Em razão do mais recente comportamento destemperado de Francisco, sites e a mídia católica e não católica se dedicaram a escrever a respeito, recordando episódios escandalosos anteriores similares, assim como outros totalmente opostos, como no tratamento amigável dispensado a abortistas, terroristas, genocidas etc. Escolhi este texto porque resume bem tudo isso e porque tem um estilo peculiar que se assemelha ao de meus escritores italianos preferidos, e ao meu.
Saindo da Basílica Vaticana, após o “Te Deum” do final de ano, a exuberância de uma fiel[2] suscitou uma reação bastante destemperada em seu augusto destinatário. E talvez o fato de ter se tratado de um motus primo primus – como é designado em termos Escolásticos[3] um gesto instintivo e não filtrado pela vontade – evidencia a sua gravidade, não no ato em si, mas naquele que o praticou.
Nenhum de nós é tão tolo ao ponto de pretender que uma pessoa tenha um comportamento sempre comedido e composto[4]: eu mesmo percebo que sou frequentemente alvo da ira ou da impaciência que, olhando friamente, condenaria sem pestanejar. E quem precisa lidar com o trânsito caótico da Cidade Eterna – incluindo os báratros[5] que se abrem nas ruas ou pelas calçadas – sabe bem que certos epítetos irrefreáveis brotam quase espontaneamente nos lábios, mas que, como tais, podem ser deixados de lado sem precisar correr ao Confessionário. Imagino, inclusive, que o fiaccheraio[6] e o médico ortopedista adotem terminologias diferentes, mais ou menos coloridas; assim como o verdureiro de Campo de’Fiori e o Oficial da Cúria recorrem a um enlóquio diferente quando estão a comentar sobre os horrores que o inquilino de Santa Marta[7] cotidianamente nos reserva. Digamos que, nessas situações, a natureza da pessoa se revela, em parte por exasperação e em parte porque certas situações provocam reações que fogem ao nosso controle. E certamente a fadiga também pode contribuir para afrouxar certos freios.
Não quero, portanto, me fingir escandalizado pelo ato em si, embora este seja obviamente inoportuno. O que me desconcerta não são os dois tapas solapados na fiel, nem a reação similar que testemunhamos anos atrás[8], quando o infeliz se viu merecedor inclusive de uma reprimenda verbal nada apropriada para um pontífice. Duvido que o “Pastor Angelicus”[9] tivesse reagido dessa maneira, embora eu não saiba dizer se outros Papas de temperamento mais sanguíneo teriam se distinguido de Bergoglio. Certamente – e isso eu creio que possa ser percebido por todos, especialmente por quem conhece pessoalmente o tipo – espanta o motivo da ação, ou seja, a afronta pessoal. Digo isso com muita tranquilidade, e após ter me interrogado como eu mesmo teria reagido em seu lugar.
Acho que um sobressalto de santa ira se poderia perdoar ou poderia até mesmo ser considerado louvável se fosse motivado por uma causa proporcional, como ver adorar o ídolo de um demônio amazônico no Vaticano[10], ou encontrar-se diante de uma bruxa[11] que se vangloria de ter matado 10.141 crianças no ventre materno com o auxílio de uma bomba de ar para bicicletas. Aliás, creio que o padre James Martin[12] ou certos Prelados pervertidos tomariam bem mais do que dois tapas nas mãos se alguém os conduzisse à minha presença em uma audiência, e aos tapas se seguiria a detenção[13] em Castel Sant’Angelo. E voariam sopapos até para o clérigo que viesse me dizer que a Corredenção de Maria Santíssima é um disparate[14] ou que o proselitismo é uma solene bobagem[15a]. Um chute nas partes moles talvez recuperasse o transviado que, em um Liceu romano, recomendasse aos jovens que não convertam os não Católicos[15b]; ou que tentasse obstinadamente soltar as mãos postas em oração de um acólito[16]. Um “scapaccione”[17] despertaria do torpor àquele que permanece ostensivamente em pé diante do Santíssimo Sacramento[18]; e umas boas pauladas devolveriam a razão ao ímpio que ousa profanar o Matrimônio, a Confissão e a Comunhão admitindo os adúlteros aos Sacramentos[19]. Todas coisas talvez inoportunas, deploráveis, sobretudo para a mentalidade moderna, para os discípulos do Método Montessori[20] e para os sequazes da Misericórdia[21] da seita bergogliana; mas reações humanas – santo Cielo![22] – e, no fundo, motivadas por uma provocação que não ofende a nós[23], mas a nada menos que a Deus[24], à Virgem Santíssima, à Igreja, à salvação das almas. Tecer uma disciplina[25] de cordas e derrubar as mesas dos comerciantes no Templo hoje também mereceria vídeo nas mídias sociais e post no Twitter, e até vejo, do púlpito, o Argentino tomando distância do “fanático” que ousou interferir nas atividades comerciais dos pequenos empreendedores judeus, pedindo-lhes perdão[26], exatamente como fez depois que um bravo Católico austríaco entregou às pútridas águas do Tibre o simulacro infernal da pachamama[27]. “Domus mea domus orationis vocabitur: vos autem fecistis illam speluncam latronum” (Mc 11,17)[28].
Aí está, creio que seja isto que me deixa desconcertado: a ira do Sátrapa[29] se abateu sobre quem ouça tocá-lo e a seu ego monstro, sobre quem questiona suas ordens, quem ergue a voz para denunciar suas deviações doutrinárias, o seu exemplo escandaloso, as suas palavras que beiram a blasfêmia[30]. Sobre quem busca apenas lhe beijar o anel ou se ajoelhar diante dele; às freirinhas que lhe apertam as mãos, ou sobre a pobrezinha que procurou segurá-lo um pouco mais que o necessário[31]. Não houve um ato de santa ira por quem ofende publicamente Nosso Senhor durante o período do Natal, exibindo pelas ruas de Roma cartazes obscenos e blasfemos[32]. Não um sobressalto de protesto por quem vilipendia Nossa Senhora. Não um ato de reação por quem massacra os Cristãos mundo afora e os nascituros no ventre das mães. Nada. A mais total ataraxia[33], que parece mais um flagrante indiferentismo[34], para usar uma expressão mais adequada.
São Nicola de Bari estapeou o herético Ário diante dos Padres do Sínodo de Niceia[35], e aqueles foram tabefes abençoados porque movidos pelo ultraje de ver falseada a pureza da Doutrina confiada por Cristo à Igreja. O mesmo não se pode dizer da reação do Bergoglio, que está mais para ser um Ário do que o Santo Bispo. Naqueles tapas destemperados, naquele olhar sombrio imortalizado por câmeras de tevê e difundido por todo o Orbe, se vê aflorar uma outra pessoa, habilmente dissimulada pela propaganda de regime e por tantos discursos que louvam falsamente a paz e a concórdia. Uma pessoa que também está progressivamente fugindo ao controle de quem o quis na Cátedra de Pedro, e que teme que a imagem hagiográfica laboriosamente construída pelos cortesões possa ser desmascarada por essas pequenas coisas, por reações imprudentes, por gestos instintivos.
Mas também isso é um bem. Porque – como já o escrevi muitas vezes – a verdadeira face da seita enfeudada em Roma não pode não emergir pelo menos às vezes: a mentira, a dissimulação, a adulação dos maus e a difamação dos bons pressupõem uma assiduidade com o Mal que desgasta até os atores mais habilidosos, forçados a se mostrar enganosamente por aquilo que na realidade não são. E aquele tétrico “O Carnaval acabou”[36], pronunciado na “Camera Lachrimatoria”[37] que fica ao lado da Capela Sistina, soa paradoxalmente uma das poucas coisas sinceras ditas involuntariamente por Bergoglio. Caiu a máscara de uma fraude que durou mais de cinquenta anos em nome de um “bonismo”[38] nada original, de uma solidariedade calculista, de uma tolerância por tudo menos para o que é Verdadeiro, Bom, Justo. Nem poderia ser diferente, porque tudo o que assistimos hoje estava contido “in nuce”[39] na deliberada equivocidade, nos equilibrismos semânticos, nas omissões propositais inauguradas pelo Concílio. E não vão pensar que os conjurados do Vaticano II, os autores da reforma litúrgica, os traidores da Máfia de São Galo[40] sejam almas belas, abrasadas pelo amor a Deus e ao próximo: eram apenas prudentes e educados.
Pouco importa se, após o papelão público, que seus spin doctors[41] lhe tenham preparado duas linhas de desculpas para pronunciar publicamente; pelo contrário, justamente essa corrida para consertar os malfeitos é que demonstra quanto hoje esteja em perigo a credibilidade de que desfruta esse conventículo de hereges e lascivos que escolheu em Bergoglio o seu alferes. O atual campeão[42] deles derrota a narrativa adocicada midiática quando tira a máscara de Papa e se mostra qual ele é. “Oportet ut scandala eveniant”[43].
Do site italiano “OPPORTUNE IMPORTUNE”: opportuneimportune.blogspot.com/2020/01/et-dabat-ei-alapas-un-commento-sulle.html. Em 02/01/2020.
Tradução: Giulia d’Amore.
Notas:
[1] O correto é “Et dabant ei alapas”. Em João 19,3: “et veniebant ad eum et dicebant: ‘Ave, rex Iudaeorum!’, et dabant ei alapas”: “e, chegando-se a ele, diziam: ‘Salve, rei dos judeus!’. E batiam-lhe no rosto”. É a humilhação desferida a Nosso Senhor Jesus Cristo pela soldadesca romana.
[2] Posteriormente, veio a público que a senhora fazia um apelo pelos católicos chineses perseguidos pelo Governo daquele País. A reação dela, atônita, mostra como o destempero de Francisco foi demasiado.
[3] “Motus primo primus dicitur, quem voluntas reprimerc non potest, sed subito fine deliberatione insurgit”: “O movimento primo primus é dito de quem não pode reprimir a vontade, mas o fim da deliberação surge imediatamente” in “Scholastica commentaria in D. Thomae Aquinatis doct. angelici”, de Bartolomé Medina, Henning, Couvent des Grands Augustins, Sumptibus Petri Henningii. 1618.
[4] Na verdade, os santos tiveram e têm esse controle, pela prática da renúncia de si mesmo. Acaso, alguém imaginaria um Pio XII fazendo algo parecido?
[5] Refere-se, exagerando como bom italiano, aos buracos nas ruas e calçadas de Roma.
[6] É o cocheiro do “fiacchere”, carruagem pública puxada por um cavalo.
[7] “Domus Sanctae Marthae” (“Casa de Santa Marta”) é um palácio localizado ao lado da Basílica de São Pedro, na Praça de Santa Marta, na Cidade do Vaticano. Construído em 1996, sob João Paulo II, o edifício foi batizado em homenagem a Santa Marta de Betânia, irmã dos santos Maria Madalena e Lázaro. Atualmente, funciona como hospedagem para membros do clero enquanto tratam de negócios com a Santa Sé e como residência para membros do Colégio de Cardeais durante a realização do conclave. Francisco escolheu viver em Santa Marta desde a eleição em março de 2013, após se a viver nos apartamentos pontifícios do Palácio Apostólico. Viciado em pauperismo – a falsa pobreza – o pretexto seria uma vida mais simples e humilde do que viver em um Palácio; por causa disso, também usa sapatos surrados, um relógio de plástico e coisas assim. O “pobre” Francisco, recusando as casulas que já estavam prontas, pois eram dos “papas” anteriores, forçou o Vaticano a gastar os tubos para confeccionar a toque de caixa vestimentas para si e para toda a entourage que participaria da posse dele na presidência da seita conciliar. Quem se recorda, aquilo sim foi uma apoteose carnavalesca...
[8] No dia 16 de fevereiro de 2016, no México, Francisco gritou com um fiel que, na confusão provocada pela sua passagem, quase o faz cair sobre um cadeirante. Cf. https://youtu.be/rycYWVtDPo4. Se ele usasse a Sede gestatória, isso não ocorreria.
[9] Papa Pio XII. De berço nobre, recebeu uma educação primorosa, aprimorada no seminário, onde, antigamente, os padres aprendiam a se portar como padres e a exercitar as virtudes.
[10] No dia 4 de outubro de 2019, festa de São Francisco de Assis, na presença de Francisco e dignitários eclesiásticos, realizou-se nos Jardins do Vaticano uma cerimônia de caráter claramente religioso, como declarado inclusive no comunicado de imprensa do Vaticano de 04-10-2019. Cf. https://www.abim.inf.br/por-que-o-culto-a-pachamama-no-vaticano-nao-era-uma-bagatela.
[11] Refere-se à ex-ministra italiana Emma Bonino, conhecida militante pró-aborto e pró-liberação da maconha do partido libertário “Radicali Italiani”, que Francisco recebeu no Vaticano em 2016, declarando: “Entre os grandes da Itália de hoje estão Giorgio Napolitano (ex-presidente italiano socialista) e Emma Bonino”. Cf. http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/italia/noticias/2016/02/08/Papa-elogia-ex-ministra-italiana-pro-aborto_8912473.html.
[12] Jesuíta norte-americano que lançou um livro em 2017, na esteira da declaração imprudente de Francisco sobre os homossexuais (“Quem sou eu para julgar?”), encorajando os “milhares” de padres e religiosos(as) homossexuais a se assumirem publicamente e a receberem a comunhão (ainda que “praticantes”), afirmando aindaq que a “homofobia” é que é pecado (sic!). Cf. http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/569515-jesuita-james-martin-incentiva-padres-gays-a-sairem-do-armario.
[13] Na verdade, como já publicamos no Pale Ideas, a Igreja faz bem mais do que isso no caso de homossexualismo no clero. Papa São Pio V, através da Bula “Horrendum Illud Scelus”, determinou que os pervertidos deveriam ser reduzidos ao estado laico e entregues à polícia para responderem por seus crimes: “Portanto, desejando adotar com maior rigor o que decretamos desde o início de nosso pontificado, estabelecemos que todo sacerdote ou membro do clero, seja secular ou regular, de qualquer grau ou dignidade, que cometa esse horrendo crime, por força da presente lei seja privado de qualquer privilégio clerical, de qualquer ofício, dignidade e benefício eclesiástico; e que, uma vez degradado pelo juiz eclesiástico, seja entregue imediatamente à autoridade civil para receber a mesma punição que a lei reserva aos leigos que se lançaram nesse abismo”. Cf. http://farfalline.blogspot.com/2013/07/homossexualismo-na-igreja-resposta-de.html.
[14] Francisco negou a Corredenção de Maria, no dia 12 de dezembro 2019, festa de Nossa Senhora de Guadalupe; entre outros absurdos, disse que Maria “mestiçou” Jesus (sic!): http://chiesaepostconcilio.blogspot.com/2019/12/bergoglio-un-guazzabuglio-su-maria.html. Caso alguém tenha dúvidas a respeito da Corredenção, registro que os Santos não tiveram: www.lanuovabq.it/it/i-santi-non-hanno-dubbi-maria-e-corredentrice.
[15] Sobre o proselitismo não ser coisa de católicos, Francisco falou pelo menos em duas ocasiões: primeiro, a jornalistas, em setembro de 2019: http://www.farodiroma.it/i-media-della-chiesa-non-debbono-fare-proselitismo-ne-pubblicita-papa-francesco-seguiamo-quanto-ha-detto-con-chiarezza-benedetto-xvi. Depois, a alunos e professores de um Liceu Clássico em Roma, em dezembro 2019: http://www.vatican.va/content/francesco/it/speeches/2019/december/documents/papa-francesco_20191220_visita-liceo-albertelli.html.
[16] Com vídeo e tudo: https://gloria.tv/post/Zhk6KQ81fdMo1QzTeXsFWiFeH. O acólito não soltou as mãos.
[17] É um tabefe de mão cheia. Não há nada similar em Português.
[18] Alegadamente, Francisco teria problemas nos joelhos, mas isso não o impede de se ajoelhar diante de inimigos de Cristo e da Igreja para lavar-lhes os pés na cerimônia do Lava-pés da Semana Santa (cf. https://gloria.tv/post/M9bPNtAR4rD12uqZkhjviamKK, fotos), ou para beijar-lhes os pés, como fez diante de ditadores e genocidas (cf. https://youtu.be/bXBtjK3Ax5U, vídeo).
[19] Sempre Francisco que, através do documento herético “Amoris Laetitia”, permitiu que divorciados casados de novo (ou seja, adúlteros) recebam a Comunhão: https://www.acidigital.com/noticias/amoris-laetitia-permite-comunhao-a-divorciados-em-nova-uniao-bispo-argentino-diz-que-nao-60880.
[20] Pais, fujam desse método revolucionário.
[21] A misericórdia pregada por Bergoglio dispensa a necessidade de absolvição sacramental; para ele, como “bom” protestante, o Inferno está vazio.
[22] Imprecação tipicamente italiana. Literalmente, "Santo Céu!", denota impaciência diante de um comportamento errôneo, imprudente ou vergonhoso.
[23] Às ofensas pessoais se aplica o “dar a outra face” (Mt 5,43-48).
[24] Às ofensas a Deus, a espada.
[25] Pequeno chicote utilizado para a disciplinar o espírito com a mortificação do corpo. O nome “disciplina” vem da Idade Média, quando os monges mortificavam a carne para conseguirem a “disciplina espiritual”. Pode ser de couro, cânhamo ou metal. O texto faz alusão ao episódio da expulsão dos vendilhões do Templo por Nosso Senhor Jesus Cristo, que, tendo feito um chicote de cordas, expulsou os profanadores derrubando as mesas dos cambistas (João 2,15).
[26] Aqui: www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-10/francisco-fala-das-estatuas-jogadas-no-tibre.html.
[27] Aqui: https://templariodemaria.com.br/declaracao-oficial-dos-catolicos-que-jogaram-os-idolos-de-pachamama-no-rio-tibre.
[28] “Não está porventura escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações (Is 56,7)? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões’ (Jr 7,11)”.
[29] Na antiga Pérsia, era o governador de uma Satrapia. Em sentido figurado, como usado aqui para designar Francisco, é um indivíduo muito poderoso e arbitrário; um déspota.
[30] Aqui, ele foi tíbio. As blasfêmias, heresias e sacrilégios de Francisco são públicos e notórios.
[31] Como dito antes, na verdade, desde os primeiros momentos já se percebe que a mulher, de feições asiáticas e falando inglês, lhe pede que ajude os católicos chineses perseguidos pelo Governo. Isto faz muito mais sentido que a idiotice de que ele perdeu a paciência porque a mulher o teria machucado ao puxar abruptamente um pobre velhote octogenário... sic! Depois, se falou também que ela teria câncer e que pedia orações. Mas a primeira versão tem comprovação pela simples leitura dos lábios dela.
[32] Veicularam cartazes com um “jesus” pedófilo obsceno. Cf. https://voxnews.info/2019/12/16/il-manifesto-con-gesu-pedofilo-a-roma-provateci-con-maometto. A prefeita de Roma, Virginia Raggi, uma perfeita estúpida esquerdista, não atendeu aos pedidos dos fiéis, nem dos políticos que vociferaram na mídia. Mas ela é de Esquerda. Francisco ficou calado. Como ficou calado na questão do filme brasileiro blasfemo da Netflix que alcançou projeção mundial, com petições virtuais lançadas em vários idiomas. Não só Francisco não se manifestou, como é público e notório que cartazes da Netflix propagandeando o filme “Os Dois Papas” – dirigido por Fernando Meirelles e escrito por Anthony McCarten, com base na obra de McCarten, "O Papa"; pura fiction, bondosa com Francisco e maligna com Bento (porque para alguns Bento é o verdadeiro papa e tradicionalíssimo; por isso importa denegrir a sua imagem) – podem ser vistos nas paredes dos edifícios vaticanos. Ainda em tema de entretenimento, foi tornado público que o Vaticano co-patrocinou um filme que narra a biografia do cantor Elton John com cenas de sexo sodomita explicito, cf. https://www.expressoceara.com.br/noticias/bagarre/vaticano-financia-uma-cinebiografia-pro-lgbt.
[33] Ataraxia traduz-se como uma “ausência de inquietude/preocupação”, “tranquilidade de ânimo”.
[34] O termo “Menefreghismo” vem da expressão italiana “me ne frego”, ou seja, “eu não me importo”.
[35] É o Primeiro Concílio de Niceia, que condenou a heresia arianista.
[36] Aqui: www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/03/130316_papa_carnaval_estilo_willey_rw.
[37] É um dos ambientes mais secretos e mais distantes de câmeras e filmadoras do Conclave, onde ocorre a vestição do neo-eleito após a aceitação do Pontificado. É chamado assim por causa da emoção que toma conta do eleito, mas também por dar-se conta da responsabilidade que passará a ter sobre seus ombros.
[38] “Buonismo” (vem de “buono”, que significa “bom” em italiano) é a ostentação de bons sentimentos, de tolerância, de benevolência para com o adversário, sobretudo nos ambientes políticos; é um neologismo surgido nos ambientes jornalísticos para criticar os políticos que dissimulam virtudes que não possuem. Pode-se dizer “bonismo” ou “bonista” (a pessoa), em Português.
[39] In nuce é uma locução latina (significa “em uma noz”). De origem incerta, é usada com o significado de “em poucas palavras, brevemente, em síntese”, particularmente referindo-se a uma exposição que contenha concisamente os elementos necessários de uma doutrina, ou também a um fenômeno ainda no estágio embrionário que antevê apenas os seus futuros desenvolvimentos (no significado de noz como “semente, caroço”): uma ideia, um projeto, uma obra teatral apenas esboçada, por exemplo. No texto, tem o segundo uso, ou seja, que o que testemunhamos estava contido, como em uma semente, no ideal conciliar.
[40] Refere-se ao chamado “Grupo de São Galo”, um grupo informal de sacerdotes relativistas e modernistas do alto clero que se reunia todos os anos em janeiro, perto de São Galo, na Suíça, para debater e contestar livremente assuntos eclesiásticos e os dogmas católicos, discutir reformas na Igreja, incluindo a nomeação de bispos, a colegialidade, o papel das conferências episcopais, o primado papal e a moral sexual. O Bispo de São Galo, mons. Ivo Fürer, como anfitrião do grupo, descreveu-o como um Freundeskreis (“um círculo de amigos”), que, por ser um grupo informal, não tinha um nome oficial. O nome “Grupo de São Galo” veio a público através da biografia do cardeal Godfried Danneels, publicada pelos historiadores Karim Schelkens e Jurgen Mettepenningen em 2015, na qual se narra que alguns membros utilizavam essa expressão para marcar o evento em suas agendas. Há outros nomes: “Grupo de Sangalo”, “Máfia de S. Galo” e “Clube de São Galo”.
[41] “Spin doctor” é outro neologismo e descreve a atuação de um especialista em assessoria de imprensa, relações públicas e comunicação política, mas também pode ser um perito em marketing eleitoral, porta-voz de um partido político, perito em sondagens, comentador político ou outros técnicos de comunicação a serviço de pessoas, partidos ou governos. São agentes políticos que atuam nos bastidores do poder. O termo foi usado pela primeira vez em 1984, pelo colunista político do The New York Times, William Safire, durante a corrida eleitoral de Ronald Reagan à Casa Branca contra Walter Mondale.
[42] “Campeão” é o guerreiro escolhido para representar um Rei, um povoado, um país em contendas esportivas ou militares. O mais célebre é certamente “El Cid, campeador”.
[43] Em Mt 18,7 (“É inevitável que aconteçam escândalos”) e em Lc 17,1 (“É impossível que não ocorram os escândalos, mas aí do homem que os produz”), com o “Oportet ut veniant scandala”, Jesus quis dizer que, às vezes, pelo bem comum, para forçar a uma justa reação, é necessário que eventos escandalosos ocorram.
“ET DABAT EI ALAPAS”[1] – UM COMENTÁRIO SOBRE AS REAÇÕES DESTEMPERADAS DE BERGOGLIO
Saindo da Basílica Vaticana, após o “Te Deum” do final de ano, a exuberância de uma fiel[2] suscitou uma reação bastante destemperada em seu augusto destinatário. E talvez o fato de ter se tratado de um motus primo primus – como é designado em termos Escolásticos[3] um gesto instintivo e não filtrado pela vontade – evidencia a sua gravidade, não no ato em si, mas naquele que o praticou.
Nenhum de nós é tão tolo ao ponto de pretender que uma pessoa tenha um comportamento sempre comedido e composto[4]: eu mesmo percebo que sou frequentemente alvo da ira ou da impaciência que, olhando friamente, condenaria sem pestanejar. E quem precisa lidar com o trânsito caótico da Cidade Eterna – incluindo os báratros[5] que se abrem nas ruas ou pelas calçadas – sabe bem que certos epítetos irrefreáveis brotam quase espontaneamente nos lábios, mas que, como tais, podem ser deixados de lado sem precisar correr ao Confessionário. Imagino, inclusive, que o fiaccheraio[6] e o médico ortopedista adotem terminologias diferentes, mais ou menos coloridas; assim como o verdureiro de Campo de’Fiori e o Oficial da Cúria recorrem a um enlóquio diferente quando estão a comentar sobre os horrores que o inquilino de Santa Marta[7] cotidianamente nos reserva. Digamos que, nessas situações, a natureza da pessoa se revela, em parte por exasperação e em parte porque certas situações provocam reações que fogem ao nosso controle. E certamente a fadiga também pode contribuir para afrouxar certos freios.
Não quero, portanto, me fingir escandalizado pelo ato em si, embora este seja obviamente inoportuno. O que me desconcerta não são os dois tapas solapados na fiel, nem a reação similar que testemunhamos anos atrás[8], quando o infeliz se viu merecedor inclusive de uma reprimenda verbal nada apropriada para um pontífice. Duvido que o “Pastor Angelicus”[9] tivesse reagido dessa maneira, embora eu não saiba dizer se outros Papas de temperamento mais sanguíneo teriam se distinguido de Bergoglio. Certamente – e isso eu creio que possa ser percebido por todos, especialmente por quem conhece pessoalmente o tipo – espanta o motivo da ação, ou seja, a afronta pessoal. Digo isso com muita tranquilidade, e após ter me interrogado como eu mesmo teria reagido em seu lugar.
Acho que um sobressalto de santa ira se poderia perdoar ou poderia até mesmo ser considerado louvável se fosse motivado por uma causa proporcional, como ver adorar o ídolo de um demônio amazônico no Vaticano[10], ou encontrar-se diante de uma bruxa[11] que se vangloria de ter matado 10.141 crianças no ventre materno com o auxílio de uma bomba de ar para bicicletas. Aliás, creio que o padre James Martin[12] ou certos Prelados pervertidos tomariam bem mais do que dois tapas nas mãos se alguém os conduzisse à minha presença em uma audiência, e aos tapas se seguiria a detenção[13] em Castel Sant’Angelo. E voariam sopapos até para o clérigo que viesse me dizer que a Corredenção de Maria Santíssima é um disparate[14] ou que o proselitismo é uma solene bobagem[15a]. Um chute nas partes moles talvez recuperasse o transviado que, em um Liceu romano, recomendasse aos jovens que não convertam os não Católicos[15b]; ou que tentasse obstinadamente soltar as mãos postas em oração de um acólito[16]. Um “scapaccione”[17] despertaria do torpor àquele que permanece ostensivamente em pé diante do Santíssimo Sacramento[18]; e umas boas pauladas devolveriam a razão ao ímpio que ousa profanar o Matrimônio, a Confissão e a Comunhão admitindo os adúlteros aos Sacramentos[19]. Todas coisas talvez inoportunas, deploráveis, sobretudo para a mentalidade moderna, para os discípulos do Método Montessori[20] e para os sequazes da Misericórdia[21] da seita bergogliana; mas reações humanas – santo Cielo![22] – e, no fundo, motivadas por uma provocação que não ofende a nós[23], mas a nada menos que a Deus[24], à Virgem Santíssima, à Igreja, à salvação das almas. Tecer uma disciplina[25] de cordas e derrubar as mesas dos comerciantes no Templo hoje também mereceria vídeo nas mídias sociais e post no Twitter, e até vejo, do púlpito, o Argentino tomando distância do “fanático” que ousou interferir nas atividades comerciais dos pequenos empreendedores judeus, pedindo-lhes perdão[26], exatamente como fez depois que um bravo Católico austríaco entregou às pútridas águas do Tibre o simulacro infernal da pachamama[27]. “Domus mea domus orationis vocabitur: vos autem fecistis illam speluncam latronum” (Mc 11,17)[28].
Aí está, creio que seja isto que me deixa desconcertado: a ira do Sátrapa[29] se abateu sobre quem ouça tocá-lo e a seu ego monstro, sobre quem questiona suas ordens, quem ergue a voz para denunciar suas deviações doutrinárias, o seu exemplo escandaloso, as suas palavras que beiram a blasfêmia[30]. Sobre quem busca apenas lhe beijar o anel ou se ajoelhar diante dele; às freirinhas que lhe apertam as mãos, ou sobre a pobrezinha que procurou segurá-lo um pouco mais que o necessário[31]. Não houve um ato de santa ira por quem ofende publicamente Nosso Senhor durante o período do Natal, exibindo pelas ruas de Roma cartazes obscenos e blasfemos[32]. Não um sobressalto de protesto por quem vilipendia Nossa Senhora. Não um ato de reação por quem massacra os Cristãos mundo afora e os nascituros no ventre das mães. Nada. A mais total ataraxia[33], que parece mais um flagrante indiferentismo[34], para usar uma expressão mais adequada.
São Nicola de Bari estapeou o herético Ário diante dos Padres do Sínodo de Niceia[35], e aqueles foram tabefes abençoados porque movidos pelo ultraje de ver falseada a pureza da Doutrina confiada por Cristo à Igreja. O mesmo não se pode dizer da reação do Bergoglio, que está mais para ser um Ário do que o Santo Bispo. Naqueles tapas destemperados, naquele olhar sombrio imortalizado por câmeras de tevê e difundido por todo o Orbe, se vê aflorar uma outra pessoa, habilmente dissimulada pela propaganda de regime e por tantos discursos que louvam falsamente a paz e a concórdia. Uma pessoa que também está progressivamente fugindo ao controle de quem o quis na Cátedra de Pedro, e que teme que a imagem hagiográfica laboriosamente construída pelos cortesões possa ser desmascarada por essas pequenas coisas, por reações imprudentes, por gestos instintivos.
Mas também isso é um bem. Porque – como já o escrevi muitas vezes – a verdadeira face da seita enfeudada em Roma não pode não emergir pelo menos às vezes: a mentira, a dissimulação, a adulação dos maus e a difamação dos bons pressupõem uma assiduidade com o Mal que desgasta até os atores mais habilidosos, forçados a se mostrar enganosamente por aquilo que na realidade não são. E aquele tétrico “O Carnaval acabou”[36], pronunciado na “Camera Lachrimatoria”[37] que fica ao lado da Capela Sistina, soa paradoxalmente uma das poucas coisas sinceras ditas involuntariamente por Bergoglio. Caiu a máscara de uma fraude que durou mais de cinquenta anos em nome de um “bonismo”[38] nada original, de uma solidariedade calculista, de uma tolerância por tudo menos para o que é Verdadeiro, Bom, Justo. Nem poderia ser diferente, porque tudo o que assistimos hoje estava contido “in nuce”[39] na deliberada equivocidade, nos equilibrismos semânticos, nas omissões propositais inauguradas pelo Concílio. E não vão pensar que os conjurados do Vaticano II, os autores da reforma litúrgica, os traidores da Máfia de São Galo[40] sejam almas belas, abrasadas pelo amor a Deus e ao próximo: eram apenas prudentes e educados.
Pouco importa se, após o papelão público, que seus spin doctors[41] lhe tenham preparado duas linhas de desculpas para pronunciar publicamente; pelo contrário, justamente essa corrida para consertar os malfeitos é que demonstra quanto hoje esteja em perigo a credibilidade de que desfruta esse conventículo de hereges e lascivos que escolheu em Bergoglio o seu alferes. O atual campeão[42] deles derrota a narrativa adocicada midiática quando tira a máscara de Papa e se mostra qual ele é. “Oportet ut scandala eveniant”[43].
Do site italiano “OPPORTUNE IMPORTUNE”: opportuneimportune.blogspot.com/2020/01/et-dabat-ei-alapas-un-commento-sulle.html. Em 02/01/2020.
Tradução: Giulia d’Amore.
Notas:
[1] O correto é “Et dabant ei alapas”. Em João 19,3: “et veniebant ad eum et dicebant: ‘Ave, rex Iudaeorum!’, et dabant ei alapas”: “e, chegando-se a ele, diziam: ‘Salve, rei dos judeus!’. E batiam-lhe no rosto”. É a humilhação desferida a Nosso Senhor Jesus Cristo pela soldadesca romana.
[2] Posteriormente, veio a público que a senhora fazia um apelo pelos católicos chineses perseguidos pelo Governo daquele País. A reação dela, atônita, mostra como o destempero de Francisco foi demasiado.
[3] “Motus primo primus dicitur, quem voluntas reprimerc non potest, sed subito fine deliberatione insurgit”: “O movimento primo primus é dito de quem não pode reprimir a vontade, mas o fim da deliberação surge imediatamente” in “Scholastica commentaria in D. Thomae Aquinatis doct. angelici”, de Bartolomé Medina, Henning, Couvent des Grands Augustins, Sumptibus Petri Henningii. 1618.
[4] Na verdade, os santos tiveram e têm esse controle, pela prática da renúncia de si mesmo. Acaso, alguém imaginaria um Pio XII fazendo algo parecido?
[5] Refere-se, exagerando como bom italiano, aos buracos nas ruas e calçadas de Roma.
[6] É o cocheiro do “fiacchere”, carruagem pública puxada por um cavalo.
[7] “Domus Sanctae Marthae” (“Casa de Santa Marta”) é um palácio localizado ao lado da Basílica de São Pedro, na Praça de Santa Marta, na Cidade do Vaticano. Construído em 1996, sob João Paulo II, o edifício foi batizado em homenagem a Santa Marta de Betânia, irmã dos santos Maria Madalena e Lázaro. Atualmente, funciona como hospedagem para membros do clero enquanto tratam de negócios com a Santa Sé e como residência para membros do Colégio de Cardeais durante a realização do conclave. Francisco escolheu viver em Santa Marta desde a eleição em março de 2013, após se a viver nos apartamentos pontifícios do Palácio Apostólico. Viciado em pauperismo – a falsa pobreza – o pretexto seria uma vida mais simples e humilde do que viver em um Palácio; por causa disso, também usa sapatos surrados, um relógio de plástico e coisas assim. O “pobre” Francisco, recusando as casulas que já estavam prontas, pois eram dos “papas” anteriores, forçou o Vaticano a gastar os tubos para confeccionar a toque de caixa vestimentas para si e para toda a entourage que participaria da posse dele na presidência da seita conciliar. Quem se recorda, aquilo sim foi uma apoteose carnavalesca...
[8] No dia 16 de fevereiro de 2016, no México, Francisco gritou com um fiel que, na confusão provocada pela sua passagem, quase o faz cair sobre um cadeirante. Cf. https://youtu.be/rycYWVtDPo4. Se ele usasse a Sede gestatória, isso não ocorreria.
[9] Papa Pio XII. De berço nobre, recebeu uma educação primorosa, aprimorada no seminário, onde, antigamente, os padres aprendiam a se portar como padres e a exercitar as virtudes.
[10] No dia 4 de outubro de 2019, festa de São Francisco de Assis, na presença de Francisco e dignitários eclesiásticos, realizou-se nos Jardins do Vaticano uma cerimônia de caráter claramente religioso, como declarado inclusive no comunicado de imprensa do Vaticano de 04-10-2019. Cf. https://www.abim.inf.br/por-que-o-culto-a-pachamama-no-vaticano-nao-era-uma-bagatela.
[11] Refere-se à ex-ministra italiana Emma Bonino, conhecida militante pró-aborto e pró-liberação da maconha do partido libertário “Radicali Italiani”, que Francisco recebeu no Vaticano em 2016, declarando: “Entre os grandes da Itália de hoje estão Giorgio Napolitano (ex-presidente italiano socialista) e Emma Bonino”. Cf. http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/italia/noticias/2016/02/08/Papa-elogia-ex-ministra-italiana-pro-aborto_8912473.html.
[12] Jesuíta norte-americano que lançou um livro em 2017, na esteira da declaração imprudente de Francisco sobre os homossexuais (“Quem sou eu para julgar?”), encorajando os “milhares” de padres e religiosos(as) homossexuais a se assumirem publicamente e a receberem a comunhão (ainda que “praticantes”), afirmando aindaq que a “homofobia” é que é pecado (sic!). Cf. http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/569515-jesuita-james-martin-incentiva-padres-gays-a-sairem-do-armario.
[13] Na verdade, como já publicamos no Pale Ideas, a Igreja faz bem mais do que isso no caso de homossexualismo no clero. Papa São Pio V, através da Bula “Horrendum Illud Scelus”, determinou que os pervertidos deveriam ser reduzidos ao estado laico e entregues à polícia para responderem por seus crimes: “Portanto, desejando adotar com maior rigor o que decretamos desde o início de nosso pontificado, estabelecemos que todo sacerdote ou membro do clero, seja secular ou regular, de qualquer grau ou dignidade, que cometa esse horrendo crime, por força da presente lei seja privado de qualquer privilégio clerical, de qualquer ofício, dignidade e benefício eclesiástico; e que, uma vez degradado pelo juiz eclesiástico, seja entregue imediatamente à autoridade civil para receber a mesma punição que a lei reserva aos leigos que se lançaram nesse abismo”. Cf. http://farfalline.blogspot.com/2013/07/homossexualismo-na-igreja-resposta-de.html.
[14] Francisco negou a Corredenção de Maria, no dia 12 de dezembro 2019, festa de Nossa Senhora de Guadalupe; entre outros absurdos, disse que Maria “mestiçou” Jesus (sic!): http://chiesaepostconcilio.blogspot.com/2019/12/bergoglio-un-guazzabuglio-su-maria.html. Caso alguém tenha dúvidas a respeito da Corredenção, registro que os Santos não tiveram: www.lanuovabq.it/it/i-santi-non-hanno-dubbi-maria-e-corredentrice.
[15] Sobre o proselitismo não ser coisa de católicos, Francisco falou pelo menos em duas ocasiões: primeiro, a jornalistas, em setembro de 2019: http://www.farodiroma.it/i-media-della-chiesa-non-debbono-fare-proselitismo-ne-pubblicita-papa-francesco-seguiamo-quanto-ha-detto-con-chiarezza-benedetto-xvi. Depois, a alunos e professores de um Liceu Clássico em Roma, em dezembro 2019: http://www.vatican.va/content/francesco/it/speeches/2019/december/documents/papa-francesco_20191220_visita-liceo-albertelli.html.
[16] Com vídeo e tudo: https://gloria.tv/post/Zhk6KQ81fdMo1QzTeXsFWiFeH. O acólito não soltou as mãos.
[17] É um tabefe de mão cheia. Não há nada similar em Português.
[18] Alegadamente, Francisco teria problemas nos joelhos, mas isso não o impede de se ajoelhar diante de inimigos de Cristo e da Igreja para lavar-lhes os pés na cerimônia do Lava-pés da Semana Santa (cf. https://gloria.tv/post/M9bPNtAR4rD12uqZkhjviamKK, fotos), ou para beijar-lhes os pés, como fez diante de ditadores e genocidas (cf. https://youtu.be/bXBtjK3Ax5U, vídeo).
[19] Sempre Francisco que, através do documento herético “Amoris Laetitia”, permitiu que divorciados casados de novo (ou seja, adúlteros) recebam a Comunhão: https://www.acidigital.com/noticias/amoris-laetitia-permite-comunhao-a-divorciados-em-nova-uniao-bispo-argentino-diz-que-nao-60880.
[20] Pais, fujam desse método revolucionário.
[21] A misericórdia pregada por Bergoglio dispensa a necessidade de absolvição sacramental; para ele, como “bom” protestante, o Inferno está vazio.
[22] Imprecação tipicamente italiana. Literalmente, "Santo Céu!", denota impaciência diante de um comportamento errôneo, imprudente ou vergonhoso.
[23] Às ofensas pessoais se aplica o “dar a outra face” (Mt 5,43-48).
[24] Às ofensas a Deus, a espada.
[25] Pequeno chicote utilizado para a disciplinar o espírito com a mortificação do corpo. O nome “disciplina” vem da Idade Média, quando os monges mortificavam a carne para conseguirem a “disciplina espiritual”. Pode ser de couro, cânhamo ou metal. O texto faz alusão ao episódio da expulsão dos vendilhões do Templo por Nosso Senhor Jesus Cristo, que, tendo feito um chicote de cordas, expulsou os profanadores derrubando as mesas dos cambistas (João 2,15).
[26] Aqui: www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-10/francisco-fala-das-estatuas-jogadas-no-tibre.html.
[27] Aqui: https://templariodemaria.com.br/declaracao-oficial-dos-catolicos-que-jogaram-os-idolos-de-pachamama-no-rio-tibre.
[28] “Não está porventura escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações (Is 56,7)? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões’ (Jr 7,11)”.
[29] Na antiga Pérsia, era o governador de uma Satrapia. Em sentido figurado, como usado aqui para designar Francisco, é um indivíduo muito poderoso e arbitrário; um déspota.
[30] Aqui, ele foi tíbio. As blasfêmias, heresias e sacrilégios de Francisco são públicos e notórios.
[31] Como dito antes, na verdade, desde os primeiros momentos já se percebe que a mulher, de feições asiáticas e falando inglês, lhe pede que ajude os católicos chineses perseguidos pelo Governo. Isto faz muito mais sentido que a idiotice de que ele perdeu a paciência porque a mulher o teria machucado ao puxar abruptamente um pobre velhote octogenário... sic! Depois, se falou também que ela teria câncer e que pedia orações. Mas a primeira versão tem comprovação pela simples leitura dos lábios dela.
[32] Veicularam cartazes com um “jesus” pedófilo obsceno. Cf. https://voxnews.info/2019/12/16/il-manifesto-con-gesu-pedofilo-a-roma-provateci-con-maometto. A prefeita de Roma, Virginia Raggi, uma perfeita estúpida esquerdista, não atendeu aos pedidos dos fiéis, nem dos políticos que vociferaram na mídia. Mas ela é de Esquerda. Francisco ficou calado. Como ficou calado na questão do filme brasileiro blasfemo da Netflix que alcançou projeção mundial, com petições virtuais lançadas em vários idiomas. Não só Francisco não se manifestou, como é público e notório que cartazes da Netflix propagandeando o filme “Os Dois Papas” – dirigido por Fernando Meirelles e escrito por Anthony McCarten, com base na obra de McCarten, "O Papa"; pura fiction, bondosa com Francisco e maligna com Bento (porque para alguns Bento é o verdadeiro papa e tradicionalíssimo; por isso importa denegrir a sua imagem) – podem ser vistos nas paredes dos edifícios vaticanos. Ainda em tema de entretenimento, foi tornado público que o Vaticano co-patrocinou um filme que narra a biografia do cantor Elton John com cenas de sexo sodomita explicito, cf. https://www.expressoceara.com.br/noticias/bagarre/vaticano-financia-uma-cinebiografia-pro-lgbt.
[33] Ataraxia traduz-se como uma “ausência de inquietude/preocupação”, “tranquilidade de ânimo”.
[34] O termo “Menefreghismo” vem da expressão italiana “me ne frego”, ou seja, “eu não me importo”.
[35] É o Primeiro Concílio de Niceia, que condenou a heresia arianista.
[36] Aqui: www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/03/130316_papa_carnaval_estilo_willey_rw.
[37] É um dos ambientes mais secretos e mais distantes de câmeras e filmadoras do Conclave, onde ocorre a vestição do neo-eleito após a aceitação do Pontificado. É chamado assim por causa da emoção que toma conta do eleito, mas também por dar-se conta da responsabilidade que passará a ter sobre seus ombros.
[38] “Buonismo” (vem de “buono”, que significa “bom” em italiano) é a ostentação de bons sentimentos, de tolerância, de benevolência para com o adversário, sobretudo nos ambientes políticos; é um neologismo surgido nos ambientes jornalísticos para criticar os políticos que dissimulam virtudes que não possuem. Pode-se dizer “bonismo” ou “bonista” (a pessoa), em Português.
[39] In nuce é uma locução latina (significa “em uma noz”). De origem incerta, é usada com o significado de “em poucas palavras, brevemente, em síntese”, particularmente referindo-se a uma exposição que contenha concisamente os elementos necessários de uma doutrina, ou também a um fenômeno ainda no estágio embrionário que antevê apenas os seus futuros desenvolvimentos (no significado de noz como “semente, caroço”): uma ideia, um projeto, uma obra teatral apenas esboçada, por exemplo. No texto, tem o segundo uso, ou seja, que o que testemunhamos estava contido, como em uma semente, no ideal conciliar.
[40] Refere-se ao chamado “Grupo de São Galo”, um grupo informal de sacerdotes relativistas e modernistas do alto clero que se reunia todos os anos em janeiro, perto de São Galo, na Suíça, para debater e contestar livremente assuntos eclesiásticos e os dogmas católicos, discutir reformas na Igreja, incluindo a nomeação de bispos, a colegialidade, o papel das conferências episcopais, o primado papal e a moral sexual. O Bispo de São Galo, mons. Ivo Fürer, como anfitrião do grupo, descreveu-o como um Freundeskreis (“um círculo de amigos”), que, por ser um grupo informal, não tinha um nome oficial. O nome “Grupo de São Galo” veio a público através da biografia do cardeal Godfried Danneels, publicada pelos historiadores Karim Schelkens e Jurgen Mettepenningen em 2015, na qual se narra que alguns membros utilizavam essa expressão para marcar o evento em suas agendas. Há outros nomes: “Grupo de Sangalo”, “Máfia de S. Galo” e “Clube de São Galo”.
[41] “Spin doctor” é outro neologismo e descreve a atuação de um especialista em assessoria de imprensa, relações públicas e comunicação política, mas também pode ser um perito em marketing eleitoral, porta-voz de um partido político, perito em sondagens, comentador político ou outros técnicos de comunicação a serviço de pessoas, partidos ou governos. São agentes políticos que atuam nos bastidores do poder. O termo foi usado pela primeira vez em 1984, pelo colunista político do The New York Times, William Safire, durante a corrida eleitoral de Ronald Reagan à Casa Branca contra Walter Mondale.
[42] “Campeão” é o guerreiro escolhido para representar um Rei, um povoado, um país em contendas esportivas ou militares. O mais célebre é certamente “El Cid, campeador”.
[43] Em Mt 18,7 (“É inevitável que aconteçam escândalos”) e em Lc 17,1 (“É impossível que não ocorram os escândalos, mas aí do homem que os produz”), com o “Oportet ut veniant scandala”, Jesus quis dizer que, às vezes, pelo bem comum, para forçar a uma justa reação, é necessário que eventos escandalosos ocorram.
Gostei, muito bem espricado, as pessoas precisam saber a verdade, doa a quem doer, a mídia tradicional não mostraria.
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