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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Festa dos santos Anjos da Guarda



Festa dos santos Anjos da Guarda 



Angelis suis mandavit de te, ut custodiant te in omnibus viis tuis — "Mandou os seus anjos junto de ti, para que te guardem em todos os teus caminhos" (Ps. 90, 11).

Sumário. Avivemos a nossa fé e lembremo-nos de que temos continuamente ao nosso lado um Anjo que nos ama sem sombra de interesse e sempre está solícito por nós. Este príncipe celeste assiste-nos em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as tribulações e nem sequer nos abandona quando nos revoltamos contra Deus. É, pois, dever nosso honrarmo-lo pela nossa reverência, devoção e confiança. Mas, infelizmente, quantos há que vivem completamente esquecidos dele e o obrigam, pelos seus pecados infames, a cobrir o rosto!


I. Diz São Bernardo que de três modos devemos honrar os Santos Anjos da Guarda: pela reverência, pela devoção e pela confiança.

Pela reverência; pois que estes santos espíritos e príncipes celestes estão sempre conosco e nos assistem em todas as nossas ações. Por isso que, em atenção ao nosso Anjo da Guarda, devemos nos abster de toda a ação que desagrade aos seus olhos. Santa Francisca Romana via que o Anjo que a acompanhava em figura humana cobria o rosto cada vez que observava em alguma das pessoas presentes uma ação ou palavra desordenada. — Ah, meu santo Anjo da Guarda, quantas vezes pelos meus pecados vos fiz cobrir o rosto! Peço-vos perdão e suplico-vos m'o alcanceis também de Deus; proponho nunca mais desgostar a Deus nem a vós pelas minhas culpas.



Em segundo lugar, devemos honrá-lo pela nossa devoção; por causa do respeito de que é digno e do amor que nos tem. Nenhum afeto de pai, de irmão ou de amigo pode igualar o amor que nos tem o Anjo da Guarda. — Os amigos do mundo muitas vezes nos amam por interesse, e por isso facilmente se esquecem de nós no tempo das aflições, e muito mais quando os ofendemos. O nosso Anjo da Guarda ama-nos unicamente por dedicação; eis porque nos assiste mais ainda nas tribulações e não nos abandona, nem sequer quando nos revoltamos contra Deus. Procura, então, iluminar-nos, afim de que pelo arrependimento voltemos logo a Deus. — Oh! Quanto vos devo, ó meu bom Anjo da Guarda, pelas luzes que me haveis comunicado! Oxalá vos tivesse sempre obedecido! Continuai a esclarecer-me; repreendei-me quando cair, e não me abandoneis até ao derradeiro instante da minha vida.

Em terceiro lugar devemos ter grande confiança no auxílio do nosso Anjo da Guarda. O amor do nosso Deus não se contentou com dar-nos Seu Filho Jesus por nosso Redentor e a Virgem Maria por nossa advogada, quis dar-nos também os seus Anjos por nossas guardas e lhes mandou que nos assistam em toda a nossa vida: "Mandou aos seus Anjos que te guardem em todos os teus caminhos."

Ó Deus de infinita misericórdia, que pudestes fazer mais para assegurar a minha salvação? Agradeço-Vos, ó meu Senhor.  

— A Vós também, ó Príncipe do Paraíso, o me haverdes assistido durante tantos anos, apesar da minha pouca fidelidade e do meu pouco proveito. Eu vos esqueci; mas vós nunca deixastes de pensar em mim. Perdoai-me, meu bom Anjo, doravante não será mais assim. Proponho de hoje em diante consagrar-vos particular devoção. Quem sabe o caminho que me resta ainda a percorrer antes de entrar na eternidade? Fortalecei a minha fraqueza e continuai a proteger-me, a fim de que sempre vos seja fiel.


† Anjo de Deus, que por benefício da divina providência sois meu guarda, esclarecei-me, protegei-me, dirigi-me e governai-me. Assim seja (1).  

— "Deus onipotente e eterno, que, por efeito da vossa inefável providência, Vos dignastes designar um dos vossos santos Anjos por meu guarda, concedei-me propício que seja sempre defendido pela sua proteção e possa ir um dia gozar, no Céu, da sua eterna companhia." (2) – Fazei-o pelo amor de Jesus e Maria. (*II 472.)



1. Indulg. de 100 dias de cada vez.
2. Or. festi.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 370 - 372.) 

Vide mais: http://farfalline.blogspot.com/2015/10/santos-anjos-da-guarda.html
       

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