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domingo, 8 de outubro de 2017

"Correctio filialis": porque não assinar?

Publico este texto do blog da Missão de Betim porque é necessário e esclarecedorainda que óbvio, tanto quanto o é dizermos que "a grama é verde". Mas, se formos obrigados a dizer o óbvio por amor a verdade, o faremos. E não seria necessário fazê-lo se as pessoas mantivessem o catecismo na ponta da língua, tão atualizado como mantém o Facebook. Vamos ao texto, que eu grifaria todo por compartilhar do mesmo, idêntico pensamento



"Correctio filialis": porque não assinar?


“Dialogar com o erro é colocar Deus e o demônio no mesmo plano.” 
Dom Marcel Lefebvre – Carta aberta aos católicos perplexos.



Prezados amigos,

Salve Maria! 
É com algum espanto que notamos um “alvoroço” no mundo “católico”, sobretudo aos que se dizem tradicionais, em virtude da divulgação de um documento batizado como “Correctio filialis e haeresibus propagagatis” onde os signatários
... afirma[m] que o Papa, através de sua Exortação apostólica Amoris laetitia, bem como de outras palavras, atos e omissões a ela relacionados, manteve sete posições heréticas referentes ao casamento, à vida moral e à recepção dos sacramentos, resultando na difusão das mesmas no interior da Igreja Católica. Essas sete heresias são expostas pelos signatários em latim, a língua oficial da Igreja.

E qual é o motivo do nosso espanto? Bom, nós já havíamos tratado e adiantado esse assunto neste texto, e do que falo, senão, de “pessoas tradicionais” em firmar defesa aos signatários dos tais “Dubia” e agora da tal “Correctio filialis”. E por que não podemos corroborar com estes dois últimos escritos? Simplesmente porque são documentos que são aparentemente bons mas não o são. Expliquemos:

É sabido e ressabido que a Exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia trata-se de um documento completamente fora da órbita católica, e que esta Exortação está contaminada de heresia modernista. Também é sabido que 4 cardeais (hoje apenas dois vivos) direcionaram ao Papa Francisco os tais “Dubia” onde eles pedem ao Papa uma posição acerca daquelas proposições. E agora apareceu a tal “Correctio fillialis”.

Acontece que, conforme se depura dos documentos citados (todos os três), se arrimam em documentos conciliares e pós-conciliares, tais como “Familiaris consortio”, “Reconciliatio et penitentia”, “Veritatis splendor”, “Ecclesia de Eucharistia”, todos do Papa João Paulo II, e o “Sacramentum caritatis”, do Papa Bento XVI. No caso dos “Dubia” e da “Correctio filialis”, usam, para justificar o seu petitório, o Código de Direito Canônico de 1983, promulgado pelo Papa João Paulo II.

Acontece que não se combate o erro com outro erro. Não se apaga fogo com gasolina. Nosso Senhor, Verdade Infalível nos ensinou que “quem não está comigo está contra mim; e aquele que comigo não recolhe, espalha” (S. Mateus XII,30), simples assim e bem didático.

Entre os signatários da “Correctio filialis” encontra-se uma figura expoente no “mundo tradicionalista”, o Superior Geral da FSSPX. Há quem diga que esta assinatura representaria “uma pá de cal no suposto acordo entre a FSSPX e Roma”, tendo em vista que o Superior estaria contrariando a Amoris Laetitia. Acontece, meus amigos, que é justamente o contrário. Dom Fellay assina um documento baseado em documentos do Concílio Vaticano II, pós-Vaticano II e arrimado no novo Código de Direito Canônico do Papa João Paulo II de 1983. Com isso, percebe-se nitidamente a aderência da FSSPX às Reformas Conciliares e a falta de atitude própria, precisando aderir a um documento já maculado. Será que pedir coerência é muito?   

O que temos a dizer a respeito? “Deixem que os mortos enterrem seus mortos!” (São Mateus XIII,22). Dom Antônio nos lembra que  “... estamos com uma igreja nova, portanto, com uma fé nova... Trata-se de uma igreja evolutiva, modificando-se sempre para adaptar ao fluxo da História, que não retorna. Já ninguém mais duvida de que essa igreja não é a Igreja Católica da Tradição que remonta dos tempos dos apóstolos. Trata-se, pois, agora de persuadir o povo de que essa é a Igreja Verdadeira, a Igreja de Jesus Cristo”. Este texto foi publicado no Monitor Campista, 04/09/1983. Trecho retirado do livro: “O Pensamento de Dom Antônio de Castro Mayer”, página 47, Editora Permanência, 2010, Rio de Janeiro.

Nós, graças a Deus, “não temos nada a ver, nullam partem habemus, com o panteão de religiões de Assis”. “Eu não sou desta religião. Não aceito esta nova religião. É uma religião liberal, modernista, que tem seu culto, seus sacerdotes, sua fé, seus catecismos, sua Bíblia ecumênica traduzida por católicos, judeus, protestantes, anglicanos, agradando a gregos e troianos, dando satisfação a todo o mundo, sacrificando muito frequentemente a interpretação do Magistério”. (Dom Lefebvre, livro Carta aberta aos católicos perplexos, pág. 128.) 

Com isso, não encorajamos a ninguém que queira permanecer católico a inscrever o seu nome em documentos que nada mais fazem que reafirmar o erro e perpetuar a ideia de que se trata de uma boa obra.  

O nosso fito é permanecermos católicos, e, como se reza na renovação das promessas da Crisma, peçamos a Deus “provei-me do necessário para ser Vosso fiel soldado de maneira que sustentando a luta pela fé receba um dia a coroa da vida eterna”. 


       

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