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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Nova tradição natalina - Capítulo II

Uma nova tradição natalina 


EVANGELHO DE SÃO LUCAS



Cap. II — 1 Naqueles dias, saiu um édito de César Augusto, para que se fizesse o recenseamento de todo o mundo. 
2 Este primeiro recenseamento foi feito por Cirino, governador da Síria. 
3 Iam todos recensear-se, cada um à sua cidade. 
4 E José foi também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, que se chamava Belém, porque era da casa e família de David, 
5 para se recensear juntamente com Maria, sua esposa, que estava grávida.
6 E, estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz. 
7 E deu à luz o seu Filho primogênito[1], e o enfaixou, e o reclinou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
8 Ora, naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho.
9 E eis que apareceu junto deles um Anjo do Senhor, e uma claridade divina os cercou, e tiveram grande temor.
10 Porém o Anjo disse-lhes: “Não temais; porque eis que vos anuncio uma grande alegria, que terá todo o povo”.
11 “Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo Senhor”. 
12 “E eis o (que vos servirá de) sinal: Encontrareis um menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura”. 
13 E subitamente apareceu com o Anjo uma multidão de Milícia Celeste louvando a Deus, e dizendo:
14 “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens, (objeto) da boa vontade (de Deus)”.
15 E, depois que os Anjos se retiraram deles para o Céu, os pastores diziam entre si: “Vamos até Belém, e vejamos o que é que lá sucedeu, e o que é que o Senhor nos manifestou”. 
16 E foram com grande pressa, e encontraram Maria e José, e o Menino deitado na manjedoura.  
17 E, vendo isto, conheceram o que lhes tinha sido dito acerca deste Menino. 
18 E todos os que ouviram se admiraram das coisas que lhes diziam os pastores.
19 Ora, Maria conservava todas estas coisas, meditando-as em seu coração. 
20 E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, conforme lhes tinha sido dito. 
21 E, depois que se completaram os oito dias para ser circuncidado o Menino, foi-lhe posto o nome de JESUS, como lhe tinha chamado o Anjo, antes que fosse concebido no ventre (materno). 
22 E, depois que foram concluídos os dias da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor,
23 segundo o que está escrito na lei do Senhor: “Todo o varão primogênito será consagrado ao Senhor”; 
24 “e para oferecerem em sacrifício, conforme o que (também) está escrito na Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos”.
25 Havia então em Jerusalém um homem chamado Simeão, e este homem (era) justo e temente (a Deus), e esperava a “consolação de Israel”; é o Espírito Santo estava nele. 
26 E tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro o Cristo (o Ungido) do Senhor. 
27 E foi ao templo (conduzido) pelo Espírito (de Deus). E, levando os pais o Menino Jesus, para cumprirem segundo o costume da lei a seu respeito, 
28 ele também o tomou em seus braços, e louvou a Deus, dizendo:
29 “Agora, Senhor, podes deixar partir o teu servo em paz, segundo a tua palavra”;
30 “porque os meus olhos viram a tua Salvação”,
31 “a qual preparaste ante a face de todos os povos”;
32 “luz para iluminar as nações, e glória de Israel, teu povo”.
33 E seu pai e mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. 
34 E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este (Menino) está posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição[2]”. 
35 “E uma espada trespassará a tua alma, a fim de se descobrirem[3] os pensamentos escondidos nos corações de muitos”.
36 Havia também uma profetiza, (chamada) Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; estava em idade muito avançada, e tinha vivido sete anos com seu marido, desde a sua virgindade. 
37 E (tinha permanecido) viúva até aos oitenta e quatro anos; e não se afastava do templo servindo a Deus, noite e dia, com jejuns e orações.
38 Ela também, sobrevindo nesta mesma ocasião, louvava o Senhor, e falava dele a todos os que esperavam a redenção de Israel.
39 Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. 
40 O Menino crescia e se fortificava cheio de sabedoria: e a graça de Deus era com ele.
41 Seus pais iam todos os anos a Jerusalém, no dia solene da Páscoa. 
42 E, quando chegou aos doze anos, indo eles a Jerusalém, segundo o costume daquela festa,
43 acabados os dias (que ela durava), quando voltaram, ficou o Menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o advertissem. 
44 E, julgando que ele fosse na comitiva, caminharam uma jornada, e (depois) procuravam-no entre os parentes e conhecidos. 
45 E, não o encontrando, voltaram a Jerusalém em busca dele. 
46 E aconteceu que, três dias depois, o encontraram no templo sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 
47 E todos os que ouviam estavam maravilhados da sua sabedoria e das suas respostas. 
48 Quando o viram, admiraram-se. E sua Mãe disse-lhe: “Filho, porque procedeste assim conosco? Eis que teu pai e eu te procurávamos cheios de aflição”. 
49 E Ele disse-lhe: “Para que me buscáveis[4]? Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de meu Pai?”.
50 E eles não entenderam[5] o que lhes disse. 
51 E desceu com eles, e foi a Nazaré, e era-lhes submisso. E sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. 
52 E Jesus crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e diante dos homens.






Novo Testamento. Tradução do Padre Matos Soares, 1950, pp. 2151-2154. 


Notas do Padre Matos Soares:

[1] Seu filho primogênito. Ver nota em Mat., I, 25. 
[2] “E para ser alvo de contradição”, Jesus será conhecido de todos, e, por causa da doutrina, os homens lutarão continuamente entre si, divididos em dois campos opostos: uns a favor de Jesus, e outros contra. 
[3] “A fim de se descobrirem”... Como conclusão do que disse desde o versículo 34, Simeão dá a entender que, com a vinda do Messias, se verão os ocultos pensamentos dos homens. Ver-se-á a malícia e a hipocrisia de muitos Israelitas que, desprezando a glória de Deus, somente esperavam do Messias as grandezas e as prosperidades terrenas; mas, ao mesmo tempo, também se manifestará a humildade e a docilidade de muitas almas. 
[4] Para que me buscáveis? Jesus não condena os cuidados de Maria e José, mas justifica o seu modo de proceder, mostrando-lhes que, tendo Ele vindo ao mundo para fazer a vontade de seu Pai, facilmente deviam concluir que nunca os abandonaria senão para fazer o que seu Pai lhe ordenou. 
[5] “Não entenderam” toda a extensão das suas palavras.

       

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