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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

IDOLATRIA

B. Pe. Paolo Manna

Milhões de homens se prostram todos os dias para adorar os ídolos


O espetáculo se faz ainda mais desolador se provamos a olharmos nessas profundas trevas para percebermos algo sobre o estado de abandono, de embrutecimento e de infelicidade no qual jazem essa massa imensa de pobres almas.

No lugar do verdadeiro Deus, a quem se adora?

Milhões e milhões de homens se prostram todos os ias para adorar os ídolos mais fantásticos e monstruosos.

Os seus sacerdotes são dignos representantes de tais deuses. Os descreve o Espírito Santo pela boca de S. Paulo: “Cheios de injustiça, perversidade, avidez, malícia, cheios de inveja, de homicídio, de disputa, de enganos, soberbos, jactancioso, inventores de más ações” (Rom. 1,29-30).

E o que dizer do estado de degradação no qual todas aquelas imensas povoações jazem? “O culto aos ídolos nefandos é causa, princípio e fim de todo mal” (Sabedoria 14,27).

Contemplando tais e tantas misérias nas terras dos infiéis, o coração do Missionário se acende de zelo e piedade; experimenta o que experimentou S. Paulo em Atenas, que “sentia-se dentro da alma amargurado ao ver a cidade cheia de ídolos” (Atos, 17,16).

O coração do divino Redentor se comoveu “ao ver aquela multidão, teve por ela compaixão, por que estava cansadas e exaustas, como ovelhas sem pastor. Então, disse aos seus discípulos ‘A colheita é grande, mas poucos os operários” (Mat. 9,36-37).

Ó, se refletissem os Sacerdotes em qual estado jaz tamanha grande parte do gênero humano; se enxergassem os horrores e as abominações da idolatria, das superstições mais aviltantes!

Se se pensasse um pouco mais ao que solenemente diz o Apóstolo: “Foi revelado que os gentios são coerdeiros, concorporais e co-partícipes da promessa feita por Jesus Cristo em seu Evangelho” (Ef. 3,5), talvez muito mais se moveriam para socorrê-los, muita mais almas seriam regeneradas e salvas, e muitos males seriam aliviados.

“Uma das principais razões por que não muitos se consagram ao Apostolado é a pouca reflexão que se faz, por parte do clero dos países católicos, ao compassivo estado daquelas nações que não receberam a verdade da Santa Religião. Muitos dos sacerdotes, nascidos e educados na unidade da Fé, não se encontram em circunstâncias que lhes permitam sentir ao vivo aquele ‘heartbreak” que provoca a visão da matança espiritual feita pelas trevas da ignorância e das numerosa heresias.

Ó, se soubessem o dom de Deus que lhes foi dado, de terem nascido na abundância das riquezas espirituais, de sentar-se diariamente à Mesa Eucarística, de frequentar quando bem quiserem a casa do Senhor, de ter sempre à mãos os divinos remédios para curar as enfermidades da almas, de usufruir quando bem entenderem dos mistérios todos da bondade e da grandeza do Salvador, certamente muitos sentiriam acender no coração deles um zelo mais eficaz, e, não contentes de simplesmente compadecer-se de longe pela miséria dos outros, colocaria as  mãos à obra, mémores daquele mandamento de Cristo: “Ide, instrui as gentes” (Mat. 28,19).

Excerto retirado de “Operaii autem pauci” – Reflexões sobre vocação para as Missões Extrangeiras” escrito por Padre Paolo Manna¹ e publicado em 1909.
Tradução: Giulia d'Amore di Ugento.
¹ Biografia do Beato Pe. Paolo Manna (1872-1952), missionário em Myanmar, era Superior Geral do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras e Fundador (1916) da Pontifícia União Missionária.


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