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sábado, 30 de maio de 2020

Da necessidade de resistir à tentação de comentar qualquer post do Pale Ideas. #ficaadica


Da necessidade de resistir à tentação de comentar qualquer post do Pale Ideas. #ficaadica



Geralmente, não publico nem respondo a comentários anônimos ou idiotas, por óbvias razões[*], mas este é relevante porque traz uma oportunidade de aprendizado para todos, inclusive para a pobre alma que o escreveu ao comentar o post sobre Teresa de Calcutá:


“Sim, a madre era mesmo uma diaba velha. Mas, como vai o apostolado da maledicência e da difamação? Da destruição de reputações? Soube que vocês disseram que chupar picolé é pecado. Procede essa informação? Quando me contaram eu chorei de rir. Hilários vocês”. 

Já se vê que se trata de um cavalheiro (ou dama) erudito e de bons modos, gente refinada que busca com os auxílios da Religião elevar-se até o Céu, inclusive quanto às maneiras e ao falar. Brinco, mas, de fato, temos, aqui, uma pá de outros assuntos que podem ser tratados, especialmente sobre virtudes ou, melhor, a falta delas. Temos também o bom e velho “acuse-o do que você faz” bolchevique, já muito bem incorporado pela Neo-Direita de olor olavetiano; afinal, de bolchevismo, Olavo entende muito, dando cumprimento ao ditado: “o lobo perde o pelo, mas não perde o vício”. E temos, também, fakes news ouvidas por aí e repetidas pateticamente sem se certificar de sua veracidade. 

Começamos esclarecendo as mentiras


1. Se há um apostolado da maledicência, da difamação e da destruição de reputações, certamente é do Anônimo, porque é exatamente o que veio fazer aqui. Dá até para ver as gotinhas de veneno escorrendo pelo canto da boca, ou... do teclado. Compre um espelho, fofo! Está precisando.   

Meu apostolado é de serviço à Verdade. Eu acredito piamente que Deus é Onipresente e Onisciente, à diferença do Anônimo que parece estar certo de que Deus não sabem quem ele (ou ela) é. Acredito que prestaremos conta a Deus até de nossos pensamentos, e que no Céu não há “jeitinho brasileiro”. Acredito que, no dia de nosso Juízo particular, todos nossos pecados serão postos à luz, e não poderemos tentar enrolar todo um Deus que conhece até a mais ínfima de nossas moléculas. E acredito que, no dia do Juízo Universal, esses mesmos pecados serão expostos à vista de todos, e o que ficou ocultado – como o anonimato covarde – será revelado. Então, neste exato momento quem deveria estar mais preocupado, eu, que não tenho nada a ver com a paçoca e o chiclete fedeliano, ou o Anônimo, que me acusa exatamente do que ele mesmo está fazendo? Bom, eu estou tranquila sobre isso. 

2. Às vezes, quando leio esses comentários velhacos, eu consigo até imaginar quem seja ou de que buraco fétido saiu o detrator. A história de que “chupar picolé é pecado” surgiu em um determinado grupo de que eu participava, vindo de um certo papagaio que apenas repetiu o que ouvira dizer por aí, mas repetiu errado, como na brincadeira do telefone sem fio, sabem? Sugiro que prestem bem atenção ao que os outros dizem e escrevem para não cometerem o mesmo erro. 

A verdade é que a frase correta é “mascar chiclete é pecado”, mas, para tristeza da galerinha tutti-frutti, a frase não é minha ou “nossa”. O autor desse disparate seria o finado professor Orlando Fedeli, guru da Associação Montfort, que proibia a seus asseclas essa prática “bovina”, pois, segundo ele, os homens que imitam os animais pecam. Errado. Essa prática é, sim, nojenta, mas não é pecaminosa. Se isso fosse verdade, ad argumentadum, também seria pecado, por exemplo, viajar de avião porque estaríamos “voando” como pássaros; e até onde sei os fedelianos andam tranquilamente de avião... E seria pecado caçar porque é a principal atividade dos animais carnívoros; ou nadar porque, como todos sabem, os mares e rios estão cheios de animais... nadando!!! Enfim, dá para viajar bonito na maionese seguindo esse raciocínio. Ah!, a título de registro, eu soube disso de ex-integrantes da Montfort que começaram a usar o Tico e o Teco e abandonaram, em peso, aquela movimento. Pena que não perseveraram nesta salutar atividade... humana. 

Tudo isso é hilário mesmo, e hilários somos, porque não há pecado nisso; sobretudo se seguimos fiéis à Verdade, que é o Cristo que morreu por nós na Cruz, e à Santa Igreja que Ele fundou. Pecado é ser um jansenista escrupuloso ou um puritano “espelho de santidade” que mal sabe os Mandamentos, ou sequer rezou o terço do dia, ou, ainda, nem cumpriu as obrigações de estado, mas, cheio de arrogância e empáfia, pretende subir ao púlpito passando-se por um Torquemada. Como diz meu Diretor Espiritual, o escrupuloso esconde pecados inconfessáveis. Aliás, geralmente, esses “santos impolutos” costumam não ter um Diretor Espiritual ou, quando têm, não o consultam nem lhe obedecem. Por exemplo, eu sei que tem uma galerinha que continua lendo o Pale Ideas apesar de ter sido proibido pelo superior... 

Toda essa pataquada seria hilária se não custasse o Paraíso a essas pobres almas negligentes com seus deveres espirituais, que passam tempo demais na internet e no celular e tempo de menos estudando o Catecismo, rezando, capinando um lote...  

E, fica outra dica: ninguém é obrigado a ler o Pale Ideas, para não cair na tentação de querer comentar e passar vergonha à vista, a prazo e no crediário. 

Este post é uma exceção e não pretende estimular mais comentários anônimos do mesmo naipe, serve apenas a propósitos de caridade para com as almas que possam fazer bom proveito dele.  


Giulia d'Amore 


Nota
[*] Explico, ou como se diz hoje, “desenho” para quem não ache óbvio o óbvio: 
(1) Os comentários anônimos são covardes por natureza e essência, ainda que a covardia, em alguns casos, até se compreenda, embora não se justifique. Por isso, não merecem nem devem ser respondidos. Óbvio!  
(2) Os comentários idiotas não merecem ser respondidos por uma questão de caridade e de prudência: (2.1) caridade, porque, ao dar relevância a um idiota, este pode achar que é inteligente, sagaz e esperto, e vai querer continuar nesse esporte que é para poucos; (2.2) prudência, porque, ainda que se responda a título humorístico, por deboche, outras almas podem ser atingidas pela mensagem idiota, no estilo “fale mal, mas falem de mim”, tipo: debochar de um abortistas pode dar “lugar de fala” (sic!) ao aborto, que não deve ser discutido, comentado ou mencionado, porque quanto mais se fala em algo, ou seja, quando se banaliza um assunto, mais as pessoas se acostumam com a ideia: são as tais janelas de Overton. Óbvio também. 

      

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