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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Contrição perfeita

A chave do Céu e ferrolho do Inferno, ou a Contrição perfeita


Que fazer quando na hora da morte não há sacerdote para administrar os últimos sacramentos? 

Uma pessoa está para morrer, está em pecado mortal e não há padre para se confessar. Está tudo perdido, não haverá  um meio de salvação? Sim, há um recurso, a Contrição perfeita.



Natureza da Contrição perfeita. Em que consiste? Vou explicá-lo. A contrição é o arrependimento e detestação do pecado cometido com o firme propósito de não pecar mais. Há duas espécies de contrição, a perfeita e a imperfeita. 

A contrição perfeita consiste em arrepender-se porque o pecado ofende a Deus, o bem supremo, a beleza, a bondade, a perfeição infinita, e por isso digno de todo o nosso amor. 

Consiste ainda em, considerando tudo quanto o Salvador sofreu por nossos pecados em sua paixão e morte, ter compaixão de Jesus e pesar do pecado que lhe causa tanto sofrimento.

Consiste pois a contrição perfeita em arrepender-se do pecado por amor de Deus, porque desagrada a Deus.

A contrição imperfeita consiste em arrepender-se do pecado por causa de sua fealdade, por ser uma revolta, uma ingratidão contra Deus e por medo do castigo.

Uma comparação fará compreender perfeitamente a diferença essencial entre a contrição perfeita e a imperfeita.

Dois homens, suponhamos Pedro e Paulo, cometem um pecado mortal qualquer. Cometido o pecado, caem em si. Pedro diz: "Cometi um pecado mortal, mas já estou arrependido de ter praticado um ato indigno, tão feio, e merecedor de castigo. Tenho medo do inferno. Meu Deus, perdoai, não quero perder minha alma!" Pedro tem a contrição imperfeita porque se arrepende por causa da fealdade do pecado e medo do inferno. Se com essa contrição recebe a absolvição, morrendo, salva-se, mas sem absolvição, só com a contrição imperfeita não se salva.

Paulo diz também: "Pequei mortalmente; estou arrependido porque o pecado é coisa abominável, porque por ele perdi o direito ao céu e mereci o inferno; mas o que me dói mais é de vos ter ofendido a vós, meu Deus, que sois a perfeição infinita, digno de todo o amor e de ter sido, por meu pecado, a causa dos atrozes sofrimentos de Jesus em sua Paixão e Morte. Perdoai, meu Deus, meu Pai".

Paulo tem a contrição perfeita porque se arrepende não só por causa da fealdade do pecado e medo do castigo, mas por amor de Deus. Se morrer, mesmo sem confissão, mas com desejo de se confessar, caso seja possível, salva-se.

Quem não vê que Pedro detesta o pecado por ser um mal seu, ao passo que Paulo o detesta por ser um mal de Deus.

Eis em poucas palavras um ato de contrição perfeita: "Meu Deus, tenho um extremo pesar de vos ter ofendido, porque sois infinitamente bom e amável e porque o pecado vos desagrada".


(do livro O pequeno Missionário, dos Missionários da Congregação da Missão, editora Vozes, Petrópolis, 8ª edição, 1958)







Editado em 08/08/11 12:48

Acrescento a sugestão de Tatiana Konorat:

"Interessante também complementar a leitura com o Catecismo Maior de SPX, pág 174 a 178, itens 705 a 728." 


Sobre "Novíssimos", leia mais aqui: http://farfalline.blogspot.com/2014/03/eclesiastico-novissimos-do-homem.html


2 comentários:

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