Este é mais um aforismo, idealizado por mentes arguciosas, com o fim precípuo de enganar o ouvinte. Como aqueles outros aforismos: o dinheiro não traz felicidade; o trabalho enobrece...
Bem, eu penso que isso não passa de bobagem. É óbvio que ninguém é igual a ninguém, e, por isso, há necessariamente alguém melhor do que os demais...
Quem não vale nem o ar que respira, repete essa frase à exaustão, na esperança que se torne a mais pura verdade; de lambuja, ergue-se - ao menos em sua curta visão - do lamaçal moral em que vive, para se igualar aos que partirão deste mundo deixando um legado memorável de, ao mesmo tempo, humanidade e grandiosidade.
Quem é melhor que os demais... Bem, este, pela humildade que lhe é peculiar, profere singular sentença, na esperança de passar despercebido ao mundo e à mundanidade, pois que assim já teria recebido sua paga - e não é isso que esse precioso tipo de ser humano ambiciona, em sua sublime e singela sabedoria.
Esse tipo de frase, no entanto, é perniciosa, porque mantém cada qual em seu lugar. Os santos nos altares. E os míseros, no infecundo e abominável substrato moral em que vegetam. Uma vez que, após proferirem tão desoladora e angustiante "verdade", continuam suas vidas, em paralelas que, evidentemente, jamais se tocarão.
Seria mais producente, para ambos, vestir-se de simplicidade e reconhecer seu lugar no mundo, para caminhar, esperançosos, para um futuro mais verdadeiro.
Os santos, a bem da verdade, não teriam grandes recompensas, visto que a falta de modéstia os atiraria ao limbo que abominam.
Mas aos "outros", grande maioria de nós, que andamos por essa vida em turvas nuvens, nos beneficiaria sumamente um banho de franqueza e glória, tornando-nos verdadeiramente humanos. Porque humano não é o que nada em sua própria miséria. Humano é o que busca o Divino. E, embora feito a imagem e semelhança do Criador, vive buscando lhe assemelhar. Ou, pelos menos, essa deveria ser sua aspiração primeira.
Bom, eu preciso burilar mais essa minha elucubração a respeito do tema. Desculpem-me, meus dois leitores, minha imensa ignorância e pobre capacidade de expressão.
Giulia d'Amore di Ugento
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Bem, eu penso que isso não passa de bobagem. É óbvio que ninguém é igual a ninguém, e, por isso, há necessariamente alguém melhor do que os demais...
Quem não vale nem o ar que respira, repete essa frase à exaustão, na esperança que se torne a mais pura verdade; de lambuja, ergue-se - ao menos em sua curta visão - do lamaçal moral em que vive, para se igualar aos que partirão deste mundo deixando um legado memorável de, ao mesmo tempo, humanidade e grandiosidade.
Quem é melhor que os demais... Bem, este, pela humildade que lhe é peculiar, profere singular sentença, na esperança de passar despercebido ao mundo e à mundanidade, pois que assim já teria recebido sua paga - e não é isso que esse precioso tipo de ser humano ambiciona, em sua sublime e singela sabedoria.
Esse tipo de frase, no entanto, é perniciosa, porque mantém cada qual em seu lugar. Os santos nos altares. E os míseros, no infecundo e abominável substrato moral em que vegetam. Uma vez que, após proferirem tão desoladora e angustiante "verdade", continuam suas vidas, em paralelas que, evidentemente, jamais se tocarão.
Seria mais producente, para ambos, vestir-se de simplicidade e reconhecer seu lugar no mundo, para caminhar, esperançosos, para um futuro mais verdadeiro.
Os santos, a bem da verdade, não teriam grandes recompensas, visto que a falta de modéstia os atiraria ao limbo que abominam.
Mas aos "outros", grande maioria de nós, que andamos por essa vida em turvas nuvens, nos beneficiaria sumamente um banho de franqueza e glória, tornando-nos verdadeiramente humanos. Porque humano não é o que nada em sua própria miséria. Humano é o que busca o Divino. E, embora feito a imagem e semelhança do Criador, vive buscando lhe assemelhar. Ou, pelos menos, essa deveria ser sua aspiração primeira.
Bom, eu preciso burilar mais essa minha elucubração a respeito do tema. Desculpem-me, meus dois leitores, minha imensa ignorância e pobre capacidade de expressão.
Giulia d'Amore di Ugento
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