Uma nova tradição natalina
EVANGELHO DE SÃO LUCAS
2 E viu duas barcas que estacionavam à borda do lago; e os pescadores tinham saído, e lavavam as redes.
3 Entrando numa destas barcas, que era a de Simão, rogou-lhe que se afastasse um pouco da terra. E, estando sentado, ensinava o povo da barca.
4 Quando acabou de falar, disse a Simão: “Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar”.
5 Respondendo Simão, disse-lhe: “Mestre, tendo trabalhado toda a noite, não apanhamos nada; porém, sobre a tua palavra, lançarei a rede”.
6 E, tendo feito isto, apanharam tão grande quantidade de peixes, que a sua rede rompia-se.
7 E fizeram sinal aos companheiros, que estavam na outra barca, para que os viessem ajudar. E vieram, e encheram tanto ambas as barcas, que quase se afundavam.
8 Simão Pedro, vendo isto, lançou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Retira-te de mim, Senhor, pois eu sou um homem pecador”.
9 Porque tanto ele como todos os que se encontravam com ele ficaram possuídos de espanto, por causa da pesca que tinham feito.
10 E o mesmo tinha acontecido a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E Jesus disse a Simão: “Não tenhas medo; desta hora em diante serás pescador de homens”.
11 E, trazidas as barcas para terra, deixando tudo, seguiram-no.
12 Sucedeu que, encontrando-se Jesus numa cidade, eis que apareceu um homem cheio de lepra, o qual, vendo Jesus, prostrou-se com o rosto por terra, e suplicou-lhe, dizendo: “Senhor, se tu queres, podes curar-me”.
13 E Ele, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: “Quero, sê curado”. E imediatamente desapareceu dele a lepra.
14 E Jesus ordenou-lhe que a ninguém o dissesse; “mas vai” (disse-lhe), “mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua cura o que foi ordenado por Moisés, para lhes servir de testemunho”.
15 Entretanto, dilatava-se cada vez mais a fama do seu nome; e concorriam muitas multidões para O ouvir e para ser curadas das suas doenças.
16 Mas Ele retirava-se para lugares desertos, e fazia oração.
17 Aconteceu um dia que estava sentado ensinando, e estavam (igualmente ali) sentados fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia e da Judeia, e de Jerusalém; e a virtude do Senhor[1] estava em sua mão, para os sarar.
18 E eis que uns homens, levando sobre um leito um homem que estava paralítico, procuravam introduzi-lo dentro da casa, e pô-lo diante dele.
19 Porém, não encontrando por onde o introduzir por causa da multidão, subiram ao telhado,
e, levantando as telhas, desceram-no com o seu leito no meio (de todos) diante de Jesus.
20 Vendo a fé destes (homens), disse: “Ó homem, são-te perdoados os teus pecados!”. [2]
21 Então, começaram os escribas e os fariseus a pensar e a dizer: “Quem é Este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?”.
22 Jesus, conhecendo os seus pensamentos, respondendo, disse--lhes: “Que pensais vós nos vossos corações?”.
23 “Que coisa é mais fácil dizer: ‘São-te perdoados os pecados’, ou dizer: ‘Levanta-te e caminha?’.”
24 “Pois, para que saibais que o Filho do homem tem poder sobre a Terra de perdoar pecados, (disse ao paralítico): ‘Eu te digo, levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa’.”
25 E, levantando-se logo em presença deles, tomou o leito em que jazia, e foi para sua casa, glorificando a Deus.
26 E ficaram todos estupefatos, e glorificavam a Deus. E, possuídos de temor, diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas”.
27 Depois disto, saiu (Jesus), e viu sentado ao telônio[3] um publicano, chamado Levi, e disse-lhe: Segue-me.
28 E ele, deixando tudo, e levantando-se, O seguiu.
29 E Levi deu-Lhe um grande banquete em sua casa, onde concorreu grande número de publicanos e de outros, que estavam sentados à mesa com eles.
30 E os fariseus e os seus escribas murmuravam, dizendo aos discípulos de Jesus: “Porque comeis e bebeis vós com os publicanos e com os pecadores?”.
31 E Jesus, respondendo, disse-lhes: “Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos”.
32 “Não vim chamar os justos, mas os pecadores à penitência”.
33 Eles disseram-Lhe: “Por que razão os discípulos de João, e também os dos fariseus, jejuam muitas vezes e fazem orações, e os teus comem e bebem?”
34 E Ele disse-lhes: “Porventura podeis vós fazer jejuar os amigos do esposo, enquanto o esposo está com eles?”.
35 “Mas virão dias em que lhes será tirado o Esposo; então jejuarão nesses dias”.
36 E também lhes disse esta comparação: “Ninguém deita um retalho de vestido novo em vestido velho; doutro modo o novo gasta o velho, e o retalho do novo não condiz com o velho”. 37 “Também ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutro modo o vinho novo fará rebentar os odres, e derramar-se-á o vinho, e perder-se-ão os odres”.
38 “Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e assim ambas as coisas se conservam”.
39 “E ninguém, depois de ter bebido vinho velho, quer imediatamente do novo, porque diz: ‘O velho é melhor’.”
Novo Testamento. Tradução do Padre Matos Soares, 1950, pp. 2159-2162.
[1] “E a virtude do Senhor”... O original diz: “E o poder do Senhor manifestava-se por meio de curas”.
[2] Ver nota, Mat. IX,2.
[3] NdB: “Telônio”. Casa ou mesa onde se recolhiam rendas públicas; banca.
Nunca havia pensado nisso. Vou reler os cinco dias que passaram e começar a partir de amanhã, dia seis.
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