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domingo, 6 de agosto de 2017

Noivas de outros tempos: quem casa quer casa!

Uma leitura agradável. Copiei somente o texto, pois as fotos retratam o avanço do Modernismo sobre as famílias. Passo! O texto está escrito em português de Portugal, por isso escrevi umas poucas notas para auxiliar quem não conheça os termos.  

Uma confidência: Eu não precisei fazer o meu enxoval, mas fiz o de minha filha durante a gestação, costurado e bordado à mão: vestidinhos, pagãozinhos, lençóis, fronhas, fraldas de tecido (à época, as descartáveis eram muito caras e usadas mais para passeios fora de casa) e outras tantas. Também costurei, à mão ou na máquina de costura, muitas peças que ela usou na infância. Fiz também algumas peças em crochet para minhas irmãs, quando elas casaram. Quando ainda podia, eu também bordei muitos quadros em ponto cruz e em meio ponto. E eu não precisei fazer meu enxoval porque minha mãe começou nosso enxoval - meu e de minhas irmãs - quando eu tinha uns seis anos de idade: todas as peças eram de linho tecido no tear centenário da Nonna Aurelia, uma vizinha que auxiliava minha mãe em muitas coisas e que também bordava à mão todas as peças (foi ela quem nos ensinou a bordar, aliás!). Outras peças eram compradas de vendedores que passavam de porta em porta; minha mãe juntava troquinhos, tudo o que sobrava, para isso. A vida era mais barata antigamente. Além de Nonna Aurelia, tive outras "mestras" em manualidades, inclusive na escola, onde tínhamos aulas de "aplicações técnicas", em que as meninas aprendiam tudo que era tipicamente feminino: cozinhar, costurar, bordar, pintar, fazer artesanato etc.; e os meninos o que lhes dizia respeito: marcenaria, elétrica, desenho técnico (desde fazer uma planta de uma casa até coisas maiores, fora de casa) e etc. Era o mesmo livro, mas a parte dos meninos era área proibida para nós e vice-versa... rsrs. Bons tempos, sem as confusões da ideologia de gênero que nossas crianças enfrentam hoje. Ao texto. 



Noivas de outros tempos




“Quem casa, quer casa”.

Para haver casamento era necessário construir casa, e era o homem que tinha de pôr de pé a casa que iria albergar a sua futura família.

Tudo o que era recheio da casa, competia à mulher. As mães começavam muito cedo a fazer o enxoval para as filhas porque, para uma casa, é preciso muita coisa e quase nada se comprava feito. 

As raparigas, para além de estarem preparadas para executar todos os trabalhos agrícolas (apanha da azeitona, mondas sachas, ceifas etc.), era importante que soubessem pôr uns fundilhos numas calças e remendar com perfeição. [Muito obrigada, Nonna Aurelia!] 

Para completar o seu enxoval, as jovens, ao despique[1] com as outras raparigas, faziam lençóis, almofadas, travesseiros, toalhas, grande parte da roupa interior, colchas, tapetes, almofadas de retalhos, naperons[2] e rendas.  

Os pais iam amealhando o que podiam para fazer face às despesas da boda, cuja ementa[3] se baseava em produtos locais. Normalmente havia carneiro ou borrego guisado com batatas, carne de porco e aves de capoeira. 



Notas do blog 
1. A definição do dicionário é "ato de desagravo; desforra, vingança, desafronta", mas aqui tem o sentido de "competição"; as moças competiam para ver quem fazia os bordados mais belos e requintados
2. Pano de renda ou bordado colocado em cima de mesa ou móvel para proteger ou decorar. No Brasil, costumam chamar de "centro de mesa". 
3. O menu ou cardápio dos pratos servidos na comemoração. 

Fonte: alqueidao.com
    

2 comentários:

  1. Interessante. Mas Giulia, hoje em dia os rapazes e as moças não sabem fazer nada dessas coisas descritas no texto... Coisas do modernismo sem futuro: mauricinhos e patricinhas! Não vou longe. Sei português e matemática, porque sou professor de reforço escolar... Entendo de internet e telemarketing porque fiz cursos profissionalizantes. Agora essas atividades braçais não é comigo... Rsrs Talvez a ideologia de gênero tenha ganhado espaço porque os meninos e as meninas não aprendem mais essas coisas descritas no texto. Hoje os meninos aprendem coisas de meninas e vice-versa... (Isso graças a Deus, eu não passei. Acho que o erro do meu pai, foi o de ter me criado para ser intelectual e bom católico somente, excluindo toda atividade braçal - ele queria só que eu estudasse, brincasse e rezasse. Até hoje, até uma simples mesa é pesada demais pra mim...). Deus te abençoe sempre!

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    1. Desculpe a demora em publicar e responder. Estava envolvida com o calendário 2018 e atividades político-conservadoras extra internet.

      O modernismo enfraqueceu espírito e corpo. Se ou qdo vier uma guerra... sentiremos as consequências.

      Ideologia de gênero ganhou espaço por causa do gramscismo e da indolência dos "bons".

      Fique com Deus e Nossa Senhora.

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