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terça-feira, 30 de outubro de 2007

DO USO DO VÉU NA MISSA

Velatam ad Dei Gloriam

Divino Espírito Santo, hóspede da minha alma, convencida de que a  minha verdadeira vida está escondida com Cristo em Deus Pai, visto este véu na minha cabeça na esperança não de aparecer, mas de desaparecer, não para atrair a atenção sobre a minha pessoa mas, para esconder-me na imitação de Maria Santíssima.
Que todos olhem para Vós Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
Amém.
(Um monge sacerdote - Oração para cobrir a cabeça com o véu)




* * *

Uso do véu/modéstia no vestir 

(Dom Antônio de Castro Mayer) 
 


As senhoras comunguem de cabeça coberta

Ainda sobre a recepção da Sagrada Comunhão mantenha-se o costume tradicional que manda às senhoras e moças que se apresentem com a cabeça coberta. Outro hábito imemorial, fundado na Sagrada Escritura (cf. 1 Cor. 11, 5 e SS.), que não deve ser modificado. São Paulo recorda a veneração e o respeito aos Anjos presentes na igreja, que as senhoras significam com o uso do véu. Nada mais belo, mais ordenado, mais encantador do que a mulher cristã que reconhece a hierarquia estabelecida por Deus, e manifesta externamente sua adesão amorosa a semelhante disposição da Providência.

A imodéstia no trajar e a nossa responsabilidade

Na mesma ordem de idéias, lembramos aos nossos caríssimos Sacerdotes que devem empenhar-se, a fundo, por conservar nos fiéis o amor à modéstia e ao recato, que os tornam menos indignos de receber os Santos Sacramentos.

Não nos esqueçamos de que, se a sociedade se paganiza, se ela foge da mentalidade cristã, como esta se define nas máximas evangélicas, não o faz sem a conivência e a cooperação das famílias católicas, e, portanto, em grande parte, por nossa culpa, de nós Sacerdotes.

Ou por comodismo, que em nós cria aversão ao exercício de nossa função de orientadores do povo fiel, ou quiçá – PROH DOLOR! – por condescendência com a sensualidade reinante, somos remissos em declarar, sem rebuços, que as modas de hoje destoam gravemente da virtude cristã, e, mais ainda remissos somos, em usar da firmeza apostólica, ainda que suavemente exercida, para afastar dos Sacramentos a atmosfera sensual atualmente introduzida na sociedade pelas vestes femininas.

É com tristeza que sabemos de Sacerdotes na Diocese, e de outras pessoas com responsabilidade de orientação de almas que não tomam a menor medida no sentido de manter em torno dos Sacramentos, especialmente da Santíssima Eucaristia, o ambiente de pureza que Jesus Cristo exige de seus fiéis servidores.

Por que todas as igrejas da Diocese não ostentam, em lugar bem visível, as disposições eclesiásticas no sentido de que as senhoras e moças não se apresentem no templo de Deus com vestes ajustadas, decotadas, de saias que não desçam abaixo dos joelhos, ou de calças compridas, estas últimas mais próprias do outro sexo?

E por que não tomam todos os Sacerdotes medidas a fim de que com semelhantes trajes, não se apresentem aos Sacramentos as senhoras e moças, ou para recebê-los ou como madrinhas ou testemunhas? Seria o mínimo que se poderia pedir a quem está realmente interessado por que a adaptação de que tanto se fala, não seja uma profanação do Sagrado, com prejuízo pessoal, para o povo fiel e para a sociedade em geral.

Caríssimos Sacerdotes. O zelo pela Casa de Deus, bem como a caridade com o próximo, pedem, nos tempos atuais, maior atenção à maneira de vestir dos fiéis que o são e querem viver cristãmente. A Sagrada Escritura lembra que “as vestes do corpo, o riso dos dentes e o modo de andar de um homem fazem-no conhecer” (Ecli. 19, 27).

E Pio XII comenta: “ A sociedade, por assim dizer, fala com a roupa que veste; com a roupa revela suas secretas aspirações, e dela se serve, ao menos em parte, para construir o seu próprio futuro” (“Disc. e Radiomes.” Vol. 19, p. 578). Ninguém negará o valor objetivo desta observação do Papa Pacelli.

(21 de novembro de 1970 - Excertos da Circular sobre a Reverência aos Santos Sacramentos - Dom Antônio de Castro Mayer - retirado do site: FSSPX do Brasil)
PS: Grifos meus

 

 FOTOS DE VÉUS E MANTILHAS


clique na imagem


Abaixo, um texto que serve de suporte para entender por que a mulher DEVE usar o véu na Missa ou em oração na igreja. De suporte porque parte dele se funda nos documentos e código pós-conciliares, que os católicos não seguem se desejam continuar sendo católicos. Com esta advertência, leiam o artigo abaixo. 


Cobrir a cabeça ainda é obrigatório às mulheres que assistem à Missa



Em 12 de janeiro de 1930, a Sagrada Congregação do Concílio emitiu uma instrução para os Bispos do mundo todo, ordenando-os a ensinar, a partir do púlpito, pelo menos uma vez por ano, na festa da Imaculada Conceição, conforme o caso, o assunto da modéstia da mulher. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A mia madre

A MIA MADRE


Non sempre il tempo la beltà cancella
o la sfioran le lacrime e gli affanni:
mia madre ha sessant'anni,
e più la guardo e più mi sembra bella.

Non ha un accenno, un guardo, un riso,
un atto che non mi tocchi dolcemente il core;
ah, se fossi pittore,
farei tutta la vita il suo ritratto!

Vorrei ritrarla quando china il viso
perch'io le baci la sua treccia bianca,
o quando, inferma e stanca,
nasconde il suo dolor sotto un sorriso

Pur, se fosse il mio priego in ciel accolto,
non chiederei di Raffael da Urbino
il pennello divino
per coronar di gloria il suo bel volto;
vorrei poter cangiar vita con vita,
darle tutto il vigor degli anni miei,
veder me vecchio,
e lei dal sacrificio mio ringiovanita

(by Edmondo De Amicis)



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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

segunda-feira, 9 de julho de 2007

In memoriam (2007)

RECORDANDO MEU PAI



Esvai-se o tempo e mais e mais me lembro do que,
para olvidar, luto com afinco,
de um vinte e nove sinistro de novembro,
- mil novecentos e oitenta e nove!
Não consigo esquecer por um momento,
daquele dia que bem longe vai...
em que um vento de morte e de tormento,
para bem longe transportou meu pai!

Assim é a vida: um báratro profundo,
onde o homem se afoga e,
quase louco, se perde nas mentiras deste mundo,
que tanto nos promete e dá tão pouco!
E neste mundo assim, de falso brilho,
guardo a lembrança que de mim não sai:
- de um homem bom que me chamou de filho e,
enternecido, eu o chamei de Pai!



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Falar de meu pai é um desafio, porque é uma figura viva ainda em mim, uma ferida aberta... e dói. Sinto sua falta tremendamente porque há tantas perguntas que ficaram sem resposta, há outras tantas que surgem todos os dias... Ele, sim, saberia o que fazer! Quando eu tenho que tomar uma decisão... quando é inadiável dar uma resposta, achar uma solução... Ele saberia!

Nosso amor sempre foi intenso e forte. Ninguém nunca nos separaria... Só a inexorável morte. Mas... por pouco tempo. Eu sei. Temos muitas conversas para por em dia, muitos pores de sol para passar juntos, muitas ideias ainda a debater... Muito carinho para dar e... aceitar. E como sempre foi tão difícil fazê-lo!, porque ninguém te ensina a ser pai, a ser filho, a ser amigo... Felizmente, há ocasiões em que as palavras são absolutamente desnecessárias, basta um gesto, um olhar... E nós tivemos muitos momentos assim! Quantos olhares trocamos cheios de argumentos, sentimentos, indagações, respostas... Quantos segredos guardamos, protegendo-os dos outros, do mundo, de quem não entenderia...

Quanta sabedoria em suas palavras, quanta justiça em suas decisões, quanta segurança em suas ações, quanta firmeza em suas atitudes... Hoje sou mãe e gostaria de crer que talvez - DIGO TALVEZ - ele nem fosse tão sábio, tão justo, tão seguro, tão firme... Talvez ele também tivesse medo, às vezes... Talvez ele também tenha sentido nos ombros o esmagador PESO da responsabilidade de ter uma família... contas a pagar, decisões a tomar, atitudes a mostrar... Como se quisesse nos fazer sentir seguros e protegidos do mundo... mas dentro... dentro talvez... ele tremesse... nesta solidão imensa do nosso interior profundo em que não cabe ninguém; ninguém nos socorre, ninguém nos ouve... E ninguém percebe, à superfície, o que se passa nesse mundo só nosso.

Mas eu creio que ele não fosse assim tão frágil. "Essa" é a minha descrição; desta figura triste que "escrivinha" essas linhas sem rumo. Ele não, ele era um homem seguro! Não tenho a menor sombra de uma dúvida. Já o vi abatido por uma doença, por uma situação crítica em determinado momento... Mas nunca perdeu o "rumo". A dor era só dele. Eu a percebia por essa afinidade que nos aproximava tanto, e tanto nos afastava. Eu tenho a convicção profunda de que nem mesmo minha mãe percebia... Alheia como sempre foi ao mundo ao seu redor, pensando única e exclusivamente em suas pequenas e insignificantes preocupações... Não tinha noção da grandeza desse homem, de sua generosidade, de sua devoção para com ela; ela, a quem ele venerava com todo o seu coração. De sua dedicação extremada à família, de seu desapego ao que passa, de sua noção de valores e de medidas, do que é eterno e verdadeiro. De sua simplicidade altiva, de sua alma franciscana (*) e cigana (**). Um cidadão do mundo. Um viajante, um pioneiro. Um coração aventureiro e destemido. Capaz de grandes ações, de grandes sacrifícios, de abnegação... sem holofotes e glórias terrenas... "Não saiba sua mão esquerda o que sua direita faz...", ele nos dizia! Mas eu sabia... desconfiava... fuçava até descobrir... e calava. Afinal, eu era a sua guardiã fiel; em mim, ele depositava uma confiança que nem sei se algum dia mereci. Ele sabia que eu saberia.

E sei que contava comigo quando ele se fosse... Ma eu não soube corresponder a seus desejos, a suas expectativas. Creio que mereça sua decepção, porque não soube manter unido o bem mais precioso que ele possuía... A diáspora aconteceu, e eu nada pude fazer. Como Cassandra.

Eu sei que onde ele está sabe a verdade e sabe tudo que aconteceu. E acredito que quando a gente morre a venda cai, os olhos se abrem, e a Verdade se faz. Por isso, quanto a isso, nada temo! Ele sabe quem sou, quem fui... e quanto o amei. Que aqueles silêncios diziam tanto. Que aquelas discussões eram fumaça que o vento leva... Que a dedicação era recíproca. O que fiz e porque fiz.

Mesmo assim, este é um dos espinhos mais profundos que meu coração carrega. A felicidade lhe era devida já aqui; assim como a velhice serena, rodeada de netos e bisnetos... deliciando-se dos frutos do que plantou... contemplando o horizonte que conquistou... Não teve tempo.

Este é o espinho que mais sangra.

Beijos e... boa noite. 

Giulia d'Amore di Ugento 







(*) Meu pai era Terciário Franciscano. Eu soube tarde demais. 
(**) Cigano porque ele brincava que, quando bebê, foi trocado por ciganos, e por isso ele tinha uma alma de viajante, de explorador, de cidadão do mundo. Ele nos dizia que não devemos nos acomodar, mas que devemos sempre estar prontos para ir em frente, que o mundo nos pertence e que todo lugar é nossa casa. Valorizar as raízes, sim; recusar desafios, nunca! Sempre os primeiros e os melhores, em tudo. Sempre sim à vida!

(desconheço o autor do poema e tomei a liberdade de mudar a data - está em vermelho - pela data em que meu pai faleceu - quem souber o autor... me informe). 

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quinta-feira, 28 de junho de 2007

Ninguém é melhor que ninguém!

Este é mais um aforismo, idealizado por mentes arguciosas, com o fim precípuo de enganar o ouvinte. Como aqueles outros aforismos: o dinheiro não traz felicidade; o trabalho enobrece...

Bem, eu penso que isso não passa de bobagem. É óbvio que ninguém é igual a ninguém, e, por isso, há necessariamente alguém melhor do que os demais...

Quem não vale nem o ar que respira, repete essa frase à exaustão, na esperança que se torne a mais pura verdade; de lambuja, ergue-se - ao menos em sua curta visão - do lamaçal moral em que vive, para se igualar aos que partirão deste mundo deixando um legado memorável de, ao mesmo tempo, humanidade e grandiosidade.

Quem é melhor que os demais... Bem, este, pela humildade que lhe é peculiar, profere singular sentença, na esperança de passar despercebido ao mundo e à mundanidade, pois que assim já teria recebido sua paga - e não é isso que esse precioso tipo de ser humano ambiciona, em sua sublime e singela sabedoria.

Esse tipo de frase, no entanto, é perniciosa, porque mantém cada qual em seu lugar. Os santos nos altares. E os míseros, no infecundo e abominável substrato moral em que vegetam. Uma vez que, após proferirem tão desoladora e angustiante "verdade", continuam suas vidas, em paralelas que, evidentemente, jamais se tocarão.

Seria mais producente, para ambos, vestir-se de simplicidade e reconhecer seu lugar no mundo, para caminhar, esperançosos, para um futuro mais verdadeiro.

Os santos, a bem da verdade, não teriam grandes recompensas, visto que a falta de modéstia os atiraria ao limbo que abominam.

Mas aos "outros", grande maioria de nós, que andamos por essa vida em turvas nuvens, nos beneficiaria sumamente um banho de franqueza e glória, tornando-nos verdadeiramente humanos. Porque humano não é o que nada em sua própria miséria. Humano é o que busca o Divino. E, embora feito a imagem e semelhança do Criador, vive buscando lhe assemelhar. Ou, pelos menos, essa deveria ser sua aspiração primeira.

Bom, eu preciso burilar mais essa minha elucubração a respeito do tema. Desculpem-me, meus dois leitores, minha imensa ignorância e pobre capacidade de expressão.

Giulia d'Amore di Ugento

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