Escrito 04/11/2005 (BEM ANTES, PORTANTO, DE CONHECER A TRADIÇÃO)
Faço questão de registrar isso pq as pessoas podem entender que fui atrás de uma quimera, da noite para o dia.
Encontrei por acaso este texto, que eu havia até esquecido. Há outros, anteriores, posteriores, pela Net, de que me lembrei e que, talvez, um dia, catalogarei. Hoje, não é necessário, não precisa.
Se isto não basta, de que valerão milhares de outras palavras gastas com ouvidos moucos?
Quero, apenas - e contudo - , frisar que minha busca não começou ontem. Percorreu comigo os 48 anos de minha vida. Dividiu comigo noites insones e dias intermináveis, cheios de dúvidas, indagações, perplexidades. Mas isto acabou.
Sou uma 'ex-católica perplexa'; uma católica, apenas, agora. Me encontrei. Encontrei a Igreja. Estou em paz.
Agora, não preciso mais sair da Missa, no meio dela, escandalizada com atitudes e palavras dos padres, que deixaram de ser 'padres' e se chamam agora 'presidente', porque 'preside' uma celebração que de católica guarda apenas o nome, alguns trajes e alguns ritos.
E nem se trata apenas de uma questão de idioma ou saudosismo. Eu sou uma mulher de minha época, não fico vivendo 'do' e 'no' passado ou com a cabeça num futuro (imediato) que nem me pertence. Não sou eu quem vive no 'mundo de Alice' ou em 'Matrix'. Eu vivo aqui, agora.
Quanto ao idioma, é alegação dos tolos. Por acaso, hipócrita, não gastas dinheiro para aprender inglês, francês, alemão e, agora, a língua da moda, mandarim? Quão empenhativo é o latim da Missa? Tão fácil ao ouvido, de som tão harmonioso!
A questão, como disse, nem é esta. Trata-se do Rito, da Verdade e da Fé Católica. O grande problema das pessoas é não ser o centro do Universo. É saber o exato lugar que ocupa e se colocar lá, sem melindres e sem emoções tolas. Todos querem ser o convidado principal da festa, mesmo tendo o Mestre alertado de que justamente este que se reputa tal será 'convidado' a sentar-se longe do Anfitrião, que chamará o 'Último', o 'Húmilde', e este tomará o lugar do outro, que não aprende! Não dá uma dentro!
A questão toda é que o Egoista quer a Missa para si. Celebrada para si, virada para si; alegre e feliz, porque 'si' não gosta de tristezas e chatice. Ao 'Sacrifício' prefere o 'banquete'. Parece que leu das Escrituras as partes que lhe interessavam...
Aos poucos, porém, estamos vendo mudanças piores ainda. Já não basta que o padre celebre a Missa PARA ele, o Homem quer celebrar, por si só, a Missa. A que Deus? Ao único deus que o compreende, o perdoa, o aceita como ele é, não o critica, não o castiga e jamais, por nada desse mundo, nunquinha, o mandaria para o Inferno: ele próprio. O Eu-deus. Maior que o próprio Ego.
Um deus que tudo lhe permite, que lhe concede uma felicidade sem fim, gratuita, sem consequências. Um deus que não o perturba em seu sono com questionamentos éticos; que não acha errado se dar bem na vida, mesmo que para isto deva fazer coisas nada éticas; que entende que, quando o casamento não dá certo, é melhor separar; melhor ainda, um deus que não o perturba com mandamentos antigos, fora de moda, obsoletos, que não se ajustam aos dias de hoje, em que as pessoas são livres e independentes, que podem experimentar o sexo sem culpa antes de casar ('como vou saber se vai dar certo?' - diz o Homem) e, no fim, porque casar? Se somos livres, um papel não pode nos prender... E porque então parar aí? Porque não experimentar coisas novas... que 'antigamente' eram pecado e já não o são, 'porque todo mundo faz'!
Um deus que não o repreender por achar que há casos em que o aborto é 'bom', até 'necessário', porque afinal fazer sofrer tanta gente se pode se resolver rapidamente, antes que nasça e vire um problema. Por enquanto, pois, o infanticídio, como o homossexualismo e outros crimes hediondos contra a dignidade do Ser Humano, já foi moda antes. O Homem, sim, anda saudosista... de um passado em que era 'livre', sem um Deus a perturbá-lo! De quando era apenas 'pagão' e a vida era uma 'eterna festa'!
É! Quem é a 'quadrada' aqui? O mundo já viu este filme, no passado, e não aprende. Está repetindo o mesmo erro de querer ser Deus, ou mais que Deus, porque ser Deus já não basta!
GdA
[...]
E por falar em Deus... Embora não me encontre no costumeiro deserto, várias idéias me afligem a mente e o coração... minha busca pela Verdade precisa ser acompanhada de certezas que não encontro. São muitas as vozes, todas querem ser ouvidas e se afirmam as verdadeiras... Ainda continuo fiel à Igreja, sobretudo pq até agora não encontrei razões ou indícios de que a Verdade se encontra FORA dela... Ainda me digo que a Igreja é feita de Deus e dos homens e que a parte humana é falha, sim. Ainda me parece claro que os dogmas e a doutrina católicos são os que mais coerentes têm se mantido ao longo dos séculos; nada parece turbar a serenidade dela. Mas ainda continuo sentindo que a Igreja daqui está muuuito longe da Igreja de Roma.
E por falar em Deus... Embora não me encontre no costumeiro deserto, várias idéias me afligem a mente e o coração... minha busca pela Verdade precisa ser acompanhada de certezas que não encontro. São muitas as vozes, todas querem ser ouvidas e se afirmam as verdadeiras... Ainda continuo fiel à Igreja, sobretudo pq até agora não encontrei razões ou indícios de que a Verdade se encontra FORA dela... Ainda me digo que a Igreja é feita de Deus e dos homens e que a parte humana é falha, sim. Ainda me parece claro que os dogmas e a doutrina católicos são os que mais coerentes têm se mantido ao longo dos séculos; nada parece turbar a serenidade dela. Mas ainda continuo sentindo que a Igreja daqui está muuuito longe da Igreja de Roma.
Entendo, tb, que hoje as pessoas estão tranqüilas demais, em paz demais com a própria consciência; num comodismo perigoso. Vejo o nome e o rosto de Deus por todo canto, mas tudo cheira a sacrilégio... e a Igreja daqui silencia; há muito dinheiro envolvido nisso, há conceitos tb. Há, talvez, receio e medo de se expor, de se comprometer com o Cristo... é um paradoxo estúpido. Creio que deveria ser proibido estampar Deus nas camisetas, bonés, capacetes, carros e toda sorta de lugar que supersticiosamente pretendem seja protegido por uma imagem, algumas palavras; e não entendem que é inócuo e sacrílego. Vc não vê muçulmanos fazendo isso, nem judeus...
A Igreja daqui se cala sobre muitas outras coisas. Por exemplo, deveria negar a Eucarístia a políticos que são a favor do aborto, do divórcio e de outras formas de agressão à dignidade humana. Tb deveria, de vez, cortar os laços que teima em manter com a massonaria, a política (de esquerda, de direita e de qqr outro tipo), a elite (não comunisticamente falando)... Recobrar sua independência e sua sacralidade.
Há muito em meu coração, e essas névoas não se vão facilmente. Mesmo os afazeres do dia-a-dia não afastam isso de minha mente.
Bom, por hoje é só...
Beijokas
Giulia d'Amore di Ugento