21 de dezembro
São Tomé
Apóstolo
São Tomé Apóstolo, também chamado Dídimo (gêmeo) era pescador quando Jesus o encontrou e o admitiu entre seus discípulos. Ele é-nos dado a conhecer sobretudo por S. João evangelista. É Tomé quem convida os outros Apóstolos a acompanharem Jesus para a Judeia, para morrerem com Ele ("A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: Vamos também nós, para morrermos com ele" - Jo 11,16). É a pergunta de Tomé que leva Jesus a definir-se ("Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" - Jo 14,5). Finalmente, Tome, com a sua incredulidade, ajuda-nos a fortalecer a nossa adesão a Jesus, por meio de uma profissão de fé muito clara: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 24-29). Como escreve S. Gregório Magno, “A incredulidade de Tomé foi mais útil à nossa fé do que a fé dos discípulos crentes”.
Tomé não é, certamente, um modelo para nós. Jesus di-lo claramente: “Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!” (v. Jo 20,29). Mas, como já referimos, a sua incredulidade foi útil para nós.
O que mais impressiona é que Tomé acompanhara Jesus, tal como os outros Apóstolos. Conhecia bem o Seu rosto e as Suas palavras. Mas, agora, para acreditar, quer ver os sinais da Paixão: “Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.” (v. Jo 20,25). Mas, exatamente nisto, Tomé torna-se modelo para nós, pois sabe discernir o que carateriza Jesus. Depois da Paixão, Jesus é caraterizado pelas suas chagas. Esses sinais do Seu Amor são suficientes para O reconhecermos. Por isso, as conserva na sua carne gloriosa: “Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.” (v. Jo 20,27).
Tomé, podemos dizê-lo, foi o primeiro devoto do Coração de Jesus. Quis contatar, também fisicamente, esse Coração trespassado por amor a nós. Quantos cristãos contemplaram o Lado aberto e o Coração trespassado de Jesus!!! O P. Dehon compara-o ao livro escrito por fora e por dentro, referido no Apocalipse, e que nos fala do Amor.
A contemplação do Lado aberto e do Coração de Jesus levou Tomé à sua fortíssima expressão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!” (v. Jo 20,28). Que essa mesma contemplação do mais expressivo sinal do amor do nosso Salvador nos leve a uma fé clara, decidida, forte, apostólica.
S. Tomé exprimiu a sua fé: "Meu Senhor e meu Deus!".
S. Tomé exprimiu a sua fé: "Meu Senhor e meu Deus!". Meu Senhor, é o Filho do homem, é o Cristo, é o Messias. Meu Deus, é o Filho de Deus, é o Verbo incarnado. A fé é completa e explícita. "Tu és feliz, Tomé, diz-lhe Nosso Senhor, viste e acreditaste; mas mais felizes, isto é, mais meritórios, serão os que acreditarem sem terem visto". Eu devia ser destes, Senhor. Não vi as chagas, mas tenho tantos motivos de fé: o testemunho do Evangelho, a Igreja e as suas graças, os santos, a ação sobrenatural sempre viva na Igreja. E não toquei, por assim dizer, com o dedo a vossa ação e a vossa graça, em mil circunstâncias da minha vida, seja em mim mesmo seja nas almas com as quais estive em contacto? Não seria mais culpado do que Tomé, se não tivesse uma fé viva? E porque é que a minha fé é ainda tão fraca, tão inerte e quase morta? Creio, mas vivo como se não tivesse fé. Quero hoje pedir o milagre da minha conversão às cinco chagas. Contemplo-as em espírito. Aproximo delas os meus lábios. Queria beber nestas fontes de água vivificante de que fala S. João.
(Leão Dehon, OSP 3, p. 296s. - grifos nossos).
Após o Pentecostes, Tomé partiu em missão. Mas não temos dados precisos acerca do seu apostolado. O que sabemos é que, após a crucificação e a Ressurreição, pregou entre os medos e os partas, povos que habitavam a Pérsia. Há também indícios de que tenha levado o Evangelho à Índia, segundo as pistas encontradas por são Francisco Xavier no século XVI. Morreu martirizado com uma lança, segundo a antiga tradição cristã.
Fontes:
- http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=santo&id=538
- http://www.dehonianos.org/portal/santoral_ver.asp?liturgiaid=909
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