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sábado, 8 de julho de 2017

O Jogo do Ganso - ponto para Roma Apóstata. E, sim, há um acordo, quer você goste ou não...


Maio rendeu! Entre declarações e respostas, foram vários rounds, e, lá pelo fim do mês, passou batida para muitos uma declaração de Gerhard Müeller (1), afirmando que a Neofrat de Fellay precisa se converter antes de qualquer outra coisa: “É preciso tempo para uma reconciliação mais profunda, pois não se trata apenas de FIRMAR um documento, mas de realizar uma CONVERSÃO” (...), pois “alguns membros da Fraternidade pretendem de ser os únicos verdadeiros católicos!” (Maiúsculas minhas.)  

Essa declaração surgiu no rastro explosivo e retumbante da carta aos fiéis, de 7 de maio passado, firmada, na França, por 7 dos 10 superiores e por todos os superiores das comunidades masculinas (releia aqui).  

A carta foi seguida por quatro respostas:  

1. A previsível e sempre lamentável de Bouchacourt (8 de maio): punição exemplar a todos os 7 superiores, defenestrados de seus cargos e remanejados (releia aqui); o comunicado precisou ser corrigido de tão irregular que resultou.  

2. A indefectivelmente vingativa de Menzinger que suspendeu os sete decanos e retirou Dom de la Rocque de suas funções de “cura” de San Nicolas du Chardonnet, enviando-o para o outro lado do mundo, naquela parte das Filipinas ameaçada diretamente pelo ISIS (procure no Google). 

3. A surpreendente ainda que tímida resposta dos fiéis franceses de 22 de maio (releia aqui).  

4. A inesperada e esclarecedora resposta romana, que passou despercebida por causa da brutalidade das reações de Bouchacourt e FellayDe fato, desde 8 de maio, a carta dos decanos estava nas mãos de Müeller e Pozzo, os interlocutores, até então, da negociação das almas dos sequazes de Fellay. Era a prova de que a base da Neofrat não pretendia seguir o Superior-geral pelo caminho do ralliement (acordo, pacto, ajuste, combinação, concerto, concordata ou o termo que melhor aplaque as consciências dormidas). Por causa dela, em 10 de maio, a Congregação se reuniu para tratar da questão dos “lefebvrianos”; os resultados da reunião ainda estão se desenrolando, mas o primeiro sem dúvida é a declaração de Müeller sobre a necessidade da “conversão” da Neofrat. As regras do jogo estavam sendo mudadas por Roma apóstata, que as deixava mais claras que podia, um out out sem choro nem vela. Por fim, em 27 de maio, Müller informa a Fellay as condições exigidas para a concessão da tão sonhada e almejada Prelatura pessoal: a aceitação do concílio Vaticano II, o reconhecimento da legitimidade da missa de Paulo VI (que será a missa que a Neofrat “poderá” rezar) e a profissão de fé de Paulo VI: no documento, se exige a versão ampliada de 1998, que compreende as amenidades conciliares e, portanto, a nova e falsa “profissio fidei”.  

5. A reação de Fellay: em 29 de maio, Fellay faz seus primeiros comentários públicos em relação às exigências de Müller, segundo apurou Michel Lefranc do site “medias-catholique.info”:  
“Falando após o almoço da ordenação em Ecône, Dom Fellay comentou do enorme golpe e deu a conhecer seu desapontamento: ‘É como no 'jogo do ganso' (2). Estávamos quase no final e depois paramos na casa 'voltar ao começo'. Tudo caiu no chão, é necessário começar novamente, a partir daquela casa [lembrem disto, voltarei ao tema mais adiante]. Toda essa confusão para que? O ganso não deve confiar em raposas. A reação de Müller, que intervém após longos anos de negociações mais ou menos secretas, fala muito sobre os compromissos de Dom Fellay durante este jogo do ganso... Dom Fellay não tem mais a confiança de muitos dos seus sacerdotes ou de muitos dos fiéis. Doravante, ele será desprezado por Roma. Seu mandato expirará no próximo ano...”. 
Mas por que Fellay estaria surpreso? Acaso acreditou realmente que Roma apóstata não cobraria fidelidade e subserviência ao CVII? Achou mesmo que estava ganhando o jogo? Pobre Fellay! Trabalhou tão duro para que seus sequazes, os sapos, estivessem todos alinhados, em fileiras cerradas, para serem conduzidos pela mão até à boca do lobo, na conhecida “plena comunhão” com a Sé Vaticana II, sob Francisco... e agora essa mancada do Müller! E por causa da carta de 7 de maio!!!   

Voltemos ao jogo do ganso comentado por Fellay acima: "Tudo caiu no chão, é necessário começar novamente, a partir daquela casa. Se alguém pensou que depois dessa Fellay iria meter o rabo entre as pernas e sair de fininho... está redondamente enganado. Ele não desistiu. Está aborrecido, quiçá furioso com os que atrapalharam o sonho dourado dele, está desapontado, porque terá que recomeçar, mas não desistiu! A Prelatura será dele, custe o que custar. Inclusive e sobretudo as almas dos que o seguem como boi de abate. Não é esta a mansidão que Cristo nos pediu! Esto vir! Há um limite para a estultice!!! 

Dois meses depois, a carta mostra que teve pelo menos um benefício, visto que, pela segunda vez, depois de junho de 2012 (3), “um novo grão de areia parou a máquina infernal dos partidários de uma prelatura pessoal que não se importava com os problemas doutrinários”. O que, convenhamos, já era absurdamente claro e cristalino para todos desde 2012! Nós o gritamos dos telhados! (Releia aqui).  

Para mim, também mostra a imprudência dos franceses, pois, se tivessem feito a coisa certa em 2012 – deixado Fellay com suas loucuras – a carta seria totalmente desnecessária em 2017. Alguém pode discordar de mim? 

Pergunta que não quer calar, meus caros botões: quantas outras cartas e escândalos públicos deverão ocorrer ainda para que os neofrats compreendam, como determinando por Monsenhor Marcel Lefebvre, que, enquanto Roma apóstata não se converter, não temos nada a discutir ou negociar com eles? Quantos grãos de areia ainda serão precisos?... 

Certamente, poderiam me retrucar, os indefectíveis defensores do guru Fellay, que o tesouro da Misericórdia divina está cheio de grãos de areia, desertos inteiros se for necessário. Concordo, mas a que preço?... Quantas almas isso vai custar? 

A cada novo escândalo da Neofrat temos duas consequências primárias:  
1. Abandonar a Neofrat e  
2. Abandonar a Fé. A segunda, sem dúvida, é gravíssima. 

Da primeira, temos mais duas consequências secundárias:  
1. Abandonar a Neofrat e se juntar aos que continuam fiéis a Cristo e ao Venerável Fundador, mantendo-se a salvo do liberalismo. São todos bem vindos!  
2. Abandonar a Neofrat e se juntar aos liberais de Williamson acreditando piamente que estão a salvo de negociatas com Roma modernista. Bella roba! Até parece que não sabem que DW estaria disposto a pegar o primeiro avião para Roma se Francisco chamasse! 

Com Santa Bernadette Soubirous, eu digo: “Meu dever é informar, não convencer”

Giulia d'Amore 

Notas:
(1)  Müeller foi defenestrado recentemente da Congregação para a Doutrina da Fée substituído por um outro modernista tal e qual, mas com viés comunista, o jesuíta Luis Francisco Ladaria Ferrer (TL, por supuesto). A razão de Francisco ter substituído o fiel cão de guarda de Bento XVI, além desta mesma, pode ter sido a entrevista dada pelo cardeal em 25 de maio, na qual faz críticas abertas, ainda que suaves, à herética encíclica Amoris Laetitia”.  
(2) Jogo do ganso (ou Jogo da Glória) é um jogo de tabuleiro, com 63 casas, em que cada jogador lança os dados e avança o número de casas correspondente. Em cada casa há uma instrução, surpresa, castigo etc. Ganha quem chegar primeiro à última casa. Perto do fim, há uma casa perigosíssima que manda voltar o jogador certo número de casas, dando ao próximo a possibilidade de ganhar o jogo. É muito conhecido na Europa e nos EUA. 
(3) Para quem não lembra ou não sabe, em junho de 2012, houve o Capítulo da FSSPX no qual Fellay pretendia enfiar goela abaixo da Fraternidade o Preâmbulo Doutrinal recebido de Roma Apóstata e, dizem alguns, já firmado por ele antes de levar ao Capítulo. Mas Fellay deu com os burros n'água, porque o Capítulo "gritou" e ele teve que retroceder. Oficialmente, as negociações com Roma Apóstata seriam encerradas. Hoje se sabe que nunca o foram, assim como o acordo, que continua de pé. Bom... os grãos de areia não deixaram, de novo, que se consumasse oficialmente, mas pelos sinais sabemos que há, é nítido na mudança de rumo e de discurso e de sermões e de atitudes no âmbito da Neofrat. Só os sobrenaturalmente cegos ou os mentecaptos não veem (Releia A Crise na Fraternidade, do Pe. Rioult, de 2013).  


Fontes de pesquisa e referência: 
1. https://www.radiospada.org/2017/07/fsspx-roma-gli-effetti-decisivi-della-lettera-dei-decani-e-delle-comunita-amiche (italiano).
2. http://medias-catholique.info/les-pourparlers-entre-rome-et-la-fsspx-cest-comme-dans-le-jeu-de-loie-avoue-mgr-fellay/8730 (francês). 
3. http://novusordowatch.org/2017/07/sspx-fellay-game-of-the-goose (inglês). 



2 comentários:

  1. Triste com o que estão fazendo com a obra de Deus na pessoa de Dom Lefebvre. Parece-me que tem um Judas Iscariotes infiltrado na fraternidade, a mando do demônio... Deus proteja a Fraternidade Sacerdotal São Pio X!

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    1. Caríssimo, a fumaça de Satanás entrou na Igreja de Cristo, não entraria nas Congregações e Ordens católicas tb? Não é o servo maior que o seu Senhor.

      A crise na Igreja é tb a crise na Fraternidade. A raiz desse "câncer" é o liberalismo, que tudo corrói. Talvez tb um falta de virtudes ou de exercício das virtudes, qdo a arrogância se sobrepõe à humildade e o sujeito pretende ser o paladino que vai salvar a Igreja de Cristo. Muito estudo desordenado ou pouco estudo... As possibilidades são várias e podem incluir, sim, a ação diretamente demoníaca.

      A Igreja viveu outras crises antes e viverá outras no futuro. A questão é nos mantermos católicos em nosso pequeno mundo. Em dias de tormenta, os navios ficam no cais. Estamos na maior tormenta de nossa geração. Se não estudarmos o catecismo não podermos nos manter seguros, a salvo da tormenta.

      Em Fellay concorrem uma série de questões, a que mais ressalta agora é a ambição desmedida pelo cargo vitalício oferecido por Roma modernista e apóstata: a Prelatura pessoal diretamente ligada ao Papa. As outras congregações que foram compradas pelos apóstatas estão subordinadas à Comissão Ecclesia Dei. A Neofrat (chamá-los de FSSPX é uma ofensa a Mons. Lefebvre e à própria verdade) se vangloriaria de estar acima deles... sic!

      Fellay entrega o cargo em 2018, e já se sabe (e ele tb sabe) que não vai se reeleger pq se enfraqueceu bastante "politicamente", com a Prelatura ele será o chefe da Neofrat enquanto viver. Belo "golpe de Estado", não? E ele não desistiu.... Ele mesmo disse que vai ter que recomeçar as negociações do zero.

      Que o Bom Pastor proteja o Seu rebanho comprado a preço de Sangue!

      Giulia

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