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(Catecismo de São Pio X)
O CATECISMO DE SÃO PIO X
Por Giulia d’Amore
O Catecismo de São Pio X é uma síntese da doutrina da Igreja Católica que o Papa Pio X solicitou para a diocese de Roma; é estruturado em perguntas breves com a relativa resposta. O texto foi sucessivamente adotado por toda a Itália, como se vê das próprias palavras do santo Papa ao Cardeal Pietro Respighi, Vicário Geral:
“A necessidade de prover o que for necessário à instrução religiosa da mais tenra juventude Nos aconselhou a impressão de um Catecismo que expusesse, de modo claro, os rudimentos da santa fé e aquela divinas verdades das quais deve se informar cada cristão. Portanto, após fazer examinar os muitos livros de texto já em uso na Diocese da Itália, Nos pareceu oportuno adotar, com alguns retoques, o texto que há alguns anos aprovaram os Bispos do Piemonte, da Liguria, da Lombardia, da Emilia e da Toscana. O uso deste texto será obrigatório para o ensino público e privado na Diocese de Roma e em todas as outras da Província Romana; e confiamos que também as outras Dioceses quererão adotá-lo para se chegar assim àquele texto único, pelo menos para toda a Itália, que está no desejo universal. Com esta doce esperança, de todo coração, vos concedemos, Senhor Cardeal, a Apostólica Benção. Do Vaticano, aos 14 de junho de 1905. Pius PP. X”[1].
A obra de São Pio X se baseia em um texto escrito por ele, como método de ensino da doutrina às crianças, quando ele era ainda Bispo de Mântua.
DESCRIÇÃO DA OBRA
DESCRIÇÃO DA OBRA
O Catecismo de São Pio X é conhecido também como Catecismo Maior, na edição de 1905, com 993 perguntas e respostas, e como Catecismo da Doutrina Cristã[2], na edição de 1912, com 433 perguntas e respostas. A edição reduzida de 1930, dedicada em particular às crianças e jovenzinhos, continha um número menor de perguntas e era ornada com ilustrações que ficaram nas lembranças de várias gerações de católicos. Os catequistas normalmente faziam as crianças decorar as perguntas e respostas durante a catequese, mesmo contendo às vezes conceitos difíceis: a ideia que estava na base desse sistema de ensino é a de que memorizar essas perguntas se tornaria útil às crianças quando chegassem à idade adulta, quando então compreenderiam plenamente o significado. Um método útil também em outras disciplinas.
HISTÓRIA
Antes de São Pio X compor sua obra, eram adotados três catecismos oficiais pela Igreja: Doutrina Cristã breve[3], Declaração mais copiosa da Doutrina Cristã[4] e o Catecismo do Concílio de Trento[5].
Em 1956, foi escrito um manual explicativo do Catecismo: Explicação do Catecismo de São Pio X[6], guia útil para os catequistas ou para a formação doutrinal de pessoas de todas as idades, pois, segundo o próprio autor, Pe. D.T. Dragone, a quem “usa este manual não é necessário insistir sobre a necessidade da instrução católica. O fato de procurar pelo volume e o zelo no ensino dizem tudo”[7].
Com o Concílio Vaticano II, o Catecismo Maior foi caindo em desuso, até ser substituído, em 1992, pelo Catecismo da Igreja Católica, um tijolão maçante e cheio de erros, os mesmos erros encontrados no Concílio e em seus documentos posteriores.
Com o Concílio Vaticano II, o Catecismo Maior foi caindo em desuso, até ser substituído, em 1992, pelo Catecismo da Igreja Católica, um tijolão maçante e cheio de erros, os mesmos erros encontrados no Concílio e em seus documentos posteriores.
Contudo, o Catecismo de São Pio X continua em vigor, conforme reiterado, inclusive, por Bento XVI, em 2003, em uma entrevista para a revista 30Giorni[8], quando declarou, em seu estilo perfeitamente modernista:
“A fé como tal é sempre idêntica. Então, também o Catecismo de São Pio X conserva sempre o seu valor. Pode mudar, ao invés, o modo de transmitir os conteúdos da fé. (...) Mas isto não exclui que possa haver pessoas ou grupos de pessoas que se sintam mais à vontade [sic] com o Catecismo de São Pio X. Não se deve esquecer que aquele Catecismo deriva de um texto que fora preparado pelo próprio Papa quando era Bispo de Mântua. O texto era fruto da experiência catequizadora pessoal de Giuseppe Sarto e tinha as características da simplicidade de exposição e da profundidade dos conteúdos. Também por isso o Catecismo de São Pio X poderá continuar a ter no futuro alguns amigos”.
DUAS ENCÍCLICAS
Fontes de pesquisa:
[1] Carta do Santo Padre Pio X ao Card. Pietro Respinghi, Vicário de Roma, com a qual é aprovado o Catecismo da Doutrina Cristã para a Diocese e a Província Eclesiástica de Roma.
[2] Não há PDF disponível em português, mas há em italiano. Aqui online.
[2] Não há PDF disponível em português, mas há em italiano. Aqui online.
[4] Declaração mais copiosa da Doutrina Cristã é uma obra de catequese composta por São Bellarmino por ordem do Papa Clemente VIII, em 1598. A obra é “para uso daqueles que ensinam às crianças e outras pessoas simples, composta em forma de diálogo” (Cf. Il Catechismo. Breve dottrina cristiana e Dichiarazione della dottrina cristiana, Fratelli Calvi, 1941, pp. 35). A Declaração, subdividida em 273 perguntas e respostas, é mais aprofundada do que a Doutrina Cristã breve, mas ambos foram os catecismos adotados pela Igreja Católica por mais de três séculos e traduzidos em várias línguas. Aqui o link para baixar o PDF, em italiano.
[5] O Catecismo do Concílio de Trento, chamado também de Catecismo Tridentino ou Catecismo Romano, é dirigido aos sacerdotes (ad parochos), promulgado oficialmente pela Igreja durante o Concílio de Trento, no Século XVI. Tinha o escopo de fornecer um manual com a devida autoridade que servisse de base para o ensino dos sacerdotes aos fieis leigos e que contribuísse para afirmar a doutrina católica contra a Reforma protestante. Aqui o link para ler online o texto, em italiano. Em português há uma obra do frei Leopoldo Pires Martins, OFM, de 1951, que pode ser baixada aqui. O Catecismo começa à página 70 do PDF (p. 79 do livro).
[6] Explicação do Catecismo de São Pio X (sem versão em Português) é uma obra composta por Dom Carlo T. Dragone, SSP, com imprimatur de 1956, e tem como base o Catecismo da Doutrina Cristã. Dom Carlo Tommaso Dragone (1911-1974), era um sacerdote paulino, superior da comunidade paulina dos escritores e capelão da Clínica Regina Apostolorum (Rainha dos Apostolos), aberta por Dom Giacomo (Tiago) Alberione em 2/9/1948, em Albano Laziale, para cuidar em um primeiro momento apenas das Filhas de São Paulo que haviam contraído tuberculose, e depois de todas as religiosas em geral; hoje é um hospital aberto a todos. Dragone foi autor de várias obras teológicas e literárias, como os seus célebres comentários à Divina Comédia de Dante Alighieri.
[7] Padre Dragone, Spiegazione del Catechismo di San Pio X, Edizioni Paoline, 1963, pag.5: "Prefazione alla prima edizione".
[8] O catecismo num mundo pós-cristão.
[9] Encíclica In Dominico Agro. Pode ser encontrada à pág. 64 do PDF “Catecismo Romano”, do frei Leopoldo Pires Martins, OFM (1951, Vozes, Petropolis). Baixe o PDF.
[9] Encíclica In Dominico Agro. Pode ser encontrada à pág. 64 do PDF “Catecismo Romano”, do frei Leopoldo Pires Martins, OFM (1951, Vozes, Petropolis). Baixe o PDF.
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