8 de Novembro
Os Quatro Santos Coroados
Mártires
+ Hungria, 306. Cinco escultores cristãos da Pannonia (hoje Hungria), não querendo fazer estátuas dos ídolos, foram martirizados sob Diocleciano, e seus corpos levados para Roma. Pouco depois enterraram junto a eles quatro irmãos, mártires, e se ergueu uma igreja dedicada a esses "quatro Santos Coroados" (Confira. Em inglês). Hoje celebramos, sob esse título, esses nove mártires.
Os chamados "Santi Quattro Coronati" são: Castório, Cláudio, Nicóstrato e Sinfrônio e foram torturados e depois martirizados em Pannonia porque, sendo escultores em Sirmium (antiga Iugoslávia), se recusaram a esculpir uma estátua deus Aesculapius, o deus grego da Medicina, para o Imperador Diocleciano (243-305). Um quinto mártir chamado Simplício também morreu com eles.
Uma basílica foi erigida em Roma em honra desses mártires. Na Colina de Caelian em Roma existe uma linda igreja chamada "Santi Quattro Coronati”. Ela foi construída provavelmente no século VI, e muito se tem escrito sobre os quarto mártires coroados. Mas a Igreja comemora não quatro, mas cinco mártires. A explicação mais convincente é que cinco homens foram martirizados em Pannonia, um dos quais era Simplício, e este teria sido omitido na contagem. Algum tempo depois, as relíquias de quatro homens foram trazidas para Roma e enterradas na Via Labicana, e as de Simplício teriam ficado em Pannonia. Mais tarde, o Papa Miltíades indicou os nomes dos cinco como sendo os mártires coroados.
A leggenda mais popular conta que eles eram grandes escultores em pedra e trabalhavam juntos. O seu trabalho exibia um perfeito equilíbrio entre a pedra e o espaço, e o Imperador Diocleciano havia adquirido um certo número de trabalhos deles, aos quais admirava. Outros escultores menos talentosos, com inveja, persuadiram Diocleciano a ordenar uma escultura de Aesculapius, sabendo que eles, sendo cristãos, iriam recusar. Realmente, os escultores educadamente recusaram-se a esculpir a referida estátua. Lhe foi, então, ordenado a fazer sacrifícios ao deus Sol. Isto era ainda menos aceitável para eles. Quando o oficial de Diocleciano de nome Lampadius, que estava tentando convencer os escultores a oferecer os sacrifícios, morreu repentinamente, os seus parentes culparam os escultores pela sua morte. Para aplacar os parentes, Diocleciano ordenou que eles fossem amarrados vivos dentro de caixas de chumbo e jogados no rio.
Esses dados do Século IV têm um especial interesse porque contam onde era o quartel imperial, onde ficava a montanha onde os deuses eram adorados (no monte perto de Sirmium) e apresenta uma visão das intrigas palacianas.
Os corpos foram enterrados a três quilômetros de Roma. Mais tarde, o Papa Gregório Magno (um estudioso dos Mártires) mencionou pela primeira vez na Igreja os "quatro mártires coroados", e o Papa Leão IV, em 841, trasladou as relíquias para a igreja da Via Labicana. Quando a igreja foi quase destruída pelo fogo, o Papa Pascoal II a reconstruiu e, durante a reconstrução, duas ricas urnas - uma em mármore e outra em porcelana - foram descobertas embaixo do altar. As urnas foram depositadas num cofre de pedra debaixo do altar mor, quando foram de novo encontradas pelo Papa Paulo V.
Eles são bastante venerados na Inglaterra, tendo uma capela a eles dedicada, a capela dos "quatro mártires coroados" em Canterbury, erigida em 619 d.C.
Os escultores em pedra da Idade Média tinham pelos quatro mártires uma especial veneração.
Na arte litúrgica da Igreja, os quatro homens aparecem com ferramentas de escultores. Às vezes, as pinturas mostram o cinzel, a coluna e ferramentas de escultura; outras vezes, mostra Cláudio planejando numa prancheta, Sinfrônio e/ou Simplício com uma talhadeira e Castório como um velho. São padroeiros dos escultores e dos cortadores de pedras e os trabalhadores em mármore.
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