TRISÁGIO À SANTÍSSIMA TRINDADE
ORIGEM DO TRISÁGIO
Triságio é uma palavra de origem grega (triságion), em latim trisagium, que faz parte da liturgia Cristã. Significa “três vezes Santo”.
O Santíssimo Triságio não é invenção do engenho humano, senão obra do mesmo Deus, que Ele inspirou ao profeta Isaías, quando este ouviu que o cantavam os Serafins, para exaltarem a glória do Criador, cantando a Oração do Triságio. Lê-se no capítulo 6, versículo 3: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos, a Terra inteira está repleta de sua glória”.
Foi na escola dos mesmos Serafins e na dos outros coros angélicos que o aprendeu milagrosamente aquele menino que, como São Paulo, foi arrebatado ao Céu, segundo referem as histórias eclesiásticas.
No ano 447, sendo Teodósio Filho Imperador do Oriente, sentiu-se um terremoto quase universal, violentíssimo, e que pela sua duração e espantosos estragos se fez o mais célebre de todos quantos até então se tinham visto. Foram incalculáveis os prejuízos que seis meses de abalos quase contínuos causaram nos mais suntuosos edifícios de Constantinopla e em toda a famosa muralha do Quersoneso[1]. Abriu-se a terra em muitos pontos, e ficaram sepultadas em suas entranhas cidades inteiras; secavam-se as fontes e apareciam outras novas, e era tal a violência dos abalos que arrancava árvores corpulentíssimas, apareciam montanhas onde primeiro havia planuras, e profundos abismos onde havia antes montanhas. O mar lançava às praias peixes de grandeza enorme; e as praias e navios ficavam sem águas, que iam inundar grandes ilhas.
No ano 447, sendo Teodósio Filho Imperador do Oriente, sentiu-se um terremoto quase universal, violentíssimo, e que pela sua duração e espantosos estragos se fez o mais célebre de todos quantos até então se tinham visto. Foram incalculáveis os prejuízos que seis meses de abalos quase contínuos causaram nos mais suntuosos edifícios de Constantinopla e em toda a famosa muralha do Quersoneso[1]. Abriu-se a terra em muitos pontos, e ficaram sepultadas em suas entranhas cidades inteiras; secavam-se as fontes e apareciam outras novas, e era tal a violência dos abalos que arrancava árvores corpulentíssimas, apareciam montanhas onde primeiro havia planuras, e profundos abismos onde havia antes montanhas. O mar lançava às praias peixes de grandeza enorme; e as praias e navios ficavam sem águas, que iam inundar grandes ilhas.
Em semelhante conflito, achou-se prudente abandonar os povoados, e assim o fizeram os habitantes de Constantinopla, com o imperador Teodósio, sua irmã Pulquéria, São Proclo, então Patriarca daquela Igreja, e todo o clero. Reunidos num lugar chamado “Campo”, dirigem ao Céu grandes clamores e fervorosas súplicas, pedindo o socorro em necessidade tão apertada. Um dia, entre oito e nove horas da manhã, foi tão extraordinário o abalo que fez a terra que pouco faltou para que não causasse os mesmos estragos que o dilúvio universal. A este espanto sucedeu admiração pelo seguinte prodígio:
Um menino de poucos anos foi arrebatado aos ares, à vista de todos os do Campo, que o viram subir até perdê-lo de vista. Depois de algum tempo, desceu à Terra, do mesmo modo que subira ao Céu, e logo em presença do Patriarca, do Imperador e da multidão pasmada, contou que, sendo admitido nos coros celestes, ouviu os anjos cantarem estas palavras: “Santo Deus, Santo forte, Santo imortal, tende misericórdia de nós”; e que ao mesmo tempo lhe mandaram que comunicasse a todos esta visão. Ditas estas palavras, aquele inocente menino morreu.
São Proclo e o Imperador, ouvido este relato, mandaram unanimemente que todos entoassem em público este sagrado cântico, e imediatamente cessou o terremoto, e ficou quieta a Terra.
Daqui nasceu o uso do Triságio, que o Concílio Geral Calcedonense[2] prescreveu a todos os fiéis, como um formulário para invocar a Santíssima Trindade nos tempos funestos e nas calamidades. Daqui veio merecer a aprovação de tantos Prelados da Igreja, que incentivaram o seu uso, enriquecendo-o com o tesouro das indulgências; e daqui, finalmente, veio que se pusesse método, que se imprimisse e reimprimisse tantas vezes, e sempre com universal aplauso e aceitação dos fiéis, que o consideram como um escudo impenetrável contra todos os males que Deus manda à Terra em castigo de nossos pecados.
O Papa Clemente XIV concedeu 100 dias de indulgência para cada dia que se reze: 100 mais três vezes no dia, nos domingos, na festa da Santíssima Trindade e durante a sua oitava, e Indulgência Plenária a quem o rezar todos os dias durante um mês, confessando e comungando no dia do mês que se escolher.
ORAÇÃO DO TRISÁGIO
[1] Quersoneso, também conhecida como Quérson, foi uma colônia grega fundada há aproximadamente 2.500 anos, na região sudoeste da Crimeia, então conhecida como Táuride, por colonos oriundos de Heracléia Pôntica. A cidade antiga encontra-se nas margens do mar Negro, nos arredores de Sebastopol, na Ucrânia, e é chamada a “Pompeia ucraniana” e a “Troia russa”. O nome Quersoneso significa, em grego, “península” e descreve o local onde foi implantada a colônia. Não deve ser confundido com Quersoneso Táurico, o nome comumente dado a todo o sul da Crimeia, juntamente com “Táuride”.
[2] O Concílio de Calcedônia foi um concílio ecumênico que se realizou de 8 de outubro a 1 de novembro de 451 em Calcedônia, uma cidade da Bitínia, na Ásia Menor, próxima a Constantinopla. Foi o quarto dos primeiros sete concílios da história do Cristianismo, onde foi repudiada a doutrina de Eutiques relativa ao “monofisismo” (heresia que afirmava que Nosso Senhor Jesus Cristo tem apenas uma natureza, sua humanidade tendo sido absorvida pela divindade) e declarada a dualidade humana e divina de Jesus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Foi convocado pelo Imperador bizantino Marciano e contou com a participação de 350 bispos (alguns dizem 520 bispos), tornando-se a assembleia mais importante ocorrida até então na história do Cristianismo. Ele fora convocado para discutir sobre as duas naturezas de Jesus Cristo e para corrigir os erros e abusos do Concílio de Éfeso (449). As principais decisões de Calcedônia. Fonte.
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