Sermão proferido por Sua Graça, o Arcebispo Marcel Lefebvre, na Festa de Todos os Santos, em 07 de novembro de 1978, em Ecône, Suíça.
Se realmente entendêssemos o que as Almas do Purgatório
SOFREM, faríamos tudo o que é possível de NOSSA PARTE
para entregá-los e EVITAR O PURGATÓRIO nós mesmos!
Purgatório existe? As orações para as Almas e a cremação. Mons. Lefebvre responde
O ARCEBISPO FALA:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Meus queridos amigos e meus queridos irmãos:
A Igreja tem o costume de associar as Almas do Purgatório com a Festa de Todos os Santos. Na verdade, a partir desta noite (vésperas do Dia de Finados), a Igreja nos pede para rezar pelas Almas do Purgatório, e amanhã, o dia inteiro, foi consagrado para elas.
Os sacerdotes que celebram três Missas amanhã, rogando a Nosso Senhor para entregar as Almas do Purgatório, podem aplicar a cada uma de suas Missas a indulgência plenária para as Almas do Purgatório. É por isso que, durante estes poucos momentos, eu gostaria de chamar a sua atenção e de vê-los refletir sobre a realidade do Purgatório e sobre a devoção que devemos ter pelas Almas que estão sofrendo neste lugar de purificação.
EM PRIMEIRO LUGAR, o Purgatório existe?
Se fosse para crer em tudo o que está escrito hoje, mesmo por membros da Igreja Católica, alguém seria tentado a acreditar que o Purgatório é uma fábula medieval! NÃO! O Purgatório é um dogma, um dogma da nossa Fé. Quem se recusa a acreditar no Purgatório é um herege. Na verdade, já no século XIII, o Segundo Concílio de Lyon afirmou solenemente a existência do Purgatório; então, no século XV, o Concílio de Latrão afirmou novamente a realidade do Purgatório. Finalmente, o Concílio de Trento, em particular, afirmou solenemente, contra as negações dos protestantes, a necessidade de preservar a Fé, de acreditar na existência do Purgatório. Por isso, é certo que este é um dogma da nossa Fé, que é afirmado especialmente e apoiado pela Tradição, mais do que pela Sagrada Escritura.
A Sagrada Escritura, no entanto, oferece passagens que fazem alusão, tão claramente quanto possível, à existência do Purgatório. Temos, além disso, em uma Epístola que é lida pela Igreja nas Missas oferecidas pela intenção das Almas do Purgatório, no Livro dos Macabeus, onde Judas Macabeu enviou uma soma de doze mil talentos a Jerusalém para pedir aos Sacerdotes que oferecessem um sacrifício pela intenção dos soldados que haviam morrido em combate, a fim de que estes pudessem ser entregues a partir de suas aflições e entrar no Céu. A Sagrada Escritura acrescenta: é um pensamento salutar rezar por nossos mortos.
São Paulo também faz alusão às Almas do Purgatório quando diz que certas Almas entram no Céu imediatamente e outras quasi per ignem, isto é, entram no Céu também, mas passam pelo fogo, fazendo alusão, certamente, à purificação necessária para estas Almas que não estariam perfeitamente preparadas para entrar no Céu.
É por causa dessas alusões e, particularmente, pela Tradição que nos é transmitida pelos Apóstolos e pelos Padres da Igreja, que a Igreja fundou a sua Fé na existência e na realidade do Purgatório.
POR QUE PURGATÓRIO existe?