A ADÚLTERA
Em Florença, um jovem mantinha um relacionamento desonesto com uma mulher casada. O pai do jovem lamentava o fato, e repetidamente repreendia seu filho; aliás, ele havia implorado aos Missionários Lazzaristas de Florença para que o chamassem à razão, mas sem sucesso. Uma doença súbita atingiu a mulher, levando-ao ao túmulo em poucos dias. O jovem esteve prestes a enlouquecer de dor, e seu pai, aproveitando-se de um retiro de exercícios espirituais que estavam realizando na Casa dos Missionários, em S. Jacopo Sopr'Arno [uma igreja de Florença], convidou o filho para participar. Ele aceitou e foi recebido com cordialidade.
Na noite do primeiro dia de exercícios, enquanto os outros exercitantes haviam descido até o refeitório para jantar, o nosso jovem não estava em seu lugar. Será que havia adormecido?, pensa o diretor, e vai até o seu quarto, bate à porta, sem receber resposta; bata de novo, nada. Ele abre a porta e encontra o quarto cheio de fumaça que imediatamente o envolve. Pensa em um incêndio e pede ajuda. Vários confrades acorrem e, através da fumaça parcialmente dissolvida pela porta aberta, veem o jovem estendido no chão e sem sinais de vida. Transportando-o para a cama e com os devidos cuidados, conseguem que ele retome os sentidos. O diretor procura pelo quarto a causa do suposto fogo e, com grande surpresa, se depara com o genuflexório queimado em quatro lugares, isto é, onde se apoiam os joelhos e os cotovelos, e vê no quadro do Crucificado as marcas de mãos ardentes como se tivessem sido feitas por ferro em brasa.
Ele não se dá conta do que aconteceu até que o jovem, já acordado, não lhe explica como, pouco antes do jantar, enquanto ainda estava em seu quarto, lhe aparecera a amante todo envolta em fogo: "É por sua causa", gritou-lhe ela ameaçadoramente, "que estou no Inferno! Esteja atento! Deus quis que eu lhe desse o aviso; e para que você não duvide da realidade de minha aparição, deixo-lhe um sinal". Ajoelhando-se no genuflexório e tocando o quadro, deixa neles as marcas de fogo que agora se veem. O jovem se converte. Por serem as duas famílias muito conhecidas em Florença, o Superior, a fim de lhes preservar a honra, procurou esconder o fato. O Padre Scaramelli, Superior da Casa, manteve consigo o quadro e o genuflexório, até que, chamado à obediência em Nápoles, trouxe consigo o quadro, deixando-o na Casa da Rua dos Virgens.
Isto tudo é narrado no "Petit Pré spir. de la Congr. de la Mission (Paris, 1880)". Uma narração mais curta se encontra na vida de Santo Afonso de Ligório, escrita por Tannoia[*]. O quadro é conservado em Nápoles; o genuflexório o fizeram desaparecer. Sobre o episódio, o Padre Mario Sorrentino conduziu um estudo crítico ("Anais da Missão", 1962), chegando a esta conclusão: "Cremos que podemos afirmar a verdade do fato como é comumente narrado, sem, contudo, atribuir idêntico valor histórico a cada detalhe".
Fontes:
1. Facebook: Uniamoci per aiutare le le Anime Sante del Purgatorio (Unemos-nos para ajudar as Almas Santas do Purgatório).
2. Venuti dall'Aldilá. Padre Giuseppe Pasquali. Edizioni San Paolo. 1995. pp. 60-62.
Tradução: Giulia d'Amore.
[*] Padre Antonio Maria Tannoia. "Della Vita ed Istituto del venerabile servo di Dio Alfonso M. Liguori vescovo di S. Agata de Goti e fondatore della Congregazione de Preti Missionari del SS. Redentore": http://www.intratext.com/ixt/ita2115 (em italiano).
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