É verdadeira caridade, é perfeito amor, o sentimento que demonstraste para com minha humilde pessoa, ó homem realmente santo, justamente abençoado e muito amado. Por intermédio de Juliano, um dos meus amigos, que regressava de Cartago, recebi tua carta. Ela trouxe até mim a luz da tua santidade; por ela, mais reconheci do que conheci a tua caridade para comigo. Porque esta caridade procede d'Aquele que, desde a origem do mundo, nos predestinou para Si; n'Ele fomos criados antes de nascer; Ele mesmo nos fez e somos Seus (Sl 99,3), Ele que fez tudo quanto havia de existir. Formados, pois, pela Sua presciência e ação, ficamos unidos antes mesmo de nos conhecermos, pelos laços da caridade, num mesmo sentimento e na unidade da Fé ou na fé da Unidade. Assim, antes ainda de nos vermos pessoalmente, já nos conhecemos por revelação do Espírito Santo.
Por isso, me felicito e me glorio no Senhor que, sendo o mesmo e único, em toda parte dá o Seu amor aos que lhe pertencem, por meio do Espírito Santo. Este amor foi derramado pelo mesmo Espírito em todo ser humano, e é semelhante à torrente impetuosa de um rio que alegra a Sua cidade. Nela fostes merecidamente colocado pela Sé Apostólica como chefe espiritual de seus cidadãos, com os nobres do seu povo (Sl 112,8). Eu também, que estava prostrado por terra, fui erguido por ela para tomar parte no mesmo ministério que o teu. Mais me alegra, porém, aquela graça que o Senhor me fez, ao preparar um lugar para mim no íntimo do teu coração e conceder-me a tua amizade. Assim, posso me gloriar com toda confiança no teu amor, que tão empenhadamente me mostraste com estes serviços, e que me obriga a corresponder com amor semelhante.
Para que nada ignores a meu respeito, fica sabendo que fui por muito tempo um pobre pecador; e que, se fui retirado das trevas e da sombra da morte recebendo o sopro da vida, se pus as mãos no arado e comecei a carregar a Cruz do Senhor, preciso todavia do auxílio de tuas preces para perseverar até o fim. Será uma recompensa que irá juntar-se a teus méritos, se me ajudares, com esta intercessão, a carregar o meu fardo. Pois o santo que ajuda a quem trabalha, não ouso chamar-te simplesmente de irmão, será exaltado como uma grande cidade.
Enviamos à tua santidade um pão em sinal de unidade, que é também símbolo da indivisível Trindade. Digna-te aceitá-lo como uma bênção.
Das Cartas de São Paulino de Nola, Bispo e Confessor, século IV (Epist. 3 ad Alypium, 1.5.6: CSEL 29,13-14.17-18).
Fonte: http://fraternidadesaogilberto.blogspot.com.br/2011/06/das-cartas-de-sao-paulino-de-nola-bispo.html.
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