CICLO DA PÁSCOA
QUARESMA
INÍCIO: Quarta-Feira das Cinzas
TÉRMINO: Quarta-feira da Semana Santa
ESPIRITUALIDADE: Penitência e conversão
ENSINAMENTO: A misericórdia de Deus
COR: Roxa
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PÁSCOA
INÍCIO: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
TÉRMINO: No Pentecostes
ESPIRITUALIDADE: Alegria em Cristo Ressuscitado
ENSINAMENTO: Ressurreição e vida eterna
COR: Branca
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Tempo da Quaresma
O domingo da Septuagésima enceta o segundo ciclo do ano eclesiástico, a época da Páscoa, que termina com o último domingo de Pentecostes.
A – Preparação para a Festa da Páscoa
Os três domingos consecutivos da Septuagésima, Sexagésima e Qüinquagésima, têm por fim encaminhar os fiéis à preparação próxima da festa da Páscoa: a Quaresma.
Chama-se Quaresma os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias, em memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Durante esse tempo a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime o cânticos de alegria: o "Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".
Na IV.ª feira depois do Domingo da Qüinquagésima, dia em que começa a Quaresma, a Igreja faz a imposição das cinzas (Quarta-feira de Cinzas), para lembrar aos fiéis que são pó e em pó se hão de tornar.
Nesse tempo santo convém:
a) Fazer penitência, observando a lei do jejum;
b) Ouvir com freqüência a palavra de Deus;
c) Preparar-se por uma boa confissão para a comunhão pascal.
Em virtude de um indulto especial, concedido à América do Sul, os fiéis, de 21 anos completos até 60 anos de idade, são somente obrigados a jejuar: com abstinência de carne, na Quarta-feira de Cinzas e nas sexta-feiras; sem abstinência de carne, nas quartas-feiras e na Quinta-feira Santa. [Porém, agrada a Nosso Senhor que você faça sacrifícios em honra ao seu Sacratíssimo Coração].
O quinto domingo da Quaresma chama-se Domingo da Paixão. A partir desse dia, a Igreja, em sinal de luto, encobre com um véu as estátuas e as imagens de Nosso Senhor e dos santos. Na sexta-feira dessa semana é a festa de Nossa Senhora das Dores.
A última semana é a Semana Santa; chama-se santa, porque nesses dias se comemoram os maiores mistérios praticados por Jesus Cristo para a redenção do gênero humano. Começa com o:
Domingo de Ramos. – Antes da Missa paroquial, o sacerdote benze solenemente os ramos e os distribui ao clero e aos fiéis, que os levam primeiro em procissão e depois para suas casas. Esta cerimônia simboliza a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, seis dias antes de sua paixão. Durante a Santa Missa canta-se ou lê-se a narração da Paixão, escrita por São Mateus (na terça-feira a de São Marcos; na quarta-feira a de São Lucas e na sexta a de São João), que exprime claramente quais devem ser os sentimentos e afetos do verdadeiro cristão durante toda a Semana Santa.
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"Todos pecamos, e todos precisamos fazer penitência", afirma São Paulo. A penitência é uma virtude sobrenatural intimamente ligada à virtude da justiça, que "dá a cada um o que lhe pertence": de fato, a penitência tende a reparar os pecados, que são ultrajes a Deus, e por isso dívidas contraídas com a justiça divina, que requer a devida reparação e resgate. Portanto, a penitência inclina o pecador a detestar o pecado, a repará-lo dignamente e a evitá-lo no futuro.
A obrigatoriedade da penitência nasce de quatro motivos principais, a saber:
1º. - Do dever de justiça para com Deus, a quem devemos honra e glória, o que lhe negamos com o nosso pecado;
2º.- da nossa incorporação com Cristo, o qual, inocente, expiou os nossos pecados; nós, culpados, devemos associar-nos a ele, no Sacrifício da Cruz, com generosidade e verdadeiro espírito de reparação.
3º.- Do dever de caridade para com nós mesmos, que precisamos descontar as penas merecidas com os nossos pecados e que devemos, com o sacrifício, esforçar-nos por dirigir para o bem as nossas inclinações, que tentam arrastar-nos para o mal;
4º.- do dever de caridade para com o nosso próximo, que sofreu o mau exemplo de nossos pecados, os quais, além disso, lhe impediram de receber, em maior escala, os benefícios espirituais da Comunhão dos Santos.
Vê-se daí quão útil para o pecador aproveitar o tempo da Quaresma para multiplicar suas boas obras, e assim dispor-se para a conversão.
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Segundo os Santos Padres, a Quaresma é um período de renovação espiritual, de vida cristã mais intensa e de destruição do pecado, para uma ressurreição espiritual, que marque na Páscoa o reinício de uma vida nova em Cristo ressuscitado.
A Quaresma tem por escopo primordial incitar-nos à oração, à instrução religiosa, ao sacrifício e à caridade fraterna. Recomenda-se por isso a freqüência às pregações quaresmais, a leitura espiritual diária, particularmente da Paixão de Cristo, no Evangelho ou em outro livro de meditação.
O jejum e abstinência de carne se fazem para que nos lembremos de mortificar os nossos sentidos, orientando-os particularmente ao sincero arrependimento e emenda de nossos pecados.
A caridade fraterna — base do Cristianismo — inclui a esmola e todas as obras de misericórdia espirituais e corporais. [1]
Quais são as Obras de Misericórdia?
Corporais
| Espirituais |
1. Dar de comer a quem tem fome.
2. Dar de beber a quem tem sede.
3. Vestir os nus
4. Dar pousada aos peregrinos
5. Assistir aos enfermos.
6. Visitar os presos.
7. Enterrar os mortos.
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1. Dar bom conselho.
2. Ensinar os ignorantes.
3. Corrigir os que erram.
4. Consolar os tristes.
5. Perdoar as injúrias.
6. Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo.
7. Rogar a Deus por vivos e defuntos.
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Tríduo Pascal
TRÍDUO PASCAL DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DO SENHOR[2]
01 - Na vida litúrgica da Igreja celebramos a páscoa de Cristo não só a cada oitavo dia, no domingo, como páscoa semanal, mas sobretudo na Semana Santa, como páscoa anual, no chamado Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. E a celebração do Tríduo Pascal é o centro não só do ciclo da páscoa como tal, mas também de toda a liturgia e da vida da Igreja. Na liturgia ocupa o primeiro lugar em ordem de grandeza, não havendo, pois, nenhuma outra celebração que se possa colocar em seu nível. É portanto o cume da liturgia e de todo o acontecimento da redenção. Por isso, deveria estar mais presente, como tema, em toda catequese e ser objeto de formação e de interiorização nos encontros eclesiais, principalmente nas equipes de liturgia.
02 - Começa o Tríduo Pascal na Quinta-Feira Santa, na missa vespertina, chamada "Ceia do Senhor", véspera da paixão e morte do Senhor, tem seu centro na Vigília Pascal do Sábado Santo e encerra-se com a missa vespertina do Domingo da Páscoa.
03 - O Tríduo Pascal não é - saibamos - um tríduo que nos prepara para o Domingo da Páscoa, mas um tríduo celebrativo do Mistério Pascal de Cristo, que culmina no domingo, "Dia do Senhor". Trata-se, pois, de uma única celebração, em três momentos distintos, o que ainda não é devidamente compreendido por muitos. Santo Agostinho o chama de sacratíssimo tríduo do Senhor sepultado e ressuscitado.
04 - Identifica-se a ação contínua da liturgia no Tríduo Pascal com a verdade histórica dos últimos momentos de vida do Redentor, ou seja, o fato histórico é seguido de maneira cronológica na liturgia. Entregue, pois, na noite da Quinta-Feira Santa, o Divino Mestre ficou entregue a seus inimigos, sem oferecer resistência, sem clamar por legiões angélicas (Cf. Mt 26,53) e totalmente disponível para o grande sacrifício da redenção. Verdade é que Cristo caminhou livremente para Jerusalém, depois da Ceia de Betânia (Cf. Jo 12,12), sabendo que já se aproximava a hora de dar glória ao Pai e de ser pelo Pai glorificado (Cf. Jo 12,23).
05 - Na qualificação litúrgica, podemos dizer que, assim como o domingo derrama para os dias da semana a vitalidade da páscoa do Senhor, o Tríduo Pascal derrama para todo o Ano Litúrgico a eficácia do evento redentor de Cristo. Por aqui podemos entender que a liturgia gravita em torno do Mistério Pascal de Cristo, na sua expressão mais viva: a Eucaristia.
06 - Aplica-se sobretudo ao Domingo da Páscoa tudo o que se diz sobre o domingo, como fundamento do Ano Litúrgico. E mais: o Domingo da Páscoa deve ser visto, celebrado e vivido como o "domingo dos domingos", dia, pois, sagrado por excelência. Se todos os domingos do ano já têm primazia fundamental sobre todos os outros dias, o Domingo da Páscoa destaca-se ainda mais pela sua notoriedade cristã, dada a sua relação teológica com o Senhor Ressuscitado, (Kyrios).
07 - Segundo Santo Hipólito, "...Cristo brilha sobre todos os seres mais do que o sol! É por isso que, para nós que cremos nele, se instaura um dia de luz, longo, eterno, que não se apaga: a páscoa mística".
QUINTA-FEIRA SANTA
08 - Na véspera de sua paixão, Cristo orou no Monte das Oliveiras (Cf. Mt 26,36) e teve sua paixão concretamente iniciada. Desejando ardentemente celebrar a páscoa com os seus discípulos (Cf. Lc 22,14-15), ele então os reúne e com eles celebra a Ceia Santa. Sua morte sacrifical é aqui antecipada sacramentalmente, isto é, sua entrega na cruz, que aconteceria no dia seguinte, aqui se faz real e misticamente, em mistério, pois a antecipação sacramental da própria morte está fora das estreitezas da ação puramente humana.
A ultima ceia, a traição de Judas, a Eucaristia |
09 - A Eucaristia, verdadeiro sacrifício e sacramento da eterna redenção, é então nesse dia instituída, como também é instituído o sacerdócio ministerial ordenado e promulgado o mandamento novo do amor.
10 - Como sabemos, na liturgia o evangelho sempre narra a temática principal da celebração, o que, porém, não acontece na Quinta-Feira Santa, onde a instituição da Eucarística nos é transmitida pela narração de São Paulo, na segunda leitura, como tradição paulina da comunidade primitiva. No evangelho, de João, vemos o exemplo de Jesus, lavando os pés dos discípulos e dando-lhes o mandamento do amor, no rito do "Lava-pés", que a Igreja também conserva, em rara mimese litúrgica. Podemos dizer que o rito simbólico do "Lava-pés" aponta-nos o serviço fraterno, que deve nascer sempre de nossa vida sacramental e eucarística.
10 - Como sabemos, na liturgia o evangelho sempre narra a temática principal da celebração, o que, porém, não acontece na Quinta-Feira Santa, onde a instituição da Eucarística nos é transmitida pela narração de São Paulo, na segunda leitura, como tradição paulina da comunidade primitiva. No evangelho, de João, vemos o exemplo de Jesus, lavando os pés dos discípulos e dando-lhes o mandamento do amor, no rito do "Lava-pés", que a Igreja também conserva, em rara mimese litúrgica. Podemos dizer que o rito simbólico do "Lava-pés" aponta-nos o serviço fraterno, que deve nascer sempre de nossa vida sacramental e eucarística.
Lava-me todo, então! |
11 - A exemplo do que foi mostrado no Domingo de Ramos, a liturgia da Quinta-Feira Santa vai estar inserida também na dupla característica do Mistério Pascal: a cruz e a glória, como pode-se ver desde o canto de entrada, inspirado em Gl 6,14 (Gloriar-se na cruz de Cristo). É, pois, celebração solene, com incensação, ornamentação da igreja e do altar, canta-se o Glória, mas não se canta o Aleluia nem se recita o "Creio". Em lugar do Aleluia, canta-se a aclamação do "mandamento novo". Após o canto do Glória, o órgão deve silenciar-se, como também outros instrumentos, o que mostra claramente o clima da paixão de que já se revestiu a liturgia. Também no fim da celebração, o altar é desnudado, e os ritos finais cedem lugar à procissão do Santíssimo para a capela lateral. É muito desejável que, nesse dia, onde for possível, se dê a comunhão sob as duas espécies.
12 - A liturgia da Quinta-feira Santa é a mesma para todos os anos, e todos os seus textos são de intensa riqueza. Na oração do dia, "que se concentra na idéia da instituição da Eucaristia como sacrifício e como banquete do amor", pedimos a Deus que também nós cheguemos à plenitude da vida e do amor. A leitura do Antigo Testamento vai nos falar do cordeiro pascal, cujo sangue serviu de sinal para a libertação do povo de Israel, e a ceia noturna daquele povo foi uma introdução à saída da escravidão, tudo portanto como figura da libertação definitiva que, mais tarde, Deus providenciaria na pessoa de seu próprio Filho, como recordamos na liturgia e atualizamos de maneira sacramental.
13 - Tudo então na Quinta-Feira Santa nos leva à descoberta do amor. Cristo nos dá um mandamento novo, e no rito do "Lava-pés" ele nos mostra que veio não para ser servido, mas para servir, mandando-nos fazer o mesmo, a fim de o seguirmos nas trilhas da redenção. É ele, pois, que nos escolhe e nos ama primeiro, na nossa condição real de pecadores. Não espera que nos tornemos dignos de seu amor, mas ama-nos em nossa indignidade. Esta é a ótica de todo o Mistério Pascal: Deus nos ama com amor misericordioso, acima de nossa compreensão. Não nos ama porque somos amáveis, mas se somos amáveis é porque ele nos ama.
12 - A liturgia da Quinta-feira Santa é a mesma para todos os anos, e todos os seus textos são de intensa riqueza. Na oração do dia, "que se concentra na idéia da instituição da Eucaristia como sacrifício e como banquete do amor", pedimos a Deus que também nós cheguemos à plenitude da vida e do amor. A leitura do Antigo Testamento vai nos falar do cordeiro pascal, cujo sangue serviu de sinal para a libertação do povo de Israel, e a ceia noturna daquele povo foi uma introdução à saída da escravidão, tudo portanto como figura da libertação definitiva que, mais tarde, Deus providenciaria na pessoa de seu próprio Filho, como recordamos na liturgia e atualizamos de maneira sacramental.
13 - Tudo então na Quinta-Feira Santa nos leva à descoberta do amor. Cristo nos dá um mandamento novo, e no rito do "Lava-pés" ele nos mostra que veio não para ser servido, mas para servir, mandando-nos fazer o mesmo, a fim de o seguirmos nas trilhas da redenção. É ele, pois, que nos escolhe e nos ama primeiro, na nossa condição real de pecadores. Não espera que nos tornemos dignos de seu amor, mas ama-nos em nossa indignidade. Esta é a ótica de todo o Mistério Pascal: Deus nos ama com amor misericordioso, acima de nossa compreensão. Não nos ama porque somos amáveis, mas se somos amáveis é porque ele nos ama.
O beijo de Judas |
Ex 12,1-8.11-14 Sl 116(115),3-4.6-7.8.9 1Cor 11,23-26 Jo 13,1-15
SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO
Via Crucis |
Coroação |
Ecce Homo |
Suplícios, escárnio, humilhações |
Carregando a Cruz |
Pregado na Cruz |
Nosso Senhor Santíssimo expira |
Era um justo! |
Sepultamento |
14 - Tendo Cristo celebrado a ceia com os seus discípulos, e tendo sido, na mesma noite, entregue aos poderes do mundo, celebra-se hoje então sua morte sacrifical, sua Paixão e sua cruz gloriosa. Neste dia, como se sabe, não se celebra a missa, como também nenhuma outra liturgia senão a Solene Ação Litúrgica da tarde. É um dia marcado pelo pesar e pelo jejum. De participação viva na Paixão do Senhor, como foi historicamente acontecido. O próprio clima da igreja é de paixão: altar desnudado, sem flores, sem som festivo. Apenas na hora da comunhão se coloca sobre o altar uma pequena toalha, o corporal e as âmbulas. Saibamos, porém, que nem tudo na Sexta-Feira Santa é dor e tristeza. Já foi dito que, na espiritualidade do Mistério Pascal, a cruz se mergulha na glória e a tristeza se converte em alegria. Por isso, a cruz, em rito solene, é mostrada aos fiéis e por eles adorada, momento em que se cantam não apenas os lamentos do Senhor, mas também cantos da cruz gloriosa.
15 - A Igreja celebra então na Sexta-Feira da Paixão uma solene ação litúrgica, na parte da tarde, constituída de três partes: Liturgia da Palavra, adoração da Cruz e comunhão eucarística, esta guardando memória da noite anterior, com hóstias consagradas na missa solene. Fazem parte da Liturgia da Palavra a Oração Universal, com suas dez intenções. Tudo indica que tal oração dá origem às preces da comunidade em nossas missas e se inspira nas recomendações de São Paulo a Timóteo (Cf. 1Tm 2,1-2). O rito inicial é feito em silêncio e sem canto. Chegando ao altar, o sacerdote se prostra ou se ajoelha. Também a ajoelhar-se, por um instante, são convidados os ministros e toda a assembléia celebrante. Logo após, dirigindo-se ao altar, o sacerdote reza uma oração própria, sem o "oremos", e se inicia a Liturgia da Palavra.
16 - No segundo momento da Ação Solene, vamos ter a Adoração da Cruz. Ela é trazida, coberta com véu vermelho, processionalmente da sacristia, pelo diácono, ladeado por dois acólitos, com velas acesas, e mostrada aos fiéis, num rito em que, por três vezes, com o canto "Eis o lenho da cruz...", é desvelada. Colocada, em seguida, sobre o altar, com as velas, realiza-se então a adoração dos fiéis.
17 - O terceiro e último momento da liturgia é o da comunhão. Como se falou antes, é colocada sobre o altar apenas uma pequena toalha, o corporal e as âmbulas, contendo hóstias consagradas na missa da Quinta-Feira Santa. Aqui, simbolicamente, se une a liturgia da Sexta-Feira Santa à da Ceia do Senhor. Após a oração do Pai Nosso, é distribuída então a comunhão aos fiéis.
18 - A exemplo do rito inicial, também o rito final é simples: após a oração depois da comunhão, o sacerdote estende as mãos sobre o povo e pede a Deus a bênção sobre ele. Omite-se o rito de despedida, e todos se retiram em silêncio.
LEITURAS BÍBLICAS DA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO (ANOS A, B e C):
Is 52,13-53,12 Sl 31(30), 2+6.12-13.15-16.17+25 Hb 4,14; 5,7-9 E Paixão: Jo 18,1-19,42
15 - A Igreja celebra então na Sexta-Feira da Paixão uma solene ação litúrgica, na parte da tarde, constituída de três partes: Liturgia da Palavra, adoração da Cruz e comunhão eucarística, esta guardando memória da noite anterior, com hóstias consagradas na missa solene. Fazem parte da Liturgia da Palavra a Oração Universal, com suas dez intenções. Tudo indica que tal oração dá origem às preces da comunidade em nossas missas e se inspira nas recomendações de São Paulo a Timóteo (Cf. 1Tm 2,1-2). O rito inicial é feito em silêncio e sem canto. Chegando ao altar, o sacerdote se prostra ou se ajoelha. Também a ajoelhar-se, por um instante, são convidados os ministros e toda a assembléia celebrante. Logo após, dirigindo-se ao altar, o sacerdote reza uma oração própria, sem o "oremos", e se inicia a Liturgia da Palavra.
16 - No segundo momento da Ação Solene, vamos ter a Adoração da Cruz. Ela é trazida, coberta com véu vermelho, processionalmente da sacristia, pelo diácono, ladeado por dois acólitos, com velas acesas, e mostrada aos fiéis, num rito em que, por três vezes, com o canto "Eis o lenho da cruz...", é desvelada. Colocada, em seguida, sobre o altar, com as velas, realiza-se então a adoração dos fiéis.
17 - O terceiro e último momento da liturgia é o da comunhão. Como se falou antes, é colocada sobre o altar apenas uma pequena toalha, o corporal e as âmbulas, contendo hóstias consagradas na missa da Quinta-Feira Santa. Aqui, simbolicamente, se une a liturgia da Sexta-Feira Santa à da Ceia do Senhor. Após a oração do Pai Nosso, é distribuída então a comunhão aos fiéis.
18 - A exemplo do rito inicial, também o rito final é simples: após a oração depois da comunhão, o sacerdote estende as mãos sobre o povo e pede a Deus a bênção sobre ele. Omite-se o rito de despedida, e todos se retiram em silêncio.
LEITURAS BÍBLICAS DA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO (ANOS A, B e C):
Is 52,13-53,12 Sl 31(30), 2+6.12-13.15-16.17+25 Hb 4,14; 5,7-9 E Paixão: Jo 18,1-19,42
VIGÍLIA PASCAL DO SÁBADO SANTO
Domine Iesu Christe, Fili Dei, miserere nobis, peccatoribus. Domine Iesu Christe, Fili Dei, miserere nobis, peccatoribus. Domine Iesu Christe, Fili Dei, miserere nobis, peccatoribus. |
19 - A tradição cristã sempre associou a noite da ressurreição à noite da páscoa judaica, descrita em Ex 12,1-14, com o caráter, porém, de vigília em honra do Senhor. E a Igreja, a exemplo de seu mestre, não celebra também a Eucaristia desde a noite de Quinta-Feira Santa, até que o Senhor ressuscite verdadeiramente (Cf. Lc 22,16). O Sábado Santo se caracteriza também como dia de silêncio e de pesar, mas vivido na expectativa da ressurreição do Senhor.
20 - Mãe de todas as santas vigílias, na expressão de Santo Agostinho, a Vigília Pascal faz resplandecer no horizonte da vida humana a recapitulação de todo o universo, em Cristo. É a noite gloriosa do Senhor, que dá dimensão e sentido também à noite do Natal. Nesta vigília, a Palavra de Deus vai ressoar no coração de toda a Igreja, mostrando a todos os fiéis como Deus é fiel no cumprimento de suas promessas. Entoa-se solenemente o Glória, e, depois das longas semanas da Quaresma, volta-se a entoar o Aleluia em verdadeira exultação pascal.
21 - A liturgia desta Sagrada Vigília vai, assim, se desenrolando aos nossos olhos como uma celebração cada vez mais iluminadora de nossa vida, dando-lhe um sentido inteiramente novo, encorajando a nossa existência para a nobreza de uma vida fraterna. Assim, o Círio Pascal, preparado, aceso e conduzido no início da celebração, em rito processional, como que dissipando as trevas da igreja apagada, lembra-nos a coluna de fogo, na qual Javé precedia, na escuridão da noite, o povo de Israel ao sair do Egito (Cf. Ex 13,21-22). Cristo é a luz do mundo, e quem o segue não anda nas trevas (Cf. Jo 8,12), eis o simbolismo último do Círio Pascal.
22 - O tesouro maior da liturgia encontra-se, pois, nas celebrações desta noite. Como já se falou, o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor é a celebração mais importante na vida da Igreja, com sua posição mais alta na escala da Liturgia. São quatro os momentos litúrgicos da Vigília Pascal: a Liturgia do Fogo e da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e, encerrando, a Liturgia Eucarística.
20 - Mãe de todas as santas vigílias, na expressão de Santo Agostinho, a Vigília Pascal faz resplandecer no horizonte da vida humana a recapitulação de todo o universo, em Cristo. É a noite gloriosa do Senhor, que dá dimensão e sentido também à noite do Natal. Nesta vigília, a Palavra de Deus vai ressoar no coração de toda a Igreja, mostrando a todos os fiéis como Deus é fiel no cumprimento de suas promessas. Entoa-se solenemente o Glória, e, depois das longas semanas da Quaresma, volta-se a entoar o Aleluia em verdadeira exultação pascal.
21 - A liturgia desta Sagrada Vigília vai, assim, se desenrolando aos nossos olhos como uma celebração cada vez mais iluminadora de nossa vida, dando-lhe um sentido inteiramente novo, encorajando a nossa existência para a nobreza de uma vida fraterna. Assim, o Círio Pascal, preparado, aceso e conduzido no início da celebração, em rito processional, como que dissipando as trevas da igreja apagada, lembra-nos a coluna de fogo, na qual Javé precedia, na escuridão da noite, o povo de Israel ao sair do Egito (Cf. Ex 13,21-22). Cristo é a luz do mundo, e quem o segue não anda nas trevas (Cf. Jo 8,12), eis o simbolismo último do Círio Pascal.
22 - O tesouro maior da liturgia encontra-se, pois, nas celebrações desta noite. Como já se falou, o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor é a celebração mais importante na vida da Igreja, com sua posição mais alta na escala da Liturgia. São quatro os momentos litúrgicos da Vigília Pascal: a Liturgia do Fogo e da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e, encerrando, a Liturgia Eucarística.
LITURGIA DA LUZ E DO FOGO
23 - Com a igreja apagada, inicia-se a Liturgia da Luz, na porta da igreja ou em outro local apropriado, com a bênção do fogo e a preparação do círio, estas com ricas palavras alusivas a títulos do Senhor ("Cristo, ontem e hoje, Princípio e fim, Alfa e Ômega. A ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos sem fim. Amém". Pregando os grãos de incenso no Círio, como as cinco chagas, o texto continua: "Por suas santas chagas, (1) suas chagas gloriosas (2), o Cristo Nosso Senhor (3) nos proteja (4) e nos guarde. Amém (5)". Acendendo então o Círio no fogo novo, o sacerdote ainda diz: "A luz do Cristo que ressuscita resplandecente dissipe as trevas de nosso coração e de nossa gente". Em seguida, elevando o Círio, e com o canto "Eis a luz de Cristo", por três vezes, a que a assembléia responde "Demos graças a Deus!", é ele então conduzido processionalmente pelo centro da igreja. Os fiéis podem acender nele as suas velas. Na terceira vez do canto, acendem-se as luzes da igreja, e o Círio é então colocado no lugar próprio, onde vai ser incensado. Canta-se em seguida o Exultet, findo o qual se encerra a Liturgia da Luz, momento em que os fiéis apagam suas velas.
LITURGIA DA PALAVRA DA VIGÍLIA PASCAL
24 - Nove leituras são propostas na Liturgia da Palavra da Vigília Pascal, sete do Antigo Testamento e duas do Novo. As do AT podem ser reduzidas a três, permanecendo as duas do Novo Testamento, sendo que, do AT, a terceira leitura não pode ser omitida, por tratar da saída do povo de Israel do Egito, figura, pois, da libertação definitiva operada por Deus através de seu Filho Jesus. Cada leitura é seguida de um responsório e de uma oração presidencial, esta muito objetiva, ligada à própria leitura.
25 - Encerradas as leituras do Antigo Testamento, entoa-se solenemente o Glória, já a partir de agora na harmonia do órgão e de instrumentos musicais, estes em silêncio, como sabemos, desde a noite da Quinta-Feira Santa. Acendem-se também, neste momento, as velas do altar, tirando sua chama do Círio Pascal. Aqui a Igreja se reveste de toda a alegria pascal. Segue-se então ao canto do Glória a primeira leitura do Novo Testamento (Rm 6,3-11), que é uma alusão profunda ao fato neo-testamentário, ou seja, a regeneração pelo Batismo, o homem novo, na expressão de São Paulo. Todos nós, sepultados com Cristo, pelo batismo, com Cristo todos nós também ressuscitamos. É, pois, a novidade total, razão última da redenção operada por Deus.
26 - Cantado, após a leitura de São Paulo, o Salmo aleluiático da ressurreição (Sl 118(117), entoa-se solenemente o tríplice Aleluia, proclamando, em seguida, o evangelho, levando-se em consideração o ciclo anual de A, B e C. Com a homília, encerra-se a segunda parte da liturgia.
LEITURAS BÍBLICAS DA LITURGIA DA PALAVRA:
(Não se dá aqui o texto dos salmos responsoriais devido à difícil compilação de seus versículos)
1ª leitura - Gn 1,1-2,2 (ou 1,1.26-31a)
2ª leitura - Gn 22,1-18 (ou 22,1-2.9a.10-13.15-18)
3ª leitura - Ex 14,15-15,1
4ª leitura - Is 54,5-14
5ª leitura - Is 55,1-11
6ª leitura - Br 3,9-15.32-4,4
7ª leitura - Ez 36,16-17a.18-28
8ª leitura - Rm 6,3-11
Evangelho:
Ano A - Mt 28,1-10
Ano B - Mc 16,1-12
Ano C - Lc 24,1-12
25 - Encerradas as leituras do Antigo Testamento, entoa-se solenemente o Glória, já a partir de agora na harmonia do órgão e de instrumentos musicais, estes em silêncio, como sabemos, desde a noite da Quinta-Feira Santa. Acendem-se também, neste momento, as velas do altar, tirando sua chama do Círio Pascal. Aqui a Igreja se reveste de toda a alegria pascal. Segue-se então ao canto do Glória a primeira leitura do Novo Testamento (Rm 6,3-11), que é uma alusão profunda ao fato neo-testamentário, ou seja, a regeneração pelo Batismo, o homem novo, na expressão de São Paulo. Todos nós, sepultados com Cristo, pelo batismo, com Cristo todos nós também ressuscitamos. É, pois, a novidade total, razão última da redenção operada por Deus.
26 - Cantado, após a leitura de São Paulo, o Salmo aleluiático da ressurreição (Sl 118(117), entoa-se solenemente o tríplice Aleluia, proclamando, em seguida, o evangelho, levando-se em consideração o ciclo anual de A, B e C. Com a homília, encerra-se a segunda parte da liturgia.
LEITURAS BÍBLICAS DA LITURGIA DA PALAVRA:
(Não se dá aqui o texto dos salmos responsoriais devido à difícil compilação de seus versículos)
1ª leitura - Gn 1,1-2,2 (ou 1,1.26-31a)
2ª leitura - Gn 22,1-18 (ou 22,1-2.9a.10-13.15-18)
3ª leitura - Ex 14,15-15,1
4ª leitura - Is 54,5-14
5ª leitura - Is 55,1-11
6ª leitura - Br 3,9-15.32-4,4
7ª leitura - Ez 36,16-17a.18-28
8ª leitura - Rm 6,3-11
Evangelho:
Ano A - Mt 28,1-10
Ano B - Mc 16,1-12
Ano C - Lc 24,1-12
LITURGIA BATISMAL
27 - Como já foi dito antes, sempre a noite da Vigília Pascal do Sábado Santo foi escolhida para a celebração mais apropriada do Batismo, principalmente de adultos. Ainda hoje há também esta recomendação pastoral, infelizmente não levada muito a sério por algumas comunidades. Nesta parte da liturgia, além do batismo daqueles que foram preparados na Quaresma, faz-se também a renovação das promessas batismais de todos os fiéis. Este é, aliás, um rito que deve sempre ser vivido e valorizado em função do sentido pascal, assumido pelo batismo, pois, pela renovação das promessas batismais, atinge-se a culminância dos exercícios quaresmais.
28 - Inicia-se, pois, essa terceira parte da Vigília Pascal com o chamado dos batizandos pelo presidente e apresentação deles à assembléia, seguindo-se o canto da Ladainha de Todos os Santos e a bênção da água batismal, havendo na bênção da água a imersão nela do círio pascal e sua emersão, significando, pela imersão, a nossa morte com Cristo, e, na emersão, a nossa ressurreição com ele. Prossegue então a liturgia: com o batismo, com a renovação das promessas batismais e com a aspersão da assembléia, encerrando-se a terceira parte da liturgia.
29 - Ainda com referência à Liturgia Batismal, é preciso que se observe o seguinte: a Ladainha de Todos os Santos só é cantada ou rezada quando houver batismo ou bênção da água batismal. Quando o sacerdote benze a água só para a aspersão da assembléia, a ladainha é omitida e, nesse caso, a oração é também mais simples, reduzida, não tão rica como a do rito batismal, em que há a imersão do círio, como falamos. Por isso, quando não houver batismo, deve-se fazer pelo menos a bênção da água batismal, que será usada na aspersão e nos batizados do Domingo da Páscoa, podendo então aí cantar a Ladainha, empobrecendo menos a liturgia. O que não se deve fazer, e isto acontece talvez por desconhecimento, é cantar a Ladainha sem que haja a celebração do batismo nem bênção da água batismal.
28 - Inicia-se, pois, essa terceira parte da Vigília Pascal com o chamado dos batizandos pelo presidente e apresentação deles à assembléia, seguindo-se o canto da Ladainha de Todos os Santos e a bênção da água batismal, havendo na bênção da água a imersão nela do círio pascal e sua emersão, significando, pela imersão, a nossa morte com Cristo, e, na emersão, a nossa ressurreição com ele. Prossegue então a liturgia: com o batismo, com a renovação das promessas batismais e com a aspersão da assembléia, encerrando-se a terceira parte da liturgia.
29 - Ainda com referência à Liturgia Batismal, é preciso que se observe o seguinte: a Ladainha de Todos os Santos só é cantada ou rezada quando houver batismo ou bênção da água batismal. Quando o sacerdote benze a água só para a aspersão da assembléia, a ladainha é omitida e, nesse caso, a oração é também mais simples, reduzida, não tão rica como a do rito batismal, em que há a imersão do círio, como falamos. Por isso, quando não houver batismo, deve-se fazer pelo menos a bênção da água batismal, que será usada na aspersão e nos batizados do Domingo da Páscoa, podendo então aí cantar a Ladainha, empobrecendo menos a liturgia. O que não se deve fazer, e isto acontece talvez por desconhecimento, é cantar a Ladainha sem que haja a celebração do batismo nem bênção da água batismal.
LITURGIA EUCARÍSTICA
30 - A quarta e última parte da grande Vigília Pascal do Sábado Santo é a Liturgia Eucarística, celebrada pela última vez na noite da Quinta-Feira Santa. Aqui ela volta, tendo em vista o cumprimento da profecia do próprio Cristo, segundo a qual ele só voltaria a celebrá-la no Banquete eterno do Reino do Pai (Cf. Lc 22,16).
31 - A Eucaristia que agora então se celebra inicia-se já na preparação e apresentação das oferendas, pois toda a Liturgia da Palavra e ritos iniciais foram liturgicamente celebrados nas partes anteriores da Vigília Pascal.
32 - Podemos dizer que a fisionomia dessa última parte é de alegria pascal, de Igreja enternecida com a luz do Cristo Ressuscitado, mergulhada no abismo de tão profundo mistério e envolvida com a missão redentora de seu Divino Mestre. A fisionomia dos participantes deve ser então uma fisionomia de ressuscitados, de homens novos, gerados que foram pela graça redentora de Cristo, contemplando agora um horizonte sempre mais resplandecente e mais fúlgido. Fisionomia - devemos insistir - de homens capazes de reconstruir um mundo novo, alicerçado na paz, na justiça, no amor, na concórdia e na fraternidade, onde a Eucaristia brilhe mais intensamente como lugar de partilha, de verdadeira comunhão e de ação libertadora, no sinal vivo do Cristo Ressuscitado.
31 - A Eucaristia que agora então se celebra inicia-se já na preparação e apresentação das oferendas, pois toda a Liturgia da Palavra e ritos iniciais foram liturgicamente celebrados nas partes anteriores da Vigília Pascal.
32 - Podemos dizer que a fisionomia dessa última parte é de alegria pascal, de Igreja enternecida com a luz do Cristo Ressuscitado, mergulhada no abismo de tão profundo mistério e envolvida com a missão redentora de seu Divino Mestre. A fisionomia dos participantes deve ser então uma fisionomia de ressuscitados, de homens novos, gerados que foram pela graça redentora de Cristo, contemplando agora um horizonte sempre mais resplandecente e mais fúlgido. Fisionomia - devemos insistir - de homens capazes de reconstruir um mundo novo, alicerçado na paz, na justiça, no amor, na concórdia e na fraternidade, onde a Eucaristia brilhe mais intensamente como lugar de partilha, de verdadeira comunhão e de ação libertadora, no sinal vivo do Cristo Ressuscitado.
DOMINGO DA PÁSCOA E DA RESSURREIÇÃO
Ressureição |
33 - O tema central do Domingo da Páscoa, como não poderia deixar de ser, é o da ressurreição do Senhor. "Deus o ressuscitou", eis a frase principal (Cf. At 10,40; Lc 24,34), como fórmula clássica da fé e da pregação cristã. Deus faz justiça ao Filho, ressuscitando-o (Cf. Jo,16,10). Ressuscitado, Jesus mostra que as Escrituras falam dele com clareza (Cf. Lc 24,25-27) e faz o coração dos discípulos arder (Lc 24,32), dando-lhes a conhecer no partir do pão (Lc 24,30-31). Assim, a ressurreição de Jesus nos dá a certeza de nossa própria ressurreição (Cf. Jo 11,25; 14,1-4), como também a certeza de sua presença mais viva entre nós, principalmente quando nós a pedimos (Cf. Lc 24,29.
34 - Na reforma da liturgia, somente o Natal e a Páscoa têm sua celebração com Oitava, isto é, com um prolongamento da festa por oito dias, onde a liturgia dá ênfase ao tema central comemorado. Também, a exemplo do Natal, a missa do Domingo da Páscoa tem suas perícopes evangélicas mudadas, de conformidade com o fato histórico. Assim, na missa da noite (4ª parte da Vigília Pascal do Sábado Santo, ligada, em essência, à 2ª parte - Liturgia da Palavra), o Evangelho, segundo o ciclo anual de A, B e C (Mt 28,1-10; Mc 16,1-12 e Lc 24,1-12), sempre vai trazer o relato do sepulcro vazio e das aparições às santas mulheres. Já na missa do dia, o evangelho é de João (Jo 20,1-9), que relata a corrida de Pedro e de João ao sepulcro, diante do fato narrado pelas mulheres. Na missa da tarde, o evangelho pode ser o de Lucas (Lc 24,13-35), que narra a desilusão dos discípulos de Emaús, na tarde daquele primeiro dia da semana, isto é, no Domingo da Ressurreição, quando então voltaram de Jerusalém para a aldeia, comentando todos os acontecimentos daqueles dias. Vê-se, pois, que as perícopes evangélicas narram os fatos de maneira cronológica, ou seja, na ordem própria dos acontecimentos.
35 - O Domingo da Páscoa é então o grande Dia do Senhor (Sl 118(117), 24), que torna pascais todos os domingos e faz de todas as celebrações litúrgicas, centradas como estão no Mistério Pascal de Cristo, momentos salutíferos de redenção, de exaltação e de louvor ao Deus vivo e verdadeiro (Cf. Ap 1,17-18). Seu clima é então continuação e plenificação ainda mais daquilo que falamos sobre a Celebração Eucarística da Vigília Pascal e, na qualificação litúrgica, ele é "o domingo dos domingos", na expressão feliz de Santo Atanásio.
36 - No evangelho da missa do dia (Jo 20,1-9), são interessantes alguns detalhes: Pedro e João, diante do relato das mulheres, correm ao sepulcro, mas João chega primeiro. Seria aqui o amor do "discípulo amado" a mostrar-se mais forte e dinâmico, por isso correu mais? Diz o evangelho que João, porém, não entrou no sepulcro. Seria esperar e respeitar a primazia do "Príncipe dos Apóstolos"? Pedro então chega, diz o evangelho, vê os detalhes do sepulcro vazio e nele entra. Em seguida, entra também João, que "vê" e "crê". A revelação de que "João vê e crê" seria uma virtude do "discípulo amado"? Como os dois discípulos de Emaús, Pedro e João não tinham também, ainda, compreendido as Escrituras.
37 - Vejamos então no Domingo da Páscoa um convite sereno para vivermos a ressurreição, desde já, na dinâmica do amor e da fraternidade. E Cristo, o Ungido de Deus, vai exigir de nossa vida que ela seja límpida, transparente, espelho do bem e sinal também de salvação, numa profunda sensibilidade para o amor fraterno, na prática da justiça, enfim como vida plenamente missionária. Finalmente, a partir deste domingo, até Pentecostes, começa a antífona mariana "Regina coeli" ("Rainha do céu, alegrai-vos..."), na oração noturna, chamada "Completas", da Liturgia das Horas. Com o Domingo da Páscoa começa também o Tempo Pascal, que se encerrará em Pentecostes.
34 - Na reforma da liturgia, somente o Natal e a Páscoa têm sua celebração com Oitava, isto é, com um prolongamento da festa por oito dias, onde a liturgia dá ênfase ao tema central comemorado. Também, a exemplo do Natal, a missa do Domingo da Páscoa tem suas perícopes evangélicas mudadas, de conformidade com o fato histórico. Assim, na missa da noite (4ª parte da Vigília Pascal do Sábado Santo, ligada, em essência, à 2ª parte - Liturgia da Palavra), o Evangelho, segundo o ciclo anual de A, B e C (Mt 28,1-10; Mc 16,1-12 e Lc 24,1-12), sempre vai trazer o relato do sepulcro vazio e das aparições às santas mulheres. Já na missa do dia, o evangelho é de João (Jo 20,1-9), que relata a corrida de Pedro e de João ao sepulcro, diante do fato narrado pelas mulheres. Na missa da tarde, o evangelho pode ser o de Lucas (Lc 24,13-35), que narra a desilusão dos discípulos de Emaús, na tarde daquele primeiro dia da semana, isto é, no Domingo da Ressurreição, quando então voltaram de Jerusalém para a aldeia, comentando todos os acontecimentos daqueles dias. Vê-se, pois, que as perícopes evangélicas narram os fatos de maneira cronológica, ou seja, na ordem própria dos acontecimentos.
35 - O Domingo da Páscoa é então o grande Dia do Senhor (Sl 118(117), 24), que torna pascais todos os domingos e faz de todas as celebrações litúrgicas, centradas como estão no Mistério Pascal de Cristo, momentos salutíferos de redenção, de exaltação e de louvor ao Deus vivo e verdadeiro (Cf. Ap 1,17-18). Seu clima é então continuação e plenificação ainda mais daquilo que falamos sobre a Celebração Eucarística da Vigília Pascal e, na qualificação litúrgica, ele é "o domingo dos domingos", na expressão feliz de Santo Atanásio.
36 - No evangelho da missa do dia (Jo 20,1-9), são interessantes alguns detalhes: Pedro e João, diante do relato das mulheres, correm ao sepulcro, mas João chega primeiro. Seria aqui o amor do "discípulo amado" a mostrar-se mais forte e dinâmico, por isso correu mais? Diz o evangelho que João, porém, não entrou no sepulcro. Seria esperar e respeitar a primazia do "Príncipe dos Apóstolos"? Pedro então chega, diz o evangelho, vê os detalhes do sepulcro vazio e nele entra. Em seguida, entra também João, que "vê" e "crê". A revelação de que "João vê e crê" seria uma virtude do "discípulo amado"? Como os dois discípulos de Emaús, Pedro e João não tinham também, ainda, compreendido as Escrituras.
37 - Vejamos então no Domingo da Páscoa um convite sereno para vivermos a ressurreição, desde já, na dinâmica do amor e da fraternidade. E Cristo, o Ungido de Deus, vai exigir de nossa vida que ela seja límpida, transparente, espelho do bem e sinal também de salvação, numa profunda sensibilidade para o amor fraterno, na prática da justiça, enfim como vida plenamente missionária. Finalmente, a partir deste domingo, até Pentecostes, começa a antífona mariana "Regina coeli" ("Rainha do céu, alegrai-vos..."), na oração noturna, chamada "Completas", da Liturgia das Horas. Com o Domingo da Páscoa começa também o Tempo Pascal, que se encerrará em Pentecostes.
Onde ele está? |
Maria Madalena |
Noli me tangere! |
"Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé." (São João 20,27) |
PERÍCOPES BÍBLICAS DO DOMINGO DA PÁSCOA (ANOS A, B e C):1ª leitura - At 10,34a.37-43
Salmo - Sl 118(117),1-2.16ab.17.22-23
2ª leitura - Cl 3,1-4 (ou 1Cor 5,6b.8)
Evangelho - Jo 20,1-9 (ou em missa vespertina: Lc 24,13-35)
Tempo Pascal
A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinqüenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.[3]