entre outras, às chamadas “assembleias de Deus”.
Logo após esse firme estabelecimento em solo protestante, o Pentecostalismo começou a crescer rapidamente. De qualquer modo, sempre foi visto pelos escritores católicos como uma nova seita herética, nunca como “igreja-irmã”. A revolução entrou na Igreja com a mudança de atitude proclamada pelo Vaticano II, uma abertura das janelas para o mundo, o que significou também uma abertura para todas as religiões do mundo, sob a guia de seu Príncipe e fundador, Satanás.
Autor: Scott Gardner, do Seminário São Tomás de Aquino, Winona, Minnesota — EUA — Publicado pela THE ANGELUS PRESS — Março de 1998.
FONTE: http://permanencia.org.br/drupal/node/2235
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